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SIMFUJE
(Simples-Fusão-Objetiva)
DEDICATÓRIA
Quando eu conheci Jesus, eu trabalhava num livro sobre arte marcial. A arte marcial livre, filosófica, e estratégica era o meu foco. Eu interrompi essa iniciativa por querer me dedicar totalmente à Deus, então eu abri mão de muitas coisas, e de tudo.
Me entreguei totalmente à Deus ajudando as pessoas sem auxilio de ninguém pra isso, porque Deus me guiou assim a fazer. Tentei trabalhar por um salário como toda pessoa comum, mas sem sucesso.
Eu perdi muitas coisas que os homens amam e apreciam, e não tive uma série de coisas por muito tempo. Cometi erros que só quem passou pelo que eu passei cometeria. Mas eu ganhei muitas coisas que só Deus poderia me dar!
Desde o dia 25 de julho de 2001 até hoje abri mão da arte marcial e me entreguei à ter Deus em primeiro lugar na minha vida e esperar dele o meu futuro todos os dias sabendo que nada do que eu aprendia com ele em cada um desses dias tristes era em vão: Que nada era o que simplesmente parecia, e que nada era, senão pela fé, tudo o que era pra acontecer.
O contrário do que diziam, o contrário do que faziam, o contrário do que eu queria, o contrario do que eu tentava fazer, muito ou pouco, seja ruim ou bom, e Jesus dormindo...Assim foi minha vida...
Mas hoje Deus realiza meu sonho!
Obrigado meu Deus. Eu te agradeço muito por isso!
12 de junho 2010
INTRODUÇÂO
Nesse manual teremos ilustrações dos movimentos que estarão nas ultimas páginas com o número das fotos num “livro de ilustrações”. Você deve identificar o número da foto enquanto faz a leitura do livro, e no final do livro, no “livro de ilustrações”, observar a respectiva figura.
SOBRE O FUNDADOR DO SIMFUJE
Eu pratiquei o Karate Shotokan por uns 3 anos. Nesse período pude concluir algumas coisas sobre objetividade e liberdade, e gerar muitos escritos por uma experiência pessoal. Depois tive contato com a filosofia e alguns conceitos técnicos do Jeet Kune Do, após isso pratiquei por 1 ano e 4 meses o Kung Fu Ving Tsun. Após isso, por cerca de 7 anos não tive quase nenhum contato duradouro com a prática arte marcial, senão algumas vezes.
Durante esses 7 anos conheci o evangelho de Jesus. Deus me deu o dom do conhecimento e foi me acrescentando sabedoria. Por meio desse dom e das experiências que tive na vida pude ter a capacidade de desvendar mistérios do Ving Tsun e do Karate.
Esse livro flui com a influência dessas artes marciais na minha vida, mas todos os conceitos técnicos e filosóficos deste livro são resultado da minha experiência individual no período em que as pratiquei, e depois com o dom de Deus.
Da minha experiência com a arte marcial, motivada pela existência do Jeet Kune Do é que hoje eu criei o SIMFUJE.
O SIMFUJE é uma porta aberta a todo praticante que respeita todos os estilos de arte marcial, mas busca o seu próprio estilo em qualquer elemento da arte marcial.
O SIMFUJE é simpatizante de toda arte marcial que busque ou valorize valores ou virtudes no caráter humano.
Eis aqui o SIMFUE: Uma oportunidade à todo que deseja praticar a arte marcial, e abrir oportunidade àqueles que desejam seguir carreira ensinando e praticando o que gostam de fazer. Uma arte marcial com valores e virtudes, e sem limites para cada praticante.
Dedico um tributo ao Ving Tsun e ao mestre Moy Yat, por sua arte marcial distinta da luta, no entanto, uma das mais procuradas para o assunto.
Dedico um tributo ao Karate Shotokan e ao mestre Furushô, que foi meu professor. Aprendi a valorizar essa arte depois que comecei a entendê-la.
Dedico um tributo ao Jeet Kune Do e ao fundador dele (Bruce Lee) por manifestar a idéia da arte marcial pertencer aquele que a pratica, unificando os elementos de cada estilo, mas diluindo os limites de cada um deles. Acredito que ele tinha o mesmo sonho que eu: De dar oportunidade à muitos de viver ensinando e praticando o que gostam de acordo com sua identidade e seus objetivos individuais assim como ele também sonhou e o fez.
Neste livro eu sigo basicamente a mentalidade do pensamento moderno para arte marcial, e o pensamento tradicional para arte marcial filosófica.
Todo o conteúdo filosófico e técnico deste livro resulta das informações que absorvi no passado, mas principalmente do meu estudo pessoal antigo e presente, das experiências individuais com o que eu mesmo desenvolvi. Tudo foi produzido e agora escrito individualmente sem auxílio de livros, mestres, ou qualquer fonte externa. É fruto dos meus treinos, meus escritos antigos, e descobertas pessoais para desenvolver esse projeto agora depois de tanto tempo. Sem a pretensão em adentrar naquilo que por experiência não me é especialidade ainda ou nunca foi. Por isso posso dizer que baseado no que absorvi de fora pra dentro e no que desenvolvi de dentro pra fora, que esse é um trabalho sem a pretensão de ser melhor, nem diferente, mas original pelo fato de ser uma experiência individual, fruto do meu próprio estudo e descobertas.
Na realidade eu não gostaria de me expressar dessa forma, porque sei até onde possuo habilidades do saber e do fazer, e já passei dessa fase de me sentir orgulhoso pelo que sou ou tenho, assim como nunca me dediquei em ficar desvalorizando o que é dos outros. Mas sempre existem pessoas que gostam de desvalorizar o trabalho dos outros, seja de quem se esforçou por conseguir ou de quem naturalmente conseguiu por aptidão. Não há como agradar gente assim e eu assim não quero, pois o pretexto fútil para se sentirem desagradados já lhes baste como castigo, creiam ou descreiam. Que as palavras mesquinhas e de incredulidade dessas pessoas sejam contra elas mesmas um testemunho que as condene e faça ser reconhecido o meu trabalho. Resumindo: O que Deus me deu sem livros, sem mestres, e sem vídeo-aulas por cerca de 10 anos é meu e ponto final.
MEUS MATERIAIS SOBRE ARTE MARCIAL
Esses são materiais onde eu tive instruções sobre arte marcial no passado (1996-2000).
1 Livro de Karate Shotokan volume 2.
4 Revistas contando estórias sobre Bruce Lee desde sua infância até a carreira.
1 Revista-mini-biografia de 6 páginas, com algumas frases de Bruce Lee sobre Jeet Kune Do, e com um vídeo sobre Wing Chun do mestre Li Hon Ki.
1 Revista biografia de Bruce Lee da “Editora Escala” (Vol. 1).
3 Documentários de Bruce Lee em vídeo
1 Um documentário falando sobre vários artistas marciais do cinema inclusive Bruce Lee.
1 Vídeo: "Bruce Lee Fighting Methods" (Em inglês 2001).
1 Livro: "O kung fu de Bruce Lee" do autor Marco Natali.
1 Livrinho do professor Sérgio Paulo Ribeiro com algumas frases.
Filmes: A fúria do dragão (Gravado da TV), Dragão chinês (Alugado e gravado), Operação dragão (Alugado e gravado), O vôo do dragão (Gravado na TV, versão com cortes).
Eu fui adquirindo esse material aos poucos pelo período do ano de 1996 até 2000. E após me converter à Jesus (Julho 2001) deixando de praticar arte marcial, no ano de 2003 eu me desfiz de todos esses materiais e não os tenho mais até hoje. Ou seja, a única informação teórica que tenho até hoje é o que estava contido neste material.
Durante muito tempo não tive acesso a nenhum material nem informações sobre o assunto pela internet, ou outra fonte, porque eu nunca tive acesso à internet até Julho de 2007, e só poderia pesquisar sobre o assunto à partir de Março de 2011 quando tive acesso liberal à internet.
Não tenho me baseado em nenhuma fonte externa até a fundação do SIMFUJE em todos os meus escritos que dissertam sobre lutas, esgrimas, e filosofia, dos quais tenho direitos autorais reservados (2010).
A ORIGEM DA ARTE MARCIAL ORIENTAL
O primeiro indício da origem arte marcial oriental vem da Índia. Os monges Indianos eram alquimistas, magos, e estudiosos da meditação na tentativa de desenvolverem ciências de autoconhecimento espiritual, mental-emocional, e físico.
Um monge chamado: Bodidarma desenvolveu uma estratégia de meditação dinâmica com o plano de enviar à mente, emoções, e ao corpo humano mensagens de desenvolvimento pessoal através de movimentos corporais elaborados segundo uma sabedoria alquimista. Essa maneira de meditar assemelhava-se a uma expressão corporal. Esse foi o princípio da idéia de combinar movimentos corporais com desenvolvimento pessoal.
Na China antiga originou-se a necessidade do homem defender-se por meio da luta por causa das inúmeras guerras. A China foi o berço de muitas técnicas de luta com a finalidade direta da autodefesa para a proteção do país. Foi por essa época que originou-se o templo Shaolin que era como uma grande empresa financiada pelo governo chinês para desenvolver, mediante uma sabedoria alquimista, as mais eficientes técnicas de luta e autodefesa, formando soldados para defenderem o país.
O conceito do Kung Fu talvez advenha desse resquício da sabedoria de Bodidarma, que não sabemos se influiu de fato na sabedoria chinesa ou se foi um primórdio do princípio da arte marcial sem que isso tenha influenciado a cultura chinesa ou a própria arte marcial. Porque a Índia não evoluiu nem desenvolveu nenhum tipo de arte marcial, porém na China toda sua sabedoria milenar funde-se com o Kung Fu, e o Kung Fu expandiu sua sabedoria na mesma idéia de Bodidarma.
Na China, de maneira individual, a arte marcial começou a ser compreendida como vimos no caso de Bodidarma: Numa conclusão de que para desenvolver a luta é preciso uma sabedoria, e que o estudo da luta pode ser um instrumento para desenvolver a mente e as emoções.
Nessa analise o Kung Fu é somente uma única idéia matriz que leva a várias outras vertentes que passam pela luta, mas ultrapassam o propósito da luta. O Kung Fu de maneira mais ampla vai se tornando uma alquimia completa que busca compreender, desvendar, e desenvolver o ser humano em sua mente, emoções, e corpo, parecendo-se com uma luta ou não, sendo apenas uma expressão corporal ou uma luta de fato, objetivando a luta de fato, em parte, ou não.
A DIVERSIDADE DO KUNG FU CHINÊS
A maioria das vertentes do Kung Fu, embora sejam uma forma de exercitar a mente e as emoções, tem a expressão dessa inteligência por propósitos basicamente corporais onde o Kung Fu na modernidade deixa de ser útil para luta, mas torna-se um esporte, um jogo esportivo, ou uma expressão de arte corporal como temos por exemplo: O Wu Shu: Uma arte que assemelha-se a ginastica olímpica de solo com movimentos de luta.
Uma das vertentes do Kung Fu que mais expressam o conceito de Bodidarma seria o Tai Chi Chuan, que não é o Kung Fu mais antigo, mas resgata uma sabedoria do Kung Fu que relaciona o ser humano por uma ciência “espiritual”, mental-emocional, e corporal. O Tai Chi Chuan é uma alquimia com profundidade cientifica procedente de estudos filosóficos de compreensão do ser humano e da “Criação” no aspecto espiritual, o qual se expressa e é desenvolvido por movimentos corporais.
Outras vertentes do Kung Fu tem por objetivo desenvolver a mente-emoção e ao mesmo tempo explorar a luta de maneira funcional, fundindo a habilidade interior para aplicar a luta, e fazendo da luta como um jogo para desenvolver o interior. Temos como exemplo: O sistema Wing Chun, que é um dos estilos mais modernos de Kung Fu que por ser tradicional ultrapassa a idéia da luta, não apega-se com a visão do esporte, não possui nenhuma visão espiritual, e é usado para desenvolver a mente.
A arte marcial torna-se então multifuncional: Pode ser autodefesa, um jogo, uma terapia, um exercício para adquirir habilidades, etc...
A EXPANSÃO DA ARTE MARCIAL PELO ORIENTE
A arte marcial chinesa é praticamente a origem de toda a arte marcial oriental. O Japão é outro país que tem grande tradição na cultura da arte marcial. A arte marcial mais popular que procede do Japão é o Karate. O karate procede de uma arte mais antiga chamada: Okinawa-te, que veio da ilha japonesa de Okinawa. A ilha de Okinawa era habitada praticamente por imigrantes chineses, sendo que os japoneses dessa região são todos mestiços dos chineses. Daí dizermos que a China é o berço de toda arte marcial oriental.
Do Japão procedem vários estilos de Karate, todos eles vindos do tradicional Okinawa-te e da sabedoria do Kung Fu chinês. Um dos estilos de Karate mais modernos e populares seria o estilo: Shotokan, que é o Karate do visionário: Ginshi Funacoshi, que transformou o Karate numa arte marcial mais simples, e que visa a idéia do chamado: Budô, que é a idéia de transformar a arte de bem lutar num jogo ou terapia que desenvolve a mente, o corpo, e leva o praticante à uma idéia de buscar na arte marcial uma filosofia pessoal e um sentido para sua vida, que é a essência mais sublime da arte marcial como uma arte.
Do Japão também procede, sem a influência chinesa, a Arte dos Samurais, ou a “Esgrima Japonesa”. Também no Japão originou-se uma arte muito antiga que é o Jiu Jitsu: Um conjunto de inúmeras técnicas de autodefesa que envolve chaves de braços e arremessos de todos os tipos, possuindo uma vertente mais moderna que seria o Jiu Jitsu que desenvolve a “técnica do chão”, partindo do princípio que toda luta tende à proximidade e ao chão. Do Jiu Jitsu tradicional também procede a famosa arte do Judô, que foi concebida pelo também visionário: Gigoro Kano, que usando como base o Jiu Jitsu tradicional desenvolveu o Judô, que é um esporte que desenvolve a mente, o senso estratégico, e explora o uso da agressividade, mas sem a força através da sensibilidade, e da cooperação entre os praticantes no aprendizado coletivo, construindo no ser humano princípios mentais, e emocionais para a vida cotidiana, também na mesma visão do Budô, que é transformar a arte marcial numa filosofia que acrescenta valores espirituais à vida humana.
Temos muitas outras artes que vieram do Japão, mais antigas, como o Ninjutsu: “A arte dos Ninjas”, que procede do Karate de Okinawa, e o Aikidô que é uma das artes marciais mais modernas, que se assemelha com o Judô, porém trabalha com técnicas e estratégias diferentes, e também está baseada no pensamento do Budô, mas com uma visão menos esportiva.
Na Coréia temos a famosa arte do Tae Kwon Do, que procede por inspiração de uma arte antiga coreana chamada: Tang Suo Dô, que se usa dos pés como ferramenta de ataque, mas assemelha-se com uma dança, semelhante a Capoeira brasileira, porém o criador do Tae Kwon Do partiu de sua experiência pessoal com o Karate japonês.
A LUTA E A ARTE MARCIAL
É muito interessante entender que embora a arte marcial proceda da idéia da autodefesa, da luta propriamente dita, a luta acaba por tornar-se um elemento paralelo a arte marcial e não de fato o que defina a arte marcial.
O que seria luta? Duas pessoas voltadas uma contra a outra emocionalmente, isto é, quase sempre com ódio ou sentimento destrutivo.
