sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A CRIAÇÃO DE DEUS

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 A CRIAÇÃO DE DEUS


DEDICATÓRIA


Dedico essa obra ao Senhor Jesus que me concedeu esse ensinamento e agora me deu a oportunidade de registrá-lo e compartilhá-lo, e enquanto eu trabalhava neste projeto ele me fez compreendê-lo, organizá-lo melhor, e aprender mais coisas que eu não imaginava.

Espero que esse livro consiga agradar o coração daqueles que temem à Deus e alcançar aqueles que desejam compreender e viajar no conhecimento da obra da criação de Deus.

Que este livro seja uma benção pra minha vida e para a vida dos que participam dele com um coração reto e bom. Desejo que esse livro me abra oportunidades e me faça conhecer pessoas amadas de Deus.

Agradeço ao Senhor Jesus por me ensinar essas coisas numa experiência pessoal, na minha ausência de recursos e de materiais, na minha inexperiência, e no desprezo dos homens. Pra que o cuidado de Deus por mim seja glorificado mostrando que Deus é quem dá dons aos homens.

01 Maio de 2009


INTRODUÇÃO


Esse livro é um estudo sobre os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis da bíblia, onde por inspiração um profeta, supostamente Moisés, descreve o princípio de toda a criação de Deus. Tendo em vista que Moisés teve grandes visões de Deus no monte escolhido por Deus e na tenda da congregação de Israel.

Este livro funciona como um livro de estudo versículo por versículo. 

É aconselhável que você leia o livro de Gênesis capítulo 1 e 2 todo através de uma bíblia para compreender melhor o assunto. 

Em todo o caso este livro te apresentará os versículos da bíblia antes de cada comentário não sendo obrigatória uma pré-leitura da bíblia.

Vamos observar os mistérios naturais e espirituais da criação de Deus. Vamos compreender a origem e o objetivo das coisas naturais que Deus criou, e através delas compreender o vínculo maravilhoso com que Deus criou também as coisas espirituais.

Através das coisas naturais que Deus criou encontraremos um conhecimento mais profundo sobre a criação de Deus nas coisas espirituais, que está oculto, porém revelado pelo Espírito Santo.

GÊNESIS - CAPÍTULO 1


As coisas celestiais e as coisas naturais


1 No princípio criou Deus os céus e a terra.


O texto diz: "No princípio Deus criou os céus e a terra". Sabemos que o livro de Gênesis está falando de maneira clara, direta, objetiva, e explícita o seguinte: "No começo a primeira coisa que Deus fez foi o céu e o planeta terra". Mas o que o livro de Gênesis quer nos mostrar de maneira implícita, simbólica, e mais profunda?

Essa primeira revelação sobre o livro de Gênesis é a mais espantosa. "No começo, antes de tudo, Deus criou o mundo celestial e o mundo físico". E é isso que vamos estudar: A criação do mundo físico, e a criação do mundo celestial. 


"No princípio...". 

Podemos entender essa declaração por: "...A primeira coisa que Deus fez antes de tudo existir..." ou "...No início quando nada existia ainda...".

O texto prossegue: "No princípio criou Deus os céus e a terra"

  Sabemos que além de um mundo físico há um mundo celestial, então é óbvio pensarmos duas coisas: 

1 Céus significa: O céu (de fato), e Terra significa: Planeta terra.

2 Céus significa: Mundo Celestial, e Terra significa: Mundo físico.


Tendo essas duas situações paralelas e simultâneas somos levados a concluir duas teses básicas:

1 Deus criou o mundo físico e o mundo celestial juntos, cada coisa no seu tempo, mas paralelamente no mesmo espaço de tempo. 

2 Deus criou primeiro tudo que é celestial, e depois criou tudo que é físico. Primeiro uma coisa e depois a outra.

Do mesmo jeito que entendemos que essas duas teses são opostas entre si, isto é, somente uma delas estará correta, é através das duas teses que entenderemos melhor o mundo celestial, e o mundo celestial em contraste com o mundo físico neste estudo.


Tese 1


TUDO QUE É MATERIAL FOI CRIADO SIMULTÂNEAMENTE AO ESPIRIRTUAL


PRIMEIRO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

SEGUNDO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

TERCEIRO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

QUARTO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

QUINTO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

SEXTO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 

SÉTIMO DIA MATERIAL E ESPIRITUAL 


A tese 1 se opõe à tese 2 na questão temporal, mas revela algo profundo sobre a Criação de Deus acerca das coisas celestiais em contraste com as coisas físicas. 

Tese 2

TUDO QUE É ESPIRITUAL FOI CRIADO ANTES E DEPOIS TUDO QUE É MATERIAL


PRIMEIRO DIA ESPIRITUAL 

SEGUNDO DIA ESPIRITUAL 

TERCEIRO DIA ESPIRITUAL 

QUARTO DIA ESPIRITUAL 

QUINTO DIA ESPIRITUAL 

SEXTO DIA ESPIRITUAL 

SÉTIMO DIA ESPIRITUAL 

PRIMEIRO DIA MATERIAL 

SEGUNDO DIA MATERIAL 

TERCEIRO DIA MATERIAL 

QUARTO DIA MATERIAL 

QUINTO DIA MATERIAL 

SEXTO DIA MATERIAL 

SÉTIMO DIA MATERIAL 


A tese 2 se opõe à tese 1 na questão temporal, mas revela algo sobre a Criação de Deus nas coisas celestiais individualmente de uma maneira maravilhosa. 

Analisaremos essas duas teses no decurso desse estudo.

O princípio


Quando o texto diz: "No princípio..." somos levados à entender que a criação do universo onde vivemos não foi alguma coisa que Deus planejou entre muitas outras que já estariam prontas bem antes, nem que esse universo é uma coisa qualquer com pouco valor e que Deus o fez dentre muitos outros projetos. 

Mesmo não podendo afirmar categoricamente isso, por causa da grandeza de Deus e da mediocridade em que vive o ser humano, como diz a escritura: "Quem é o homem para que te lembres dele?", precisamos entender que Deus não criou o ser humano medíocre, isso é um incidente resultado da queda do pecado de Adão que veio após a Criação de Deus. Então pensar que o ser humano e este universo é desprezível à Deus por causa da existência do pecado no mundo é uma coisa inviável, porque Deus fez o ser humano originalmente perfeito. 

Embora a escritura, independente do pecado, fale do ser humano e de toda a criação como inferiores à Deus quando diz: “Nem os céus, nem os anjos são puros diante de Deus, quanto mais o ser humano que é pó!”, quando o texto diz: “No princípio...”, faz relato à uma conexão entre duas coisas fundamentais que foram criadas no princípio: “Os Céus e a Terra”. E essa é uma revelação espantosa sobre a importância deste universo aos olhos de Deus, pois o texto diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra".

Tendo em vista "Céus e Terra" como coisas físicas, poderíamos entender que esse: "No princípio..." poderia não ser no princípio da eternidade, mas no princípio da criação das coisas físicas, porém, é óbvio que ao criar todas as coisas físicas Deus tenha feito os céus e o planeta terra antes das criaturas e demais coisas no princípio por uma questão natural. Então somos levados à ver que os Céus e a Terra são uma coisa especial e ocupam uma função fundamental no contexto eterno, no ato de Deus criar, não havendo outra criação que não esteja ligada à essa diretamente. Sendo assim, de acordo com o que vimos, não há coisas relevantes sobre a existência no universo que estão ocultas ou que Deus tenha escondido.

Entendendo também que "Céus e Terra" se referem implicitamente ao Mundo celestial e ao Mundo físico vamos compreender com certeza que a criação do mundo físico foi algo fundamental na criação de Deus assim como o mundo celestial pela menção da conexão entre as duas coisas no princípio de tudo. 


Segundo a tese 1, que dissemos que o mundo celestial e o mundo físico foram criado ao mesmo tempo, entenderemos que esse planeta e o ser humano tem o mesmo tempo de existência que o mundo celestial e os  anjos (embora os anjos sejam eternos). 

Segundo a tese 2, em que entendemos que Deus fez o mundo celestial e seus anjos primeiro e depois fez o mundo físico com os homens, podemos especular que primeiro Deus fez as coisas celestiais e depois de muitos milênios fez o planeta terra, tendo em vista que: "...Para Deus, mil anos são com um dia, e um dia como mil anos". Ou podemos entender que Deus fez o mundo celestial um pouco antes do mundo físico. Mas o que não muda com essa afirmação é o seguinte: "No princípio Deus fez duas coisas básicas: os céus e a terra", ou seja, os dois mundos estão sendo apresentados como frutos do início de tudo, e estão sendo citados ambos, estão conectados, há uma dualidade céus com terra.    


Notamos então que o relato da criação no livro de Gênesis tem uma indução a nos fazer pensar em coisas maiores, quando o texto diz "céus e terra". Mas é importante como já dissemos o livro de Gênesis fala da criação física, "céus e terra" de maneira direta e explícita, são: o céu físico e o planeta terra, e é assim que devemos estudar, para não misturar as coisas.

Nós desvendaremos os segredos sobre as coisas espirituais juntamente tendo as coisas físicas por modelo, mas precisamos entender o sentido direto proposto pelo texto, que é o relato à respeito de coisas físicas.

Embora nós estudemos as duas coisas juntas, não podemos misturar a intenção explícita do livro com a revelação implícita, isto é: no livro de Gênesis os "céus e a terra" são os céus e a terra físicos.

Aqui podemos entender que o texto talvez esteja falando que Deus criou os céus e a terra antes de criar todas as coisas materiais o que é óbvio demais, mas podemos entender também que Deus criou os céus e a terra logo no início quando intentou fazer tudo o que existe (coisas celestiais e físicas), ou seja, Deus planejou os céus e a terra materiais logo no início, tendo em vista que Deus criou coisas celestiais também. 

Então vamos entender "No princípio" não só como o principio das coisas físicas, mas no principio de tudo, coisas celestiais e materiais.


Os céus


Vamos entender que Deus pôs diante de si os céus e a terra, deixando oculto como os fez aparecer e como os criou. 

Quando o texto diz "os céus", como já vimos, à princípio ele está se referindo à céus físicos, então entendemos logo à princípio o céu que vemos quando olhamos para o céu, mas sabemos que céu, pode ser o céu atmosférico (o chamado firmamento), ou o céu espacial que é o céu além de nossa visão. Poderíamos também qualificar o céu físico por um céu que vai desde a nossa atmosfera azul, até o infinito do espaço. Então precisamos entender o que o texto tenta explicar exatamente por céus no contexto físico.

A primeira coisa a entender é que temos que olhar as coisas como o texto está nos fazendo pensar, então não podemos raciocinar com a ciência dos homens, embora, veremos isso também nesse estudo, mas vamos raciocinar como Deus quer que enxerguemos a criação pelo livro de Gênesis, até porque os homens do passado não tinham a ciência avançada que temos e nem por isso vamos entender que Deus limitou a revelação pra eles.

Com o decorrer do estudo as coisas vão se clarear mais e reforçar o que estamos falando à princípio, mas temos de entender que céus físicos é o céu atmosférico que vemos, o chamado céu atmosférico, ou firmamento.

O céu espacial além do firmamento ou da atmosfera, não é considerado aqui, porque ele só pode ser considerado pelo texto se entendermos que é uma coisa só, o céu atmosférico e céu espacial juntos, mas se considerarmos que são dois céus: o espacial e o atmosférico, estamos indo além da visão, além do que é necessário ao homem conhecer, e Deus estaria confundido a mente daqueles que não conhecem a ciência humana.

Então resumindo, os "céus" que o texto fala, é o céu visível, até onde o ser humano pode compreender e contemplar o céu sem a ciência humana. 


Os três céus (citação do apóstolo Paulo)


Quando lemos "céus", no plural, pensamos nesses dois "céus" o céu natural e o céu espiritual, e é isso que vamos estudar: os dois mundos, a criação do mundo físico e do mundo espiritual, mas até aqui o texto se refere diretamente e explicitamente a um único céu físico.


O apóstolo Paulo refere-se nas escrituras ao "terceiro céu", então sabemos à respeito de dois céus: o primeiro céu é o céu atmosférico que já falamos, o firmamento, que está vinculado com o céu espacial, mas que é contextualmente exposto por essa visão do céu visível, e o terceiro céu seria onde está o trono de Deus, onde o apóstolo ouviu e viu coisas indizíveis como ele mesmo disse. O terceiro céu é onde está a morada de Deus como João descreve no Apocalipse com querubins e outros anjos.

Então o que seria o segundo céu?

  Poderíamos dizer que há uma duplicidade entre o céu atmosférico visível e o céu espacial onde estão os planetas, mas isso seria fora de senso, porque naquela época não se conhecia o espaço solar como hoje e porque o livro de Gênesis vai nos mostrar que o céu espacial e o céu atmosférico como uma coisa só, mas pela visão somente do céu visível, como já vimos. 

Então vamos entender por primeiro céu, o céu atmosférico, o céu azul, ou firmamento, e o segundo céu seria a existência dos "lugares celestiais", um mundo invisível paralelo a esse mundo visível, onde há batalhas espirituais e anjos que sustentam as coisas, como disse o apóstolo Paulo: "...As potestades do ar..." e nossa luta não é contra carne e o sangue, mas contra os principados e potestades...Nos lugares celestiais".

Sabemos que há três céus e não só dois! Então à princípio você deve entender esses elementos que serão provados no decurso do estudo com a própria exposição da criação. 

Podemos entender o paralelo entre "céus e terra" de duas formas: "céu atmosférico e planeta terra", e também: "mundo espiritual (segundo céu e terceiro céu) e mundo físico onde estão os homens". 

Pudemos entender que o mundo celestial possui o terceiro céu e o segundo céu.


Os dois mundos e os três poderes


Mais à frente entenderemos um princípio fascinante, que podemos chamar de: tese dos dois mundos e três poderes.

À princípio vimos que há três céus, mas dois mundos.

Mundo celestial e mundo físico. Dois mundos.

Primeiro céu, segundo céu e terceiro céu. Três poderes.

A interligação dos dois mundos e dos três poderes.


Esses dois mundos, mundo celestial e mundo físico, possuem três poderes. Vamos entender de maneira básica à principio, depois compreenderemos melhor.

Vimos que o mundo celestial possui dois céus, sendo que o outro céu pertence ao mundo físico, daí dois mundos e três poderes.


1 Mundo celestial

Terceiro céu e segundo céu


2 Mundo físico

Primeiro céu (+ a terra)


Veremos depois também que do mesmo jeito que o mundo celestial tem dois céus, um desses céus, que é o segundo céu, ao mesmo tempo que pertence ao mundo celestial, está paralelo ao mundo físico e não ao mundo celestial, o que poderíamos enxergar assim também.


1Terceiro céu (celestial)

2 Segundo céu (celestial) + primeiro céu (físico)

A mesma coisa acontece com o mundo físico, que possui dois minimundos: "céus e terra". E possui três poderes: céus, terra e mares (como veremos depois).


1 céus (físicos)

céu

2 Terra (físicos)

Terra e mares


Também veremos que o céu físico possui três poderes: o sol a lua e as estrelas. Sendo que um é o poder maior, e os outros dois são poderes submissos.


1 O sol


2 A lua e as estrelas


Voltando a questão do mundo celestial, entendemos que embora o mundo celestial tenha dois poderes celestiais: O terceiro céu e o segundo céu. O segundo céu está submisso ao terceiro céu assim como o mundo físico com o primeiro céu, como já vimos.


1 Terceiro céu

 

  2 Segundo céu e primeiro céu (+ a terra)


E pegando somente o mundo celestial e dividindo ele, sem mencionar o mundo físico, mas somente o mundo celestial (terceiro céu e segundo céu) teremos o seguinte:


1 Trono de Deus acima de tudo


2 Terceiro céu com a primeira classe de anjos, e Segundo céu com a segunda classe de anjos.


Continua sempre e infinitamente o princípio dos dois mundos com três poderes, sendo que um poder é superior e supremo e os outros dois submissos.

Podemos ir mais além ao falarmos de Deus:


1 Deus

2 Jesus e o Espírito Santo  


Como o Espírito Santo é o elemento relacional da comunhão com Deus que visa ligar o homem com Deus e torná-lo semelhante à Deus, entendemos que o homem sendo o quarto elemento, torna-se o terceiro com o Espírito Santo fazendo uma tríade com o ser humano.



Os céus e a terra


2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.


2 O texto fala: "A terra porém..." trazendo uma ideia de separação entre a "terra e os céus", ou seja, Deus está designando as duas coisas antes de existirem.

O texto está querendo expor os elementos "céus e terra" antes de serem de fato criados, daí o dizer: "No princípio...", indicando que antes de Deus fazer tudo, os  céus e a terra já existiam misteriosamente. E o dizer: "A terra porém era sem forma e vazia...", dá uma descrição dos elementos antes de eles de fato virem a ser o que são, misteriosamente. 

Os dois elementos estão ali antes de Deus os criar de fato, por algum mistério.

É importante entender que os céus ainda não são "céus", e que a terra ainda não é "terra".

Os céus de fato nem existem, porque os céus aqui são o céu espacial, ou seja, um céu inativo, um céu passivo, apenas um espaço sem sentido.

A escritura diz: "...Estendeu Deus os céus como cortina...". Vamos ver que isso ainda não aconteceu, os céus aqui não existem ainda, o que existe é um espaço, ou universo com essa intenção de céus.

O texto também pode estar querendo expressar quando diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra", que é o que ainda vai acontecer, não considerando nem céus nem terra como coisa alguma, é como se o versículo 1 fosse só uma introdução. Mas como o texto prossegue dizendo: "...A terra porém era sem forma e vazia...", vemos que o texto está elucidando que assim como havia alguma coisa "sem forma e vazia" que podia ser chamada de terra, não sendo nada ainda, havia alguma coisa com a ideia de céus, só que os céus aqui são céus inativos, uma espaço imenso onde está a terra.    

Conforme formos estudando vamos perceber que quando o texto diz que no princípio Deus fez os céus e a terra, no versículo 1, o texto está fazendo um resumo ou introdução categórica de duas coisas básicas que foram feitas no princípio, mas que não existem ainda e dirige-se à terra fazendo sua descrição.

A designação da "terra" se contradiz com o fato de que ela é formada por "águas", então entendemos que até esse momento a chamada: "terra", ou mais precisamente o elemento que está sendo destacado no texto junto aos céus, era um algo vazio, informe, um conjunto de águas num buraco profundo. Ou seja, os céus não eram "céus" nem a terra era "terra", e veremos que eles só serão nominados depois. 

O céu espacial é apenas uma ideia dos céus que ainda vão ser criados, e o buraco negro composto por trevas e águas é apenas uma ideia do que será a terra. A confusão para entendermos isso procede do fato que quando o texto descreve "céus e terra", e depois fala sobre a terra. Entendemos que a terra está no universo, num espaço que entendemos automaticamente por céus, mas vemos que "os céus", que é citado no versículo 1, não é o espaço solar, mas os céus do firmamento que ainda são criados e denominados nos versículos 6, 7 e 8.   

Note que temos conhecimento cientifico e fotos em que sabemos como é o planeta terra, mas os antigos que leram essas coisas não sabiam, pois sabemos que acreditava-se que o planeta terra era plano e não redondo, por isso vamos tentar compreender a origem dos céus e da terra pelo que os textos nos dão noções a entender, e comparar com aquilo que sabemos que é de fato, pois veremos que no versículo 9 o texto fala de que Deus criou "porção seca" ou "a terra" que está no planeta, então até aqui, mas até aqui não há terra alguma, e o interessante é que depois veremos que Deus não chamou o planeta terra de: "terra", mas somente a porção seca do planeta que chamamos de terra, não foi dado nome ao planeta. O que nos leva a especular que quando o texto cita o nome do planeta terra no versículo 1 e 2, no original hebraico o nome do planeta terra talvez não seja: terra, ou se é: terra, não é a mesma definição ou intenção com que o texto fala da porção seca que também é chamada por Deus de: terra paralelo aos mares. 