Analisando uma luta por motivos pessoais, ou no aspecto da luta como guerra, duas pessoas estão opostas por intenções onde um está do lado da justiça, ou ambos disputando por interesses pessoais sejam bons ou ruins, se agredindo até que um seja subjugado pela violência do outro, ou um deles se faça derrotado pela dor. Obviamente isso não é nada artístico.
É importante entender que a arte marcial por ter a idéia "marcial" está limitada à um propósito que seria a luta. Do mesmo jeito que da situação da luta podemos mergulhar numa utilidade infinita para a arte marcial por causa do aspecto "arte". Depende então de como enxergamos o conceito: luta. A arte marcial pode ser “mais marcial”, ou “mais artística”, e isso não tem limites dependendo do propósito a que cada artista marcial está disposto.
Podemos ser radicais demais discriminando alguns estilos que correspondem muito bem ao propósito à que estão dispostos por não se identificar com o nosso propósito individual. Do mesmo jeito que podemos ser críticos com justiça, ao avaliar dentro de uma meta específica, qual estilo seria o melhor.
Do mesmo jeito que não há limites para o objetivo de um estilo de arte marcial, também há limites que devem ser critérios de objetividade em cada um destes propósitos.
É importante entender que devemos enxergar a arte marcial com um olhar crítico para sabermos tirar o que não é útil ou é sem valor pra nós dentro de um propósito específico. Do mesmo jeito devemos observar a utilidade das coisas, onde até mesmo aquilo que é arcaico ou anti-funcional em um aspecto mostrará sabedoria em outro aspecto.
Aquilo que é muito bem funcional para um propósito pode torna-se dispensável justamente por não corresponder à um outro propósito individual à cada pessoa. Nisso está o conceito “arte” e “marcial” quando eles podem se opor, e continuar sendo arte marcial. Então certamente existem muitas maneiras de analisarmos a arte marcial e os estilos dentro de cada contexto positivo ou negativo.
A FILOSOFIA ESPIRITUAL EM TORNO DA LUTA
A idéia da luta no aspecto emocional se for devidamente ensinada na intenção de crescimento humano por um mestre consciente e responsável é a chave mais profunda da arte marcial como filosofia, onde o que pode ser um momento de conflitos internos e pessoais vai tornar-se a oportunidade para desenvolvermos grandes habilidades e aprendermos a lidar com nossos defeitos pessoais.
Essa é a natureza da arte marcial como sabedoria para o desenvolvimento do caráter, onde o ser humano lida com seus medos, fraquezas, e males tentando tirar um procedimento positivo em todas essas situações se for devidamente ensinado ou praticado. Essa seria a chave da arte marcial contra a incitação da violência da luta em si, onde a luta como motivadora dos medos, do ego, da desistência, e da maldade seria a força contraposta a nós mesmos que ao invés de nos induzir ao mal, deve nos induz a tirar de nós mesmos o que é bom quando nos dispomos ou somos incentivados à isso. Assim usamos a vivência com a arte marcial e com os outros praticantes como um momento de experiência humana que vai além do aspecto mental e físico, mas passa pelo emocional, sendo assim uma evolução espiritual se for bem conduzida por um mestre ou pelo praticante que se auto-disciplina.
Essa seria uma sabedoria espiritual baseada no que as pessoas costumam chamar de: Ética e Moral: Uma evolução espiritual-social, forjando um guerreiro que lida com elementos emocionais profundos que mexem com medos e fraquezas, desenvolvendo um ser humano equilibrado que tenta lidar com o seu ego por uma terapia ou jogo que requer do praticante o esforçar-se para livrar-se do mal incontido em sua natureza humana pelo autodomínio. Ou seja: O propósito filosofal do ser humano dado por Deus de desenvolver-se, tendo a arte marcial como apenas um pretexto ou oportunidade para isso.
O EXPRESSIONISMO DA ARTE MARCIAL NO CINEMA
O que é uma luta?
É a expressão de uma violência entre seres humanos.
O que é arte marcial?
É uma disputa, um jogo que envolve emoções, inteligência, e expressão corporal.
As duas coisas estão associadas, mas são opostos. Precisamos entender que a luta é um elemento destrutivo que intenciona morte, mas a arte marcial precisa ser um elemento construtivo que deve intencionar a vida.
A arte marcial, desde os primórdios, sempre teve essas duas facetas: A arte para a luta, e a luta para arte. Assim como qualquer tipo de luta humana também tem duas facetas: A luta por valores, e a luta por mediocridade. Uns são apologistas da luta, outros são apologistas da arte.
Existe uma diferença entre “luta violenta” (Pra quem pratica violência), “luta marcial” (Para os amantes da luta), e a arte marcial (Pra quem faz dela uma filosofia, esporte, ou jogo). Os elementos podem operar juntos, e ao mesmo tempo se contradizerem, mas nunca “arte marcial” se corresponderá com “violência marcial”. Uma luta real produz violência, mas a arte marcial deve produzir valores.
O cinema se utiliza desses dois elementos: O negativo, e positivo como arte. O expressionismo da luta no cinema associado com a violência seria o ponto chave da arte marcial para o cinema, onde a arte de lutar não seria nada menos que um conflito que envolve realismo, dor, rivalidades emocionais, e agressão. No cinema a arte marcial seria a arte de bem se agredir tornando isso visualmente (emocionalmente e racionalmente) artístico.
O expressionismo da luta para a arte marcial de maneira técnica envolve em si duas facetas: O lado racional e o lado emocional. Poderíamos dizer simbolicamente da fusão de um jogo esportivo inteligente com uma dança agressiva emocional, com elementos de inteligência e emoções numa disputa entre duas pessoas. Isso seria tecnicamente a luta para a arte marcial sem violência.
Separar a violência da luta é entendermos que as mesmas emoções que motivam o ser humano a perder-se do seu carácter e a deparar-se com suas fraquezas interiores serão na verdade um desafio para desenvolver qualidades emocionais lidando, utilizando, e dominando essas emoções da maneira correta do mesmo jeito que a prática racional e física fará o praticante desenvolver-se mentalmente e fisicamente por estar lidando com situações contrapostas a si mesmo pelo desconforto ou complexidade das situações. Sendo assim arte marcial é a utilização positiva da luta, assim como a violência é o uso negativo da mesma.
A arte marcial para o cinema não é a arte marcial que buscaremos como filosofia de vida. Separar violência da luta é a tarefa da arte marcial como filosofia de vida.
O expressionismo da luta nos filmes quase sempre trará elementos como o ódio, situações anti-sociais, e a morte dos oponentes no final dos conflitos, trazendo para arte marcial uma forte idéia de violência.
O cinema por ser uma indústria que explorava a imagem da ação e do suspense inevitavelmente está sujeita a misturar arte marcial com violência por causa da luta.
Um dos elementos que mais incentiva a indústria da violência no cinema é a idéia de pensar que a violência está distante, o que gera também a má interpretação de um trabalho expressivo de ação e emoção como uma apologia ou escândalo à uma outra parte da sociedade que infelizmente sofre ou é influenciada pela violência. A luta no cinema é como um faroeste pra toda a família assistir no sofá da sala.
Poderíamos então definir a violência como “violência branca”: A violência que decorre naturalmente de lutas humanas vinculadas à aspectos sociais modernos ou antigos, e a “violência negra”: A violência em si.
O que produz uma luta real é justamente o efeito da rivalidade e da injustiça humana. Sendo assim, no cinema, essa realidade crua e anti-social escandaliza as pessoas quando é analisada com a necessidade do ser humano direcionar-se com o bem e nunca com o mal. Ver uma luta num lugar de lutas, ou ver guerras num tempo de guerras seria um escape para a idéia da arte marcial não ser um elemento diretamente violento no cinema, mas a associação entre a arte marcial e a violência permanece. A associação da violência com a arte marcial no cinema pode se tornar ou parecer um estímulo pejorativo para quem é desinformado ou mal intencionado.
Um dado interessante é que a maioria das pessoas que absorvem a idéia da luta desassociada com a arte marcial podem ser pessoas anti-sociais e violentas, ao passo que quando o praticante busca a luta ou a arte desassociada com a violência em si, por qualquer que seja o motivo, estará incidindo num comportamento social e pacífico.
O praticante de SIMFUJE precisa adquirir maturidade para identificar a arte marcial no cinema de maneira legítima absorvendo virtudes ou valores e rejeitado a tudo que é ilegítimo para com Deus e para com a verdade.
A EFETIVIDADE EM EQUILIBRIO COM A LIBERDADE
Efetividade é o estudo da realidade. A arte marcial é um estudo sobre a luta real que envolve sentimentos de uma luta, o jogo mental de uma luta, e preparo físico de uma luta.
A arte marcial tradicional buscava sempre a eficiência no aspecto da luta. Por mais científico, artístico, terapêutico, ou esportivo que fosse uma arte marcial tradicional, o pensamento chinês também comportava a idéia de que se uma arte marcial era completa ela deveria ser provada numa disputa entre dois praticantes, tendo em vista que um homem completo em habilidades humanas não possui somente a capacidade mental, nem somente a condição física, e nem somente as emoções equilibradas, então uma luta seria o elemento provador de todas as habilidades humanas até o extremo do ser.
Na meta de ser bem sucedido por completo em habilidades físicas, mentais, e emocionais é preciso estratégias e treinos. A procura pela efetividade é a procura pelo que melhor corresponda a realidade. O contraponto da Efetividade é a Liberdade, que seria: Como manifestar essa efetividade de maneira conveniente e simples através de mim mesmo, onde a liberdade e a efetividade devem concordar como uma coisa só.
O fato de certos estilos ou pensamentos de arte marcial não terem evoluído com o tempo foi porque os seus mestres se extinguiram deixando um legado cultural com aspectos justamente temporais. Alguns desses estilos são bem evoluídos mesmo nos dias de hoje, outros precisam de algumas modificações ou aperfeiçoamentos dependendo da intenção de sua aplicação.
A preservação do tradicionalismo às vezes é o que mais ativa o treino e cativa adeptos, por isso não podemos negar esse elemento artístico. O que pode não ser viável na prática também tem elementos racionais e intuitivos valorosos assim como aspectos culturais que fazem da arte marcial um espaço também para quem não aprecia o contexto da luta.
Precisamos entender que nem todo amante da luta é um amante da arte marcial e vice-versa, nem todo amante da luta possui um coração violento, e nem todo amante da violência é um amante da arte marcial, e para definirmos cada pessoa, e seus pensamentos, e seus conceitos, criaríamos infinitos estilos. Eu posso ser eficiente para um mesmo objetivo de muitas maneiras.
Existem dois elementos de liberdade na busca da eficiência a questionarmos:
1 Eu posso explorar minhas melhores habilidades e minhas debilidades da maneira correta para o máximo de eficiência, e tudo isso de acordo com a minha personalidade individual. Nesse caso eu o objetivo, que seria uma luta real, comanda o meu auto-preparo e direciona a minha liberdade para eficiência.
2 Qual é o meu objetivo na arte marcial? E até onde eu quero me desenvolver? Nesse caso o objetivo, que seria a luta real, torna-se secundário, e eu tenho meu próprio objetivo e limite para alcança-lo diluindo a idéia da luta, mas sem corromper totalmente essa realidade.
Analisando a Liberdade e a Efetividade agora como conceitos opostos temos uma outra porta que está no mesmo caminho da arte marcial: Além da Eficiência para uma luta real, temos a Liberdade para com o nosso propósito individual, que é quando esses dois conceitos de uma certa forma podem se opor.
Temos então: A liberdade pessoal para a luta real, e a luta para a liberdade pessoal diluindo um pouco a idéia da luta, mas sem corromper totalmente essa realidade. A arte marcial então existe com esses dois propósitos, e cada praticante faz a sua própria arte marcial a partir deles.
Eu posso construir uma estratégia individual onde eu posso lutar com alguém que adota um estilo ou estratégia igual ou totalmente diferente da minha. A arte marcial propõe essas duas situações: "A arte" e "A luta". Dentro da luta há o espaço para arte (Minha liberdade pessoal), e dentro da arte existe a luta (A busca de uma habilidade real e efetiva). Somado à isso está a eliminação da violência em troca do oposto, que é o desenvolvimento humano no aspecto mental, emocional, e físico contidos na mesma realidade. O elemento destrutivo dá lugar a uma infinidade de propósitos úteis para a vida humana, movidos justamente pela idéia de encarar limitações, inabilidades, defeitos, emoções negativas, e fraquezas.
Todos os praticantes de SIMFUJE estão inseridos no mesmo limite de expressão que é a luta. A luta corporal seria então o elemento que identifica a todos os praticantes e cria uma realidade comum. Não que a arte marcial seja o único meio para alcançarmos os benefícios citados acima, mas para aqueles que apreciam a arte marcial, seja em qualquer aspecto, desde o aspecto cultural, até a socialização com outros praticantes, os treinamentos, e até mesmo a luta corporal em ação, cada praticante possui o seu objetivo e seus limites sem interferir nos limites e propósito do próximo. Poderíamos citar esses propósitos sugerindo-os, mas é importante que cada pessoa tenha o seu e o descubra a partir de si mesmo.
A PORTA DO SIMFUJE
O SIMFUJE é uma porta com duas aberturas. Numa dessas aberturas está o melhor que eu posso e quero em efetividade, e na outra abertura está o melhor que eu posso e quero em liberdade. Essas portas estão equilibradas. Eu posso passar mais por um lado ou mais por outro lado, posso passar por ambas as partes igualmente, e posso passar pela porta outra vez mudando minhas escolhas quando eu quiser.
O SIMFUJE permanece ali: Eu não posso mudá-lo, porque ele é o próprio caminho da arte marcial que possui uma porta com duas extremidades simbolizando a Liberdade e a Efetividade que encontram limites e vantagens um no outro, e no propósito de cada pessoa.
No chão está o caminho. O caminho é o limite: A verdade, que é o único caminho para a vida: A virtude e os valores do bom caráter que não podem ser mudados por mim.
No topo da porta está a luta que é o elemento comum à todos os que passam por essa porta para que todos sendo diferentes sejam iguais em SIMFUJE.
O SIMFUJE é uma oportunidade à todos os praticantes de arte marcial de praticarem a melhor luta que quiserem lutar, e praticarem o melhor treino que puderem treinar.
O ALIMENTO DO JOGO DA ARTE MARCIAL
A arte marcial para alguns pode ser uma profissão e incluir obrigações que contrariam seus próprios prazeres. Todo tipo de prática física causa algum tipo de desconforto. Algumas pessoas encaram a exaustão e a rotina por objetivarem outra coisa, outros são resistentes à fadiga, porque tem em sua natureza total identificação com o exercício físico.
A maioria das pessoas desanima da arte marcial mesmo gostando dela. No SIMUJE cada um é aquilo que almeja ser e pode ser: O melhor que puder e como quiser.
Em tudo há limites, seja para o que queremos e não precisamos ou não podemos fazer, como para o que não queremos, mas precisamos e devemos fazer.
É preciso entender que a arte marcial é alimentada através da visão (dos olhos) e do movimento físico, e através da individualidade e da cooperação de outros participantes no exercício diário. A cultura, a virtude, o estudo, os relacionamentos, e a prática física, ou seja, a experiência com a arte marcial em todos os âmbitos é um dos atributos que nos estimula a estar sempre praticando-a.
Em SIMFUJE cada praticante vai manifestar e descobrir sua própria apreciação pela arte marcial independente do que seja, mesmo que sejam somente alguns elementos e não todos. Em SIMFUJE cada pessoa busca aquilo que aprecia e respeita o que o outro vem a buscar diferencialmente na arte marcial.