O texto também faz menção de "trevas", então entendemos que como o texto prossegue no versículo 3, Deus ainda vai criar a luz, então até aqui não existe luz, somente "trevas" em tudo. 

O texto não fala de Deus criando as trevas, mas as trevas como um elemento já existente, porque as trevas significam no aspecto espiritual: o vazio, aquilo que é vácuo, aquilo que não tem luz, o nada, aquilo que ainda não existe, aquilo que ainda não tem propósito. 

O texto faz menção das trevas descrevendo diretamente como era a "terra", e não os céus, mas iremos entender também que os céus estavam em trevas, ou apresentavam algum tipo aparência de escuridão por não haver luz.

O texto prossegue dizendo que essas trevas estavam sobre "a face do abismo", então entendemos também que a "terra" era um abismo, um buraco profundo, um precipício vazio. 

Até aqui então, vemos que havia escuridão ou trevas em todo os "céus e terra", mas o texto descreve a terra como "um abismo com águas e trevas" que nos remete a ideia cientifica de um "buraco negro" (assunto muito investigado pela ciência física, ainda que não seja de fato um buraco negro como os que estão no espaço solar), dando-nos também uma ideia de um condensado de águas e trevas num abismo com forma semelhante a um círculo, num espaço ou universo que, como vimos, ainda não é os céus, mas poderíamos chamar de céus inativamente, passivamente, "informalmente" e entendemos que a escuridão também estava presente nos céus por não haver luz.

Entendemos como se o espaço solar fosse uma "mesa" e sobre ela, uma massa de barro escura e informe que é chamada "terra", e Deus como artista, pegasse dessa massa que é chamada de águas que está na terra e fizesse um firmamento envolvendo a terra, ficando duas definições, as águas da terra e o ar do firmamento que envolve a terra e é chamado de "céus", enquanto que a mesa, não é qualificada, embora seja o espaço solar.

Vemos também que o Espírito de Deus é descrito como uma energia viva que estava sobre esta terra, como que preparando um lugar, como que abençoando ou energizando.


Especulações sobre os céus e a terra


Poderíamos entender também que há águas também nos céus e que quando o texto no versículo 2 diz: "havia trevas sobre e face do abismo e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas". Poderíamos entender também que o texto quer dizer o seguinte: "No princípio Deus colocou duas coisas diante de si: Os céus e a terra. A terra, porém era sem forma e vazia (ponto!). Havia trevas por toda parte, e tudo era um grande abismo e o Espírito de Deus pairava sobre águas, porque em tudo havia águas" referindo-se a tudo). Assim entendemos que a descrição para a terra é somente que era sem forma e vazia, onde a terra poderia ser um "nada", ou um objeto informe, mas que as trevas, as águas, e a impressão de um grande abismo ou uma espaço aberto negro, estava em tudo, tanto na terra como nos céus, até porque no texto há um ponto e virgula (;) no momento em que diz: "...A terra porém era sem forma e vazia; havia treva sobre a face do abismo..." dando a entender que o que vem depois do ponto e virgula (;) seria um descrição geral de tudo e não da terra somente.  

Ora Deus não tinha ainda denominado na prática os céus, embora à partir do versículo 1 o texto está querendo especificar que "no começo de todas coisas, antes de tudo, Deus criou os céus e a terra". 

O versículo 1 pode estar querendo dizer que Deus pôs os "céus e a terra", mas ainda não prontos, como um esboço inicial, alguma coisa informe que ainda vai ser céus e outra coisa informe que ainda vai ser terra. Ou então o versículo 1 é uma introdução ao que Deus ainda vai fazer, não havendo praticamente nada que se possa chamar de céus e terra, apenas águas, trevas e um abismo. Então indo para o versículo 2, quando vemos escrito: "a terra, porém..." esse "porém" não quer dizer que o texto vai especificar a terra em todo o versículo 2, ou seja, o texto pode estar querendo dizer que "a terra era sem forma e vazia" ou seja, não era praticamente nada, não era coisa alguma no espaço, mas quando o texto diz que "havia trevas sobre a face do abismo e o Espirito de Deus pairava por sobre as águas" o texto pode não está se referindo a "terra", mas ao todo informe que não é céus nem terra, como vimos por causa do ponto e vírgula (;).  Tudo é então, um corpo só, a terra não tem então forma nem ocupa lugar algum, então podemos entender que talvez o texto refere-se que de um único "corpo" que é "trevas, a face do abismo e águas", Deus vai ainda fazer os céus e a terra.

Então poderíamos interpretar o versículo 1 e 2 da seguinte forma: 1 "Antes de Deus fazer tudo que existe, Deus fez primeiro os céus e a terra" 2 "Mas a terra não era praticamente nada. A única coisa que havia em todo espaço, era escuridão e um vácuo imenso, tudo isso tinha uma composição líquida e o Espirito de Deus pairava por cima disso tudo". Com essa visão agora vemos as coisas totalmente diferentes, onde tudo era trevas, abismo e águas. Então se a terra não era nada, então só quando Deus divide as águas ela vem a ser um círculo de águas no versículo 9. 

A outra interpretação é a de que a terra estava localizada como um buraco negro no espaço, e o espaço solar era outro elemento inativo, ainda não denominado como a terra, e poderíamos ler assim: 1"Deus dispôs diante de si os céus e a terra antes de começar a fazer tudo" 2 "A terra porém era um algo informe e vazio ainda, nela havia escuridão por cima de um profundo buraco negro, e o Espírito de Deus estava pairando nesse local onde a terra estava".

Temos também ideia da criação da terra, se ela não era nada no espaço solar, que a separação das águas seria apenas uma intenção de criar dois "ambientes" e Deus designa e estabelece os céus primeiro, depois para fazer as águas se ajuntarem em baixo, seria como se fosse uma folha de papel sendo amassada numa bola e Deus manda que apareça uma porção que seja seca, e sabemos que a terra é feita de uma parte de água e outra de terra seca.

Se as águas estavam em tudo e inclusive os céus eram o espaço solar, ainda sem denominação, como também a terra, nesse caso poderíamos focalizar que se as águas estavam em tudo, Deus apenas designou uma separação para nomear os céus, e depois a terra, separando também suas águas dando sentido e composição diferente, a água como água na terra, e água como ar, num firmamento que vai até o espaço solar.   

Precisamos entender também que o texto não nos levar a moldar as coisas na nossa mente visivelmente, mas nos conduzir às ideias de como foi criado o universo, e o que se moveu na criação, ou seja, é mais importante  compreendermos a estrutura, o sentido, o esboço e os elementos, do que focalizar como se fundiram as coisas, porque para os antigos seria impossível imaginar que o planeta terra fosse um globo, mas o texto leva o leitor a compreender todos os detalhes e momentos da criação não importa se ele imagine que a terra é plana, ou redonda, ou se ele imagina a terra do ponto de vista de Deus, ou do ponto de vista terreno de quem olha para o céu. Da mesma maneira quando as escrituras nos apresentam a descrição de coisas que não vimos, como vemos no livro de Ezequiel, onde ele descreve criaturas e coisas que são espirituais, ainda que não tenhamos a imaginação de desenhar na mente os dados, esses dados  já ilustram informações para entendermos o que é preciso.


O PRIMEIRO DIA


3 Disse Deus: haja luz. E houve luz.


3 Primeiro, no versículo 2, "o Espírito de Deus" está sobre as águas e depois "Deus" de algum lugar fala: "haja luz!". O texto nos faz pensar em Deus como que fora de si mesmo, "o Espírito de Deus". Assim como que de outro lugar Deus fala. O texto então nos faz vagar na ideia da onipresença de Deus.

Deus agora cria a luz, a luz é o oposto das trevas. 

Falamos que as trevas já estavam ali, existindo. Não é citado que Deus criou as trevas, mas que já estavam ali, porque até aqui tudo que existia era informe, vazio, sem propósito, sem objetivo, e essa situação subentendida tem um mistério. 

Sabemos pelas escrituras que: "Tudo foi criado por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" e que "Ele é o princípio e o fim", sendo assim foi Deus quem criou as trevas, mas o texto não menciona Deus criando as trevas, porque as trevas significam o vazio ou o nada, aquilo que é  antes do início, o vazio e o nada apresentando uma forma e uma aparência palpável e visível. É como se as trevas fossem o momento antes das intenções, pensamentos, desejos e atitudes de Deus antes de criar, as trevas são o nada de Deus, o vazio de Deus, aquilo que é: sem ser, ou que não é: sendo. Era como se Deus pusesse um papel em branco (ou preto no caso) diante de si e então se preparasse para o verdadeiro início, como se fosse a imagem da mente de Deus vazia antes de fazer todas as coisas, o momento antes de tudo acontecer para Deus, o esboço que Deus fez da sua criação antes do início, a mesa e a argila informe que um escultor põe diante de si antes de modelar sua obra, Deus põe diante de si os céus e a terra sem forma, vazia e com trevas sobre um abismo com águas, e daqui inicia a criação.

O fato do texto expor Deus começar sua obra à partir de algo que já existe, como se já estivesse pronto antes dele, antes do criador criar, também nos eleva ao pensamento à respeito do próprio Deus que existe antes de vir a existir, Deus é o princípio antes de iniciar, ele existe antes de ser gerado, ele está vivo antes de aparecer. 

Também podemos ver que as trevas, que é vazio com "vida", ou a existência do inexistente, como um elemento oposto a ser manuseado, ou seja, Deus criando aquilo que vai entrar em contato com ele, ou que ele vai manipular, Deus está "criando" ou deixando diante de si, algo que é oposto à ele justamente para que ocupe essa função oposta porém manipulável, para ser administrada.

Vemos então, o grande mistério da criação, onde Deus não se originou, pois ele sempre foi. 

O livro de Gênesis não nos mostra a origem de Deus, mas Deus como aquele que misteriosamente já existe e é o criador de tudo. 


4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.


4 "Viu Deus que a luz era boa". Deus aqui cria um elemento que ele julga ser maravilhoso aos seus olhos por algum motivo misterioso.

A luz produz um brilho branco, e pela ciência sabemos que a cor branca é um fenômeno da fusão de todas as cores ao mesmo tempo, ao passo que as trevas que tem uma cor preta, embora pareça possuir todas as cores é justamente a ausência de todas as cores.

O fato de Deus separar a luz das trevas mostra que são opostos, e o fato de Deus chamar a luz de Dia e as trevas de Noite, mostra que um completa o outro.

Veremos que somente no versículo 14, Deus vai criar luzeiros, estrelas, ou objetos emissores de luz, então entendemos que a luz não existe até aqui como uma fonte visível e atuante, mas como um elemento vivo e virtuoso ainda não manifesto na prática, que ainda vai funcionar através de emissores que ainda não existem. A luz existe, mas ainda não atua.

Deus cria a luz antes de tudo, a luz simboliza uma virtude suprema, um elemento de valor fundamental e correlacionado com as trevas, que é o oposto. 

Deus então introspectivamente, faz uma correlação e uma oposição entre o elemento que criou: a luz, e as trevas. Deus faz separação entre a luz e as trevas, elas estão separadas e correlacionadas teoricamente, pois só vamos ver a luz emanar, na prática, no versículo 14, quando Deus cria os luzeiros. A luz existe, mas ainda não é manifesta.    

Deus chama a luz de Dia, e as trevas de Noite, Deus agora dá sentido ao que criou demonstrando que não criou a luz por acaso, nem a correlacionou com as trevas sem saber o que estava intentando fazer, mas com um propósito planejado fazer Dia e Noite, que são ciclos de manifestação de luz e de trevas que se completam um com o outro. Embora ainda não são manifestos na prática nem o Dia nem a Noite, porque Deus não criou os astros, nem o sol, mas podemos entender que a luz é independente do sol, porque não existe luz somente através do sol, o fogo por exemplo produz luz, assim como sabemos que o sol possui fogo e calor e assim produz luz, e também sabemos que o fogo não existe somente do sol, mas o fogo é um poder oculto que manifesta-se mediante a combustão de dois objetos e manifesta-se pela alimentação de algum combustível ou elemento. Assim também é a luz, ela é um poder oculto que manifesta-se mediante alguma fonte geradora de luz, o sol é apenas um gerador de luz.

Deus está criando as coisas, e aqui está o grande mistério do livro de Gênesis: Deus estará se revelando em tudo que faz, ele estará demonstrando quais limites, e quais fundamentos considera como máximos e mínimos para todas as coisas, para que todas as coisas funcionem perfeitamente. E também vamos descobrir o objetivo da criação tanto das coisas físicas, que podemos ver ou não, como também das coisas espirituais que são os poderes que governam o universo invisível-espiritual, que não é abstrato nem invisível de fato, mas invisível à nós, e que está interligado com o mundo visível à nós, sobre a mesma revelação do livro de Gênesis acerca deste mundo físico.

Não havia ainda os luzeiros que regulavam os dias, mas Deus designa um tempo preciso que chama "de tarde e manhã", uma plenitude de tempo definido. O texto fala desta forma para assim entendermos que não foi desregulado esse tempo, mas foi qualificado precisamente pelo tempo de um dia. 

O simbolismo espiritual da luz e das trevas


Sabemos que existe um simbolismo entre Deus e a luz, como disse o apóstolo João: "Deus é luz e nele não há treva alguma", e Tiago também diz: "...toda boa dádiva vem do Pai das luzes em quem não há sombra de variação...". Também sabemos que existe um simbolismo das trevas como "o maligno", como diz o apóstolo João: "...se alguém diz que é de Deus e anda em trevas é mentiroso..." e Jesus disse: "...Eu sou a luz do mundo...quem crê em mim não andará em trevas, mas terá a luz da vida...". 

Precisamos entender que o conceito "trevas" até aqui, no princípio da criação, não significa o mal, assim como a luz, não significa necessariamente o bem! 

Somente de Deus procede a única virtude que produz vinculo com a perfeição e com a vida, à isso as escrituras  chamam de: luz, que não é de fato "o bem", porque precisamos entender que Deus está acima do bem e do mal, ele é a justiça perfeita, o bem mais elevado que tão somente o bem oposto ao mal, daí dizer que: Deus é luz, e ele também é o criador da perfeição, da vida, e da justiça em sua forma máxima, daí dizer: Pai das luzes. 

Então até antes da queda do homem por causa do pecado, as trevas não significam o maligno, mas o vazio, aquilo que estando em oposição com a luz na verdade se completa com a luz, porque as trevas necessitam da luz para ter sentido, para que seja por ela iluminada, assim como vamos entender que tudo para ser visto nas trevas precisa de luz, assim como a criação precisa de vida, e assim entendemos que o homem precisa de Deus, do mesmo jeito que para a luz se revelar em algum lugar precisa da existência da escuridão ou de trevas, pois toda luz visível ao olho humano possui penumbra ou sombra, porque entendemos que sem trevas a luz não pode ser vista: a luz não pode ser revelada ao olho humano sem uma porção de penumbra ou sombra, pois a luz absoluta é mais forte que a visão humana e não pode ser contemplada. Da mesma forma a treva absoluta é invisível a visão humana e não possui objetivo, assim então, Deus é a luz absoluta que não pode ser contemplada pelo homem, e o homem é a treva absoluta sem Deus. 

A filosofia chinesa possui um estudo muito amplo e complexo acerca dessa realidade: dos opostos que se completam, e do fato de que toda a natureza possui ciclos que retornam ao início, mas o ponto errado é quando interpreta-se que o oposto ao bem seria o mal, ou que o mal na verdade seria uma expressão ativa, enquanto que o bem seria algo passivo, talvez haja até outros enganos, e até muitos acertos, mas a verdade sobre Deus é que não há igualdade entre Deus e a humanidade, não são dois polos de níveis iguais, mas a supremacia de Deus é completa e total, e de Deus não procede mal algum, mas ele equilibra-se com a fragilidade humana e concede ao homem uma subsistência, mantendo sua supremacia.  

Deus equilibra sua luz com a treva do homem para que possa revelar-se à ele sem ofuscá-lo ou consumi-lo como disse Deus à Moisés: "...nenhum homem pode me ver, pois aquele que me ver certamente morrerá...", e o homem é um ser vazio que necessita ser preenchido por Deus, como Jesus disse: "...Eu sou a videira verdadeira (o único que pode suprir vida ao ser humano como uma árvore conduz vida a seus ramos) e vocês são os ramos, sem mim vocês não podem fazer nada (terem vida com capacidade legítima para subsistir e progredir)...".

Assim como a treva absoluta e afastada da luz  significa rebelião à luz, daí o conceito de trevas significando o maligno! Onde as trevas rebelando-se ao equilíbrio com a luz causam a separação "por decisão" e a oposição por propósito de transgressão. Sendo assim as trevas isoladas da luz ou negando a presença da luz simbolizam o maligno. Por isso que as trevas no seu significado original e mostrado no início da criação não podem nunca significar o maligno, mas a treva isolada da luz sim significa a vivência do maligno.

Como vimos pelo que foi dito pelo apóstolo João e por Tiago, não há união com a luz que resulte em mal, assim como não há separação da luz que resulte em bem, mas também diz João: "...se dissermos que não cometemos pecados somos mentirosos...". Isso ele fala apresentando a falibilidade do ser humano, pois como sabemos que antes da queda do pecado, o ser humano já era incompleto sem Deus, mesmo sendo perfeito ausente de qualquer possibilidade de pecar por tentação, quanto mais, ele torna-se falho e sujeito ao pecado depois da queda, quando absorve o caráter de ser tentado pelo mal, mas o apóstolo João faz o seguinte contraponto dizendo: "...se andamos em trevas e dizemos que somos de Deus, somos mentirosos...", mostrando que não há nenhuma associação entre o bem e o mal que gere equilíbrio para Deus, mas o vazio do homem (trevas antes da queda) precisa do "cheio" de Deus (a luz).    


5 E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.


5 Deus designa Dia e Noite, luz e trevas, separados, porém se completando.


O PRIMEIRO DIA ESPIRITUAL


Vimos até aqui que Deus criou coisas físicas para esse universo, ou mundo que vivemos, e criou também um mundo celestial. Observamos duas teses para descrever o processo temporal dessas duas criações, tendo em vista duas coisas: que tudo foi feito dia após dia cuidadosamente e não por acaso, ou seja, não é por acaso o número de dias desse ciclo de criação nem o que foi feito em cada um desses dias um após o outro, e o outro ponto é que Deus fez esses dois mundos: celestial e físico, então ou os dois foram feitos ao mesmo tempo (tese 1), ou foi feito primeiro o mundo celestial e depois o físico (tese 2). Tendo em vista que ainda que as teses se discordem por somente uma estar certa, as duas revelarão grandes mistérios sobre a criação celestial e sobre a conexão entre o celestial e natural como veremos depois.  

Aqui vemos um paralelo entre a criação da luz e o que poderíamos chamar de caráter, virtude, natureza, ou valores de Deus.

Deus cria fundamentos nas coisas materiais, aqui está a revelação dos mistérios do que podemos chamar de "a criação espiritual", Deus criando as coisas espirituais pelo mesmo principio das coisas materiais, aqui que está o lado mais profundo dessa criação, quando partindo do preceito de que tudo que Deus fez materialmente é um simbolismo de como se originaram também as coisas espirituais. Assim como em todas as escrituras Deus levanta homens, humanos, para tipificar o Messias Jesus. Deus cria a luz, Deus cria a Palavra, o verbo, a virtude dele, que é acima do bem e do mal, Deus cria a luz e cria a vida. 

Deus é a luz intensa e absoluta, oposta à tudo, uma beleza, um valor, incomparável, e incontemplável, poderosa em todos os sentidos, e toda criação é trevas, vazio. Nada possui vida sem ele, nada possui coisa alguma sem ele, tudo vem dele, só pode ter vida dele, porque ele é a vida absoluta e como ele não existe nada. Tudo que existe é apenas parte dele completada por ele, e só tem forma dele, porque só ele possui a luz absoluta, que a escritura define de maneira completa pela palavra: vida, como quando Jesus disse: "...quem crê em mim não andará em trevas, mas terá a luz da vida".

Deus não faz nada por acaso, assim como Deus criou coisas materiais, também fez as coisas espirituais. Deus criou o mundo em sete dias, por um significado espiritual, e em cada dia ele dispôs uma coisa diferente com um propósito. Então entederemos que assim como temos sete dias para criação do mundo material, também temos sete dias para a criação espiritual, e entenderemos o mundo espiritual foi criado exatamente como este mundo físico, o que vamos compreender cada vez melhor no decorrer desse estudo.

No primeiro dia espiritual, ou mais precisamente a primeira coisa que Deus criou foi a "luz espiritual", em outras palavras: a vida, a virtude de Deus, o poder de Deus, a essência de Deus.   

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TESE 1


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Primeiro dia espiritual

Deus cria a vida.

Deus separa a vida da ausência dela.


Primeiro dia natural

Deus cria a luz.

Deus separa luz das trevas.


Note que a tese 1 aponta que o mundo celestial e o mundo físico foram criado juntos, mas sempre aquilo que é celestial ou espiritual vem antes, ainda que sejam feitas as duas coisas ao mesmo tempo exato, aquilo que é espiritual ou celestial vai vir antes, assim como tudo que está em cima vem antes do que vem embaixo. 


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TESE 2


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Primeiro dia celestial

Deus cria a vida.


Lembre-se que a tese 2 fala do mundo celestial individualmente, como se o mundo físico fosse criado só depois de tudo que é celestial e espiritual ficar pronto, então focalizamos toda a revelação só para o mundo espiritual e relação a ele mesmo com base na criação natural. 


O SEGUNDO DIA


6 E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.


6 Firmamento significa: céu visível, o céu a azul atmosférico. 

No versículo 2 vimos que o texto faz descrição somente de como é a terra quando diz: "a terra era sem forma e vazia, havia trevas sobre a face do abismo e o Espirito de Deus pairava por sobre as águas". 

Podemos entender que essas "águas" que o texto se refere não estão nos céus inativos, ou espaço solar, mas somente na terra, e Deus manda que haja um firmamento, isto é, que saia um céu do meio das águas daquele buraco negro designado como terra, que procedente da própria água da terra, sendo que os céus que estão em volta da terra não é considerado nada, é céu inativo, apenas um espaço vazio, algo que não tem função ainda. Isso entendemos porque o texto diz que Deus fez um firmamento "do meio das águas" e vimos que o texto fala da existência de águas na terra e não nos céus (isto é, no espaço solar), por isso entendemos assim. 


7 Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi.


7 Aqui vemos Deus designando que águas estarão por cima do firmamento e outras águas estarão por baixo. Podemos entender por Deus separando águas, que seria separar um mesmo elemento em duas funções distintas, imaginamos teóricamente um corte horizontal fazendo dois lados, o de cima e o de baixo. 

Então as águas de baixo seriam águas que envolvem o planeta terra, como se o planeta terra continuasse naquele momento sendo um ajuntamento de águas, trevas e abismo, e as águas de cima seriam Deus estendendo um céu atmosférico, o ar e os elementos químicos que fazem a atmosfera do céu em que podemos viver (uma vez que o ar é um "tipo de água" por causa do oxigênio). 


8 Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.


8 Deus chama esse firmamento feito das águas de "céus". Entendemos então que até aqui os céus de fato não tinham sido criados, era só alguma coisa em trevas, com águas, sobre a face do abismo. 

O espaço solar aqui no caso ficaria fora de contexto em todo o livro de Gênesis, mas porque Deus estende um firmamento, um céu ativo, denominado somente agora como: "céus", agora podemos vincular o céu atmosférico com o céu espacial numa coisa só, embora ele esteja totalmente fora de nosso alcance visual e totalmente fora da imaginação dos antigos, mas só podemos vincular o céu visual com o céu espacial, porque depois veremos Deus criar astros espaciais e sabemos que esses astros não estão no firmamento, mas bem depois dele, aludindo ao fato que mesmo o céu espacial deve ter em sua composição alguma ligação química ou origem espiritual  com a água, embora o texto não mencione águas no céu antes de ser criado o firmamento, mas somente na terra, de onde saíram águas para estender Deus os céus. E  devemos entender que quando Deus fala: "céus", o texto não quer trazer nenhuma especulação nem alusão ao espaço solar, mas somente os céus que Deus estendeu, isto é, o firmamento e o que está sobre ele ao alcance da perspectiva visual do homem.  

A mente humana antigamente deduzia que o planeta terra era plano, e que o céu era somente o firmamento, e que os astros, sol, lua e estrelas estavam como que postos nesse firmamento, mas nós sabemos que os astros estão muito além desse firmamento e que o planeta terra não é plano, porém a ideia do texto permanece intacta seja qual for a visão que a pessoa tiver sobre a forma do universo, porque cientificamente vamos entender que o céu atmosférico, chamado de firmamento, é o que é de fato o céu, o que vem depois é o espaço solar, e existe no céu atmosférico uma química de oxigênio e camada de ozônio que são uma outra atmosfera diferente do espaço solar, então seja no aspecto científico, seja na visão antiga ou moderna, Deus está estendendo os céus de forma ativa e compreensível ao homem.  


O SEGUNDO DIA ESPIRITUAL 


Deus cria a separação entre águas de acima e águas debaixo, e às águas de cima chama: "céus", tipificando a separação entre o mundo físico e o mundo espiritual. 

O ponto mais interessante aqui é o momento em que desvendamos um grande mistério da criação das coisas  espirituais através da criação de Deus nas coisas materiais: Deus criou uma lei: águas de cima, e águas debaixo, para o mundo material, então contemplamos  Deus fazendo divisão entre coisas espirituais e coisas naturais, mundo celestial e mundo material. 

Deus cria essa lei, o mundo espiritual e mundo material e que eles sejam divididos. 

Deus constitui os céus físicos e isso antes de constituir a terra, à mesma semelhança Deus constitui as coisas  espirituais antes das coisas materiais e constitui o mundo celestial antes do mundo material.

    

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TESE 1


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Segundo dia espiritual

Deus faz separação entre mundo celestial e mundo físico e constitui a existência do terceiro céu (onde Deus está). 


Segundo dia natural

Deus faz separação entre águas designando águas para terra e águas para fazer um firmamento ou céu atmosférico e constitui os céus.


Note que no segundo dia espiritual, Deus separa mundo celestial do mundo físico, e sabemos que o segundo céu é um mundo celestial, mas está abaixo do terceiro, sendo assim o segundo céu, ou não existe ainda no segundo dia, ou só existe inativamente, através de uma separação junto com o mundo físico, mas porque entendemos que o segundo céu não pertence ao mundo físico, podemos entender que o segundo céu não existe ainda.

É interessante também que no que diz respeito a criação espiritual não podemos elucidar formas, porque não temos nenhuma noção da aparência das coisas celestiais, mas somente entender os princípios.


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TESE 2


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Segundo dia espiritual

Deus faz separação entre coisas espirituais invisíveis e coisas celestiais palpáveis e estabelece todos os valores espirituais invisíveis.


Note que aqui estamos analizando o mundo celestial isoladamente.


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O TERCEIRO DIA


9 E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.


9 Aqui poderíamos ter uma visão de um globo. Aquele ajuntamento de águas, com trevas sobre um abismo, que ficou em baixo, deixa de ser um algo informe e se torna um globo.

Podemos imaginar que a chamada: terra tinha um aspecto plano de um buraco negro, quando nos versículos 6, 7 e 8, Deus manda haver um firmamento, esse firmamento fica sobre esse buraco negro numa forma ainda plana e só no versículo 9, quando se ajuntam as águas de baixo e vem a porção seca, é que os céus pegam uma forma arredondada em torno da terra.

Também podemos imaginar que quando Deus constitui os céus, o firmamento que está no meio das águas ele envolve a terra que tem a forma de um buraco negro para que ela pegue um aspecto circular, porém informe circundado pelos céus, aí então no versículo 9, essas águas informes como um espectro negro e vazio, tomam a forma de um planeta redondo com água e terra como sabemos que é.   

As chamadas "águas de baixo" que estão naquele abismo em trevas, ou espectro negro e vazio, separadas das águas de cima, que é a chamada: terra, agora vão ser condensadas numa espécie de globo. 

Deduzimos assim porque sabemos que a terra é redonda.

10 Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom.

11 E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi.

12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.


10, 11, 12 Deus deixa claro haver uma parte seca e outra com águas como sabemos que o planeta terra é feito de terra e água. 

É interessante como já tínhamos visto, que Deus não denomina o ajuntamento dessas águas de baixo com terra seca como: "terra", ou planeta terra, como chamamos, ou como o texto chama no versículo 1 e 2, dizendo do nosso planeta: terra. Mas Deus chama de: "Terra" somente a porção seca! E as águas que ficaram nesse globo que foi ajuntado de: "Mares". 

Por isso que podemos pensar que a denominação de terra ao planeta terra (terra seca+mares) é diferente da denominação que Deus faz a porção seca do planeta terra como: "Terra", talvez por causa do nome que nosso planeta tem no idioma hebraico. Mas mesmo que no idioma original da escritura, o planeta terra se chame: terra, e a porção seca que é paralela aos "Mares" também se chame: "Terra", é importante entendermos essa diferença, porque temos dois "mundos" no universo físico: céus e terra. Ou seja parte de cima e parte de baixo, e temos três poderes: Céus, Terra e Mares, como vimos acima.


       Céus

    Terra e Mares 


Então vemos aqui três atmosferas: "céus", "terra" e "mares". 

Temos até aqui dois momentos em que Deus fala que algo é bom, quando ele diz que a luz é boa. E quando ele separa Terra e Mares, quando diz o texto que Deus viu que isso era bom. Podemos imaginar que a supremacia da luz sobre as trevas e a dualidade entre Terra e Mares tem um significado para Deus.

No terceiro dia vemos Deus criando duas coisas a que chama de bom: Terra e Mares. E as árvores, a grama, chamada de relva, as ervas e frutos. Essas ervas e frutos das árvores produziam sementes para se multiplicar. 

O fato de Deus criar tudo isso num mesmo dia e dizer que é bom, uma segunda vez, podemos entender que Deus faz um vínculo direto entre a Terra (porção seca) e todo tipo de plantação ou vegetação, e Deus fala ser bom a criação da Terra (e dos Mares), e diz ser boa a criação da vegetação, demonstrando que Deus está agradando-se das coisas que cria no contexto terreno visível, Deus demonstra prazer nas coisas materiais que vai criando.

Sabemos que da vegetação vem o alimento, e Deus cria, ervas, que possuem uma concentração muito nutritiva de elementos químicos que fortalecem e estimulam o corpo humano como sabemos pela ciência, e podemos entender ervas também por verduras e legumes. Também entendemos frutos por todo tipo de fruta doce, que nas escrituras simbolizam além de alimentação, a alegria, o prazer, o sabor e a recompensa. Também podemos especular a importância científica da vegetação na respiração humana, pois todo tipo de árvore, vegetação ou plantação movimenta o ar que respiramos para que se renove.      


13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.


13 Mais uma plenitude de tempo que Deus designa como tarde e manhã, não havendo ainda sol, nem lua, nem estrelas para regularem essas coisas. E assim Deus encerra o terceiro dia.


O TERCEIRO DIA ESPIRITUAL


Aqui podemos constatar pelo aspecto espiritual que há um mistério entre a dualidade dos Mares com a Terra, quando voltamos de novo ao que disse o apóstolo Paulo sobre ser levado ao terceiro céu, e quando ele diz: "as potestades do ar". Aqui podemos entender que há três mundos: dois espirituais e um natural.

O céu de Deus é o terceiro céu e ali há criaturas celestiais com ele, porque não podemos imaginar que Deus está sozinho no terceiro céu, mas o trono dele é soberano sobre tudo. O segundo céu é o mundo celestial do ar, onde estão anjos de Deus operando paralelamente a esse mundo físico, e o primeiro céu é o céu natural do nosso planeta.

Dois desses três céus são invisíveis à nós, o céu de Deus, o terceiro céu, e o mundo celestial do ar, o segundo céu, onde estão anjos. 

Também entendemos que há dois mundos paralelos: o mundo celestial do ar e o mundo físico que vivemos. E o terceiro céu acima de tudo.

Temos dois mundos naturais: céus e terra.

E temos dois mundos na visão espiritual: mundo celestial e mundo físico.

Compreendemos também que temos três atmosferas físicas: Céus, Terra e Mares. 

E temos três céus: o Céu de Deus (terceiro céu), o mundo celestial terreno invisível (segundo céu), e o nosso mundo visível (céus naturais).

Correspondendo, os céus são o céu de Deus, os Mares são o mundo celestial do ar, e a porção seca chamada terra é nosso mundo físico completo.

Assim como o céu está acima do planeta terra, assim Deus está num lugar elevadíssimo, e assim como paralelo a esse mundo visível, interage um mundo invisível (e também celestial), o mar está intangível aos nossos olhos na sua profundidade, e não faz parte alguma de nossa vida cotidiana, pois não podemos viver nem respirar no ambiente do mar, embora ele está paralelo a porção seca. Vamos porém entender isso melhor mais à frente.


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TESE 1


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Terceiro dia espiritual

Deus cria o mundo físico e faz separação entre o segundo céu e o mundo físico. Dois mundo paralelos abaixo do terceiro céu.  

Terceiro dia natural

Deus faz aparecer terra seca nas águas de baixo e faz separação entre Terra e Mares.


Note como é empolgante o fato de que enquanto as coisas estão sendo criadas no Dia espiritual, as coisas que vão acontecer no Dia natural, acontecem exatamente depois sem contradição. Aquilo que é natural, quando é anunciado acontecer na criação espiritual, acontece também na criação física exatamente depois.

Por exemplo: quando Deus separa o mundo celestial do mundo físico, no mundo espiritual, no segundo dia espiritual, ao mesmo tempo o mundo natural, no segundo dia natural está tendo águas separadas em céus e ainda não está estabelecida a terra nem os mares, assim como no terceiro dia espiritual Deus divide mundo celestial (segundo céu) do mundo físico e só aí então no terceiro dia natural que acontece a criação da Terra e dos Mares no terceiro dia natural, mostrando que o que é espiritual vem antes do físico e como que, ao mesmo tempo, ou um pouco antes.    


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TESE 2


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Terceiro dia espiritual

Deus estabelece o mundo celestial palpáveis no mundo espiritual, e cria o terceiro céu e o segundo céu abaixo de seu trono.   


Note que primeiro Deus fez coisas espirituais invisíveis e depois Deus criou coisas celestiais palpáveis.

Note também que na segunda tese por analisarmos as coisas celestiais em contraste somente com as coisas celestiais, o terceiro céu não vai ocupar a posição máxima, mas abaixo do trono de Deus, porque não há aqui o mundo físico em contraste, embora sabemos a regra não se altera: dois mundos (céus e terra) e três poderes (Céus, Terra e Mares) que aqui dois mundos é: mundo espiritual invisível e mundo celestial, e três poderes é: o trono de Deus (acima do terceiro céu), o terceiro céu (onde está Deus e anjos) e segundo céu (onde estão anjos).  


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RESUMO DOS TRÊS PRIMEIROS DIAS


No primeiro dia Deus cria a luz, e faz separação entre luz e trevas.

No segundo dia Deus faz separação entre águas, entre a parte de cima de baixo, à parte de cima chama de: "Céus", e assim cria os céus.

No terceiro dia Deus estabelece e cria a terra, e faz separação entre Terra e Mares. Deus também cria vegetação, árvores, alimento e frutos sobre a terra.


A revelação espiritual dos três primeiros dias


Mundo espiritual em contraste com o mundo físico (tese 1).


1 LUZ=VIDA

2 CÉUS=TERCEIRO CÉU

3 TERRA e MARES=SEGUNDO CÉU e MUNDO MATERIAL


Mundo espiritual em contraste somente com as coisas celestiais (tese 2)


1 LUZ E TREVAS=CHEIO E VAZIO

2 CÉUS=TRONO DE DEUS (coisas espirituais invisíveis)

3 TERRA E MARES=TERCEIRO CÉU E SEGUNDO CÉU (coisas celestiais palpáveis)


O QUARTO DIA   


14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;

15 e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.


14, 15 Deus já tinha criado a luz, mas ainda não estabeleceu ainda "luzeiros" para designarem o dia e a noite, embora Deus já tivesse criado "Dia e Noite" (versículo 5). Deus esboçou aquilo que ainda vai estabelecer.

  Deus cria a luz, e agora estabelece que ela funcione através dos luzeiros, que são os astros luminosos.

Também o texto destaca a importância astronômica da posição estável desses astros para demarcar tempos, por causa do giro da terra e da posição das estrelas que demarca espaços, assim como a lua que muda seu aspécto pela sombra da terra de tempos em tempos, e sabemos que assim o homem observa essas coisas desde a antiguidade para designar tempos. Trazendo-nos também um entendimento que assim como Deus cria as coisas que estão na natureza que nos parecem ocultas,  também coloca no ser humano um instinto mental para descobrir sua utilidade, pois o ser humano se utiliza de muitos recursos naturais criados por Deus que estão ocultos na natureza e mesmo assim o ser humano explora a sua utilidade e desvenda seus segredos. 


16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.

17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,

18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.


16, 17, 18 Deus faz o sol e a lua. O sol que manifesta a luz e o dia. A lua que está à noite para fornecer uma certa medida de luz. 

O texto fala que o sol é um astro maior e governa o Dia e a lua um astro menor e governa a Noite, o texto diz também que Deus os colocou no firmamento. E como vimos que a palavra "firmamento" significa o céu visível, o céu azul que vemos, que está firmado diante da terra ou firmando os astros, daí a palavra firmamento. Mas sabemos que o sol, a lua e as estrelas não estão no firmamento, mas muito distante no espaço solar, porém o texto destaca tudo pela visão humana, pois esses astros aparecem de fato no firmamento. 

Deus está manifestando o que antes ainda estava sem uma manifestação prática, tinhamos os elementos, mas eles ainda não vigoravam. A luz agora vai manifestar-se como o Dia, e as trevas como a Noite. 


19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.


19 Deus agora tem a tarde e a manhã com seus luzeiros estabelecidos, e Deus viu que isso era bom: ter os poderes dos céus estabelecidos, e ter criado a manifestação dessas coisas na prática, tendo em vista que as coisas são criadas, e depois postos os fundamentos, os sustentáculos e as leis para os regerem.

Sabemos que assim como há a luz e as trevas, o dia e a noite, que foram separados por Deus, vemos também  que dois grandes astros são colocados para manifestar tudo isso, o texto diz que cada um governa o seu poder, e ao mesmo tempo completam um ciclo equilibrando-se. 

O sol é inclusive chamado ciêntificamente de astro regente, que significa governo. 

A lua e as estrelas, sabemos pela ciência, que não possuem luz própria, elas absorvem ou refletem a luz do sol, assim como a lua, para emitirem uma quantidade de luz suficiente para produzir uma iluminação à noite, quando a terra movimentando-se fica em posição oposta ao sol.

O sol e a lua completam-se numa concordância. Sabemos que a lua não produz trevas, mas uma pequena quantidade de luz nas trevas. A lua é o governante da noite, mas aqui vemos uma demonstração clara entre a postura masculina do sol, e a postura feminina da lua, onde a lua sendo um astro menor, governa a noite, mas é dependente da luz do sol, não sendo manifestadora de trevas, mas de luz, porém em pequena medida, mantendo a função de manifestar mais trevas do que luz.

A lua tem sua postura que incide com as trevas, com o  vazio, necessitando da luz do sol, pois vimos que a luz das estrelas e da lua nunca provém de si mesmos, mas do sol, assim como o sol possuindo toda a luz não a manifesta completamente diante do planeta terra, mas isso controlado por meio do giro da terra mudando o espaço a ser focalizado pela luz produzindo sombra, e produzindo a noite para que a superfície seja aquecida novamente num próximo dia depois de ter sido resfriada pela noite, através da distância que está em relação a terra, e é tão poderosa a luz do sol que pela ciência sabemos que precisa ser contida pela camada de ozônio, pois não pode ser total a manifestação de sua luz, mas com uma partícula de sombra provida por todos esses elementos da natureza. 