Em SIMFUJE entender a diferença entre a arte e a luta é saber entender quem sou eu mesmo em relação a realidade da vida, equilibrando minha liberdade em relação a necessidade de eficiência. Eu não devo me aprimorar numa ilusão, mas todos devem ser sinceros com relação às realidades da vida que conectam o jogo da arte com a filosofia da luta.
Em SIMFUJE ninguém precisa ser um lutador, ninguém precisa ser o melhor, mas todos podem chegar onde querem respeitando o que o próximo é e quer, pois Deus não criou lutadores, mas pessoas com dons e aptidões diferentes.
A ARTE MARCIAL PELA PAIXÃO E NÃO PELO TORMENTO
Manter uma boa forma física e também estar sempre objetivando ampliar as habilidades pode ser um elemento importante quando compreendido o seu por quê. Às vezes a manutenção de uma boa forma diária e a ampliação ou aperfeiçoamento das habilidades apenas nos envaidece até descobrirmos que não obtivemos prazer no que fizemos e construímos muita coisa pra nada.
Manter uma boa forma diária é necessário para que eu sinta que meu corpo está em sintonia com minha mente para agir eficazmente quando necessário ou num próximo treino, isto é, não treinar regularmente diminui essa sensibilidade física, mas a pergunta que eu devo fazer a mim mesmo é: O que eu realmente preciso construir para a minha vida como praticante?
Quando existe esse questionamento, existe também uma resposta que deve ser razoável. O que eu quero construir? O que eu preciso fazer para chegar onde eu quero? E: O que eu posso evitar no meu propósito?
O objetivo dessas perguntas é para evitarmos perfeccionismos e orgulhos pessoais que nos levarão à metas de superação absurdas: Á intenções cegas, à habilidades construídas para o nada, ou à ações exageradas e sem ponderação à outros elementos que completam um conjunto de várias habilidades inseparáveis.
O realismo na prática da arte marcial não pode torná-la um tormento através de como ou porque a praticamos, mas antes de tudo a arte marcial tem que ser um jogo, um lazer, um estudo, caso contrário eu não serei feliz. É preciso separar a prática da arte marcial de qualquer propósito ou intenção que me seja um tormento.
O realismo é um elemento comum à todos os propósitos da arte marcial, e seja qual for o meu propósito individual diante da realidade, a prática não pode ser um tormento, eu não posso associar minha felicidade como praticante ao que eu alcançarei através da arte marcial mesmo num propósito realista, pois fazendo assim eu estarei condicionando vitórias e fracassos humanos à minha felicidade como praticante.
A eficiência em SIMFUJE e o bom resultado final de sua prática, embora seja eminente e pode ser o alvo principal do praticante, não pode condicionar sua dedicação à pratica da arte marcial, tendo em vista toda imprevisibilidade da vida e nossas limitações humanas. O SIMFUJE propõe que eliminemos ou diluamos de nós mesmos perfeccionismos para o propósito de uma evolução interior, mas ao mesmo tempo ninguém precisa perder seus propósitos nem a diligência em alcançá-los.
É importante compreender bem o que você desenvolve para não se arrepender por seguir caminhos vãos para si mesmo. Você não precisa se exaurir por desenvolver-se arduamente hoje, se amanhã não vai ter boa vontade de fazer o mesmo de novo. O que eu preciso é estar praticando a arte marcial da maneira que eu preciso e quero em cada momento. O que eu preciso deve se equilibrar com o que eu realmente quero.
Toda superação por mais medíocre que seja ou pareça também faz parte de cada ser humano, e no SIMFUJE ninguém pode destruir a meta do seu companheiro nem interferir nela.
O APERFEIÇOAMENTO
O propósito da efetividade implica numa superação pessoal para adaptação ao que vamos encarar. Para desenvolver e ampliar habilidades precisamos transcender aquilo que somos e isso requer um empenho e esforço.
A meta de corresponder à realidade implica em aperfeiçoamento nas estratégias que eu uso para corresponder ao que uma situação exige de mim como o mínimo. A meta de me aperfeiçoar em relação a mim mesmo numa certa realidade pode ser sem limites. Quando eu conecto as duas coisas: O que o combate requer de mim como mínimo, e o que eu posso ser para o combate no máximo, eu estou me direcionando rumo à eficiência mais perfeita, onde eu serei tudo o que posso ser me dispondo a ser tudo o que o combate requer de mim.
Para uma habilidade transcender ou aumentar deve atingir o máximo em cada ação nos exercícios. Para um movimento ser seguramente efetivo em combate precisa ser o máximo de você em sua habilidade, porque o adversário também é alguém que está desenvolvendo-se ao máximo nesse propósito para te sobrepujar, e isso não tem limites.
Para decidir uma situação de combate real pode ser preciso um mínimo de habilidade que talvez eu não precise ultrapassar, por exemplo: Eu talvez não precise de muita força ou velocidade para derrotar um certo oponente, mas somente através da tentativa de transcender a minha habilidade presente é que eu tenho certeza que reagi com tudo que o que posso para cada situação.
Quando a idéia de superar-me e aplicar sempre o melhor e máximo de mim em cada atitude está contida em cada movimento meu, isso cria um hábito de aplicar o máximo em cada atitude sempre, e o ato de aplicar o melhor sempre aumenta minhas possibilidades de decidir uma situação mais rápido com mais perícia e domínio. A limitação do meu máximo em cada movimento, ou a execução de atitudes sem perícia máxima pode culminar no adiamento da vitória ou abertura de uma oportunidade para a derrota.
Um dos pensamentos do SIMFUJE com relação à eficiência é: Ter o máximo de habilidade para dominar a luta no mínimo de tempo.
Um movimento com pouca habilidade ou feito sem plena percepção ou perícia significa o prolongamento do conflito e o risco da derrota, trocando uma decisão mais imediata, estendendo assim a imprevisibilidade do que pode ocorrer.
O LAZER DA ARTE MARCIAL
O SIMFUJE é uma ferramenta de sobrevivência ao tédio onde eu posso estar sozinho, sem ninguém e sem nada, e lá está o que eu gosto de fazer utilizando o corpo que Deus me deu como instrumento.
Aqui vão alguns conselhos para estimular a prática:
1 Leia coisas sobre arte marcial, leia biografias de praticantes, veja filmes ou desenhos com cenas ou mensagens que estimulam a prática ou diversão através da arte marcial. Saiba extrair elementos filosóficos positivos em filmes e leituras (pois sabemos que também possuem elementos negativos) sendo crítico sem acepção de pessoas. Veja essas coisas com uma visão técnica e divirta-se também. Veja pessoas praticando a arte como um telespectador, veja as roupas, veja os movimentos, etc... Tudo isso é o que mantém a cultura da arte marcial em você e a vontade de fazer o mesmo e sentir-se bem.
2 Identifique o que você mais gosta de praticar ou o que você mais deseja desenvolver, mas também saiba a importância dessas habilidades no contexto geral do combate para que você possa praticar mais aquilo que deseja desenvolver ou gosta de praticar, mas sabendo se utilizar de suas melhores habilidades de maneira equilibrada em relação à outras habilidades, de acordo com o seu objetivo pessoal, de acordo com estratégias e expectativas do combate, e em sintonia com o que o oponente pode oferecer numa luta.
Para aquilo que você não gosta de praticar, crie estratégias que tornem dinâmico o exercício dessas habilidades. Por exemplo: Pratique com um parceiro, ou dilua a idéia de “repetições” através de treinos, sincronizando situações, ou várias habilidades num mesmo exercício. Crie seus próprios exercícios analisando prioridades e gostos, tornando tudo eficiente, porém divertido.
3 Só treine arduamente quando você sentir vontade, ou seja, sem a preocupação de ter que esforçar-se tanto outra vez quando você não quiser. Só treine arduamente por obrigação como preparação prévia para demonstrações, torneios, ou por consequência de ser parte de seu trabalho cotidiano. O ato de forçar-se ao que você não gosta constantemente causa um tormento que pode culminar no abandono permanente da prática.
Você não precisa se manter em forma todos os dias. Um conselho interessante é que você treine por diversão, mas constantemente, sem deixar de ser diligente, mantendo um pique e um período de tempo regular ou constante que seja natural e acessível à você dedicar-se sempre, seja muito ou pouco, seja intenso ou não. Esse pique você manterá sempre e só o aumentará gradativamente e se quiser.
Só em casos obrigatórios, ou no caso de você almejar um aperfeiçoamento maior, faça treinos árduos regularmente ou constantemente, ou então por um período de uma semana antes do evento ou situação a que você deseja preparar-se melhor.
4 Pratique técnicas diferentes, de outros estilos, quando você sentir-se desanimado do que já vem fazendo, mesmo que depois de um tempo você nunca mais use isso. Técnicas tradicionais, por exemplo, desenvolvem muito o senso de postura, podem gerar questões técnicas, podem inspirar estratégias novas, possuem elementos técnicos de coordenação-motora sofisticados para estudo, podem figurar treinos que fogem um pouco do contexto da luta, ou podem ser apenas uma maneira de te manter envolvido com a arte marcial quando você busca divertir-se mais do que praticar em algum momento da vida. Pra quem é mais curioso e menos direcionado à um propósito fixo é legal estar pesquisando e praticando coisas novas.
5 Não associe o treinamento aeróbico ou de resistência física com as técnicas de arte marcial que você costuma praticar, porque depois de se fatigar dando socos ou chutes, por exemplo, você não vai sentir prazer em treiná-los para outros exercícios. Deixe o treino aeróbico separado dos demais exercícios de luta. Associe o treino aeróbico com corrida, ou natação, ou jogos recreativos como futebol e outros.
A corrida, por exemplo, deixa a sua mente aberta à outros elementos que distraem você da exaustão, como por exemplo: A paisagem ou o ambiente, ou a sensação de passear ou voar. Você tem então a fantasia de que, na meta de chegar ao fim, você passou por uma aventura que não foi como ficar correndo numa esteira sabendo que terá de ficar tanto tempo ali sem sair do lugar. É por isso inclusive que pessoas ouvem música praticando exercícios de resistência ou musculação.
A natação, por exemplo, além de movimentar bem os braços permite que você treine uma resistência aeróbica de explosão nadando de um lado à outro da piscina como mini-corridas à máxima velocidade.
Os jogos recreativos como o Futebol, por exemplo, exploram a dinâmica da mente junto com o corpo, distraindo você da fadiga física.
Na musculação, por exemplo, é bom treinar com outras pessoas conversando e se distraindo durante as pausas entre uma série de exercícios e outro enquanto relaxamos os músculos. A idéia é associar a fadiga com o prazer da aventura ou da diversão.
Você pode buscar suas próprias estratégias para dispersar da mente o cansaço e a intenção fixa de chegar ao fim do exercício por obrigação, que é o que mais nos desanima num trabalho de resistência aeróbica.
Nos exercícios de luta ou treinos técnicos, por exemplo, é necessário usar mais concentração e habilidades mentais, mas nisso certamente está presente uma porção de resistência aeróbica. A voz ou participação de um treinador ou avaliador maduro também pode estimular os treinos onde aplicamos resistência física com as estratégias de luta e habilidades mentais.
6 Lute com a sombra, brinque com os movimentos. Pratique lutas lentas caso não queira se esforçar tanto. Esteja em movimento. Treinar com outras pessoas, seja a luta ou treinos técnicos, seja lento ou normal, é muito legal, e trás muitos sensos de percepção e experiências com a realidade.
Estar se movimentando com a dinâmica e liberdade de uma luta livre, sem a intenção de treinar de fato, te mantém ativo na arte marcial em momentos que você não quer treinar exercícios de “repetição” te mantendo sempre ativo, mas você não pode esquecer que para aprimorar a perícia é preciso recorrer à exercícios adequados.
7 Vista uma roupa que faz você sentir-se bem como praticante. Isso é um toque especial quando se pratica arte marcial, porque o que alimenta a arte marcial é a arte, e embora nem tudo seja visual na arte marcial, algumas coisas são. Em SIMFUJE você pode criar a sua própria vestimenta seguindo o bom senso no aspecto visual sabendo que o que você veste influencia a vida de quem está ao seu redor.
COMO FECHAR A MÃO (FOTO 1)
Fecha-se a mão em quatro tempos.
Acostume-se a fechar sempre a mão assim. No começo é desconfortável depois se torna agradável.
POSTURAS DE MÃO (FOTO 2)
Temos três posturas de mão.
MÃO ABERTA: É usada para golpes de mão aberta e para defesas com mão aberta.
MÃO FECHADA: É usada para ataques como soco e defesas com a mão fechada.
MÃO NEUTRA: Sua mão fica semi-aberta, com os dedos dobrados naturalmente. A posição de mão neutra serve para você posicionar-se em guarda, e para executar defesas com a mão aberta mais naturalmente. Você nunca deve treinar socos com a mão neutra ou frouxa, pois isso é ineficiente e cria maus hábitos.
BASE PARALELA (FOTO 3)
Um pé fica à frente e o outro atrás numa distancia curta o suficiente para que as pernas fiquem levemente flexionadas.
Os pés ficam separados paralelamente na largura dos ombros, de modo que a perna da frente impeça que facilmente uma rasteira desconcerte o seu equilíbrio.
O pé de trás fica direcionado diagonalmente 45° em relação à frente. O pé da frente fica de preferência alinhado com a borda numa linha para frente, mas presando a liberdade.
O corpo fica meio de lado relaxado.
A BASE ALINHADA (FOTO 4)
Um pé fica à frente e outro atrás direcionados numa única linha que aponta para frente.
O peso do corpo fica quase todo na perna de trás.
O pé de trás pode apontar para o lado 90°, pode apontar 135° aberto para trás, e pode estar apontado fechado para dentro 45°.
A perna da frente fica maleável com a sola do pé ligeiramente no chão ou na ponta do pé.
O corpo vai ficar de lado.
BASE INSTÁVEL (FOTO 5)
Essa base não chega a ser propriamente uma posição, pois tem a idéia de liberar a energia do quadril num ato de liberação e relaxadamente.
1 Essa base pode ter a idéia de alcançar uma distancia longa nos socos.
2 Disparar ataques usando maior geração de impulso através das pernas e quadril.
3 Permitir uma movimentação livre do quadril de maneira curta.
Essa base é usada para ataques de mão permitindo liberdade de movimento. Essa base não é uma posição estática, a sua funcionalidade não está na posição, mas no movimento correto.
Vamos analisar o esboço desse movimento:
As pernas ficam separadas na largura dos ombros na BASE PARALELA e as pernas oscilam para essa BASE INSTÁVEL, de maneira curta, ou alongando.
Você não deve inclinar-se para frente, mas manter o equilíbrio no centro do corpo, deixando a perna da frente se flexionar naturalmente sem dobrar muito, sem jogar o quadril pra frente no encaixe, seja de um lado ou de outro.
A perna da frente funciona como uma coluna de sustentação do corpo ou pé de apoio principal, que divide o peso do corpo com o pé de trás que fica apoiado na ponta do pé com o calcanhar levantado.
O pé de trás também atua como uma mola impulsionadora que leva impulso do solo para o quadril desde a ponta do pé de trás através do tornozelo, joelho, quadril e punho.
Essa posição permite que o quadril seja encaixado com mais liberdade e mais totalidade pelo fato do calcanhar se levantar. O ponto chave dessa base está então no fato do calcanhar soltar-se do solo, permitindo mais liberdade para o encaixe do quadril, mais liberdade para os movimentos na prática, e mais conexão impulsiva vinda do tornozelo.
O joelho também atua juntamente com o tornozelo para gerar impulso, mesmo que isso não seja aparente, pois não é preciso esticar articulação do joelho, mas deixar o joelho agir naturalmente não importa que fique dobrado: ele está em movimento e funciona como uma alavanca.
Do joelho é que procede o maior impulso juntamente com o quadril, mas isso só é eficaz quando se une a articulação do tornozelo num movimento mais livre e natural.
O que é importante entender é que nos estilos tradicionais as bases não permitem o levantamento do calcanhar do pé de trás, porque nos exercícios tradicionais é preciso permanecer numa posição que sugestione o uso das articulações permitindo ao mesmo tempo o equilíbrio das pernas de maneira estável durante a movimentação. Como vimos estar posicionado sobre a articulação dos dedos com o calcanhar levantado é um elemento instável para muitos exercícios tradicionais, porém na prática, embora seja notório que o calcanhar do pé de trás fincado ao solo é sinal de equilíbrio estável, o uso da liberdade do calcanhar culmina diretamente na exploração do máximo potencial da articulação do joelho da perna de trás somado ao tornozelo. A liberdade de movimento e a efetividade desse movimento é incomparavelmente maior do que atuar com o calcanhar plantado no chão sem poder movê-lo, por isso é preciso você aprender a se equilibrar de maneira instável. Podemos dizer que o ponto fraco da Base Instável seria o equilíbrio se nos descuidarmos dele, pois não podemos estar bem equilibrados sobre a ponta do pé de trás de maneira estática como vemos nos exercícios tradicionais, mas é por isso mesmo que essa base é chamada de Base Instável, um movimento de ida e volta, onde eu preciso estar consciente de estar equilibrado durante o movimento e após o movimento de maneira sempre instável.
LIBERDADE DE MOVIMENTO
É importante entender que todo movimento deve acontecer com naturalidade, nunca tentando forçar uma ação por mera estética definida, mas deixando fluir o objetivo deixando o corpo naturalmente descobrir como cumprir corretamente a meta mediante conselhos estratégicos.
Veremos que precisamos nos habituar a estar conscientes de certos detalhes fundamentais.
Estabeleceremos posturas em cada situação por uma questão de organização nos exercícios, e por questão de efetividade para o combate, apontando a você a melhor maneira de reagir à cada situação.
Você pode seguir suas próprias experiências e estabelecer suas regras de treino, mas sem se deixar frustra da liberdade por causa deles seguindo estratégias meramente estéticas. Compreenda nos treinos o que acontece quando você se movimenta.
Jamais tente limitar ou impor à si mesmo fazer de um lado do corpo o mesmo que faz do outro lado, pois o nosso corpo é diferente dos dois lados, tanto na destreza natural que só há em um único lado do corpo, como no fato de que nossos ossos tem pequenas diferenças de tamanho de um lado pra outro, sendo assim, faça o melhor de cada lado sem comparar um lado com o outro. O fato de um lado atuar de alguma forma diferente do outro não quer dizer que um lado é melhor que o outro, mas cada lado pode corresponder à mesma coisa de uma maneira diferente, o importante é saber o que é preciso ser feito e fazer o melhor em cada lado.
PONTOS DE IMPACTO NOS SOCOS
Nos socos o único ponto de contato, seja para Socos Horizontais ou para Socos Verticais são os três mois inferiores do punho (médio, anelar e mínimo), porque proporciona mais conforto na aplicação, simplicidade na posição, e menos riscos de lesões em pulsos ou dedos nos impactos como costuma acontecer quando usamos os dois primeiros nóis da mão (indicador e médio) de maneira errada.
Os socos tradicionais (FOTO 6)
Em muitos estilos costuma-se usar Socos Horizontais com os dois nóis superiores da mão, mas para que o encaixe desses pontos seja correto na prática é preciso um estudo mais delicado e uma orientação para que esses pontos se encaixem corretamente no alvo, principalmente na altura do rosto. Pode haver muitas maneiras para que isso aconteça e há muitas contradições anatômicas no nosso corpo para que isso aconteça naturalmente. Esse soco foi projetado para atingir na altura exata do plexo solar, que é o único caso em que esse soco flui mais naturalmente sem muita análise.
Vamos analisar o soco horizontal tradicional na altura do rosto:
-Para enfatizar esses pontos na altura do rosto ou do peito (acima do plexo solar) é preciso inclinar o pulso para baixo e para o lado de fora.
-Quando a mão parte das ancas baixas até girar totalmente para atingir o alvo tem pouco espaço de impacto.
-É mais natural que a mão venha de fora e por cima como se faz nos estilos mais modernos do que de baixo e pelo meio do corpo como se faz nos estilos tradicionais.
-Quando o soco é disparado seguindo uma trajetória fechada, uma vez que o cotovelo possui uma mecânica aberta nesse movimento e o pulso precisa apontar pra fora para enfatizar os dois nóis superiores do punho, haverá uma tendência natural de inclinarmos o corpo para o lado oposto à mão que golpeia, porque trata-se de uma atitude não natural. Por isso que os socos horizontais chineses tradicionais são disparados na direção do ombro quando numa trajetória fechada.
-Quando o punho estica-se perto do impacto, o punho aponta para o alvo como que vindo de fora enfatizando os três nóis posteriores, sendo assim, pra colocarmos os dois nóis principais no impacto é preciso vergar o pulso para fora num movimento não natural.
É possível executar isso com algumas estratégias, mas mão é natural.
Você pode adotar essa forma de ataque, apenas deve compreender como fazê-lo corretamente.
O soco vertical permite um fácil direcionamento dos três nóis posteriores da mão na altura do rosto, sendo inclusive, menos funcional na altura do peito por não direcionar naturalmente esses pontos nessa trajetória, e impossibilitando a aplicação deste soco na altura baixa.
PONTOS DE IMPACTO NOS CHUTES (FOTO 7)
Nos Chutes Frontais e Circulares o ponto de contato é a parte da sola do pé abaixo dos dedos polegar e médio.
Essa posição proporciona segurança no Chute Circular para não lesionar o peito do pé que é uma parte óssea que não suporta impacto em superfícies duras, mas você pode adotar o uso do peito do pé. A liberdade para que você adote a sua própria técnica é válida sempre, o importante é você entender o motivo das sugestões e dos conselhos, e ter a liberdade de optar pelo que considera melhor sabendo o que está escolhendo.
No Chute Lateral atingimos com a parte inferior lateral da sola do pé e calcanhar visando atingir mais com a parte de baixo do pé e não com o lado do pé. Aplicamos essa diferença do chute lateral tradicional onde atingimos com o lado ou faca do pé de fato, com um movimento de subida, que é um movimento frágil, que não atinge o alvo em cheio na maioria das vezes, e não permite que o quadril desempenhe todo o impacto que pode gerar por ser um movimento de subida: A anti-perna (canela e tornozelo) e o pé tornam-se rígidos por causa da posição do pé contraída, e o movimento da perna não flui com impacto, mas apenas com um movimento simbólico de quadril que na prática só faz subir a perna lateralmente.
O chute Lateral aplicado mais com a sola do pé e lançado para frente aplicando o quadril proporciona mais conforto ao se mover e isso justamente para explorarmos mais eficiência.
O SOCO VERTICAL (FOTO 8)
Esse soco tem melhor aplicação na altura do rosto.
O cotovelo precisa estar baixo e o braço seguir alinhado com a lateral do corpo até ao centro.
Esse soco é mais maleável nas sequências, pode ser usado sem a influência do quadril movendo somente os braços, além de permitir a dinâmica no uso das defesas em conexão com socos.
O SOCO HORIZONTAL (FOTO 9)
Esse soco permite mais impulso com a aplicação do quadril, no entanto é menos maleável nas sequências, também não permite uma conexão com as defesas que tem ataques simultâneos.
É importante saber que a aplicação de Socos Horizontais na altura do rosto tem uma mecânica particular: O cotovelo deve estar aberto naturalmente e o punho deve vir de fora do corpo para o meio. Como esse soco vem de fora, o ponto da mão que vai atingir são os três nóis da mão (como vimos).
Note duas situações importantes:
Quando você golpeia sem mover o quadril estando MEIO DE LADO na aplicação dos JABs e de DE FRENTE na aplicação dos DIRETOS, o punho para se encaixar bem nessa altura vai precisar estar inclinado num sentido diagonal onde o nó do dedo mínimo está mais abaixo do nó do dedo indicador, fazendo o punho estar inclinado no contato com os três nóis da mão.
Quando você golpeia encaixando o quadril estando DE LADO nos JABs e MAIS QUE DE FRENTE nos DIRETOS, você vai sentir que precisa esguelhar ligeiramente o tronco para o lado oposto do punho que golpeia para que o seu punho enfatize uma linha reta entre os três nóis de contato.
ANALISE ENTRE SOCO VERTICAL E HORIZONTAL
O soco vertical se desenvolve melhor em situações associadas com defesas de mão, alcança bem a altura do rosto, pode ser mais rápido e mais maleável em situações curtas, ao passo que é menos forte e mais curto na distancia para aplicação.
O soco horizontal pode ser forte e funciona bem em longas distancias, mas é mais lento e não se correlaciona bem com as técnicas de defesa de mão.
Um conselho é que na Guarda da Serpente os socos verticais funcionam melhor, e na guarda do Tigre use Socos Horizontais, mas ao usarmos defesas os socos que vamos usar mais são os Socos Verticais.
O SOCO INVERTIDO (FOTO 10)
O Soco Invertido não golpeia de fato com as costas da mão, mas com os três nóis da mão que parte para o alvo de maneira semi-circular invertida. Embora o golpe não atinja com a parte da frente do punho é preciso que a sua mão evidencie os três nós que atingirão o alvo.
Esse soco pode ter quatro aplicações:
1 Podemos fazê-lo num movimento curto circular lateralmente, onde o punho vai atingir lateralmente, num movimento controlado de disparo e retorno para não forçar o ombro, movendo somente o cotovelo.
Note que aqui o cotovelo precisa estar aberto e erguido antes do golpe ser desferido. É preciso então perceber que dependendo do caso seria uma atitude lenta.
2 Podemos fazê-lo com uma perspectiva semi-frontal, com um movimento mecânico de articulação sanfonada, onde o punho vai atingir lateralmente, mas num movimento praticamente frontal semelhante a um soco frontal.
Note que nesse caso o cotovelo precisa estar baixo para que mova-se todo o braço (cotovelo com ajuda da articulação do ombro até o punho) como um soco frontal reto, mas com uma pequena inclinação para atingir lateralmente e de maneira fechada.
Também o punho deve voltar rapidamente em ida e volta. Jamais golpeie com o braço esticado, isso lesa o ombro, mas a articulação do cotovelo desenvolve a mecânica do movimento.
3 Podemos também fazê-lo com a mesma idéia sanfonada de atingir lateralmente num movimento frontal, mas agora atingindo no final do movimento como que de cima pra baixo.
Note que o movimento pode atuar como no primeiro caso que vimos, onde o cotovelo deve estar erguido e descrever um movimento circular para baixo de ida e volta imediata.
4 Também podemos usar de maneira fechada (como no segundo caso), onde o impacto vindo de cima não pode ser amplo, mas fechado: a mão vai para frente como num soco reto (com a ajuda de todas as articulações do braço), mas com um pequena inclinação natural no final atingindo por cima.
GUARDA PARA SOCOS VERTICAIS
Usamos Socos Verticais da seguinte forma: As mãos ficam com os punhos numa posição vertical um à frente do outro.
Esse soco é disparado reto, por cima da outra mão e ao mesmo tempo que uma mão vai reto a outra volta contornando por baixo como um movimento de pistom.
Você não deve roçar os braços, mas ao mesmo tempo deve manter o movimento dos pulsos bem próximos um do outro, fechando a guarda estrategicamente, chegando a sentir um ligeiro contado com a pele e com os pêlos dos braços, mas sem roçar, sem apoiar a ação de um braço no outro.
GUARDA PARA SOCOS HORIZONTAIS
A segunda guarda é para Socos Horizontais onde as mãos ficam à frente do corpo um pouco erguidas.
Enquanto um punho golpeia o outro retorna à uma posição próxima do ombro com o cotovelo apontando pra trás e o punho apontando pra frente naturalmente, e dai parte para atacar da mesma maneira outra vez.
É importante não esquecer que a parte da mão que vai atingir o alvo são os três nóis: mínimo, anelar e médio. Na altura do rosto é muito importante saber que a mão só vai encaixar-se bem no alvo na altura do rosto com as costas da mão no seu ponto de vista meio inclinada diagonalmente quando o quadril está pouco encaixado ou com as costas do punho ereta e inclinando o corpo um pouco para os lados quando o quadril é mais encaixado, como vimos.
Teste num alvo sólido ou encenando numa parede. Você vai notar que há uma complexidade para se aplicar o soco horizontal na altura do rosto que se resolve atendendo a essas orientações.
AVANÇANDO OU RECUANDO COM PASSOS (FOTO 11)
Para andar na base vamos analisar em dois tempos:
Posicione-se em GUARDA com os pés paralelos ou com os pés alinhados.
1 Traga a perna de trás até perto da perna da frente.
Quando você caminha com os pés paralelos dê o passo na mesma largura do ombro, sem juntar os pés para não sair da direção.
Quando você caminha com os pés alinhados o pé de trás chega até perto do pé da frente, atrás do pé da frente, porque estão alinhados.
2 Agora avance com a perna que está à frente à posição de GUARDA, outra vez à frente.
Quando nos deslocamos com as pernas paralelas, esse movimento não é natural, mas é a maneira correta para seguirmos sempre com os pés paralelos.
Quando nos deslocamos com os pés alinhados precisamos tomar cuidados para que os pés não se choquem.
Mantenha o calcanhar do pé de trás levantado andando na ponta do pé quando os pés estão paralelos. Mantenha o pé da frente na ponta do pé ao se deslocar com os pés alinhados.
Treine nos dois tipos de base e aprenda a fazer em um único tempo.
Para recuar vamos analisar em dois tempos:
1 Recue a perna da frente até a direção da perna de trás.
Mantendo os pés sempre paralelos, ou sempre alinhados dependendo da base.
2 Agora recue a perna que estava trás para trás ficando em GUARDA com os pés sempre paralelos, ou sempre alinhados.
Treine nos dois tipos de base e aprenda a fazer em um tempo.
DESLOCANDO-SE COM IMPULSOS DE AVANÇOS E RECUOS (FOTO 12)
Você pode estar na posição da Base Paralela ou na Base Alinhada para executar movimentos de aproximação ou afastamento do alvo com avanços ou recuos sem passos.
Para avançar com impulso basta estender o pé da frente deixando o pé de trás seguir o movimento sem juntar os pés. Enquanto o pé da frente avança o de trás se desloca seguindo-o.
Para recuar com impulso basta estender o pé de trás mais um pouco atrás deixando o pé da frente recuar sem juntar, mas apenas deixando a perna da frente seguir o movimento da perna de trás.
Esse movimento pode ser curto e prudente, treine nas duas bases de maneira decorada, e depois movimente-se com movimentos naturais e livres.
Você perceberá que avançar com impulsos é melhor do que avançar com passos, e que recuar com passos é melhor que recuar com impulsos, mas tudo deve fluir naturalmente e tem sua utilidade para o momento certo.
DESLOCANDO-SE PARA O LADO ABERTO EM ANGULOS (FOTO 13)
Posicione-se em GUARDA com os Pés Paralelos ou Alinhados.
O LADO ABERTO da guarda seria o lado onde está o seu peito com suas mãos que é para onde você vai se deslocar diagonalmente.