Há com certeza muitos mistérios científicos em tudo isso, um deles é a questão do calor e do frio, do fogo e dos estados térmicos da água e tudo isso procede da aplicação devida e adequada em termos de quantidade e circunstância da: luz e das trevas, como por exemplo: sabemos que o fogo produz luz e calor, mas o calor não produz luz, as trevas podem produzir frio sem luz e etc...

O QUARTO DIA ESPIRITUAL


Vemos então a coligação e ao mesmo tempo separação, do sol e da lua, vemos a soberania do sol em relação a lua. O mesmo acontece com a luz e as trevas, que se expressam na prática através do Dia e a da Noite, os quais só vemos se manifestar com a criação destes astros, então vemos a ligação: masculino e feminino, cheio e vazio, soberano e submisso, Deus e humanidade.  

Deus está estabelecendo poderes nos céus, astros que manifestam poderes que Deus criou, e assim como os astros são objetos sem folego de vida, não compararemos os astros à criaturas, mas com poderes que sustentam o universo, daí que a interpretação simbólica disso para a criação espiritual de Deus, que Deus está estabelecendo governos celestiais para dominarem os mundos espiritual e natural. 

Não podemos comparar diretamente o sol a lua e as estrelas com vidas, pessoas, ou anjos, mas com poderes estabelecidos. O poder supremo: "o sol", e um  poder submisso: "a lua", e um exército também submisso: as estrelas. 

Não podemos compreender os astros como figuras vivas, mas compará-los a poderes espirituais, o governo de Deus: o sol. O governo submisso das criaturas: a lua, e as estrelas são seus exércitos.

Não podemos designar as estrelas como a criação dos anjos, de fato, ou à criaturas de fato, como veremos depois, pois os anjos são criaturas vivas, embora as escrituras deixam aberto uma alusão clara entre estrelas e anjos quando diz: "Deus chama suas estrelas pelo nome", e "o Dragão com sua calda arrastou cerca de um terço das estrelas do céu", e "pecou Salomão adorando a todo o exército do céu" referindo-se as estrelas dos seus como seres vivos alvos de uma idolatria. 

Vemos então, no caso das estrelas, uma ênfase a comparação com os anjos, mas não eles de fato, mas poderes guardiões em multidão, pois as estrelas estão estáveis e como vigilantes para manter a ordem da iluminação da terra à noite e designar tempos precisos e estações. 

As estrelas simbolizam os poderes angelicais que habitam no terceiro céu e que se movem no segundo céu (como veremos depois). 

O sol simboliza não Deus, mas o seu poder supremo, o poder que está sobre todos os poderes, ou poder espiritual. 

A lua simboliza um poder submisso ao poder de Deus, que pode ser o poder dos homens, dos anjos, ou de todas as criaturas que tem de estar submissas à Deus.

As estrelas simbolizam o poder dos exércitos que atuam com a função guardiã (também submissos à Deus).

O poder da lua e das estrelas


Podemos entender também, tendo em vista que os mistérios de Deus se interligam de uma ponta à outra e são infinitos, o seguinte:

SOL= PODER DE DEUS

LUA= SUBMISSÃO DE TODAS AS CRIATURAS 

ESTRELAS= EXÉRCITOS DE ANJOS


SOL= PODER DE JESUS: O CRISTO

LUA= SUBMISSÃO DA IGREJA 

ESTRELAS= EXÉRCITOS DE ANJOS


O ser humano embora seja inferior aos anjos em poder, ao mesmo tempo tem a imagem e semelhança de Deus assim como os anjos. A escritura fala dos anjos como seres guardiões que sustentam o universo, são mensageiros, guerreiros, tem poder para exercer juizo e fazer justiça, trazer cura e maldição, então embora a missão deles seja algo mais poderoso, o ser humano foi criado com a missão de ser "a noiva de Cristo", como veremos depois.

O ser humano foi criado com muita preeminência, embora não pareça, e para uma missão totalmente diferente da dos anjos, por isso que o escritor de hebreus diz: "...são eles seres ministradores para atuarem a favor dos homens", e diz um anjo à João, escritor do livro Apocalipse: "...Adore somente à Deus, pois eu sou teu conservo...", então podemos entender que o homem embora mais fraco que os anjos, e os anjos criados para a missão que o homem não pode desempenhar, o ser humano foi eleito para uma missão de mais preeminência que os anjos pelo aspecto de que foi eleito para ocupar a posição que a lua ocupa em relação ao sol. 

Jesus diz de João batista o seguinte: "...Eu digo a vocês que João batista é sim um profeta, e que profeta! Pois dos nascidos de mulher ninguém é maior que João batista, mas dos que estão no  reino dos céus hoje, o menor é maior que ele...". João batista é um mensageiro de Deus um guardião da verdade, um tipo de "anjo humano", e o apóstolo Paulo que é um outro tipo de "anjo humano" serviçal de Deus, daí a palavra apóstolo que quer dizer: "enviado", também diz de si mesmo: "...é importante que todos os homens nos considerem como detentores e distribuidores dos segredos e poderes de Deus...". Baseando-nos nessas palavras entendemos que essa é a preeminência dos anjos em relação à nós. 

João batista dando testemunho de Jesus e daqueles que estavam sendo convertidos por ele disse: "...quem possui a noiva é o noivo, o amigo do noivo somente se alegra com ele...convém que ele cresça e eu diminua...", e o apóstolo Paulo também diz da igreja: "...Eu vos tenho preparado como noiva pura para o Senhor Jesus...". Essa é a preeminência dos homens em relação aos anjos e diante de Deus. 


Os planetas


Temos aqui outra especulação maravilhosa, que é a importância dos muitos astros no espaço, pois diante de uma grande quantidade de planetas e da infinidade do universo, especula-se a existência de vida em outros planetas, deduzindo-se que a terra é apenas um dos muitos planetas, não tão imenso quanto outros, mas precisamos entender que Deus estabelece os astros como poderes nos céus, Jesus certa vez diz: "...haverá terremotos, e muitos se escandalizarão com o bramido do mar...porque os poderes dos céus serão abalados", podemos deduzir que simbolicamente Jesus também está aludindo ao fato que nesse tempo haverá batalhas espiritais que refletirão sobre a terra por causa dos desígnios de Deus para os últimos tempos, como lemos que haverá momentos em que Satanás obterá poderes e autoridade em certos momentos, mas aqui Jesus está se  referindo ao céu físico diretamente, assim entendemos que há poderes reais e palpáveis sustentando o universo, assim como há o ar para respirarmos e nosso coração não para bater para que vivamos. 

O planeta terra é antecedido e sucedido por outros planetas em relação ao sol. Por exemplo: antes da terra há um planeta chamado: "Mercúrio", que não possui nenhuma forma de vida, mas seria ele talvez um termostato do universo. Os buracos negros seriam trituradores de detritos como qualquer coisa que escape do planeta terra no espaço e conversores desses detritos em energias gasosas ou cinéticas como já vem sendo provado, embora estudiosos tentam imaginar que os buracos negros são  portais para outro espaço solar (ou para o final do universo), o que é muito improvável tendo em vista o que já compreendemos sobre a criação de Deus. 

O que diríamos de Saturno? talvez seja ele que equilibra ou faz a rotação dos planetas, por causa daquele anel de milhares de estrelas em torno dele. Dizem os cientistas que há planetas formados de elementos gasosos, talvez seja ele ou outro desses dez planetas que faça o equilíbrio cinético dos planetas no espaço como um ima, talvez um seja um ima vertical, e outro um ima horizontal, e outro faça a rotação dos planetas, pois o que faz um ventilador girar? É a energia elétrica através de imãs que fazem a hélice flutuar e ser empurrada pelo magnetismo. 

Também podemos especular que plutão seja o termostato inverso para resfriamento por causa de sua distância da terra, o qual foi cogitado a que pertence a outro espaço solar, ou num plano mais além por causa de sua distância, mas não há descoberta de nenhum outro sol. Talvez todos esses planetas jamais poderiam se manter em órbita sem cair, se um deles não estivesse ali, e se outro não existisse talvez todos poderiam ser comprometidos, e tudo isso para fazer um único planeta subsistir: o planeta terra.

Todas essas coisas, porém, são especulações.   


A infinidade do espaço


A infinidade do universo causa espanto nas pessoas e a imaginação de que esse: "infinito" do espaço possui mais coisas, mas talvez não, talvez a infinidade do universo seja uma coisa que não tem graduação de extensão, porque não é como se Deus fosse construindo uma "pista" imensa, ou talvez não possamos nem dizer que é grande, mas talvez seja infinito simplesmente porque é algo que existe, é algo que existe num aspecto atemporal, fora de um contexto de medidas por ser uma coisa sobrenatural, talvez nem pode ser contado, porque não foi construindo para ter proporções, grande ou pequeno, como as coisas que se faz na terra, mas seja algo indefinível, que não pode ser medido.

O planeta terra em meio a outros 


Sendo a terra um planeta no meio de outros, isso aguça nossa curiosidade de pensar: mas no meio de tantos outros planetas, por que só na terra há vida? E por que logo a terra se é só um dos planetas? 

Aí que lembramos de José, no livro de Gênesis, quando ele diz: "eu vi o sol a lua e onze estrelas se prostrando diante de mim". Por que Deus escolheu José entre onze irmãos? Porque Deus escolheu ele para o que não escolheu os irmãos dele! Deus fez José para um propósito que era dele e não dos irmãos dele, que tinham outro propósito. 

Vemos na estória de José, que o sol simboliza o governo maior que era o Egito, que simbolizava o  governo do mundo inteiro, e que a lua simboliza o governo da casa de Israel, que era um governo menor. Tendo em vista também que José tipifica a eleição de Jesus, o Filho  unigênito de Deus sobre toda a criação, e o sol e a lua estavam submissos ao eleito, e ainda que José era menor em estatura, era o maior em autoridade, porque ainda que ele era digno dessa autoridade por ser confiável para isso, também foi eleito pela graça que encontrou aos olhos de Faraó, que tipifica Deus reinando sobre o mundo, então  entendemos que o sol significa o governo dos eleitos de todas as nações, como está escrito em apocalipse: "...vi grande multidão que não se podia enumerar de todas as línguas, tribos e nações, diante do trono de Deus...", e a lua simboliza os eleitos do Israel vindouro, e mais profundamente, o sol simboliza o governo celestial (dia) e a lua o governo terreno (noite).       


A ordem verbal de Deus


Vemos também que Deus cria as coisas com a ordem verbal, com palavras. Ele está criando coisas que não existem ainda, pronunciando que seja feito as coisas como ele está idealizando, e com uma ordem é feito exatamente como ele quer, porque o seu pensamento está junto com suas palavras, tendo em vista que o que está sendo criado não existe ainda, Deus está "inventando tudo", e outro ponto é que, tendo em vista que Deus cria as coisas por meio da palavra, poderíamos pensar em coisas "ocas", ou seja, coisas que funcionam sem uma estrutura, sem detalhes, sem minúcias, mas tudo que Deus cria, como sabemos, possui fórmulas, elementos, leis naturais, e estruturas complexas registaradas pela ciência humana, ou seja, um trabalho minúcioso e inteligente de Deus para criar todas as coisas, e o mais tremendo é que sabemos que Deus pode criar as coisas num único dia, e de fato fazer as coisas surgir por simplesmente uma fala, e num único instante, mas Deus estabelece um tempo para cada coisa, um ciclo de manhã, tarde e noite, e de dias, porque todas as coisas que existem, como já foi dito, não são criadas como elementos sem estrutura, "ocos" ou "estampados" na natureza, mas tudo feito com critérios, leis e fundamentos para funcionar corretamente e com um propósito.

Por isso que analisamos um ponto interessante, que é:  por sabermos que Deus criou coisas espirituais além de coisas matérias, um mundo espiritual, leis espirituais, valores e criaturas espirituais que sustentam o universo, vamos especular em que momento da "história eterna" Deus criou o mundo espiritual e suas criaturas espirituais: se antes do mundo físico (tudo que é espiritual primeiro em sete dias e depois as coisas físicas em sete dias) ou se paralelamente, em sete dias, as coisas espirituais e físicas juntamente uma coisa após a outra. 

Pode se deduzir que os anjos executaram as coisas quando foi dada a ordem de Deus dizendo: "haja...", "e assim se fez...", como construtores vinculados à ordem de Deus, ou então a palavra pronunciada por Deus era um poder vivo e realizador das coisas quando manifesto pela boca de Deus, algo vivo e realizador que faz as coisas de fato acontecerem manipulando-as como um espírito, como diz a escritura: "no princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus...", referindo-se a pessoa de Jesus Cristo como que antes de sua forma eterna no princípio.

Também sabemos que a ordem que sai da boca do homem movimenta poderes espirituais, pela oração à Deus, e pela declaração verbal como Jesus disse: "tenha a fé de Deus (como diz o original grego), porque em verdade vos digo que se disserdes a esse monte, ergue-te e lança-te no mar e não duvidar e seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim será feito", assim sabemos que a ordem verbal do homem, tem o poder de mover coisas espirituais que são invisíveis e não podem ser movidas com as mãos físicas, nem através de ordem física, por isso Jesus se admira quando um gentios diz: "...me mande  com apenas uma palavra e eu com essa ordem direi ao meu servo que seja curado e ele será...", porque esse homem compreendia que as coisas espirituais podiam ser movidas com o poder verbal. E tendo em vista que da boca de Deus sai o oráculo, que quer dizer a palavra perfeita, uma palavra como testemunho fundamental e imutável, que possui crédito e autoridade, Deus pode ter realizado as coisas por alguma dessas três perspectivas, por duas, ou pelas três ao mesmo tempo, como sabemos que ele faz e possui esses três poderes, tanto de ordenar e as criaturas realizarem, como de falar e o verbo fazer, assim como dizer e tudo se fazer do nada. 

Também veremos depois que há algumas coisas que Deus diz: "haja...", o texto mostra Deus fazendo pessoalmente modelando a coisa, e isso acontece duas vezes como veremos à frente: quando Deus cria os animais e o homem.

O QUINTO DIA 


20 E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.

21 Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

22 Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra.

23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.


20, 21, 22, 23 Deus cria animais marinhos e voadores.  Não há nenhum animal completamente terrestre, Deus coloca esses animais no mar, num ambiente onde não são vistos nem tocados, estão debaixo da terra, ou mais precisamente paralelos à terra, num ambiente cercado por águas, num ambiente não pertencente ao ser humano, assim como as criaturas voadoras pousam sobre a terra, mas desenvolvem sua vida no ar, tem uma ligação parcial com o ambiente terrestre, mas desenvolvem sua missão num ambiente que também não faz parte do ambiente humano. 


O QUINTO DIA ESPIRITUAL


Os anjos


As criaturas marinhas simbolizam criaturas espirituais. Essas criaturas marinhas simbolizam anjos, por serem criaturas que estão num ambiente paralelo à terra, mas que não podem ser vistos, nem tocados no ambiente terrestre. 

Não sabemos se quando a escritura fala que todo joelho se dobrará (todo ser prestará reverência e humilhação) diante de Jesus nos céus, na terra e debaixo da terra, se isso refere-se às criaturas marinhas, criaturas (animais ou insetos) que vivem no subsolo, ou se refere-se ao Hades, Xeol, ou inferno, pois não sabemos se o inferno localiza-se num lugar celestial no núcleo da terra ou se num lugar celestial afastado da terra, sabemos que está separado por um abismo do lugar dos escolhidos que foram salvos, como conta Jesus na parábola do "Rico e de Lázaro", onde o lugar onde estão os escolhidos desde a aliança feita com Abraão é chamado: "seio de Abraão", em que "seio" seria "berço", "lugar de acolhimento" ou "repouso dos filhos de Abraão", pois como está escrito, a escritura diz de Jesus que: "aquele que subiu também desceu e foi às regiões inferiores da terra...levou cativo o cativeiro...pregou libertação aos que vieram antes da aliança do novo pacto...", referindo-se ao inferno, mas não sabendo nós se ele abriga homens somente, ou se homens e anjos decaídos. 

A escritura diz: "sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela", o texto fala de maneira direta que o fato das portas do inferno não prevalecerem contra igreja significa que a igreja é a única instituição sobre a terra com poder para progredir naturalmente, não necessariamente comercialmente, embora a benção que vem de Deus faz com que as coisas progridam nesse âmbito também, a mas o texto fala da obra de Deus na vida das pessoas não tende a minguar, e o progresso dessa obra no contexto da expansão do nome de Jesus e da mensagem do evangelho não tende a falir, tendo em vista por exemplo a estória do apóstolo Paulo que sendo um só e em meio a duríssimas perseguições e censuras não foi suplantado que ele fizesse uma obra que se expandiu por muitos países, o que não é assim como acontece com obras comerciais que embora alcem grandes conquistas, por causa do comercialismo do mundo, essas conquistas são feitas por meio de esforço humano, ou facilmente mediante um desencaminhamento do ser humano para o egoísmo e para exploração, tendendo a fracassar não havendo essa postura. 

Não sabemos com exatidão se o texto fala à respeito do inferno referindo-se que os demônios, porque no livro de Apocalipse também faz referência ao abismo falando da morada de demônios quando diz: "vi uma estrela caída do céu, a qual fendeu poço do abismo, dele saiu muita fumaça e animais semelhantes a gafanhotos...", e "...se Deus não poupou a anjos quando abandonaram a sua habitação original, antes os encerrou em cadeias e prisões...", como diz também no livro de apocalipse referindo-se dos espíritos que foram soltos do abismo: "...E foi dado à eles autoridade para ferirem aos homens com uma chaga como a dor do escorpião...", e também diz Deus à Satanás: "de onde vens?" e Satanás responde: "de andar à esmo pela terra", nos fazendo entender que há demônios presos em cadeias num abismo, seja num tipo  inferno ou não, e sabemos que há demônios que andam sobre a terra, no segundo céu. Também a escritura fala que o inferno será lançado no lago de fogo, o qual foi preparado para Satanás e seus anjos, sendo que fica enigmático a ideia de que o inferno seja um lugar para demônios, mas para homens que morreram sem salvação, e como vimos na parábola do "Rico e de Lázaro" a salvação não está limitada somente a uma aliança de fé, pois tanto o rico como Lázaro eram filhos de Abraão.

Entendemos então que quando Jesus diz que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja, talvez não se refira ao fato de que Satanás não pode prevalecer contra igreja na ideia de que ele sai do inferno, mas no sentido de que Satanás não tem poder para fazer essa obra morrer, nem ser extinta, nem tem poder para eliminar essa obra da vida de quem filia-se com Deus e entrega-se a ele, não é como uma religião, ou como uma ideia que está sujeita a se extinguir da terra ou do coração das pessoas por um simples acaso, mas algo com poder para estar no coração de quem é de Cristo e sobre a terra subsistindo.       

As criaturas voadoras também simbolizam os anjos de Deus, ministradores nos lugares celestiais do ar, ou seja, no que podemos chamar de segundo céu, que é um mundo celestial paralelo ao ar atmosférico físico, não sabemos se paralelo de fato, no mesmo lugar, ou paralelo em termos de ação simultânea, mas em lugares diferentes, onde os anjos estão nele agindo paralelamente sustentando as coisas e de alguma forma, por algum motivo, interagindo, e nós não vemos e não podemos tocar, nem habitar nesse mundo, assim como as criaturas marinhas.

Fica, à princípio, estranho entender a correlação entre céus e mares, animais voadores e animais marinhos e a ligação com anjos, ambos os animais e ambos os ambientes, mas note o seguinte: mares é um ambiente paralelo a terra, e animais marinhos não se tocam com animais terrestres, assim temos a ideia dos anjos separados dos homens porém paralelos. No caso dos animais voadores, embora não tenham nada haver com os animais marinhos, o mistério neles está na mesma interpretação que fizemos dos animais marinhos, ou seja, eles pousam sobre a terra, mas voam e atuam nos céus, ou seja, estão no mundo celestial, mas influem na terra, e isso obviamente através do segundo céu, e não da terra propriamente dita.


Animais marinhos

Segundo céu = mares


Animais voadores

Terceiro céu  = céus

Segundo céu  = "terra"


Analisando assim vemos ideia é a mesma, percebemos somente que cada animal e cada ambiente ilustra uma operação diferente, e num céu espiritual diferente.


O segundo céu e terceiro céu


Lemos referências interessantes nas escrituras sobre criaturas marinhas, que diz de Deus: "não és tu aquele que derrubaste o monstro marinho?" e também no livro de Jó Deus diz: "podes tu lutar contra o monstro marinho?" Esse monstro marinho é chamado em hebraico de "Leviatã", e "vi uma besta emergindo do mar...O dragão, a antiga serpente...". Esse animal marinho simboliza Satanás nos mares. 

Os mares simbolizam um mundo celestial paralelo a esse, de certa forma, onde estão as potestades e principados malignos do ar, aqui é que está o interessante, pois os mares (ou mundo marinho) são paralelos a terra (mundo terrestres), como vimos que no terceiro dia Deus faz divisão entre Mares e Terra. Assim vemos também que a atmosfera, o ar, que é onde os seres humanos habitam, tem paralelamente, porém separado, o mundo celestial onde estão as potestades do ar mencionados pelo apóstolo Paulo.  

Temos as criaturas voadoras que interagem com a terra, mas voam e trabalham pelo céu que é um outro ambiente que não faz parte da vida humana.

O ar ocupa a atmosfera do mundo físico, mas é nesse mesmo "espaço" que estão operando principados e potestades do mal, e anjos de Deus, como vemos Jacó tendo uma visão, onde ele vê uma escada posta entre o céu e a terra e anjos de Deus subindo e descendo por ela, do céu para a terra, à semelhança de aves voadoras que voam pelos céus, mas pousam sobre a terra também. 

Os anjos habitam num mundo celestial paralelo a esse e são intangíveis e invisíveis ao mundo terreno, mas em outro momento vemos Jacó podendo tocar no anjo lutando com ele por uma petição, que é o momento em que os anjos no mundo celestial influem na terra, à semelhança dos animais voadores. Também a escritura diz: "houve peleja no céu, Miguel e seus anjos lançaram a Serpente à terra", ou seja, a Serpente não foi lançada ao mundo físico de fato, mas ao mundo espiritual paralelo a esse. E também no Apocalipse aparece uma ave voadora que diz: "ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra..." tipificando um anjo que está isolado aos perigos terrestres causados por Satanás a este mundo físico por estar em seu mundo celestial.

Então entendemos que as criaturas marinhas e voadoras tipificam anjos, as criaturas marinhas tipificam anjos que interagem no segundo céu, que são os mares em relação à terra, e ao mesmo os anjos estão nos ares espirituais em relação aos ares físicos, tipificados pelas  criaturas voadoras que interagem no terceiro céu (o céu onde está o trono de Deus) e na terra (através do segundo céu): do terceiro céu ao segundo céu que tem influência com o mundo físico. 

Podemos qualificar que são dois tipos de anjos, anjos que presidem no segundo céu interagindo na terra (animais marinhos), e outros que presidem no terceiro céu e vem ao segundo céu para interagir na terra (animais voadores). 

Esse é o simbolismo que o texto usa, porque não há criatura que seja marinha e voadora ao mesmo tempo, mas cada uma das duas com sua função, daí dizer que há dois tipos de anjos.   

O porquê dessa conexão entre "ar" (atmosfera terrestre) e "mares" (atmosfera marinha paralela à terra) com o segundo céu, ser simbolizado pelos mares, e as criaturas marinhas, bem como ao mesmo tempo pelo ar e as criaturas que voam pelo céu é justamente esse contexto entre o mundo celestial do ar ser paralelo a vida física, e o mar ser paralelo à terra, um ambiente intangível ao outro, e as aves voadoras e peixes habitam em outro ambiente diferente porém paralelo, os peixes não tem contato com os homens e as aves voadoras tem contato parcial com a terra. 

Deus dá testemunho também que isso é bom.


Tese 1 sobre os anjos


Animais voadores (anjos mensageiros) >> céus e terra (terceiro céu e segundo céu paralelo à terra)

Animais marinhos (anjos guerreiros) >>> mares (segundo céu paralelo à terra)


Pela tese 1 qualificamos duas categorias de anjos e três ambientes, dois espirituais e um físico.


Céus = terceiro céu

Mares = segundo céu

Terra = mundo físico


Tese 2 sobre os anjos


Na tese 2 é preciso entender que a perspectiva e a ordem dos lugares celestiais vai mudar, porque permanecerá o mesmo conceito: céus, mares e terra, mas sem a correlação do mundo celestial com o físico, mas somente o mundo celestial. 


Animais voadores (anjos mensageiros) >> céus e terra (terceiro céu diante do trono de Deus e segundo céu)

Animais marinhos (anjos ministradores) >>> mares (terceiro céu somente)

Animais terrestres (anjos guerreiros) >>> terra (segundo céu)


Pela segunda tese qualificamos 3 tipos de anjos. 


Tendo em vista que na tese 2: 


Céus = trono de Deus

Mares = terceiro céu

Terra = segundo céu 


Ou podemos então entender pela visão dos anjos:


Céus = terceiro céu diante do trono de Deus

Mares = terceiro céu habitação dos anjos ministradores

Terra = segundo céu 

  

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TESE 1


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Quinto dia espiritual

Deus cria os anjos que atuam no segundo céu e cria os anjos que presidem no terceiro céu e no segundo céu também.


Quinto dia natural

Deus cria os animais marinhos e voadores.


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TESE 2


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Quinto dia espiritual

Deus cria três grupos de anjos:

Os anjos mensageiros (animais voadores) para atuarem no terceiro céu diante do trono de Deus e no segundo céu, como por exemplo: Miguel.

Os anjos ministradores (animais marinhos) para presidirem no terceiro céu (mares), como por exemplo: querubins.

E os anjos guardiões (animais terrestres) para atuarem no segundo céu (terra), como por exemplo: as miríades. 


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O SEXTO DIA 


24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.

25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.


24, 25 Aqui a gente vê o grande mistério da humanidade sobre a terra, porque os animais "terrestres" simbolizam os homens.


As duas tese sobre a criação


A gente pode entender que o mundo espiritual é criado paralelo, ou ao mesmo tempo que o mundo físico, embora as coisas física são estabelecidas depois das coisas espirituais, assim como vemos em todos os momentos que Deus estabelece coisas nos céus antes de estabelecer coisas na terra, cria os animais marinhos e voadores, antes dos terrestres, então a gente pode contemplar a criação espiritual paralela com a criação física, uma após a outra, mas acontecendo juntamente em sete dias. 

A gente também pode entender que Deus fez primeiro tudo que é celestial em sete dias, e depois de tudo que é celestial ter sido criado Deus faz o que é material (o mundo físico) em sete dias também, em sete dias Deus cria as coisas celestiais, depois em sete dias Deus cria as coisas terrenas.

No contexto temporal, somente uma das duas teses estará correta, mas analisando as duas teses encontraremos uma visão mais ampla sobre a origem das coisas espirituais no aspecto fundamental.  


A humanidade


26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.


26 Os animais terrestres são a ultima criação de Deus antes de criar o ser humano: o homem e a mulher, então aqui temos uma maquete ou um resumo de toda a criação, espiritual e física, do primeiro dia até o sexto dia. 

Aqui está agora um grande mistério, na criação material. Como estamos vendo de maneira explícita nos textos, que Deus está criando coisas materiais do mundo físico, estabelecendo a luz, separando luz de trevas,  depois fazendo separação de águas e constituindo os  céus, depois criando terra e mares, povoando os mares e criando aves voadoras, povoando a terra com animais e "por ultimo criando o  homem", vemos então que assim como Deus cria por ultimo o homem no sexto dia, e vendo que Deus cria por ultimo os animais "terrestres" também no sexto dia, vemos que os animais terrestres tipifícam a humanidade, o próprio ser humano.  

O homem além de ter sido criado "por ultimo" no sexto dia, depois de todas as criaturas que povoam o planeta terra, animais marinhos, voadores e terrestres, também foi criado "por ultimo" depois de todos os elementos físicos, recursos, fundamentos, leis que regem o universo físico.

Vemos uma ligação simbólica entre os animais terrestres, que simbolizam espiritualmente os homens, e o ser humano, que simboliza espiritualmente a Jesus em relação ao governo sobre a humanidade.  


A tríade de Deus


O texto também diz: "façamos o homem segundo a nossa imagem e semelhança". "Façamos" significa que há mais alguém ali, e poderíamos especular que Deus dirige-se aos anjos, isso é provável (de acordo com a segunda tese de que Deus tenha criado o mundo espiritual antes do mundo físico), porque anjos são criaturas que também possuem a imagem e semelhança de Deus, mas quando estudamos as escrituras desde o início até o fim, vamos ver que essa palavra "façamos" tenta expressar algo misterioso sobre Deus. O apóstolo João diz: "a sua voz era como o som de muitas águas", também mostra-nos uma situação misteriosa em que Deus ao se manifestar a Abraão, este vem falar com Deus, o texto refere-se que ele vê o Senhor vindo até ele, mas o texto diz: "apareceu o Senhor a Abraão, o qual olhando viu três homens", o texto também diz: "ficou com ele o Senhor, mas os dois homens que estavam com ele foram-se para a cidade de Sodoma para destruí-la", também lemos as palavras de Jesus aos discípulos, na páscoa, onde ele repetidas vezes fala dele mesmo (o Filho), de Deus (o Pai) e de um  Consolador que viria (o Espírito Santo). Vemos que Jesus, no monte, quando leva consigo Pedro, João e Tiago, aparece vestido de branco com uma aparência glorificada no meio de Moisés e Elias, tendo em vista que Moisés tipifica um Messias (que quer dizer ungido ou escolhido) escolhido por Deus para libertar os hebreus, e Elias um mensageiro de Deus que manifesta-se muitas vezes movimentando o poder do fogo que tipifica o Espírito Santo, fazendo o céu não dar sua chuva, que também simboliza a ação do Espírito na vida das pessoas, e enviando mensagens de Deus à reis e autoridades, ou seja, vemos uma tríade onde nesse momento Jesus tipifica a Deus, assim como Jesus com Deus ocuparia a figura de Moisés, que é o Messias.

Esse mistério da expressão de Deus por três figuras distintas com posições ou estaturas diferentes, porém vinculados como um só, é um dos maiores mistérios sobre Deus, que muitos torcem por quererem ser enfáticos demais, e outros generalizam por quererem ser simples demais, mas a verdade é que Deus é um só, mas ele tem três personalidades juntamente com ele, com estaturas que agem separadamente, e que também são ele, sendo um só, ou Deus é três figuras semelhantes que ocupam estaturas ou funções diferentes num mesmo propósito, sendo que a figura maior é Deus, não tendo a mesma estatura, e não há divindade somente na pessoa de Deus, mas nos três, daí o serem um só (e é isso que causa espanto em alguns), porém um deles: Deus, é o maior e soberano sobre os outros dois.

À exemplo do que vimos: Moisés e Elias eram grandiosos perante Deus por seu testemunho de temor e fidelidade, mas eram homens, Jesus é o Filho unigênito de Deus, Jesus porém é divindade, sendo assim é Deus, então a diferença, entre Deus, Jesus e o Espirito Santo, no aspecto de autoridade e preeminência espiritual ou vida espiritual que esses tiveram perante Deus, é como a diferença, entre Jesus e Moisés, Jesus e Elias, mas ao mesmo tempo sendo homens estão sujeitos à graça e a redenção por Jesus como qualquer ser humano que é separado sendo de Deus pela sua vida carne, assim como Jesus e o Espírito Santo sendo divinos, mas nunca separados de Deus, no aspecto espiritual dependem de Deus que é a figura soberana. 

Outro exemplo interessante é que em termos de autoridade, quando Faraó, rei do Egito, constitui a José como governador do Egito, Faraó diz a José: "eu te faço governador sobre toda a terra do Egito, ainda que eu sou Faraó, ninguém levantará mão ou pé sem tua autorização, somente no trono serei maior que tu". 

Faraó tipifica a Deus, e José a Jesus em termos de autoridade. Jesus também disse: "toda autoridade me foi dada no céu e na terra" e "o Pai confiou todas as coisas ao Filho", do mesmo jeito que Jesus diz: "não vos convém saber coisas que o Pai designou para sua exclusividade" e "...pois o tempo em que se sucederão estas coisas ninguém sabe, nem o Filho, mas somente o Pai". 

O que precisamos entender é que há uma concordância, e vínculo entre o Pai com o Filho e o Espírito Santo como que sendo um só, e são de fato um só, mas estão agindo como três pessoas, e são três  pessoas, ocupam lugares e funções diferentes, todos os três são a divindade, separados não são toda a divindade, assim como poderíamos entender grosseiramente que Deus pode ser um só se quiser, mas ainda assim dentro dele haverá as três pessoas da divindade como que num só corpo, assim como o mistério da composição da água, não se pode separar as três moléculas da água, nem haverá água se elas estiverem separadas, mas os elementos continuam a existir isoladamente, e podem mudar sua forma em três estados: sólido, líquido e gasoso, e porque entendemos que todo universo procede de águas, inclusive a terra seca, compreendemos uma semelhança entre a água e Deus, como está escrito que o Espírito Santo é fonte de águas vivas, e no livro de Apocalipse diz que o Espírito Santo corre do trono de Deus no terceiro céu como águas brilhantes como cristal, e Jesus fala do Espírito que sua função "é ensinar todas as coisas" e consolar, como um mensageiro de Deus, tipificado pelo profeta Elias na visão de Jesus glorificado no monte, mas o Espírito possui a forma corpórea de águas, e as vezes como fogo, porque o fogo, assim como o calor e a luz simbolizam vida, assim como água também é fonte de vida.

Deus pode assumir (falando especulativamente) qualquer forma, seja a forma de águas, seja a forma do fogo, como quando Deus se manifesta no monte Horebe, seja a forma de homens como foi com Abraão, seja de anjo como foi com João na ilha de Patmos, onde João vê a figura de Jesus glorificado no início do livro e no final está vendo um anjo falar na primeira voz profética como se fosse o próprio Jesus, o qual indo adorá-lo fascinado pela glória do anjo, como se fosse o próprio Deus, é repreendido pelo anjo de Deus.

Não pode ser encoberto o fato de que os três são a divindade, apenas sua função, lugar e estatura são diferentes, havendo total concordância e união entre eles, como no hebraico a palavra Deus no livro de Gênesis se diz: "Eloin" que significa Deus, mas com um ideia misteriosa de plural.


A imagem e semelhança de Deus 


O texto diz: "...segundo a nossa imagem e semelhança". 

Deus dentro de sua infinidade possui limites que ele mesmo estabeleceu, assim como tudo que ele criou tem sua imagem e semelhança por uma questão não de ele ter escolhido fazer as coisas do jeito dele como se ele fosse um ser abaixo da totalidade, que segue uma opinião variável ou uma alternativa dentre milhares em dar forma a criação (embora poderíamos imaginar isso por levarmos em conta a infinidade de Deus ao invés de vê-lo como limitado), mas Deus fez as coisas de um jeito específico, porque algo misterioso é revelado nisso tudo, que é: como ele é. E não há outro como ele.

Deus é o ser máximo, a totalidade está nele, a escritura diz da supremacia de Deus: "...não havendo ninguém maior que ele por quem jurar, jurou por si mesmo" e Deus diz: "não há coisa alguma maravilhosa demais pra mim", então tudo que Deus criou tem sua imagem e semelhança como limite, é como se pudéssemos dizer que os limites de Deus são os únicos limites e são limites bem colocados. 

Vemos que a imagem e semelhança de Deus mostra-se mais marcante quando Deus fala do homem, então podemos entender que a aparência humana, a mente humana, e tudo que faz parte do ser humano parece-se muito com Deus, assim como vemos que os anjos parecem-se com os homens. 

Há com certeza um mistério em todos esses detalhes. Por que duas mãos? Dois olhos? Cabeça? Por que cada membro está em determinado lugar? Cada sentido! Assim como a capacidade de querer expressar-se, de se comunicar e desenvolver relacionamento, de criar coisas, de pensar e planejar... Tudo isso revela algo sobre a aparência e personalidade de Deus. 

Podemos dizer então que dentro da infinidade de Deus há limites e dentro dos limites de Deus há uma infinidade, como por exemplo: a aparência humana. Podemos ver duas pessoas parecidas e até iguais, mas há milhares e milhares de pessoas sobre a terra, e pessoas que já "partiram" e que virão, e todas quase sempre são diferentes umas das outras.

 

As facetas da imagem e semelhança de Deus


Também vemos o mistério das escrituras sobre os animais, cada um deles é citado como exemplo de alguma característica humana de personalidade, ou facetas das qualidades do caráter humano: o leão que é símbolo da coragem, o touro ou boi selvagem que é símbolo do vigor e da vitalidade, a pomba como símbolo de ingenuidade e pureza, a águia como sinal de um espírito de liberdade e ousadia, a galinha que expressa proteção e cuidado com os filhotes. Também vemos animais que são citados como exemplos de desonra, não que Deus tenha criado alguma coisa má ou para desonra, porque quando a escritura fala que Deus faz vasos para desonra, quer dizer que Deus conhece a impenitência humana e até onde ela vai implacavelmente contra Deus, e onde o ser humano mesmo pecador se permite ser tocado pela graça de Deus no seu inconsciente, vemos o exemplo do Faraó que viveu nos dias de Moisés, que tem seu coração endurecido por Deus, e nós nos por humanidade, julgamos que Deus teria sido injusto com a vida de Faraó, mas não julgamos injusto que Deus castigue no dia do juízo aos tiranos da segunda guerra mundial, e outros ao longo da história, que assassinaram em número de milhões de pessoas, assim como este Faraó matou e torturou talvez milhares de israelitas por quatrocentos anos! Achamos justo que Deus não use de misericórdia com o rei Acabe após concordar com sua mulher por cometer aquele crime contra a vida de um inocente, mas não nos pesa o coração na hora de falar que o rei Davi fez a mesma coisa, e foi ele mesmo que mandou fazer e não outro por ele! Isso porque a graça de Deus não pode ser injusta, nem o seu juízo severo além da misericórdia mediante o arrependimento e o coração, porque a mesma escritura que diz: "usarei de misericórdia com quem eu quiser", também diz: "tudo o que queres é um coração contrito o qual não desprezarás", pois é isso que a palavra de Deus pede que confiemos na graça e na justiça de Deus: que creiamos que ele é um justo juiz e um advogado misericordioso.

Prosseguindo à respeito dos animais, vemos a serpente que sendo um animal com uma percepção apurada e inteligência, quando movida pelo maligno, ela é  usada com sua habilidade para enganar. Vemos o porco que é um animal despreocupado, e que não se envolve em diligenciar certas coisas, e isso até é uma qualidade em certos momentos de nossa vida, mas Jesus o cita para exemplificar o desvio excessivo desse procedimento, falando de pessoas insensíveis e rudes que não valorizam as coisas por valores singelos.  

O homem como governador de toda a criação


O texto também diz que Deus estabeleceu o homem como governador dos animais marinhos, das aves voadoras, e dos animais terrestres, ou seja, o homem é estabelecido sobre todas as criaturas do planeta terra. Aqui então temos a revelação do maior de todos os mistérios que é Jesus sendo estabelecido como governador de todas as criaturas celestiais e terrestres, sobre anjos e sobre homens.

Vimos que o homem é criado depois de todas as coisas e criaturas, mas Jesus é o Filho Unigênito do Pai que estava com Deus no princípio da criação quando Deus diz: "façamos o homem a nossa imagem e semelhança" e é justamente com ele que Deus diz: "façamos". 

Jesus diz: "eu e o Pai somos um", também Paulo diz de Jesus: "ele é o modelo de toda a criação" e "todas as coisas foram feitas dele (de acordo com seu molde ou essência), por ele (ele é o criador) e para ele (tudo pertence e existe para os seus propósitos)". 