Alongue a perna de trás para o mesmo o LADO ABERTO diagonalmente em relação ao oponente como que circundando-o seguindo o efeito bússola-compasso, e quando sua perna de trás tocar o chão a perna da frente é recolhida naturalmente deslizando, mantendo a mesma guarda, direcionando-se para o adversário.
DESLOCANDO-SE PARA O LADO FECHADO EM ANGULOS (FOTO 14)
Posicione-se em GUARDA com Pés paralelos ou Alinhados.
O LADO FECHADO seria o lado onde está o seu ombro em guarda com a mão da frente e as costas.
Alongue a perna da frente para o lado fechado da guarda, como que circundando o adversário, mantendo-se direcionado para ele diagonalmente seguindo o efeito bússola-compasso, quando o pé da frente tocar o chão o pé de trás naturalmente vai deslizar se recolhendo ficando direcionado em guarda do jeito como você estava.
Um dos macetes para diminuir o perigo de ser atingido na virilha com os pés paralelos seria o fato de você se acostumar a manter o pé da frente com a borda de fora posicionado alinhado para frente, como se o pé estivesse um pouco para dentro. Isso faz com que o seu joelho esteja um pouco mais pra dentro criando uma dificuldade de você ser atingido na virilha por causa do joelho que serve como uma leve proteção. Pelo fato da anti-perna ficar um pouco inclinada pra dentro por causa da posição do pé, isso também diminui desequilíbrios e ameaças de rasteiras do adversário, formando uma espécie de triangulo centrado.
DESLOCANDO-SE EM ANGULOS COM A PERNA DE TRÁS COMO GUIA (FOTO 15)
Nesse caso a perna de trás vai conduzir o ajuste do ângulo, seja para um lado ou para o outro, tornando mais simples a idéia de angular. Basta observar com cuidado que a perna de trás inicia o movimento angulando a posição e a perna da frente reajusta a posição da base.
SEMI-PASSO NOS CHUTES (FOTO 16)
O esboço inicial para aplicação do chute com semi-passo é:
Para Chutes Frontais, Circulares e Laterais:
1 A perna de trás vem até onde está perna da frente.
2 E logo chuta-se com a perna da frente.
Para Chutes Laterais
1 A perna da frente desliza ou avança um pouco aumentando a distancia.
2 O pé de trás completa o movimento dando um semi-passo até onde está o pé da frente.
3 E logo completa-se com o chute.
Podemos aplicar o semi-passo para chutar à partir da Base Paralela e da Base Alinhada. Em cada situação essa técnica apresenta diferenças.
Na pratica você vai perceber que precisa treinar chutes à partir das duas bases para compreender as duas situações, mas a tendência é que os chutes com a perna são funcionais e naturais através da Base Alinhada.
A GEOMETRIA DO SEMI-PASSO PARALELO (FOTO 17)
Posicione-se com os pés paralelos com o corpo de frente na largura dos ombros. Marque essa largura com uma linha no chão.
Meça agora em cada uma das duas extremidades dessa linha, duas linhas com o mesmo tamanho, e paralelas.
Em frente a primeira linha que você traçou, faça uma linha tracejada unido as duas extremidades laterais fechando um quadrado.
Meça na linha tracejada, à frente da primeira linha, a metade do tamanho dessa linha marcando esse meio com um ponto. Agora à partir das duas extremidades da primeira linha trace duas linhas se encontrando com o ponto marcado na linha tracejada formando um triangulo com a ponta para frente.
Agora corte o triangulo ao meio fazendo uma terceira linha central para frente, no meio do triangulo.
Agora faça três linhas tracejadas, do mesmo tamanho da primeira linha, duas, à partir de cada uma das duas linhas laterais que seguem pra frente, e uma, à partir da ponta do triangulo pra frente.
Temos um triangulo apontando para frente, um pouco à frente desse triangulo está um adversário no mesmo alinhamento que você.
Em uma das extremidades da primeira linha ficará o seu pé de trás e na outra extremidade da linha tracejada ficará seu pé da frente.
Aplicando Chute com semi-passo à partir da Base Paralela
A linha central até a ponta do triângulo é onde você vai pisar o pé de trás com o semi-passo e assim o esquema paralelo dos pés vai se desfazer. A distancia desse semi-passo pode ser até a ponta do triangulo dependendo do alcance desejado no chute, mas seguindo a linha do centro.
No momento em que executamos o semi-passo, ao mesmo tempo que reapoiamos o pé de trás, chutamos com o pé da frente, e o que acontece é que o chute altera a posição das pernas que estavam paralelas para o esquema da Base Alinhada naturalmente, e assim deixando o corpo na Base Alinhada após o chute, permitindo a aplicação de mais chutes com a perna da frente nessa posição. Assim vemos que podemos chutar com a perna da frente à partir da Base Paralela, mas a esquematização dos chutes com a perna da frente está naturalmente associada a Base Alinhada.
Após chutar nos reapoiamos na Base Alinhada direcionado para o alvo.
Aplicando Chute com avanço e semi-passo à partir da Base Paralela
Quando você alonga a posição com o pé da frente, esse alongamento deverá seguir a linha tracejada no centro do triangulo, fazendo assim você está se direcionando automaticamente diante do adversário no esquema da Base Alinhada, abrindo caminho para vir com o pé de trás no semi-passo por trás do pé da frente trocando o passo fazendo com que o pé de trás ocupe o lugar do pé da frente ou chegue bem perto deste, dependendo do alcance, seguindo a linha central do triângulo para completar o movimento com o chute do pé da frente.
Esse desenho é simbólico e não define limites para o tamanho do movimento, apenas demonstra o esboço.
Após aplicar um chute com semi-passo à partir da Base Paralela você vai reapoiar-se naturalmente na Base Alinhada, assim pode continuar chutando outras vezes com a perna da frente. Isso acontece, porque o esquema paralelo das pernas se desfaz quando damos o semi-passo e assim nos direcionamos para o alvo no esquema dos pés alinhados.
Após chutar nos reapoiamos na Base Alinhada direcionado para o alvo.
GEOMETRIA DO SEMI-PASSO ALINHADO (FOTO 18)
Meça a largura dos teus pés paralelos na largura dos ombros e faça uma linha com essa medida no chão.
Meça a metade dessa linha com um ponto, então transversamente a essa linha cruze uma coluna no meio dessa linha através desse ponto medindo duas vezes a medida da largura dos teus ombros.
O pé de trás vai ficar com o calcanhar sobre o início na primeira linha na direção da coluna que segue em diante com o outro pé nessa mesma linha.
Temos uma linha com uma coluna apontando na direção de um adversário à frente.
Aplicando Chute com semi-passo à partir da Base Alinhada
Quando aplicamos o semi-passo vindo com o pé de trás, o pé de trás vai ocupar o lugar onde está o pé da frente, ou chegar perto deste seguindo o alinhamento dos pés numa troca, dependendo do alcance do chute. Essa troca é quase um pulo, ao mesmo tempo que o pé de trás vem o pé da frente chuta.
É preciso muito cuidado para não chocar os pés, pois o pé de trás vão trocar o passo e chutar ao mesmo tempo e no mesmo alinhamento do pé da frente.
Após o chute nos reapoiamos na Base Alinhada.
Aplicando Chute com avanço e semi-passo à partir da Base Alinhada
Quando aplicamos um avanço prévio com pé da frente, esse avanço segue a direção da coluna que aponta para o alvo, e logo o pé de trás completa o movimento com o semi-passo vindo por trás até o lugar onde está o pé da frente ou bem próximo, de acordo com o alcance desejado, completando o chute com o pé que estava à frente, fazendo essa troca ao mesmo tempo.
Após aplicar o chute nos reapoiamos na Base Alinhada.
Com base nessas informações percebemos que a aplicação correta de chutes com a perna da frente tem seu esquema sempre na Base Alinhada. O trabalho à partir da Base Paralela é um exercício que ilustra uma situação que devemos dominar.
A LIBERDADE EQUILIBRADA E A ESTRATÉGIA DEFINIDA
É importante você saber que no combate sua desenvoltura deve ser natural e o elemento mais interessante na arte marcial é que através da naturalidade as estratégias técnicas podem funcionar em cada situação com infinitas diferenças. Através do que é fixo adquirimos hábitos para sentirmos e nos acostumarmos a agir sabendo onde estão determinados pontos fracos, limitações, possibilidades, e oportunidades.
Eu preciso corresponder a detalhes estratégicos fixos para não ser surpreendido por falta de conhecimento técnico e de perícia, do mesmo jeito que na possibilidade da liberdade eu posso transcender todas essas posturas agindo de maneiras inusitadas, às vezes até contraditórias a própria técnica.
Eu preciso estar bem treinado, consciente, e atento ao que eu estou fazendo através da liberdade para poder me libertar das regras sabendo que perigos e que oportunidades estão envolvidas em cada situação. As possibilidades da luta, e as limitações do meu corpo podem encontrar contradição. Sendo assim, as verdadeiras regras são apenas conselhos para o sucesso.
Em algum momento pode ser preciso reagir de maneira inusitada ou adotar estratégias que você não imaginava. Você deve adquirir perícia até naquilo que não é muito usual como uma espécie de vocabulário auxiliar ou de emergência.
Você não deve se deixar cativar por nenhuma estratégia ou estilo que não te deixe agir naturalmente e com eficiência de acordo com sua individualidade e conforme as necessidades do combate, mas todas as estratégias e movimentos devem seguir objetivos funcionais.
CHUTE FRONTAL (FOTO 19)
Levanta-se o joelho para frente e chuta-se num único movimento. O quadril sempre atua nos chutes, libera-se a energia, mas sem deixar que a articulação do joelho se choque no final, puxando de volta a perna num movimento de chicote. A perna precisa se esticar totalmente e liberar o impacto sem retenção, tendo consciência de penetrar o alvo na distancia correta de impacto.
Observe sempre em todo chute a idéia da distancia onde o golpe deve penetrar o alvo.
Quando eu aplico um chute frontal, o que naturalmente vai acontecer é que meu quadril vai ficar de lado para enfatizar a ação da perna que golpeia. Ao mesmo tempo o meu tronco vai atuar ficando de frente e não de lado, numa posição oposta ao quadril. Essa contradição vai acontecer naturalmente, porque o meu quadril tem a intenção de liberar energia com a perna e o tronco tem a intenção de manter-me equilibrado enquanto eu encaixo o quadril. O equilíbrio do meu corpo só existe se houver essa postura contraria do tronco em relação ao quadril.
Note também que há uma tendência do braços auxiliarem o equilíbrio do corpo durante o encaixe do quadril. No caso de chutes frontais a tendência é que o braço da frente, que está do mesmo lado da perna que chuta, sinta a necessidade natural de puxar o tronco para atrás, como se estivesse dando uma ligeira cotovelada pra trás, e a mão de trás estará em guarda podendo apertar o punho naturalmente para sentir-se firme.
Essas são consequências naturais que podem variar de pessoa pra pessoa. O que é importante é você saber o que acontece para buscar respostas quando houver alguma dificuldade.
CHUTE SEMI-CIRCULAR (FOTO 20)
Levanta-se o joelho lateralmente vindo por fora para disparar um movimento semi-circular para o meio, num único movimento. A perna deve golpear como um chicote e retornar antes de haver o choque da articulação do joelho, mas sem interromper a energia do movimento que conta com a penetração do quadril sempre para saia totalmente.
O movimento deve ter por intenção ultrapassar a área de contato, penetrar, e voltar sem chocar o joelho. Como o chute é semi-circular a superfície do alvo estará do lado do alvo até o centro deste.
Quando chutamos na altura do rosto ou quando o adversário está de lado o espaço de penetração do membro é menor, sendo assim o chute precisa penetrar e repor sem chocar o joelho e isso num espaço menor.
Quando se chuta com o ponto de contato abaixo dos dedos polegar e médio na sola do pé há menos risco de chocar o joelho e a penetração no alvo é maior, porque o pé atinge o alvo como um martelo. Ao chutar com o peito do pé, este só irá até o meio do alvo e voltará, o chute terá uma penetração menor, porque o pé está ereto em linha com a canela, sendo assim é preciso estar atento para não chocar o joelho no momento do impacto sem alvo sólido.
Quando chutamos com um sapato de sola dura a tendência é chutarmos com o peito do pé, quando a sola do sapato é macia podemos chutar como um martelo.
Quando eu aplico chutes semi-circulares, o que naturalmente vai acontecer é que meu quadril vai ficar de lado para enfatizar a ação da perna que golpeia. Ao mesmo tempo, o ombro do lado da perna que chuta vai tentar manter meu tronco de lado junto com o quadril com o braço esticado para baixo e aberto para o lado ou relaxado em guarda e baixo para manter meu equilíbrio enquanto eu encaixo o quadril estando totalmente de lado. Há uma tendência da mão de trás se erguer na altura do rosto para auxiliar o corpo a manter-se equilibrado.
As vezes acontece de apertarmos o punho de uma das mãos ou não. Quando o corpo se inclinar pra trás a cabeça deve permanecer ereta através do pescoço.
O CHUTE SEMI-CIRCULAR-FECHADO (FOTO 21)
O chute semi-circular-fechado com a perna da frente tem um efeito muito interessante, que é o efeito circular-frontal, onde o movimento é semi-circular, mas com uma trajetória quase frontal, como que sanfonado.
O movimento vai levantar a perna lateralmente, mas não vai vir de fora, e com o quadril bem encaixado de lado para que o movimento tenha estrutura e potência, vai se esticar e atingir o alvo como um movimento de articulação mecânica sanfonada, isto é, atingindo pelo lado, mas seguindo esticando a perna num movimento quase retilíneo.
Esse chute se aplica somente na altura do rosto.
CHUTE LATERAL OU DE LADO (FOTO 22)
Esse chute desfere um ataque de muito impulso, diferente da idéia do chute tradicional lateral. Esse chute tem a idéia de golpear provocando um empurrão com o impacto. Não é um empurrão, também não é só um golpe, sendo assim, neste chute você aplica o impulso da perna que vem do quadril, observando que:
1 Todo impulso é lançado pra frente vindo do quadril.
2 O equilíbrio precisa se manter no pé de apoio centrando ao mesmo tempo do impacto.
3 O corpo esguelha-se pra atrás permitindo esse encaixe, mas não deixando o corpo cair pra trás pra que haja equilíbrio no pé de apoio e não se perca a energia do golpe pra frente.
4 O recolhimento imediato da perna após o chute não é importante por se tratar de um chute penetrante, mas a perna pode retornar como um chicote, ou relaxar encolhendo de volta.
É importante analisar a distancia onde acontece o inicio do impacto na superfície do alvo para que que após o impacto não aconteça o choque do joelho sem alvo visível, por isso treine em superfícies leves que delimitam a distancia, e em superfícies sólidas observando os quatro elementos acima.
Note que para manter o equilíbrio no chute:
Quando chute é pouco encaixado você pode agir como no chute circular, forçar o ombro pro lado contrário ao quadril, com este braço esticado e baixo naturalmente, e levantando ou apertando a outra mão de trás.
Quando o chute é mais encaixado, você pode agir como que jogando os braços pra trás, ou seja, o braço que está do mesmo lado da sua perna ao invés de ficar do lado das costas fica do lado do peito e o outro braço naturalmente baixo. É importante observar que essa situação é uma outra possibilidade funcional para chutes laterais, mas tomando cuidado pra não perder a visão do adversário, não baixar a cabeça e não se deixar cair pra trás. É uma situação extrema que deve ser feita com prudência.
CHUTE FRONTAL OU SEMI-CIRCULAR COM SEMI-PASSO
Podemos fazer esses chutes usando um semi-passo.
Nos posicionando em guarda com os pés paralelos, avançamos com o pé de trás até perto do pé da frente, do lado do pé da frente, pelo centro de nossa base, podendo ir mais um pouco à frente do pé da frente, e logo levantamos a perna que estava à frente para chutar durante a transição. Fazemos o passo e em seguida o chute num movimento fluído.
Nos posicionando em guarda com os pés alinhados, avançamos o pé de trás até perto do pé da frente, ao lado do pé da frente, podendo passar à frente do pé que está à frente, aplicando logo em seguida o chute.
No combate esse semi-passo pode ser menor dependendo da distância à aplicá-lo.
Após o chute é muito importante reapoiar o pé ficando direcionado para o alvo, mas sabendo que uma vez que movemos a perna de trás até o lado da perna da frente nos conduzimos fora do esquema de direção em que estávamos diante do alvo. Sendo assim para não ficarmos desalinhado após o chute, chutamos e nos direcionamos diagonalmente a ele compreendendo o Efeito Bússola-Compasso para cada situação.
CHUTE SEMI-CIRCULAR-FECHADO COM SEMI-PASSO
O procedimento do semi-passo é semelhante como vimos acima.
Lembre-se bem que o chute precisa penetrar o alvo e retornar rápido.
Ao reapoiar-se fique direcionado relação ao alvo sabendo que o esquema em que você estava foi desfeito. No reapoio posicione-se segundo o Efeito Bússola-Compasso.
AS TRÊS APLICAÇÕES PARA CHUTE LATERAL (FOTO 23)
Há três maneiras de aplicá-lo.
Você deve dispará-lo numa posição lateral apenas erguendo o joelho lateralmente e desferindo o golpe empurrando para frente. Lembre-se que não é um empurrão, mas um impacto profundo ou empurrão impactante.
1 Aplicando-o parado acontecerá um giro brusco do quadril da posição onde você estava girando sobre o pé de apoio com a liberação do impacto para frente impulsionando o corpo de lado mantendo o equilíbrio no pé de apoio como uma coluna enquanto libera-se o disparo para frente.
É preciso saber que o pé deve disparar o chute direcionado no angulo ou direção do meio do alvo seguindo o esquema do Efeito Bússola-Compasso seja na Base Paralela ou na Base de Retranca.
2 A segunda situação é quando a distancia é um pouco maior e você precisa de um semi-passo disparando depois o chute num movimento fluente.
Com os pés paralelos ou alinhados, direcionado para o alvo você vai golpear com o corpo de lado, por isso é preciso apoiar o pé trás corretamente ao lado do pé da frente e fazer um bom encaixe do quadril lateralmente durante o semi-passo, fazendo o chute seguir no angulo correto a partir do pé de trás.
Você vai avançar a perna de trás vindo com ela até à frente da perna que está à frente pelo meio da base, fazendo o seu corpo ficar de lado imediatamente num semi-passo. Assim você está alinhando-se com o alvo e erguendo a perna da frente pra chutar ao mesmo tempo, e logo desferindo o Chute Lateral. Tudo num único momento.
Você se aproxima e ao mesmo tempo faz o chute sair alinhado com o alvo de uma vez só.
Tome cuidado para não tropeçar, porque a perna de trás vai ocupar exatamente o meio gerando o angulo correto para que o chute não saia para fora do alvo.
Quando a distancia é menor, basta você dar o semi-passo até o meio da base, ao lado do pé da frente, mas fazendo um giro mais brusco na hora de chutar quando trocar o passo.
3 A terceira situação é quando a distancia é ainda maior. Assim eu faço da seguinte forma:
A perna da frente desliza um pouco para frente, mas indo para o lado onde está minha perna de trás, na mesma linha da perna de trás, mas for a do centro, abrindo espaço para perna de trás vir por trás da perna da frente pelo meio onde estava a base, ao lado do pé da frente, fazendo então o angulo reto para meio pé de apoio, para que eu acerte o alvo em cheio e reto.
Você anda um pouco para frente com a perna da frente saindo do meio, para o lado da perna de trás, e então a perna de trás ocupa o meio, vindo por trás, trocando o passo com mais amplitude, recolhendo a perna da frente preparando pra chutar e fazendo a perna de trás se apoiar ao mesmo tempo, disparando o chute usando bastante impulso do quadril como que jogando o impulso do quadril todo pra frente, sem deixar o corpo ser levado pra frente, mantendo o equilíbrio em cima da perna de apoio e sem cair para trás enquanto o corpo se inclina pra trás.
Tudo deve fluir num único momento, então no início treine devagar.
Lembre-se que após chutar você se reapoia diagonalmente virado para o alvo.
O IMPACTO (FOTO 24)
Existem duas situações no impacto de um golpe:
1 Eu acerto o alvo.
Eu preciso produzir um movimento, com técnica, equilíbrio, potência e velocidade correta.
2 Eu erro o alvo na tentativa de acertá-lo.
Eu preciso reagir com equilíbrio quando o meu movimento transpassa o alvo sem acertá-lo, da mesma maneira como se eu o acertasse.
Sendo assim existem duas sensações básicas na aplicação de um golpe:
1 A sensação de atingir um alvo sólido.
2 A sensação de não atingir o alvo quando intencionamos isso.
Nas duas situações precisamos corresponder corretamente em distancia, equilíbrio, velocidade e potência da mesma maneira, para que seja qual for a situação real, de acertar o alvo ou não, eu não me surpreenda nem não esteja limitado.
O ALVO
Eu preciso experimentar 3 situações nos exercícios:
1 O alvo invisível.
É quando eu treino ao vento, sem um alvo visível. Não tendo nenhum foco visual de distancia eu preciso focalizar um ponto no espaço para golpear corretamente.
O exercício ao vento é necessário para que eu possa desenvolver a forma básica das técnicas sem esquecer de aplicar em conjunto as habilidades reais que preciso usar.
2 O alvo sólido.
É um alvo que possui estrutura para ser golpeado de maneira real, estimulando-me à uma reação e sensação correta de potência, sem esquecer do equilíbrio do corpo.
Como um alvo sólido pode ser visto, delimita a distancia para reagir corretamente. Ex: Um saco de pancada.
3 O alvo visível não sólido.
Trata-se de algum objeto maleável que serve de alvo, define uma distancia visual, mas não possui massa sólida que reaja ao impacto. Ex: uma toalha num varal, ou uma cartolina dura presa num barbante.
O alvo maleável faz eu experimentar a distancia correta, e também a sensação de eu tentar golpear um alvo sólido, mas sentindo o vácuo como se não o tivesse acertado.
ATENÇÃO AO INESPERADO
A minha postura nas duas situações deve ser a mesma, eu não posso me desequilibrar ao não acertar, nem ser ineficiente ao acertar, em outras palavras, nenhuma das duas situações pode ser uma supressa pra mim. Eu tenho que reagir com potência e equilíbrio nas duas situações e do mesmo jeito, sem diferenças.
Quando eu treino golpeando o vento, não posso nunca ter a intenção de golpear o vento adotando uma movimentação com aspectos de ineficiência, mas golpear o vento é um elemento que eu uso para desenvolver forma e para saber reagir quando na intenção de golpear um alvo sólido, eu me deparo com o vento. Eu não posso me esquecer que minha intenção é sempre golpear um alvo sólido, e mesmo quando eu golpeio o vento preciso de aspectos técnicos que permitem prudência e controle durante a ação. Eu não posso esquecer que um adversário nunca é imóvel.
O ALVO IMAGINÁRIO
Na arte marcial a distância é o elemento que define a diferença entre um acerto e um erro. Sem um alvo visível a realidade da distancia praticamente não existe. O conceito da distancia mediante a focalização de um alvo precisa estar presente em todos os exercícios.
Quando treinamos sem um alvo visível é preciso focar visualmente a distancia correta onde o golpe vai acontecer.
Pra você compreender como focalizar a distancia sem alvo visível faça o seguinte:
Com o corpo de frente estenda um braço com o punho fechado na altura do seu rosto, meça os 3 dedos atrás do seu pulso estendido, marque essa distancia colocando a palma sua mão com a palma virada pra você demarcando essa posição, baixando o braço que você estendeu, agora mova a palma desta mão nessa mesma distancia, pra cima e para baixo. Isso faz com que sua visão faça um foco onde sua mão se moveu diante de você, golpeie esse alvo imaginário com a outra mão. Você estabeleceu uma distancia entre você e o alvo, e da penetração do seu punho nele. Quando você movimenta o quadril ganha mais distância para o ataque. É preciso perceber até onde você pode atingir bem um alvo nos treinos para que você leve esse mesmo instinto para o combate.
Não é aconselhado que você treine sem um alvo visível seja ele sólido (Ex: saco de pancada) ou não (Ex: uma toalha num varal), mas em precisando treinar sem alvo tente focar uma distancia onde você golpeia que permita penetração nesse alvo imaginário.
Um outro macete é prender um barbante no teto que vá até a altura do seu joelho e golpear essa linha tendo uma noção de distancia, tentando descobrir como golpear bem com braços e pernas, além de desenvolver pontaria e timing nos seus golpes. Tomando cuidado para não colocar o barbante até o chão pisar ou prender o barbante e se cortar com o barbante preso.
Não tendo um saco de pancada ou alguém pra segurar uma luva de foco pendure uma toalha num varal e golpeie a toalha nos seus exercícios, assim você se acostuma a sempre visualizar a distancia, mas sempre imaginando a toalha como um alvo sólido aplicando os golpes corretamente, imaginando a toalha como um adversário que pode se mover e se esquivar de você.
Sendo assim três coisas são importantes nos treinos de ataques:
1 Não deixar o cotovelo, ou joelho se chocar no momento do impacto.
2 Desenvolver habilidade para gerar impulso para um impacto com efeito real sem contração.
3 Compreender em que distancia correta que meu membro penetra o alvo.
Essas três coisas são administradas juntas e a perícia de realizar essas coisas advém de treino.
Ao golpear um alvo visível ou invisível há duas coisas fundamentais a entender:
1 Todo golpe precisa de um espaço de impacto, que seria a distancia em que seu braço transpassaria o alvo, da superfície do alvo até o seu interior. O movimento precisa atingir e penetrar o alvo imaginário numa distancia do alvo para dentro.
2 O seu membro quando se estica precisa liberar toda a energia de impacto esticando-se totalmente, mas atento para não deixar ocorrer o choque do cotovelo ou joelho, com um relaxamento ou recolhimento do membro no ápice final do impacto. O membro se estica totalmente, mas sem chocar a articulação.
É importante analisar a questão da distancia de impacto para chutes e socos quando existe o foco visual de onde está a superfície do alvo. O impacto do movimento acontecerá antes de se interromper o choque da articulação do membro e deve ser completa a liberação da energia. A distancia entre você e a superfície do alvo precisa gerar uma boa distancia de penetração no alvo. Eu preciso ter consciência disso nos alvos sólidos, maleáveis, e imaginários.
A focalização da distancia de impacto, a habilidade de controlar choque da articulação do membro sem contração, e a capacidade de liberar impulso com força e velocidade sem contração define que meu movimento não seja anti-funcional em qualquer tipo de alvo.
FORÇA E VELOCIDADE JUNTAS
Um ponto importante no caso da eficiência dos golpes é que:
1 Se eu quero desenvolver força e velocidade num movimento jamais devo treinar uma coisa separada da outra. Eu preciso me acostumar a desenvolver e expressar as duas coisas sempre juntas, para que eu nunca manifeste uma coisa sem a outra.
2 Para ampliar minhas habilidades e mantê-las sempre em forma eu preciso aplicar o máximo do que posso em força e velocidade em cada movimento. Eu preciso me acostumar liberar o máximo de energia em cada uma das minhas ações, para serem decisivas e isso aconteça em cada ação habitualmente.
OS TIPOS DE IMPACTO NOS SOCOS (FOTO 25)
Há três maneiras de se golpear socos: O Efeito Chicote, o Efeito Empurrão Giro e o Efeito Empurrão Reto.
Os três efeitos são efetivos quando feitos corretamente. Um soco seria considerado fraco se for um empurrão sem impacto, ou um disparo sem impulso.
Vamos analisar o movimento dos braços individualizados do quadril.
O Efeito Chicote libera todo o impulso, mas antes do choque do cotovelo, interrompe-se o movimento no ápice final voltando o punho como um chicote num movimento de ida e volta.
O Efeito Empurrão tem a idéia de esticar o punho para liberar o impulso sem a intenção de retornar, sendo assim temos duas situações no Efeito Empurrão:
Reto: O punho dispara o golpe reto penetrando o alvo e relaxando no fim, sem voltar, antes de haver o choque do cotovelo, semelhante ao que acontece de maneira mais fixa nos socos japoneses, mas com uma idéia mais livre no momento em que o punho relaxa no final sem ficar esticado. É o Efeito Empurrão Reto. É preciso muita atenção para desenvolver a habilidade de não reter todo o impulso nem contrair o membro, mas saber relaxar imediatamente antes de choque do cotovelo para não lesionar o cotovelo.
Giro: O punho dispara o golpe num movimento frontal com um efeito curvo que vai declinando no final, onde o cotovelo não chega a se esticar e não há o risco de haver o choque o cotovelo como se o punho transpassasse o alvo após o impacto como se viesse de cima. Semelhante ao que fazem os boxeadores americanos. É o Efeito Empurrão Giro. É preciso cuidado para não lançar ou forçar o ombro ao golpear para não o lesionar.
Os movimentos de chicote liberam energia de impulso usando somente o membro sem o quadril, são movimentos com uma tendência menos potente. Movimentos com ida e volta imediata permitem ações de curta duração de tempo entre um golpe e o próximo, e também a utilização de técnicas de defesa associadas com Socos verticais, que são os socos que usaremos pra isso.
Os movimentos de empurrão que não retornam o punho são movimentos que movem uma conexão de impulso com o resto do corpo visando a ida e não muito a volta. Movimentos de empurrão tem uma ênfase a serem mais decisivos e enfáticos através da potência, sendo menos maleáveis gerando um espaço de tempo maior entre um golpe e o próximo.
Exemplificando, num treinamento de boxe, às vezes o treinador põe luvas de foco diante do boxeador e os seus movimentos tem a perspectiva de retornarem rapidamente como um chicote, pois precisam ser menos amplos e mais rápidos, ao passo que quando o boxeador bate no saco de pancada, ele tem a ênfase de decidir uma situação mais estática pela potência principalmente, por isso seus golpes podem ser mais conexos com todo o corpo disparados sem uma intenção do retorno membro após o golpe.
Você precisa desenvolver esses três mecanismos de ataque.
É preciso se habituar com a mecânica de cada uma das situações para cada tipo de soco em JAB e DIRETO, para que por instinto você possa usá-los de acordo com a situação correta no combate.
O IMPULSO E A EXPLOSÃO NA GERAÇÃO DO IMPACTO
A idéia de golpear não advém da contração ou do ato de fazer força, pelo contrário, a contração só retém a energia de impulso, mas para gerar impacto isso advém de um impulso como se você estivesse empurrando o vento com o punho, mas consciente de um impacto unido a esse empurrão através de um movimento expansivo, porém explosivo, para que haja explosão ou disparo associado com o impulso.
No momento em que seu punho atravessa o alvo, já liberou o impulso e sua mão chega no fim do movimento vazia pouco depois do impacto sem chocar o cotovelo.