Sabemos então que Deus não criou o mundo espiritual e o mundo físico, criaturas espirituais e criaturas humanas, e por ultimo criou a Jesus, mas Deus o tem consigo desde a eternidade, o que devemos entender é que Deus o constituiu sobre aquilo que criou, mundo celestial e terreno, anjos e homens (e até animais), assim como constituiu o homem sobre terra e mares, animais marinhos, voadores e terrestres. 

O homem foi criado no sexto dia e não antes, porque ele é um ser humano, e de acordo com o mistério da criação dos animais, ele pertence ao ultimo grupo de criaturas, então o homem é criado por ultimo, assim como os animais terrestres, mas Jesus "é" desde o início com Deus, e ele é constituído como governador, por último, sobre todas as criações de Deus, pois só podemos constituir alguém sobre algo que já está criado e finalizado. 


27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.


27 O texto fala bem claramente que Deus fez o homem à sua imagem, ou seja, "imagem" aponta para aparência ou aspecto exterior, deixando claro que o texto não se refere ao ser humano ser parecido com Deus somente no aspecto interior tendo uma forma de criatura inferior, como os animais, mas tendo em vista que tudo que Deus faz tem propósitos e limites, e infinidade nesses limites, o homem tem em sua forma exterior um mistério de identificação com Deus, e podemos entender que por Deus ser infinito, mas estabelecer limites a todas as coisas, os limites bem como as habilidades colocadas no ser humano, o fazem um ser que tem "as digitais" do maxímo da perfeição num ser limitado. É Deus criando a imagem dele mesmo: uma criatura feita o mais próximo possível da perfeição e da semelhança com Deus, mas moldada no limite do propósito a que foi criada, e essa imagem e propósito não é uma variação entre milhares, mas uma coisa feita como a expressão de Deus de fato. 

O homem é feito superior a qualquer animal, com essa prerrogativa de ter a imagem de Deus, pois somente quando Deus criou o homem assim disse. Também diz o texto que Deus criou o homem e a mulher, ou seja, o texto resume o ato criação do homem e da mulher nesse momento do texto, fazendo uma explanação total da criação.

O terceiro grupo de criaturas que Deus cria é o homem e a mulher (o ser humano). Tendo em vista que as aves voadoras e os animais marinhos são criados no mesmo dia, reforçando mais ainda a ideia que de que o fato dos animais voadores terem sido criados no mesmo dia que os marinhos (já que eles não tem nenhuma ligação ciêntífica) que isso indica que eles simbolizam anjos, criaturas que estão no terceiro e segundo céu (céus e mares). 


28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.


28 Deus abençoou homem e mulher, ou seja, Deus colocou neles poder para darem certo, para progredirem num propósito, Deus os autorizou, os credenciou, os comissionou, deu à eles uma ordenação e uma autoridade de dominarem os animais e a terra, e com a benção que Deus deu, lhes concedeu a ordenação e o propósito de se multiplicarem e lhes deu essa capacidade, mostrando pra nós que o relacionamento do homem com a mulher é algo que ele correlaciona com a geração de filhos por algum mistério: para que haja geração de filhos há o relacionamento do homem com a mulher, mostrando de novo o mistério dos dois opostos que se fundem e se equilibram, como o sol e a lua, a luz e as  trevas. E como vimos que Jesus é tipificado pelo homem, a mulher obviamente tipifica a humanidade, e compreendemos que de dois, Deus dá a ordenação da multiplicação, sendo assim, a humanidade numerosa é um propósito de Deus, e essa humanidade numerosa sería então uma esposa para o Messias.


29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.

30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.


29, 30 Deus designa os chamados: frutos e ervas para alimento do homem e da mulher, poderíamos entender ervas por legumes, e frutos, pelas frutas doces. Note que Deus designa os frutos e as ervas para o homem, mas Deus designa somente a erva verde para os animais, e não os frutos. Não é que talvez era proibido aos animais comerem os frutos, até porque alguns animais como por exemplo: a girafa e algumas aves comem frutas de árvores, mas o texto tenta especificar que elas foram criadas para o homem, porque há um mistério e propósito na maneira como está escrito e em revelar a diferença entre erva e fruto. 

Fruto significa alimento espiritual, e erva alimento físico, porque a erva possui nutrientes e estimulantes, mas o fruto possui sabor, possui uma perspectiva diferente, também a erva provém do chão, da terra, de baixo, mas o fruto apanha-se com a mão de uma árvore, de cima, assim como o ser humano precisa dessas duas fontes de alimento, como disse Jesus: "nem só de pão o homem vai viver, mas de toda palavra (ensinamento, experiência, relacionamento) que sai da minha boca".  


31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.


31 Deus quando criou tudo isso, o texto designa que tudo era "muito bom". O texto tenta revelar algo além do que podemos entender no que está escrito, ou seja, tudo aquilo não era só o que podemos imaginar visualmente, ou reconhecer pelo que já conhecemos de fato, pois se assim fosse poderiamos banalizar essas coisas diante de toda a tecnología humana que as vezes oferece coisas mais avançadas e próprias para os interesses e imediatismo humano, e fazer valer o descrédito humano com que vemos as coisas de Deus, tudo proveniente da queda do ser humano e sua separação de Deus, e o mais profundo é que mesmo os homens mais apaixonados pela natureza e pela criação, ao se maravilharem de sua beleza e falarem dela, não podem expressar hoje, pelo que vemos ou podemos experimentar dessas coisas, o que foi criado naquele momento em que o texto declara que "tudo era muito bom", porque a nós nos restou somente a forma visual e o efeito físico das coisas após a queda, naquele momento tudo era completo, e o homem e a mulher podiam compreender o significado da coisas de Deus, pois o propósito de tudo fazia parte perfeita da vida deles, era a totalidade, como quando um homem apaixonado por uma mulher chega a regozijar-se, mas outro que não é apaixonado não tem a mesma experiência quando vê a bela mulher que não é como a que lhe agrada, Deus criou toda a natureza, seja visual, palpável, em termos de propósito, tudo de maneira maravilhosa, aquilo era compreendido pelo homem e pela mulher e havia algo mais para eles, havia neles um espírito diferente para compreender tudo aquilo, como quando Deus disse de Josué e Calebe ao contemplarem à terra prometida e dar testemunho do poder de Deus para conquistá-la: "...Eles entrarão na boa terra que os prometi dar, porque houve neles um espírito diferente", era como alguém que entra num parque de diversões, entra e sai, e diz a quem está fora e não viu: "é maravilhoso, é muito bom!". 

A falta de surpresa do homem em relação as coisas que Deus criou não é o que havia naquele instante, nem mesmo o maravilhar do homem hoje, por mais maravilhado, mas o que o homem e a mulher viram naquele momento foi algo muito especial, não porque foi a primeira vez, mas porque era algo mais, tinha todo um significado e uma essência que condizia com o espírito e com a vida deles.       


Os três últimos dias


No quarto dia Deus cria luzeiros, o sol a lua, e estrelas,  estabelece a noite e o dia na prática.

No quinto dia Deus cria as criaturas marinhas e voadoras para estarem nos mares e nos céus.

No sexto dia Deus cria os animais terrestres e o homem, e lhes oferece o alimento que criou no terceiro dia.


Tese 1


4 DIA E NOITE=LUZ E TREVAS

5 ANIMAIS MARINHOS=ANJOS  

6 ANIMAIS TERRESTRES=HOMENS


Tese 2


4 SOL E LUA=DEUS E CRIATURAS SUBMISSAS

5 PEIXES E AVES=ANJOS MAIORES

6 ANIMAIS TERRESTRES=ANJOS MENORES


As duas tríades de dias


Vemos uma combinação entre a primeira tríade de dias e a segunda tríade de dias.


Dia 1 dia 4 (1 4)

Dia 2 dia 5 (2 5)

Dia 3 dia 6 (3 6)


Observando essa ideia alguns detalhes podem causar confusão e parecer contradições como, por exemplo, o fato de que Deus primeiro separa as águas e cria os "Céus" no segundo dia (dia 2 que equivale ao dia 5), depois cria os "Mares" e a "Terra" no terceiro dia (dia 3 que equivale ao dia 6), criando os animais marinhos no quinto dia que não equivale ao dia 3 quando foram criados os mares. Poderíamos ver uma contradição por esse aspecto, mas podemos dizer que quando Deus separa as águas de cima no segundo dia e cria os céus, já existe as águas de baixo, (havendo ainda a conexão dia 2 dia 5) Deus apenas acrescenta a terra seca no terceiro dia (havendo conexão do dia 3 com o dia 6 quando é feito os animais terrestres) e Deus estabelece os mares nominalmente. Podemos dizer que mares e terra são separados no terceiro dia por uma questão de que nos primeiros três dias Deus faz separações (a primeira tríade), e só nos três dias seguintes (a segunda tríade) é que Deus coloca as coisas e as criaturas, por uma questão de ordem. 

O importante é que sempre permanece essa ordem, primeiro as coisas espirituais depois as materiais, e sempre tem dois lados opostos nos três primeiros dias (luz e trevas, águas de cima e águas de baixo, mares e terra) e permanece claro o fato de Deus coligar as criaturas do mar com as criaturas voadoras no quinto dia, pois no segundo dia há águas de cima e águas de baixo (dia 2) e no quinto dia animais voadores e marinhos (dia 5) sendo assim há uma coligação entre o dia 2 com o dia 5 que não se contradiz. 


Resumo da segunda tese


Podemos especular que Deus faz o mundo espiritual e suas criaturas, e depois de todo o mundo espiritual pronto, Deus faz o mundo material e suas criaturas.

Assim teríamos que entender toda a criação do mundo físico e todas criaturas do livro de Gênesis devem ser vistas como mundo espiritual e criaturas celestiais. 

Então vamos interpretar:


No primeiro dia espiritual Deus cria a vida. Deus faz separação entre o que tem vida e que não tem.

No segundo dia tendo em vista Deus criando somente o mundo espiritual, entendemos Deus fazendo separação entre coisas não palpáveis espirituais, e coisas palpáveis espirituais. Deus cria tudo que não é palpável espiritualmente. 

Também podemos entender que Deus estabelece o seu governo e seu trono acima de tudo: Deus estabelece o seu trono e governo absoluto e superior como diz o texto que Deus criou os céus.

No terceiro dia Deus estabelece separação entre dois mundos celestiais abaixo de seu trono para que nele habitem criaturas celestiais, porém abaixo de seu poder, então Deus estabelece dois planos celestiais: o terceiro céu abaixo de seu trono (mares), e o segundo céu (terra seca).

Preste a atenção que aqui estamos analisando o mundo celestial por uma visão individual, sem conexão com o mundo físico, onde muda-se a ordem das coisas, mas o fundamento continua o mesmo.


Céus = Trono de Deus

Mares = Terceiro céu

Terra = Segundo céu 


No quarto dia Deus estabelece poderes espirituais e governos: primeiro o seu governo absoluto e soberano (sol), depois a submissão de todas as criaturas (lua), depois os exércitos de anjos que o servirão (estrelas).

No quinto dia espiritual Deus cria duas classes de anjos que presidem diante dele no terceiro céu, porém submissos ao seu trono (mares), a primeira classe de anjos são anjos ministradores diante do trono, no terceiro céu, como por exemplo: os querubins (animais marinhos). A segunda classe de anjos seriam os anjos mensageiros, que atuam no terceiro e segundo céu, como por exemplo: Miguel (animais voadores).

No sexto dia Deus cria a terceira classe de anjos que seriam anjos servidores ou guardiões, que são anjos com a missão de sustentarem o mundo celestial de alguma forma e eles atuam em outro plano celestial, como por exemplo as miríades (animais terrestres). 

Uma especulação interessante é que Deus tenha preparado certos anjos justamente para influírem no mundo físico que nós vivemos, mas aqui estamos analisando que Deus cria somente o mundo espiritual por enquanto individualmente.

Aqui entendemos conforme vimos na lei dos dois mundos e três poderes, "os três poderes", céus, mares e terra, que no aspecto espiritual sem conexão com o mundo físico são : céus, mares e terra, como: o trono de Deus, o terceiro céu e o segundo céu, onde neles temos três classes de anjos (animais marinhos, voadores e terrestres).   

Com base nesta tese, entendemos que estando todo o mundo espiritual pronto e constituído, só depois Deus cria o universo físico, pois entendemos que os anjos são ministradores de sua vontade na prática, mas ainda que esta tese esteja infundada no aspecto temporal, ela não deixa de nos apresentar um padrão que se repete ciclicamente, pois olhando a criação, somente pelo aspecto físico, ou somente pelo aspecto espiritual, ou em conexão o físico com o espiritual, a lei dos dois mundos e dos três poderes sempre se repete.


A criação física somente


Primeiro: Deus cria a luz.

Segundo: Deus separa águas de cima e de baixo, e nomeia os céus.

  Terceiro: Deus cria os três tipos de luzeiros.

Quinto: Deus cria animais do mar e aves voadoras.

Sexto: Deus cria animais terrestres e constitue o homem para governar sobre tudo.   


A tese 1 no sexto dia


Uma coisa espantosa na conexão entre a criação física  e espiritual é o momento que o sexto dia espiritual vai conter o sexto dia físico, que é quando no sexto dia espiritual Deus cria o homem e a mulher e depois constitui a Jesus, então se na criação física, no sexto dia,  Deus cria primeiro os animais terrestres e depois o homem e a mulher, então entendemos que no sexto dia espiritual Deus está fazendo no mundo físico animais terrestres, o homem e a mulher e constituindo a Jesus, como que tudo ao mesmo tempo, as coisas estão acontecendo juntas num mesmo dia num mesmo instante, sendo que sempre vem antes uma coisa de um mundo e outra coisa de outro mundo. Nesse caso do sexto dia,  como os animais terrestres são criados antes do homem e da mulher, então do mesmo jeito, enquanto no mundo físico Deus está criando animais terrestres e depois o homem e a mulher, essa sequência de coisas físicas sendo criadas, está se cumprindo como um elemento simultâneo do mundo espiritual, e depois Deus constitui a Jesus sobre o mundo físico além do mundo celestial.   

Sexto dia espiritual e físico


Deus faz os animais terrestres no mundo físico

Deus cria homem e mulher e os constitue no mundo físico

Deus constitue Jesus sobre o homem e a mulher no mundo espiritual 


As coisas estão acontecendo simultaneamente, só que pela visão física não enxergamos nada das coisas espirituais, mas somente as coisas físicas, porém da visão espiritual vemos as coisas físicas, mas somente o que se funde como princípio espiritual.


Sexto dia


Espiritual Físico

 

.>>>>>>> animais terrestres

Ser humano homem e mulher

Jesus >>>>>>>


Nesse momento como no caso da criação da luz e das trevas é que vemos Deus criando algo físico ou natural, antes daquilo que é espiritual e superior, pois Deus faz a luz após haver trevas, cria o ser humano depois dos animais terrestres e faz o homem e a mulher e depois constitui Jesus sobre tudo por uma questão de lógica.


Os dois céus espirituais


Podemos imaginar que do mesmo jeito que o planeta terra se divide em mares e terra tendo acima um céu, sendo dois habitats conectados um no outro e paralelos, um acima com "águas" e dois em baixo um com águas também e outro de terra seca, assim temos dois habitats abaixo do terceiro céu, um é celestial assim como o terceiro céu e o outro é físico.


  Céus (águas)  

Mares (águas) Terra (físico)


Terceiro céu (celestial)

Segundo céu (celestial) mundo físico (terreno)


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TESE 1


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Sexto dia natural 

Deus cria os animais terrestres e constitui o ser humano como governador de toda a criação.


Sexto dia espiritual

Deus cria o ser humano e constitui a seu Filho (Jesus) como governador da humanidade e dos anjos.


Aqui entendemos que as coisas não acontecem como se fossem dois dias para cada dia, ou seja, um dia espiritual e depois um dia físico, mas um único dia espiritual e físico, mas que neste dia as coisas espirituais se entrelaçam.


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TESE 2


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Sexto dia espiritual

Deus cria anjos que presidem somente no segundo céu, que são anjos inferiores como por exemplo: as miríades, e constitui a seu Filho (Jesus) sobre esses três tipo de anjos.


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GÊNESIS - CAPÍTULO 2


1 Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.


1 Deus concluiu aí todas as coisas nos céus e na terra, tanto o mundo espiritual, como os céus e a terra físicos, já não há nada que Deus tenha criado depois do sexto dia. 

Essa referência do texto em fazer questão de mencionar a frase: "os céus, a terra e seu exército" é muito sugestiva e intencional à pensarmos não só nas coisas deste universo físico, mas da conexão entre a criação do mundo celestial (céus) e do mundo físico (terra).     


2 Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera.


2 Deus verificou tudo que fez, no sétimo dia, e nesse dia Deus não fez nada senão observar o que criou e descansar. 

Descansar, não no sentido de não fazer nada, ou como se Deus tivesse se cansado, mas no sentido de  contemplar e participar da criação passivamente. 

O descanso no sentido humano (porque o ser humano é que precisa de repouso), tem um significado espiritual quando associado a algum feito ou obra. 


3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.


3 O descanso também aponta para meditação ou reflexão, para elevação espiritual através da paciência, podendo destacar um texto do livro de Jó que diz: "...sendo o homem impaciente e não ouvindo à Deus, Deus lhe fala no seu sono, através de sonho, para o advertir...", mostrando que todo tipo de descanso propõe ao homem: reflexão, devolução de energias, planejamento, consideração, como está escrito nos salmos: "...consultai no travesseiro o vosso coração e então aquietai-vos...". O descanso é um exercício de paciência que aponta para a paz de Deus, ou estar em Deus.

O descanso no aspecto físico ou natural aponta para coisas espirituais e para envolvimento com Deus, como Deus fala do sábado da lei dizendo: "...se disseres do sábado do Senhor que ele é deleitoso, e não meditares nos teus interesses e não te dedicares a nenhuma obra..."  e também diz: "seis dias trabalhareis, mas no sétimo não fareis nenhuma obra, porque no sétimo dia o Senhor descansou, isso será por estatuto perpétuo e memorial à  todas as gerações".

Santificar significa: separar, tornar destacado, sagrado ou nobre, e abençoar algo, significa: colocar nisso poder espiritual, vida em si mesmo, capacidade de gerar progresso. Podemos dizer então que Deus pôs um poder de edificação no sétimo dia que aquele que o vivencia ou entra em contato com ele entra em contato com Deus e recebe algum benefício pela perspectiva do simbolismo espiritual que faça memorial a esses dois pontos: o sétimo dia, e o descanso.

Tendo em vista que no novo testamento a escritura não propõe o sétimo dia como o sábado de fato, até porque os apóstolos de Jesus não usavam o sábado para buscarem à Deus, mas para trabalharem evangelizando nas sinagogas, porque os judeus reuniam-se no sábado, e somente no domingo é que eles buscavam à Deus, em outras palavras: eles guardavam o preceito do sábado, mas no domingo por uma questão de estratégia, e Jesus também disse: "...chegou a hora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade", referindo-se ao fato de que os preceitos da lei eles são funcionais muito mais no aspecto interior do que exterior, porque já não é possível funcionar no novo testamento uma teocracia de um regime fechado de nação com leis iguais para todos, porque o evangelho alcança pessoa de diferentes circunstâncias e costumes, sendo assim o sábado verdadeiro é a oferta do que seria 1/7 de nosso tempo para Deus no mínimo.      

A formação do homem


4 Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus:


4 Note que até aqui o texto está ressaltando que tudo o que foi falado é um resumo completo e fundamental da criação, isto é, tudo o que precisamos saber à respeito,  dando ensejo nos próximos versículos a contar detalhes específicos da criação como veremos à frente. 


5 Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra.


5 Interessante, o texto declara que mesmo Deus tendo criado ervas, frutos, gramados, e árvores, estes ainda não tinham brotado, mostrando que Deus não deixou tudo já  pronto, mas para brotar. O texto também diz que Deus ainda não tinha mandado chuva sobre a terra nesse momento, o que algumas pessoas interpretam que: antes do dilúvio, que aconteceu nos dias de Noé, não chovia sobre a terra, e que o dilúvio iniciou o ciclo das chuvas sobre a terra, mas (embora não podemos asseverar que isso seja incorreto e sermos categóricos demais) não é isso que o texto diz. O texto diz que ainda não tinha acontecido a primeira chuva por uma questão de tempo até esse momento.