Teoricamente a mecânica de um golpe funciona como se a energia do impulso tenha seguido profundamente enquanto seu membro tenha ficado, sem nenhuma contração nem choque da articulação, com o membro relaxado durante e depois do golpe. Analisando assim não há um esforço, mas um impulso agressivo bem direcionado fruto de uma explosão relaxada e estruturada.
Devemos estudar o movimento ao vento sem alvo, mas focalizando uma distancia imaginaria. Do mesmo jeito que aplicamos golpes ao vento, aplicamos em alvos visíveis e palpáveis sem nenhuma variação de intenção.
Nos socos o punho é apertado com força, mas somente no momento do impacto para que os músculos do ante-braço façam a conexão do quadril, braço e punho. Se você contrair o ante-braço antes do impacto fechando com força a mão, essa contração é estática, deixando o punho pesado e sobrecarregando o corpo, mas quando essa contração acontece com Timing, toda a energia do corpo flui flexivelmente.
Nos chutes o pé não se contrai, mas o simples fato do pé estar posicionado corretamente já gera um tipo de contração que conduz a energia do quadril, membro para o tornozelo.
O Soco Vertical mais curto e fechado (FOTO 26)
O Soco é Vertical precisa ser aplicado à uma distancia curta para possuir estrutura. Quando tentamos golpear longe ele perde a estrutura, lesa o ombro e não tem bom impacto.
O Soco Vertical nunca pode ser aberto, fora de fora do corpo, mas próximo do corpo, rente ao tórax para ter estrutura.
O Soco Horizontal mais amplo e aberto (FOTO 27)
O Soco Horizontal tem estrutura alcançando uma distancia um pouco maior que o Soco Vertical.
O Soco Horizontal precisa sempre ser aberto: vir de fora do corpo, um pouco acima ou ao lado do ombro para ser efetivo.
OS TIPOS DE IMPACTO NOS CHUTES (FOTO 28)
O Efeito do Chicote nos chutes tem a idéia de carregar o movimento com impulso de ida e volta, sem contração, na intenção de impedir que o membro exerça o choque da articulação do joelho e também de proporcionar retorno à perna para se reapoiar no chão, encolhendo e relaxando o membro após golpear. A perna estica-se totalmente, mas impedindo o choque do joelho com o retorno da perna.
Observe que a perna não quebre a energia do impacto sem se esticar totalmente, mas consiga fazer o retorno antes do choque do joelho no momento oportuno por uma habilidade de Timing.
Um chute precisa retornar rápido para que a perna não seja segurada e deve partir rápido para não ser percebido facilmente. Assim é o mecanismo único dos chutes FRONTAIS e SEMI-CIRCULARES. É preciso desenvolver a perícia de recolher a perna antes do choque do joelho, mas sem reter em nada a energia do golpe esticando a perna até o fim.
No caso dos Chutes Laterais ou de lado, usamos o Efeito Empurrão, onde tem de haver impacto e batida, mas num efeito de empurrão, e nisso a perna teoricamente não será recolhida após o golpe como um chicote, mas será relaxada após o impacto de maneira mais natural e menos focada na volta, pois é um chute que tem um efeito muito enfático no ataque e pouco na volta.
APLICAÇÃO DE JAB E DIRETO EM SOCOS OU CHUTES
A técnica para se usar socos ou chutes se baseia no fundamento de usarmos JAB (ataque com o membro da frente), e DIRETO (ataque com o membro de trás).
AS SITUAÇÕES DE DISTANCIA PARA SOCO E CHUTE
No caso dos socos:
1 Se você já está próximo do alvo, então desfere socos parado, ficando numa posição curta, mas parado.
2 Quando você precisa alcançar uma distancia um pouco maior do que a que está, precisa alongar a base.
3 Quando a distancia é um pouco maior, então você pode deslizar a base à frente com um avanço ou arremeço de pernas.
No caso dos chutes:
1 Eu posso chutar com a perna da frente onde o alcance é curto.
2 Posso chutar com perna de trás onde o alcance é maior.
3 Posso chutar com a perna da frente num semi-passo avançando onde alcanço mais longe.
O USO DO QUADRIL EM SOCOS E CHUTES
O quadril tem duas funções nos golpes:
1 A função de alicerce estrutural estático. Onde o quadril posicionado corretamente dá firmeza para os movimentos de mão e pés somente pela postura, movendo somente os membros.
2 A função de mola geradora de impulso para os membros. Quando o quadril é de fato movido conduzindo energia impulsiva até os membros.
Alguns movimentos tem a intenção de serem sequenciados onde o quadril não vai chegar a mover-se, não havendo quase tempo entre um golpe e outro, onde o quadril estará naturalmente na posição certa para o movimento fluir com estrutura. Outros movimentos terão a intenção de serem mais potentes individualmente deixando um certo tempo de espaço entre um golpe e outro, mas sendo mais potentes.
AS QUATRO POSIÇÕES DO QUADRIL (FOTO 29)
As posições que o quadril pode adotar em guarda para socos e chutes são:
MEIO DE LADO. O corpo fica numa posição diagonal em relação a frente, onde não está de lado nem de frente.
DE FRENTE. O corpo fica de frente para o alvo.
Poderíamos dizer que essas posições são estáveis, elas acontecem como estrutura para o movimento de maneira estática.
Você pode treiná-las ficando em guarda na ponta do pé de trás, apenas posicionando-as para senti-las.
DE LADO. O corpo fica encaixado totalmente de lado. Note que o pé da frente pode apontar um pouco para dentro naturalmente.
MAIS QUE DE FRENTE. O corpo fica encaixado um pouco mais que de frente, ligeiramente diagonal em relação ao alvo. No que o pé da frente vai ficar um pouco pra fora naturalmente.
Na prática essas posição são instável porque simbolizam movimentos. Você pode treiná-las ficando em guarda na ponta do pé de trás e encaixando a posição suavemente, deixando o pé da frente se posicionar conforme o movimento do quadril exercendo atrito no chão.
GOLPE SIMPLES E GOLPE ENCAIXADO (FOTO 30)
O quadril adota duas atitudes na aplicação de golpes: A estrutura estática e o movimento de impulso.
1 A idéia estática do quadril é que quando a mão ou pé desfere um ataque ele precisa estar estruturado num elemento de firmeza. O quadril fica estável na posição correta.
2 No movimento de impulso o quadril faz uma conexão com o membro numa idéia de complementar a energia estruturando e aplicando um elemento de impulso. O quadril reage antes com um encaixe que se completa com o membro num timing de conexão encerrando o movimento numa posição de quadril.
Quadril nos socos
A aplicação de socos pode ser de duas maneiras: SIMPLES (quando o quadril funciona como estrutura estática) ou ENCAIXADO (quando o quadril desenvolve conexão de impulso).
SIMPLES: O quadril fica MEIO DE LADO nos JABs, e DE FRENTE nos DIRETOS. Note que o quadril já estará na posição correta, ou se posicionará corretamente durante o movimento por uma questão natural, mas o quadril não é encaixado.
ENCAIXADO: O quadril encaixa até ficar DE LADO nos JABs com o corpo de lado mesmo, e é encaixado até ficar MAIS QUE DE FRENTE nos DIRETOS numa posição ligeiramente diagonal do quadril mais pra dentro, onde o pé da frente quase aponta para fora. Note que há uma conexão do quadril com o membro durante o movimento semelhante a um giro.
No caso dos Socos Simples numa posição estática quase sempre usa as seguintes posições:
MEIO DE LADO em JABs.
DE FRENTE EM DIRETOS.
No caso dos Socos Encaixados com impulso do quadril quase sempre se usa as seguintes posições:
Encaixando DE LADO em JABS.
Encaixando MAIS QUE DE FENTE.
Na aplicação de chutes o quadril também possui a maneira SIMPLES (como estrutura estática) e ENCAIXADA (quando gera impulso no movimento).
Quadril nos chutes
Nos chutes é mais complicado definir a posição do quadril porque o movimento pode decorrer de muitas maneiras em cada situação e para cada chute. O importante é entender o que acontece nas duas situações.
SIMPLES: O quadril estará encaixado mais para o lado da perna que chuta, numa posição MEIO DE LADO, ou DE LADO, ou MAIS QUE DE LADO antes do chute ser desferido.
ENCAIXADO: O quadril não está encaixado e vai girar junto com o movimento da perna se encaixando totalmente.
Quando falamos de Chutes Simples nos referimos ao fato da perna fazer o chute sem um encaixe do quadril durante o movimento onde o quadril já está encaixado antes da perna chutar. O quadril pode estar também já encaixado um pouco e se encaixar mais durante o chute.
Um Chute Encaixado é um chute que vem de qualquer situação e se encaixa totalmente.
Nunca podemos chutar com o quadril retraído, ou posicionado em contra partida ao movimento.
Quando falamos na situação de chutar parado nos referimos basicamente a chutes com a perna da frente, onde você vai chutar já estando na posição correta parado, ou depois de já haver chutado e encaixado o quadril, sem querer desencaixá-lo pra chutar outra vez aplicando o segundo chute na mesma posição de novo, ou numa posição parcial onde o quadril está quase todo encaixado e se encaixa mais.
No caso dos Chutes Simples numa posição estática pode ser:
MEIO DE LADO para Chutes Frontais.
DE LADO para Chutes Circulares.
DE LADO (para MAIS QUE DE LADO) para Chutes Laterais.
No caso dos Chutes encaixados com impulso:
DE LADO nos Chutes Frontais.
DE LADO para Chutes.
MAIS QUE DE LADO para Chutes Laterais.
Estamos estabelecendo situações para analisarmos o quadril, mas isso a desenvoltura nos treinos deve ser de maneira natural.
Em qualquer movimento de perna ou braço existe uma estrutura na posição ou movimento do quadril que deve ser correta. Essa estrutura estática ou móvel dependendo do caso às vezes é consciente em nós naturalmente pela própria naturalidade, mas quando isso não está fluindo corretamente em nós, devemos nos educar a entender que em todo movimento, a estrutura e o alicerce que gera força está nos quadril, porque todo o nosso corpo é uma conexão. Assim vamos aprendendo através dos treinos a nos posicionarmos e nos movermos corretamente tentando obter os resultados para que tudo se torne instinto.
Você precisa aprender a explorar o movimento do quadril simultâneo ao chute e ao soco. O quadril vai age um pouco antes da perna ou braço, mas num movimento homogêneo de timing e conexão, coisa que é desenvolvida com treinos.
Devemos observar também que a estrutura de um movimento de ataque procede também das pernas que geram equilíbrio e sustentam o corpo não só para estar de pé, mas para transmitir impacto para frente.
Desenvolver-se na arte marcial implica em estudar, compreender, e treinar o corpo para reagir da melhor maneira possível com inteligência, isto é, não é apenas fazer o que precisa ser feito, mas saber como fazer da melhor maneira possível.
Quando a energia do movimento flui bem pelas conexões do meu corpo, o movimento é mais forte e mais elegante, permite a extração do meu máximo potencial com menos esforço e menos possibilidades de erros. Eu não devo fazer nada atirado pela sorte, mas conhecendo bem aquilo que faço e aquilo que sou.
A única parte do corpo que devemos contrair no momento do impacto de um golpe é o punho e o pé. O punho não deve contrair totalmente antes do impacto, mas no momento do impacto. Não contraí-lo gera um golpe vazio, sem conexão muscular com o ante-braço. O pé não devemos contrair forçando, mas posicionar o ponto de contato pela contração natural da juntas dos dedos, ou tornozelo somente no momento do impacto.
O ato de fazer força ou contrair braço ou perna na tentativa de gerar um bom ataque, pode me dar em algum momento potencia, mas a contração é um investimento cego na tentativa de produzir força. Na realidade muitas vezes contrair trás a sensação ilusória de maior liberação de energia, mas a contração tende limitar sua fluência no movimento. A rigidez do membro às vezes desencaminha a força por uma via infrutífera, que é a força sem efeito e sem movimento. Uma contração também enrijece o corpo limitando uma próxima ação rápida e imediata.
SOCOS ALONGANDO A POSIÇÃO E COM AVANÇO (FOTO 31)
No caso de alongarmos a Base com JAB ou DIRETO, entra em ação a BASE INSTÁVEL na prerrogativa de alongar a posição.
A perna da frente funciona como alongador da distancia colocando-se mais à frente e atuando como coluna de apoio. A perna de trás funciona como impulsionadora para alongar a distancia junto com a perna da frente, e para o golpe atua transmitindo impulso do pé, na articulação do tornozelo, que irá até o quadril e do quadril ao punho.
O pé de trás possui uma desenvoltura que é a chave do movimento, dando liberdade as pernas e ao quadril para posicionar-se, para alongar a base, e para poder encaixar potencia nos movimentos ficando na ponta do pé.
Jabs alongando a base
Quando eu alongo a base para aplicar JABs, o esboço técnico seria o fato do calcanhar do pé de trás sair do solo para gerar o alongamento da base e posicionar-me Meio De Lado quando o quadril se encaixa pouco e De Lado quando o quadril se encaixa mais de maneira livre.
No caso dos JABs é menor a energia de impulso que vai do pé de trás para o quadril na geração de potência De Lado, mas tudo está conectado. O que gera mais potencia nos Jabs encaixados é o giro do quadril. O pé de trás vai atuar com liberdade mais para me alongar à frente a base numa estrutura do quadril estática ou encaixada.
Direto alongando a base
Quando eu alongo a base para aplicar DIRETOs, o esboço seria o fato do calcanhar do pé de trás poder sair do solo para gerar o alongamento da base impulsionado pela perna de trás, e posicionar-me De Frente num movimento menos encaixado, e Mais Que De Frente em movimentos mais encaixados de maneira livre. Que é um dos elementos mais importantes na aplicação de Diretos.
Nesse caso a energia de impulso que vai do pé de trás para o quadril na geração de potência é fundamental associado com o giro ou encaixe do quadril de frente, onde o pé de trás vai atuar com liberdade para me alongar a frente, e para encaixar o impacto do golpe, mas tendo como elemento principal da potência o encaixe pelo giro do quadril.
Tome cuidado para não jogar o corpo à frente gerando desequilibrio e sobrecarga sobre a perna da frente, mas tentando manter o equilibrio no meio do corpo.
Existe uma conexão entre o quadril e o punho que eu devo sempre desenvolver, onde ambos vão agir. É como se o quadril fosse antes do punho, mas em conexão, em Timing.
Socos com avanço
O soco com avanço é a idéia de golpear com as mãos alcançando uma distancia maior sem dar passos, mas com o impulso do corpo pra frente com auxilio das pernas num arremesso deslizante.
Podemos fazer com JAB ou DIRETO.
No caso do JAB quando eu aplico avanço deslizando com um JAB enfático é natural que o quadril seja encaixado De Lado, sendo assim o corpo vai ficar De Lado encaixado. O soco aqui no caso terá um Efeito de Empurrão.
Eu posso aplicar um JAB menos enfático onde eu movo só o punho e não encaixo o quadril, seria um Jab tateador como se faz no boxe. O soco nesse caso precisa ser um soco com Efeito de Chicote.
No caso do DIRETO com avanço é preciso perceber que não é muito comum aplicar avanço deslizando com o quadril de frente, pois é mais arriscado e lento o retorno, mas quando isso acontece eu preciso usar um soco com Efeito Empurrão, pois o soco com Efeito de Chicote não será funcional, ao mesmo tempo que observar que não posso querer avançar uma distancia muito grande.
A idéia do avanço não precisa ser alcançar longas distancias, mas permitir que você cubra pequenas distancias que você não cobriria alongando a base.
Temos duas maneiras de fazer de fazer o avanço:
Soco com avanço finalizando em posição curta
Deslizamos avançando curto da seguinte forma:
1 Com o impulso da perna de trás, juntamente com o avanço da perna da frente, com o impulso do quadril disparando um soco eu avanço.
2 Mas ao mesmo tempo que eu avanço a perna da frente, eu deixo a perna de trás arrastar ficando numa posição curta no final do ataque como que em guarda de novo.
Eu devo fazer isso em JABs somente, porque a posição curta somada a aplicação de DIRETOS com avanço gera desequilíbrio pra frente.
Eu alongo a distancia com avanço, mas permaneço numa posição curta, mantendo sempre os pés paralelos.
Soco com avanço finalizando em posição longa
Deslizamos avançando numa posição longa da seguinte forma:
Com o impulso da perna de trás, juntamente com o avanço da perna da frente, e com o impulso do quadril disparando um soco eu avanço a perna da frente sem encolher a abertura que ficou na perna de trás.
Nesse caso eu não vou evitar que a posição fique longa, embora o pé de trás arraste seguindo o alongamento que eu gerei na distancia, isso se dará sem eu puxar a perna de trás junto.
Eu posso fazer isso para JABs e DIRETOS.
No caso dos DIRETOS é ideal porque as pernas alongadas dão equilíbrio para que eu não me desequilibre pra frente. Lembre-se que para avançar com DIRETO isso deve ser feito de maneira prudente.
É preciso treinar com equilíbrio, com efetividade e classe. Não adianta avançar muito e fazer um mau movimento, mas avançar o máximo que puder com equilíbrio.
É possível usar a técnica de deslizar avançando em socos DIRETOS, mas com mais prudência, porque com o corpo de frente e o quadril encaixado eu estou mais exposto ao adversário, tornando mais lento o retorno.
A regra é sempre deslizar avançando com os pés paralelos e nunca juntando com o equilíbrio igual entre as duas pernas para não ser alvo de uma rasteira, pois é impossível avançar sem depositar peso na perna da frente.
EXERCÍCIOS TÉCNICOS PARA SOCOS
Jab e Direto estável (SOCO VERTICAL E HORIZONTAL)
Você fica na posição Estável, posicionado corretamente e rigidamente na base enquanto golpeia. Você deve fazer a posição nos mínimos detalhes e ficar estacionado nela sem oscilar as pernas. O quadril vai estar DE FRENTE, sem se mover para aplicar Jab e Direto. O movimento de Jab e Direto deve ser feito em dois tempos, um tempo cada soco.
Nesse exercício o soco deve ter o Efeito de Empurrão Reto, mas sem aplicação do quadril.
Ao desferir os socos tenha consciência de três coisas importantes:
1 O cotovelo é o gerador de impulso e potência, essa consciência muda as coisas quando você sabe e sente que o que produz impacto é o cotovelo, não focando nele visualmente, mas sentindo-o. Assim o cotovelo não se choca no fim do golpe e gera um impulso de impacto bem estruturado.
2 O punho precisa penetrar um alvo imaginário quando você golpeia no vazio, isto é, o impacto não acontece no fim do golpe, mas um pouco antes. O punho precisa de pontaria e consciência de intenção como que visualmente.
3 Os pontos de impacto da mão devem se posicionar devidamente em direção ao alvo.
Esse exercício proporciona um elemento de consciência das pernas, levando uma mensagem intuitiva à sua mente a respeito de cada articulação da sua perna, pois todas estão flexionadas, isto é ligadas na sua mente, mas imóveis para manter a posição, isto é, vivas corporalmente.
É um exercício que desenvolve intimidade com os membros inferiores como base e superiores tendo em vista a articulação do cotovelo como gerado consciente de impacto, e não deve ser desprezado, pois aumenta consciência das pernas, muitas vezes tão esquecidos por nós durante os movimentos de braço.
Você pode fazer os socos sem potencia e velocidade, porém de maneira fluente. Você pode fazer os socos rápidos, mas sem deixar de atentar para a questão de gerar impulso consciente do cotovelo, dos pontos de contato da mão e da distancia de impacto.
Jab e Direto Livre parado (SOCO VERTICAL E HORIZONTAL)
Faça a sequência JAB e DIRETO sem alongar a posição.
Depois faça DIRETO e JAB sem alongar.
Depois faça somente DIRETO sem alongar a posição, encaixando quadril.
Aqui você não observa em que posição está aplicando cada golpe JAB e DIRETO. A tendência é oscilar naturalmente a base, mas sem alongar, e oscilar livremente o quadril sem definição.
O quadril vai ficar basicamente de MEIO DE LADO (ou DE LADO) nos JABs e DE FRENTE (ou MAIS QUE DE FRENTE) nos DIRETOS, mas naturalmente. Você não deve encaixar o quadril, mas deixá-lo se conduzir com liberdade sentindo que as pernas e o quadril estão se movimentando em conexão com os braços.
É importante aqui é que quando há dois movimentos, os dois aconteçam num mesmo tempo e nunca em dois.
Quando aplicar o DIRETO cuidado pra não jogar o corpo ou o quadril pra frente, mas manter a gravidade no centro do corpo com equilíbrio.
Deixe sempre o calcanhar do pé de trás livre. O que vai caracterizar basicamente esse exercício é justamente essa liberdade inconsciente das pernas, o quadril livre e o movimento continuo de dois socos por vez.
Você pode fazer lentamente, porém fluente.
Jab e Direto alongando a base (SOCO VERTICAL E HORIZONTAL)
Faça a sequência JAB e DIRETO sem alongar a posição.
Depois faça DIRETO e JAB sem alongar.
Depois faça somente DIRETO sem alongar a posição, encaixando quadril.
Você vai aplicar sequencias alongando a base num único tempo. A tendência é que nos JABs a sua perna de trás vai estar na ponta do pé e o corpo DE LADO, nos DIRETO a perna de trás também vai estar na ponta do pé com o corpo MAIS QUE DE FRENTE, mas a idéia é oscilar naturalmente a base, mas sem alongar, e oscilar livremente o quadril sem definição.
É importante aqui é que quando há dois movimentos, os dois aconteçam num mesmo tempo e nunca em dois.
Quando aplicar o DIRETO cuidado pra não jogar o corpo ou o quadril pra frente, mas manter a gravidade no centro do corpo com equilíbrio.
Deixe sempre o calcanhar do pé de trás livre. O que vai caracterizar basicamente esse exercício é justamente essa liberdade inconsciente das pernas, o quadril livre e o movimento continuo de dois socos por vez.
Você pode fazer lentamente, porém fluente.
Jab simples avançando finalizando em posição curta
O quadril fica Meio De Lado no movimento movendo basicamente o braço tateado finalizando a base numa posição curta.
Jab encaixado avançando finalizando em posição longa
O quadril aplica um golpe mais seco e o corpo fica de DE LADO numa posição alongada.
Direto encaixado avançando finalizando em posição longa
O quadril fica Mais Que De Frente, mantendo as pernas alongadas no final proporcionando equilíbrio no avanço.
EXERCÍCIOS TÉCNICOS PARA CHUTES
Devemos praticar essas situações com calma, lentamente ou rápido, mas conforme a sua habilidade, como um Kati ou aquecimento cotidiano ou regular.
Chute Frontal avançando alternando (FOTO 32)
Posicione-se em guarda com os pés paralelos e pratique o Chute Frontal avançando dos dois lados alternando de quatro em quatro vezes.
Observe o fato de chutar sem virar o pé de apoio antes, fazendo com que o encaixe do quadril o chute e o avanço seja ao mesmo tempo.
Faça lento se quiser, desenvolvendo a forma, o encaixe do quadril e giro do pé de apoio num único movimento com atrito, e mantendo o pé de apoio planado sempre no chão e com a perna flexionada.
Lembre-se que o chute parte em direção ao centro do alvo, numa direção ligeiramente diagonal em relação ao pé de apoio, e após chutar o pé se reapoia ficando paralelos os pés diante do alvo.
Chute Circular avançando (FOTO 33)
Posicione-se em guarda com os pés paralelos e pratique o Chute Circular avançando dos dois lados alternando de quatro em quatro vezes.
Observe o fato de chutar sem virar o pé de apoio antes, fazendo com que o encaixe do quadril seja direto para movimento do golpe e do avanço ao mesmo tempo.
Faça lento se quiser, desenvolvendo a forma, o encaixe do quadril e giro do pé de apoio num único movimento com atrito, e mantendo o pé de apoio planado sempre no chão e com a perna flexionada.
Observe o fato de chutar no centro do alvo, diagonalmente em relação ao pé de apoio e se reapoiar com os pés paralelos direcionado para o alvo.
Chute Frontal com a perna da Frente parado.
Observando os detalhes que vimos, estando com os pés paralelos em guarda, você vai erguer a perna e chutar apoiando-se na perna de trás. Ao mesmo tempo que você ergue o pé você transfere o peso pra perna de trás, e ao chutar encaixa o quadril, tudo num único movimento.
Note bem que quando você chuta parado com a perna da frente, deve direcionar o chute ao meio do alvo, ficando o seu chute direcionado diagonalmente em relação o seu pé de apoio. Ao se reapoiar você reposiciona os pés paralelos ficando direcionado reto com o alvo. Se, porém, você quiser chutar outra vez, uma vez que o primeiro chute te deixou diagonal em relação ao alvo e apoiado na perna de trás, você deve chutar nessa mesma direção diagonal outras vezes, e se reapoiar como já vimos.
Quando você quer chutar varias vezes a descida da perna deve ser com os pés paralelos. Como você está totalmente apoiado na perna de trás após ter chutado, o seu pé da frente fica com a ponta do pé no solo, desejando chutar outra vez, mas com os pés paralelos sempre.
Chute Circular com a perna da Frente
Desenvolva a atitude brusca de mudança do equilíbrio para a perna de trás e o encaixe transitório brusco do quadril de uma vez só.
Observe a direção do chute diagonalmente, e o reapoio do pé paralelo. Observe o fato de que pra chutar varias vezes apoiado no pé de trás você deve chutar direcionado diagonalmente para o alvo, e ao se reapoiar ficar reto em direção dele com os pés paralelos.
Lembre-se que quando você quer chutar varias vezes, a perna que chuta deve descer na ponta do pé paralela com a perna de trás que ficou com todo o apoio.
Chute semi-circular-fechado parado
Nesse chute o encaixe do quadril acontece no mesmo momento em que a perna se estica totalmente atingindo o alvo na altura do rosto somente.
Observe o reapoio, e a condição para chutar varias vezes que é igual em todos os casos de chute com a perna da frente.
Chute Frontal semi-passo
Siga as regras como vimos.
Ao fazer o semi-passo o pé de trás virá pelo meio, pois não podemos andar com os pés abertos e chutar corretamente, mas a perna de trás avança pelo meio do corpo ao lado da perna da frente, podendo chegar a dar um passo à frente da perna da frente, e o chute é desferido ligeiramente diagonal em direção ao alvo.
O reapoio é feito direcionando o corpo agora diagonalmente em relação ao alvo com os pés paralelos. Isso porque quando movemos o pé de trás de uma posição paralela com o outro pé para o meio do corpo, desfazemos o esquema reto da posição.
Note que eu posso continuar chutando reto ficando então na base de RETRANCA, mas nesse caso já sabemos que antes de dar um passo com a perna de trás é preciso abrir a base com o pé da frente para dar o semi-passo e depois chutar, sendo assim você pode treinar essa situação de chutar na base paralela e continuar chutando reto na Base de Retranca, mas se habitue primeiro a treinar um chute por vez e após chutar dando o semi-passo, reapoie-se diagonalmente em relação ao alvo com os pés paralelos.
Chute Circular semi-passo
Siga as regras como já vimos
Observe as regras para o reapoio do pé, para a aplicação do golpe no ângulo, e como fazer para dar outros chutes parados.
Dê o semi-passo vindo com a perna de trás para o meio, podendo avançar o pé de trás até a frente do pé da frente e chute, reapoiando-se direcionado diagonalmente com o alvo, um chute de cada vez, mas sabendo que pra continuar chutando reto estaremos atuando segundo a Base de Retranca.
Chute semi-circular-fechado com passo
Aplique da mesma maneira que no Chute Frontal e Circular observando a maneira correta de aplicar, mas partindo o chute sanfonado reto para atingir lateralmente na altura do rosto.
Observe as mesmas regras para dar semi-passo em chute e como fazer de reapoio após usar semi-passo.
Chute Lateral parado
Aqui acontece um giro brusco do quadril para ficar de lado e encaixar o impulso ao mesmo tempo.
Observe que o chute sai diagonal e o pé se reapoia paralelo reto em direção ao alvo.
Chute Lateral curto
Com base no que estudamos treine as duas situações de semi-passo curto para Chute Lateral.
1 O semi-passo à frente da perna da frente para chutar.
Faça a transição corretamente, trocando o passo, ficando de lado e preparando o encaixe do quadril ao mesmo tempo.
2 O semi-passo ao meio da base. Aqui como o passo é menor você precisa girar bruscamente o quadril antes de chutar depois de trocar o passo.
Note que esse chute não vai partir diagonal, porque o semi-passo deve colocar o seu pé de apoio na direção do meio, e no momento de reapoiar o pé, uma vez que seu pé de apoio andou um pouco para o lado, indo pelo meio, você vai se reapoiar diagonalmente virado para alvo com os pés paralelamente na base, porque o esquema anterior da posição foi desfeito. Então nesse caso você deve treinar esse chute um de cada vez.
Chute lateral Longo
Com base no estudo que fizemos aplique o Chute Lateral. Você pode alongar bastante através do primeiro passo, ou menos que isso, mas de acordo com sua habilidade.
Como o pé de apoio vai para o meio, o chute sai reto e no momento de reapoiar o esquema da base foi desfeito, então ao se reposicionar você deve se reapoiar diagonalmente na direção do alvo, um pouco para o lado da perna que chutou com os pés paralelos.
Você deve praticar um chute de cada vez.
O fato de você sempre se reapoiar o pé e se posicionar corretamente para chutar e após o chute, como vimos, dá a você o senso de agir sempre com técnica e perícia.
O posicionamento correto no final do movimento direcionado para o alvo dá à você também o senso de continuidade, quando você age e termina toda ação sem se desatentar para o que pode vir depois mesmo que você não faça nada após.
AS TRÊS DISTÂNCIAS
Vamos estudar as distancia de cada tipo de golpe que vimos para que você possa tirar conclusões ao estudar técnicas de aproximação.
1 A CURTA DISTANCIA
É a distancia de socos parados.
2 A MEDIA DISTANCIA
É a distancia para socos alongando e chutes com a perna da frente.
3 LONGA DISTANCIA
É a distancia para socos avançando e chutes com a perna de trás.
4 DISTANCIA MAIS LONGA
É a distância para chutes com a perna da frente avançando com semi-passo.
Na verdade é só uma média, há diferenças na distancia dos movimentos.
TÉCNICAS DE APROXIMAÇÃO
Sem adentrar muito em estratégias de luta vamos propor sequências que vão ilustrar dicas pra você refletir.
Um movimento longo com os pés abre caminho para movimentos curtos das mãos.
SEMI-PASSO CHUTE LATERAL BAIXO, JAB e DIRETO.
SEMI-PASSO CHUTE FRONTAL BAIXO, DIRETO, JAB, DIRETO.
SEMI-PASSO CHUTE FRONTAL, JAB e DIRETO.
SEMI-PASSO CHUTE CIRCULAR, JAB e DIRETO.
LIVRO DE ILUSTRAÇÕES
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