6 Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra.


6 O texto diz que uma neblina (dependendo da tradução pode dizer manancial) subia da terra e a regava, pode ser o orvalho da noite, pode ser as águas debaixo da terra que a umidecem ligeiramente, pode estar se referindo aos rios, ou a fontes de águas naturais que em dados locais regavam a terra como poços, ou cachoeiras, o mais provável é o orvalho.


7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.


7 Podemos ver agora que o motivo pelo qual o texto diz no versículo 5: que não havia chovido ainda sobre a terra, não é porque até os dias de Noé nunca choveu, é porque o texto agora no versículo 7 vai falar sobre a criação do homem que aconteceu como um evento dentro de 6 dias, e como a vegetação foi criada no terceiro dia, havia 4 dias até a criação do ser humano, e sabemos pelo versículo 27 e 31 do capítulo 1, que Deus criou o homem e a mulher no sexto dia, isto é, em um dia Deus os fez, então se a vegetação não tinha brotado até esse tempo de quatro  dias, e se em quatro dias Deus não tinha mandado chuva, não quer dizer que depois disso não tenha havido chuvas, mas o texto diz que até esse período ainda não tinha chovido, nem brotado vegetação. 

O texto talvez esteja querendo apontar o fato da água misturar-se com a terra pelo orvalho para criar o homem, mostrando que o homem foi feito não só com a terra, mas com a água também. O texto também quer apontar o fato de que a vegetação precisava do homem para a cultivar, e que Deus não deixou as coisas prontas sobre a terra, porque em 4 dias, ainda que chovesse e houvesse o homem cultivando não brotariam totalmente as árvores nem a vegetação.

Após o texto declarar que a terra era regada por águas é que diz que Deus toma a terra para fazer o homem, dando uma ideia de que o homem é feito com a terra juntamente com a água. 

Tanto a água como a terra fazem parte da composição química do corpo humano. O nosso corpo possui muito mais matéria líquida do que sólida, e na terra encontramos muitos metais, substâncias e nutrientes que estão no corpo humano, e assim como os alimentos vem da terra, tem sua composição do que está nela e vão também para o homem, tudo isso tem uma ligação científica.

Também sabemos que as plantas se alimentam de luz e de água, e podemos compreender que de luz e de água os alimentos são formados pelo mistério cientifico contido numa semente, entendemos pela escritura que Jesus diz: "nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus", "quem crê em mim não andará em trevas, mas terá a luz da vida." e "quem tem sede venha a mim e beba", vemos então uma relação entre água e luz como fontes de vida, e dos alimentos gerados por luz e água, assim luz significa vida, no contexto espiritual e água significa a renovação dessa vida por meio do Espírito Santo.

Entendemos cada vez mais a correlação que havia entre as coisas físicas com as coisas espirituais, não havia separação, embora o que é natural sempre é apenas a estrutura exterior, tudo era uma coisa só, como diz a e

escritura acerca do mundo celestial, a sua semelhança com o mundo natural no de livro de apocalipse: "...lá está a árvore da vida...E suas folhas tem o poder de curar...".

Também sabemos que as plantas não são formadas totalmente pelo material da terra, mas absorvem de uma certa forma essa matéria que é renovada, por isso Deus diz: "por sete anos semearás na terra, mas no sétimo ano a terra descansará".

O texto diz que Deus soprou no nariz do homem o sopro que trás a vida, ou seja, junto com o ar (o oxigênio) vem a vida.

Sabemos que o ser humano é um ser espiritual, a vida humana é mais profunda que um corpo vivo, mas o ser humano é um ser que tem ligação com Deus por meio de um espírito, então analisando que o ser humano tem uma vida espiritual, mas sua vida física é despertada naquele sopro de Deus, não podemos dizer que Deus depositou um espírito no corpo do homem no momento que soprou o ar da vida corporal, mas despertou esse espírito que já estava no homem, ou seja, Deus fez o corpo e o espírito no homem, mas quando colocou vida no corpo através do sopro, o corpo começou a expressar a vida espiritual por intermédio da vida corporal, pois assim como a morte e o fim do folego de vida rompe a expressão da vida espiritual do homem sobre a terra, assim também a vida espiritual que já está no homem só toma vida neste mundo com a vida corporal.

É importante entender que o sopro da vida corporal significa o sopro que trás a vida espiritual. Sabemos que  as escrituras comparam o ar com o Espírito Santo, e que assim como quando inalado o ar nos trás vida física, assim o Espírito Santo trás a vida espiritual que o homem tinha no início antes do pecado, embora o homem seja pouco sensível à essa vida espiritual depois da queda. 

O ar é oxigênio, que é uma das duas partículas que formam a água, daí a ligação do vento com o Espírito, quando Jesus sopra sobre os discípulos e diz: "recebei o Espírito Santo", figurando a religação do homem para a vida espiritual assim como Deus cria o homem para a vida natural com o sopro de vida nas narinas.

Vemos também a ligação espiritual entre vento e água quando Jesus diz no livro do Apocalipse: "quem tem sede venha e receba de graça da água da vida" e "...O vento sopra onde quem, ouve-se a sua voz, mas não se sabe pra onde vai, nem de onde vem, assim é todo que é nascido do Espírito".

Então entendemos que o sopro de Deus sobre o homem é mais profundo que somente a vida física, mas ali foi dado ou despertado um espírito humano, uma vida espiritual juntamente com uma vida física.


O carne e o espírito 


A escritura nos dá algumas ideias que nos ilustram essa conexão entre a origem do espírito humano e a formação do corpo humano, sobre qual dos dois viria primeiro. A princípio entendemos que eles são gerados juntamente, pois quando um espermatozoide se funde com um óvulo, ali começa tanto a vida física como a vida espiritual, isso podemos perceber quando Pedro diz: " (nós)... os que não nasceram da vontade humana, nem do acaso da carne, mas da vontade de Deus e com a semente do espírito...", ou seja, o nascimento de uma vida humana está sujeito ao acaso, e pode algumas vezes ir contra a vontade de Deus, como vemos nas escrituras por exemplo: a origem dos moabitas e dos Amonitas, e muitos outros casos onde inicia-se uma vida que não foi da vontade de Deus, mostrando inicialmente que o surgimento da vida, espiritual ou física, primeiramente procede da carne, mas a carne quando se origina, origina juntamente com ela o espírito, ou seja, uma vida gerada contra a vontade de Deus não nasce sem espírito, a prova disso é: Rute, uma moabita, que ao confessar o Deus de Israel, pela fé passa a possuir a benção do povo de Israel, mostrando que Rute tinha um espírito que foi religado pela fé com Deus, ou seja, o ser humano em qualquer circunstancia, seja ele gerado contra a vontade de Deus ou não, nasce com um espírito, mas como diz a escritura diz: "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus", isso mostra que todo ser humano possui um espírito adormecido por causa da queda, por causa da essência do "conhecimento do bem e do mal" que entrou no homem.     

Entendemos que a carne origina-se um pouco antes que o espírito, mas com ela, na concepção, vem juntamente o espírito humano, como vimos que havia as trevas, mas Deus faz logo a luz.      

O jardim do Éden


8 Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.


8 Éden é um lugar específico, e o texto fala de um jardim construído por Deus neste lugar. A escritura nos dá alguns sinais de que esse lugar: Éden, possa ser um lugar onde Deus designou como centro ou capital do planeta  terra, e como foi dito que é no oriente e que ali ele colocou o primeiro ser humano, a escritura tem algumas colocações que nos fazem entender que esse lugar é onde era Ur dos Caldeus, ou a Babilônia (atual Iraque), porque Abraão sai de Ur dos Caldeus, então ele e seus descendentes por três gerações peregrinam em Canaã (atual Israel) são levados ao Egito, lá viram escravos. No Egito, que por muito tempo foi um país poderosíssimo na terra nos dias de José, são tirados de lá, e depois de muitos anos são introduzidos por Deus em Canaã, depois de muito tempo estabelecidos ali, por causa de seus pecados, vão como escravos à Babilônia, que é Ur dos Caldeus de onde Abraão, o primeiro patriarca de Israel, saiu. Nabucodonosor nos seus dias construiu "os jardins suspensos da Babilônia" um portento considerado uma das sete maravilhas do mundo, e Deus também disse por boca do profeta Jeremias ao povo: "...já não mais direis: tão certo como vive o Senhor que nos fez sair do Egito, mas tão certo como vive o Senhor que nos levou cativos e nos tirou do jugo da Babilônia", dando a entender que aquele povo pelos seus maus feitos regrediu gravemente sendo conduzido ao início. 

Podemos então tirar uma conclusão que esse lugar Éden era a capital da terra ou o centro dela, como sabemos também que em Israel havia a capital: Jerusalém, onde estava o templo do Senhor. 

Então podemos entender que Éden, localizava-se nesse lugar, nas redondezas do Egito, Israel e Ur dos Caldeus, ou mais precisamente onde é Ur dos Caldeus.

Temos também um simbolismo interessante que é Abraão com Sara sua mulher, que tipificam o próprio Deus peregrinando com seu povo escolhido, os quais saem de Ur dos caldeus e começam um trajetória sobre o planeta terra, assim como Adão sai com Eva banidos do jardim do Éden, mas Deus inicia uma aliança com a humanidade após a queda, a semelhança de Deus com Israel, Abraão e Sara.


9 E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.


9 Notamos aqui que as árvores também tinham um aspecto visual, Deus as fez para enfeitar o ambiente. E vemos uma ligação interessante entre os frutos das árvores, que são alimentos sólidos e alimentos espirituais simultâneamente.

Havia uma árvore que dava vida, e outra que dava conhecimento entre o bem e o mal. Na verdade vamos entender que essas árvores talvez não tinham nomes, mas seus nomes, sejam literais ou sugestivos, significam seus propósitos. 


10 E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.

11 O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;

12 e o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo.

13 O nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche.

14 O nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.


10, 11, 12, 13, 14 O texto destaca um rio com quatro divisas, na intenção de irrigar ou umidecer a terra. 

Uma coisa interessante é que a terra possuía essas matérias primas, e o texto faz menção aos metais preciosos, dando ensejo que o homem de alguma forma as usaria e que Deus as criou intencionalmente, pois quando o ser humano pode criar por sua capacidade alguma coisa, seja grandiosa ou não, ao invés de entendermos que Deus deu ao ser humano a capacidade de criar coisas diferentes ou até com aparência de superioridade ao que Deus criou, tendo em vista que Deus fez o ser humano, e o ser humano sendo pequeno é capaz de feitos grandiosos, tanto em proporção de tamanho como em excelência e tecnologia, devemos antes entender que toda essa capacidade mental foi dada ao homem por Deus. 

Tendo em vista a complexidade com que Deus criou os astros, as leis que sustentam o universo, os recursos naturais, podemos entender que tudo aquilo que o homem já criou ou pode criar, foi Deus quem criou! Pois Deus deu ao ser humano o dom de ser como ele, e foi da vontade dele estender-se através do ser humano ao invés de deixar as coisas prontas para ele, dando-lhe a matéria prima e a capacidade incrível de criar tudo através dela, como está escrito acerca de Jesus: "ele é o molde de toda criação, e e nele foram feitas todas as coisas, sejam governos, soberanias, principados..." e diz de Deus: "aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que podemos pedir ou pensar...".

O fato do ser humano extrair benefícios dos recursos naturais ocultos na natureza, por mais estranho que pareça, não é uma novidade para Deus como se Deus não tivesse criado essas coisas justamente para o ser humano usá-las, embora sabemos que algumas dessas coisas são usadas como instrumentos de mediocridade, por causa da liberdade que o ser humano adquiriu para fazer o bem e o mal, e seguir a vaidade após a queda, mas o fato do texto apontar a esses recursos, aponta também que Deus deu ao ser humano a capacidade, a inspiração e em alguns casos até a direção interior de desvendar e usar essas coisas.


15 Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar.


15 Aqui fica claro um dos propósito de Deus para o homem: constituí-lo como cuidador do jardin principal de Deus: o jardim do Éden. 

Por Deus ter comissionado o homem a multiplicar-se entendemos que em outras partes da terra havería homens, mas Deus criou um jardim especial, como uma capital da terra.


16 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;

17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.


16, 17 O conhecimento entre o bem e o mal não seria uma coisa boa, não seria elemento de prudência como o nome as vezes nos sugere como está escrito no livro de provérbios algumas vezes. Não seria uma árvore com um alimento que traria nutrição espiritual ou conhecimento de bom siso e senso do certo e do errado positivamente, então podemos entender que o nome da árvore do conhecimento do bem e do mal, (se ela não tinha de fato esse nome literalmente, ou se tinha, mas o nome expressa o que ela continha, que não era algo bom para comer ou absorver) pode ser chamada por árvore "que revela algo sem Deus", "que ensina além do que Deus fez", "que revela o que é proibido por Deus", "que ultrapassa os limites de Deus", "que não convém se saber", "que mostra algo além da natureza de Deus", "que trás consciência sobre o que é mal também", "que revela uma lei diferente do que Deus criou". Ou seja, temos que entender porque essa árvore tem esse nome, e saber que se Deus proibiu o seu nome, isso só desperta uma "curiosidade benigna" (que incentiva o homem à obediência ao invés da desobediência), somente por confiar e amar à Deus, "porque Deus mandou não fazer". Do mesmo jeito o desobedecer, seria por uma curiosidade profana, fazendo  pouco caso e esquecendo-se do conselho de Deus,  isolando-se dele.


O conhecimento do bem e do mal


O ser humano não tinha sua carne decaída, ou mais precisamente seu espírito decaído, sujeito à tentação, pois a queda de todos os seres humanos pelo pecado de Adão, acontece porque quando eles comeram daquele fruto, a sua carne e seu espírito absorveu a essência daquele fruto, e isso passou para a humanidade como uma maldição. Naquele momento havia somente um elemento de transgressão, um único pecado: comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, foi da vontade de Deus criar o ser humano para ter a escolha entre estar somente com Deus, ou transgredir, por isso que as consequências do erro tiveram proporções reais, porque Deus advertiu o que aconteceria com eles. Deus, na sua grandeza, ao mesmo tempo que age com a justiça previamente sabendo que o ser humano era sujeito a falhar, ao mesmo Deus confia no ser humano e confia nele muito, porque vemos depois que a morte causada pelo fruto não eliminou o homem totalmente, apenas o limitou de uma vida totalmente livre, mas o condicionou a uma queda, ou seja, Deus confiou demais no homem, Deus agiu com mais confiança pelo homem do que prevenção, não por não saber do que ele seria capaz, mas porque o amava tanto que esperava que ele fosse fiel, esperava que ele o amasse acima de uma oportunidade de desobedecer, Deus deixa essa expectativa dentro de si, Deus queria ver isso acontecer de verdade, e é aí que Deus dá espaço nas escrituras para falar sobre a estória de Sansão, onde ele compara-se com um homem sem senso que deixa-se enganar por uma mulher traiçoeira, mesmo sabendo que ela é traiçoeira, por causa do amor, uma vez que essa estória tipifica o Messias, Jesus, cheio de sabedoria para lidar com o ardil do povo judeu, mas ele deixa-se prender e ser morto numa cruz para dar salvação por amor, ou seja, o amor confia-se mais do que se previne, o que é uma das contradições e revelações mais profundas sobre o amor de Deus, porque Salomão pela sabedoria diz: “não sejas demasiadamente justo, para que não te faças mal”, mas Paulo pelo amor diz: "...O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...". Então Deus amou o ser humano demais e queria que ele continuasse existindo, porque na verdade queria que ele existisse para ser fiel, mas mesmo assim sendo infiel permitiu que continuasse existindo, ou seja, a morte contida no fruto que provocava a morte para aquele que desobedecia, não era fulminante, é como quando um homem é magoado quando uma mulher o deixa, ele sabe que ela podia deixá-lo, mas se ela o deixa, ele a rejeita e se aborrece dela, mas continua no íntimo com a existência dela em seu coração, como quando Deus diz pelo profeta Jeremias e Ezequiel: "...qual mulher pérfida que deixa a seu marido após outro homem, assim foste tú comigo, ó filha de Sião...por isso a abandonei, e eu esperei que ela voltasse, mas ela não voltou..." 

Antes da morte espiritual, o ser humano não podia ser tentado pelo mal senão somente enganado e levado à curiosidade profana. É interessante porém, que o  homem não podia nem de fato ser tentado pela curiosidade, porque a curiosidade pode ser uma tentação, mas ser guiado a fazer aquilo que desperta a curiosidade, ou seja, não a curiosidade como pressão ou tentação mental ou emocional, mas a curiosidade por opção, como a opção de querer saber o que está por trás daquilo que não me convém, nem me seduz nem um pouco. Então assim como havia neles a liberdade de tocarem e provarem todas as árvores e desejarem conhecê-las, e isso era uma presente de Deus para eles, eles teriam de ser enganados ou "embromados" pelo seu senso natural até esquecerem-se de Deus, terem Deus por secundário em seus propósitos e então pecarem, e é para isso que aparece Satanás mais à frente, porque eles podiam não tocar naquela árvore sem nunca sentirem-se impelidos à isso. Não havia tentação operando neles, nem malícia, nem egoísmo, nem falsidade, nem desejo, em vaidade, mas somente o engano, o esquecer-se de Deus, o fazer qualquer coisa sem ele ou contra seus conselhos, é o que levaria o homem a pecar.           

O motivo pelo qual Deus cria uma árvore com um fruto que não pode ser comido é justamente provar fidelidade, porque Deus fez o homem com a capacidade de expressar-se por si mesmo, aqui a gente vê que Deus gosta de ver o homem tomar decisões, agir por sua criatividade, e ter a sensação de exercer controle e sentir a liberdade de agir por conta própria, ou seja, Deus gosta de criaturas que agem por si mesmas e tomam decisões do mesmo jeito que Deus espera que essa liberdade esteja submissa à valores, e compreenda quem ele é, pois ele é Deus, não só nominalmente, mas em sua essência. 

Deus espera que as pessoas atendam à reverência à ele e a sensibilidade de compreender que ele é o maior de todos os conselheiros, porque é perfeito, o único significado para tudo, e a maior expressão de tudo que é bom, como diz Jesus: "eu sou o alfa e o ômega, o princípio e o fim". 


O homem e a mulher


18 Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.


18 Interessante que lemos o apóstolo Paulo citando essa frase com um propósito totalmente oposto dizendo: "bom é que o homem nunca toque mulher", isso ironiza muito o que Deus diz: "não é bom que o homem viva só...", mas a resposta para essa aparente contradição está no fato que Deus disse isso antes da queda! O apóstolo Paulo fala isso depois da queda! 

Havia um propósito na criação da mulher para o homem, que transcendia o natural, e se fundia com o espiritual numa coisa só, como vimos que os frutos com seus variados sabores eram alimentos espirituais, que acrescentavam através do material elemento espiritual na vida humana, e assim era a vida humana antes da queda. Depois da queda essa sublimidade das coisas naturais parece se perder totalmente, não deixando, é claro, de ser bom como tudo que Deus cria, nem misterioso e maravilhoso, mas menos sublime no aspecto espiritual. 

Quando Deus planeja destruir a terra por dilúvio, depois da queda, nos dias de Noé, o texto diz: "...Os filhos de Deus olhando que as filhas dos homens eram formosas, casavam-se com elas conforme queriam...Então disse Deus: me arrependo de haver criado o homem...", ou seja, o fato do homem buscar a mulher não torna-se imoral, nem maldoso, mesmo depois da queda, porque Deus criou assim, mas o que acontece aqui é que o ser humano deixa de viver uma vida espiritual, deixa de viver um propósito original para seguir interesses humanos e pessoais, ou seja, viver em função das coisas naturais. É o que Jesus diz: "...Assim também foi nos dias de Noé, em que comiam e bebiam, casavam-se e davam se em casamento, até que veio o dilúvio e destruiu a todos". 

O que parece indigno diante de Deus é o afastamento de valores, a vida sem Deus e a vida com a maldade, porque diz o texto: "...A terra está cheia de violência...Era mal todo desígnio do homem...", tudo isso não aponta, só para violência ou maldade, mas o egoísmo, as coisas sórdidas que o homem pratica, e não só a imoralidade, mas uma vida de deleites pessoais egoístas, associando as coisas naturais por meta central, tornando o natural em profano e a liberdade por pretexto ao orgulho e à maldade, então compreenderemos o porque o apóstolo Paulo diz que: "bom é que o homem não toque mulher", justamente pelo fato de que quando Deus cria a mulher para o homem, ele quer revelar o maior de todos os mistérios: que o homem e a mulher tipificam Deus em relacionamento íntimo com a humanidade, em espírito e verdade, Jesus e a igreja. Sendo assim o relacionamento do homem com a mulher, antes da queda, era a maior expressão e miniatura do amor de Deus em sua máxima essência, em todos os detalhes, um amor profundo e intenso na sua expressão, desenhado por Deus no relacionamento do homem com a mulher, algo de valor não só físico, mas entrelaçando-se espiritualmente, não havia separação entre carnal e espiritual, porque não havia o mal, não havia carne sem o espírito, e aquela relação do homem com a mulher era um vínculo espiritual não só entre o homem e a mulher físicos, mas eles como irmãos em Deus, e entre eles e Deus.

Depois da queda, houve um rompimento dessa sublimidade e pureza na prática que foi sentida de fato, e os limite impostos por Deus depois da queda são delimitações por razão de justiça e máxima moral, pois o homem deixa de ser puro, então certas coisas que funcionariam com certa liberdade, tem de deixar de funcionar com essa liberdade, porque mudou-se a visão humana.    

O apostolo Paulo não propõe proibição ao casamento, muito pelo contrário, ele diz: "que tudo que Deus criou é bom, e recebido com ações de graças nada é recusável, porque pela palavra de Deus e pela oração se santifica" o que ele quer dizer é que a oração e a palavra de Deus por serem canais espirituais, religam o homem, em certa forma à um propósito sublime naquilo que faz, que não é perfeito como antes da queda, mas podemos ser pessoas espirituais com aquilo que Deus nos dá em ordem natural ou carnal, pois nesse texto Paulo fala sobre comida, e sobre o casamento que com Deus são abençoados, e sem Deus são vaidades que as vezes até separam o homem de Deus como vimos, mas tendo em vista um propósito superior, Paulo apresenta a abstinência do casamento como Jesus disse: "...Algumas pessoas se fazem castos por causa do reino de Deus...", tendo em vista que Jesus é o noivo da igreja, e quem se faz casto para mulher ou para homem, faz-se totalmente consagrado e disposto ao noivo Jesus, este desenvolve então o relacionamento  original do casamento totalmente espiritual, que é o casamento somente com o noivo Jesus.    


A nomeação dos animais voadores e selvagens 


19 Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome.


19 O texto aqui revela que Deus modelou os animais da terra, nos mostrando que Deus não somente ordenou para que eles existissem, mas Deus construiu de fato a aparência e a estrutura deles com a terra e com água.

Observando os mistérios desse texto vemos aqui "as aves dos céus" apontando para anjos e "os animais selvagens" apontando para os homens", e o homem como Jesus, o rei criado por Deus para governar sobre toda a criação.

Também podemos entender pela segunda tese que Jesus estaria dando nome a duas categorias de anjos.  

O livro de Isaías coloca Jesus (cujo nome significa: "O Senhor salva", por causa do pecado e da queda da humanidade) sendo chamado profeticamente por um nome original de "Emanuel" que quer dizer: "Deus conosco", ou seja, Jesus é a pessoa de Deus criada por ele (daí o ser Filho) para reinar sobre a criação, e constituído como rei de toda a criação após ser criada, assim como Deus fez com o primeiro ser humano. 

Também observamos a importância de dar nome, ou ter um nome, o homem nomeando aos animais, e sendo assim o Filho de Deus nomeando anjos como está escrito simbolicamente: "ele conhece todas as estrelas e as chama pelo nome". 

A nomeação dos homens porém fica aos homens, os pais nomeiam os filhos, mas assim como nas escrituras todos os nomes eram proféticos, podemos entender que cada ser humano que é de Deus é chamado por um nome profético que só Deus conhece, como diz Deus: "...Eu te chamo pelo teu nome". Essa palavra significa mais do que o nome que temos, mas uma nomeação espiritual, uma posição diante dele, como também diz a escritura: "...E lhe darei um novo nome..." e falando de Jesus: "...E saberão o meu novo nome...".


20 Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.


20 E sabemos que quem dá nome aos animais de fato é o homem, que cataloga milhares de animais e espécies, e mais que isso, o homem governa na terra e dá nome a muitas coisas. 


A criação da mulher


O interessante é que enquanto Deus está com o homem administrando aquele serviço de nomear os animais, ao mesmo tempo que o homem está distraído com aquela missão, Deus está meditando em preparar-lhe uma companheira, mostrando que Deus planeja por nós enquanto fazemos as coisas com ele, porque vemos que no versículo 18, antes do texto citar que o homem está nomeando os animais, Deus já medita que "não é bom que o homem viva só", Deus está prevendo e preparando as coisas, e quando o texto diz que Deus "não encontrou uma companheira para o homem", o texto fala isso como que ironicamente, porque Deus fez todos os animais com as suas fêmeas, pois disse: "multiplicai e enchei a terra", Deus criou então o homem para ter a sua fêmea também, o próprio corpo humano do homem já possuía essa disposição, o que o texto tenta elucidar é a preocupação de Deus com o homem que criou.


21 Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;


21 O homem aqui está administrando um serviço com Deus, a nomeação dos animais, isso mostra um princípio sobre a vida sentimental: enquanto o homem ocupa-se com o trabalho e com Deus, Deus que importa-se com ele, tendo em vista que ele está trabalhando e andando com Deus, quando ele menos espera, Deus o abençoa, como está escrito: "buscai o reino de Deus e sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas...porque o Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes...pois os gentios é que andam atrás dessas  coisas, mas o Pai sabe vocês também precisam delas...", e também em provérbios diz: "ajeita tuas coisas fora (trabalho) e só depois edifique a tua casa (família)" e "a herança vem com os pais, mas do Senhor a esposa prudente". 

Deus nos distrai com o trabalho e com ele, e quando menos esperamos ele nos abençoa, como foi com o homem. 

Outro mistério interessante é aquela questão de que esse homem, é Jesus, e Deus cria Jesus para um relacionamento com a humanidade. Não que Deus, ou o Filho, seja dependente da humanidade, mas o próprio Deus relaciona-se com sua criação, Deus sendo completo, possuindo tudo, e sendo já tudo, ele deseja essa separação entre ele e a criação justamente para uma comunhão. 

Deus por si só ele é completo em si mesmo, mas ele criou essa intenção de coligar-se com a criação, em dar vida a criação como ele tem, uma vida como a dele, mas que dependa dele pelo amor, pelo vínculo da vida, saindo dele e tornando à ele, assim é Deus e a humanidade, Jesus e a igreja, o homem e sua mulher.  


22 e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.


22 O texto diz que Deus tomou "uma costela" do homem para fazer a mulher, que pode ser interpretado por "um pedaço do seu lado perto da costela". O texto também diz que o espaço onde foi tirada a costela Deus cobriu com carne. Aqui vemos um ato cirúrgico com anestesia, pois o texto diz que Deus fez cair grande sono ao homem, alguma tradução pode dizer algo como: "Deus fez cair sobre o homem uma anestesia ou torpor, e entorpecido ele dormiu", e Deus abriu o lado de seu tórax extraindo um osso, uma costela, ou um pedaço de carne. Deus está produzindo um clone humano de um homem com o genôma feminino, só que Deus não está fazendo com células, mas com um pedaço inteiro, um tecido ósseo ou muscular, e não está fazendo ser gerado como um bebê, mas está modelando exatamente como fez com o homem, tendo em vista que tudo isso foi feito em um dia.

Esse ato envolve o sangue com certeza, pois que toda abertura no corpo tem sangue, e outra coisa, a mulher é feita da própria carne do homem, mostrando um vínculo profético de proximidade, e mais, essa costela é tirada "do lado" do homem, um ato profético, assim como foi um ato profético que o homem está ligado à terra e se alimenta dela, pois dela foi tomado, assim a mulher está ligada emocionalmente à um homem, pelo ima da natureza, ou seja, como entender o mistério que é quando um homem olha uma mulher e sente-se atraído e maravilhado? E quando uma mulher se apega fisicamente e emocionalmente à um homem, de onde procede isso? Do ato profético com que Deus toma a carne do homem e faz uma mulher designando espiritualmente essa ligação, esse ima natural, pois entendemos que a própria carne humana, mesmo sendo perecível, possui um valor espiritual, como quando Deus diz: "demandarei do homem a vida, e o seu sangue, porque a vida de todo ser está no seu sangue", sendo assim toda proibição carnal, ou estímulo natural, não procede por acaso, mas porque a carne possui valores espirituais. 

Tudo o que Deus cria fisicamente cria também espiritualmente, em tudo vemos isso, não há separação pra Deus do que é espiritual ou físico, Deus está criando todas as coisas, os instintos humanos e coisas visíveis, tudo! 

Uma simbologia interessante é quando Deus manda um profeta comprar um calção sacerdotal, ou cueca da época e manda ele vesti-la, depois manda enterrá-la, depois que o tecido fica podre, Deus diz: "assim como esse calção se apegou a ti, eu fui com Israel (intimidade, segredo, apego...A comparação de novo do homem com a mulher), mas eles afastaram-se de mim, por isso os entreguei para serem destruídos". 

O sangue que estava naquela abertura onde Deus abriu o lado do homem, sangue que talvez não deve ter sido jorrado ou derramado, mas estava ali, nos dá uma semelhança com a aliança da circuncisão dos judeus onde o homem corta, no oitavo dia de nascimento, a péle que envolve o pênis de seu filho, significando uma aliança de sangue com Deus, uma aliança de intimidade, e secreta, numa parte do corpo que fica escondida. A mesma simbologia está na mulher, no seu hímen, quando ela rompendo sua virgindade com um homem, cria com ele uma aliança de sangue, vemos de novo o mistério: homem e mulher, Deus e o homem. 

No que diz respeito a ligação do homem físico com uma mulher "pelo seu lado", vemos também a religação do homem espiritual com Jesus na cruz, quando ele clama: "está consumado", morre na cruz, e depois vindo um soldado lhe fere o lado, próximo à costela, e de seu lado sai um pouco de sangue (porque todo seu sangue saia pelas mãos e pés crucificados) e jorra água que nos mostra que o Espírito Santo que estava em Jesus jorrou em forma física, como água, e como sabemos que o Espírito de fato tem essa forma corpórea, ali Deus operou esse sinal. E o Espírito por ser vivo, de fato corre dentro do sangue humano, corre nas veias como um remédio, assim como a escritura diz que a vida do homem está no seu sangue, a vida física no sangue, assim como a vida espiritual por intermédio do Espírito Santo que corre no sangue humano de fato, como está escrito: "...derramarei do meu espírito sobre toda carne..."


23 Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.


23 Então vimos que o homem estava ainda fazendo as coisas com Deus, quando Deus lhe fez cair sono e quando acorda Deus já lhe tem preparado um presente que é a mulher.

O homem maravilha-se com a mulher e fala desse vínculo entre ele e ela, profetizando, falando por inspiração: "osso do meu osso, carne de minha carne". Aqui vemos que esse é o tipo de vínculo que existe entre Jesus e sua igreja, de seu lado sai água. Por que? Porque a terra seca foi feita da água, e o homem da terra, e a água é uma criação material à semelhança do Espírito, porque o Espírito pairava por sobre as águas, havia união, e da água procedeu os céus e o ar também, como inclusive um filósofo chegou a dizer que a água é o princípio de todas as coisas.

O homem chama a criatura feminina que Deus fez para ele de mulher, que no hebraico significa: Hisha, assim como homem significa: Hishi, dando a inflecção verbal de alguém que é igual à ele, porém feminina, por isso que no nosso idioma fica não entendível o porque ele a chama de mulher. E não sabemos se o idioma falado pelo homem na origem da criação era o idioma hebraico, talvez não fosse, porque sabemos que antes da torre de Babel todos os homens falavam um único idioma, que pode ser algum dos que se fala na terra ou não, porque há muitos idiomas universais além do hebraico que não era universal. Havia o aramaico (idioma da Síria), o latin, o casteliano, e hoje o inglês. O trocadilho hebraico talvez seja uma imitação do que em outro idioma, o idioma falado pelo homem com Deus naquele momento da criação, também fazia esse trocadilho Hishi e Hisha com outras palavras, mas não descartamos o fato de que talvez o idioma universal na terra com Deus fosse o chamado hebraico, mas isso por uma ação de Deus de que o povo de Israel fale o idioma original, porque o hebraico não foi um idioma considerado universal, embora por causa do judaísmo e da expansão judaica nos dias de Jesus, fosse conhecido em outras nações, mas o idioma falado pelos homens antes da torre de babel, pode ser um idioma que é o idioma universal falado pelos anjos, como Paulo diz: "...Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens..."   

Uma coisa interessante é que do versículo 24 até o 31, o texto fala do sexto dia, que é o momento em que o texto fala resumidamente tudo o que foi feito neste dia, dizendo: "Deus fez homem e mulher", ou seja, os dois. Então entendemos que tudo o que lemos nesse momento, a criação dos animais terrestres, a criação do homem, a nomeação dos animais, e a criação da mulher, foi tudo isso feito no sexto dia, num dia só Deus fez tudo isso.

O homem a mulher e os animais terrestres


A autoridade do homem sobre a terra e criaturas, e o vínculo entre homem e mulher, foi estabelecido à semelhança da autoridade de Jesus sobre toda a criação material e do vínculo dele com o ser humano. Claro que isso era disponível para toda humanidade somente antes da queda. Depois da queda do homem, Deus fez uma aliança com Israel que foi uma aliança temporal, e depois a aliança com a igreja, que é uma aliança eterna e completa, e a única aliança entre a humanidade e Deus, que é a aliança entre Cristo e sua igreja.

Vemos aqui o mistério do sol da luz e das estrelas. No sexto dia Deus cria animais terrestres (estrelas), cria o homem (sol) e cria a mulher (lua).


Jesus (masculino)

Humanidade (feminino)

Exércitos (filhos)


A igreja assim como é "filha" de Deus (os filhos de Deus), é também noiva do Cristo. 


24 Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.


24 Aqui vemos um princípio de sabedoria: para que uma outra família comece e funcione bem. Com essa tríade: homem, mulher e filhos. 


25 E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam.


25 A nudez significa liberdade, e pureza, porque o texto dizia que não se envergonhavam. A maneira como o homem via e sentia todas as coisas era algo superior, sublime e diferente do que existe depois da queda, na nudez do homem não havia vergonha, nem malícia, nem hipocrisia, nem coisa alguma que fosse pejorativa, era como se o homem após a queda estivesse trajando a mais bela roupa e sentindo-se bem.


Considerações finais 


É muito complicado estabelecer limites ou doutrinas acerca de mistérios profundos como os de Deus, isso por causa da  limitação humana, onde um mestre por seus limites pode errar, ou alguém ser tido por mestre não o sendo de fato, assim como um mestre de fato pode ser resistido como se não fosse, sendo assim, eu não posso ter a prerrogativa de asseverar categoricamente as coisas, não por não ter autoridade espiritual pra isso, mas por uma questão de dar preeminência sempre à Deus e não ao homem que o conhece. 

Ficou bem claro que esse estudo partiu de um conhecimento espiritual, pelo dom que Deus me concedeu, que é real e não é imaginário, assim como disse o apóstolo João acerca de Deus ser comum à todos sem acepção e de se manifestar de verdade e não imaginariamente: "...pois sabemos que a unção que está sobre nós nos ensina todas as coisas, e não necessitamos que alguém nos ensine (pois Deus se manifesta a todos que são dele), e como ela é verdadeira (mesmo sendo invisível) e não é mentirosa (uma imaginação de nossa mente) permanecei nela...". Também o apóstolo Paulo diz: "...A uns Deus deu a palavra do conhecimento, a outro a palavra de sabedoria, a outro o dom de profetizar...são todos apóstolos?...falam todos outras línguas?...", pois à cada um Deus dividiu dons, para edificação do corpo de Cristo, não sendo todos suficientes em tudo, assim como uma pessoa pode ter muitos dons, como Paulo disse à igreja que menosprezava o seu ministério e gloriavam-se em falar muitas línguas espirituais dizendo: "...graças dou à Deus porque falo mais línguas que todos vocês...", então do mesmo jeito que o Espírito capacita a quem ensina, dá o dom de discernir esse ensinamento à quem é ensinado, e assim como conhecer à Deus é devido à todos, Deus dá dons elevados à despenseiros desses dons segundo a sua vontade.

O apóstolo Paulo à respeito da dispensação liberal dos dons de Deus à qualquer pessoa, diz: "eu gostaria que todos vocês profetizassem", mas Pedro deu testemunho de Paulo dizendo: "...de acordo com as palavras de nosso irmão Paulo, com a sabedoria que Deus lhe concedeu, na qual há coisas difíceis para nós de entender...", então acerca deste livro, podemos estar não sendo tão precisos (ou talvez sim), mas a palavra de Deus deixa esse espaço, até porque os segredos de Deus são profundos e multidimensionais, e há quem os possa interpretar mais pelo dom de Deus de ensinar.

Eu tenho o costume de citar os textos das escrituras sem mencionar os versículos, porque isso atrapalha o estudo. Faço isso como fazia o apóstolo Paulo citando de memória os textos, sujeito a  incorrendo em alguns "erros literais", por descrever as escrituras muito mais pela essência e pelo conhecimento ativo absorvido (memória espiritual) do que pela memória carnal, as vezes descrevendo os textos de maneira parafraseada com a minha linguagem pessoal, ou com outras palavras mais convenientes (fugindo um pouco o limite da tradução) para explicar a profundidade dos textos como gosto de fazer, assim como vemos os escribas do novo testamento fazerem isso muitas vezes sitando o antigo testamento, onde pode alterar-se as palavras, por uma questão de tradução ou interpretação informal, mas não para pôr outro significado, mas para alcançar a essência das escrituras, nunca fugindo a retidão do texto original. Esse elemento conduz ao aprofundamento da interpretação espiritual, assim como a imutabilidade dos textos das escrituras proporciona justamente a possibilidade de expandirmos, parafraseando sem sair da origem, pois as paráfrases são a ampliação do conhecimento sem fugir da verdade como um discurso ou explanação verbal, partindo de um elemento definido: o texto original, indo fundo onde ele pode nos levar e retornando à ele, outra vez, o que para mim é maravilhoso em todo tipo de estudo ou explanação verbal ou escrita.

Quem em sinceridade permanece na verdade sem desejar nunca ultrapassá-la, evitando qualquer tipo de distorção ou mentira da verdade, reconhecerá a pureza do meu ensino, e a diligência e o cuidado com que modifico qualquer palavra, ou cito cada texto pela minha memória espiritual, por isso desafio você a ler os textos originais em sua escritura e ver que tudo que tenho falado é 100% espiritual. 


Estabelecemos duas teses sobre o tempo em que foram criadas as coisas espirituais em contraste com as naturais. A minha opinião é que a primeira tese seja a tese correta, mas a segunda tese nos mostra a profundidade das coisas celestiais como uma espécie de "espiral", como uma coisa dentro de outra, um mistério que se repete e revela por outro ângulo outras coisas, onde podemos analisar uma coisa dentro de outra, vendo somente a criação física (a exposição explícita do livro de Gênesis), vendo somente a criação espiritual (a tese 2), ou somente a conexão entre os dois mundos (tese 1), ou tudo isso junto.  

 

Finalizado em maio de 2009

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