sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A BENÇÃO DE DEUS

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DEDICATÓRIA


Dedico este livro ao Senhor Jesus, meu protetor. 


INTRODUÇÃO


Esse livro é um estudo inspirador sobre o poder realizador de Deus em favor de seu povo. O objetivo desse livro é te levar a compreender que Deus é um Deus protetor, atuante e realizador, e que sua benção é um poder para mudar destinos negativos, milagrosamente, em sucessos. 

Vamos entender que Jesus nos dispôs, por sua aliança e por seus ensinamentos, o conhecimento de que devemos estar debaixo da benção de Deus para vivermos o sucesso na vida através da estabilidade de nossa fidelidade, e ao mesmo tempo movimentarmos espiritualmente as coisas pela fé, da mesma maneira como nos movimentamos e tocamos as coisas que estão no mundo físico.

Nesse estudo veremos um paralelo entre ser de Deus e receber as bençãos de Deus, veremos também o paralelo entre o sucesso e o aparente insucesso quando ele coopera para nosso crescimento espiritual e exaltação quando Deus visa amadurecer-nos e nos aperfeiçoar como pessoas espirituais. 

Veremos que Deus é um Pai poderoso e amoroso, e jamais nos imporá a derrota nem a desgraça, da mesma maneira que é disciplinador de nosso caráter, nos dando  a benção de obter sucessos, ter nossas necessidades  todas supridas, e nos concedendo a realização de nossas aspirações e sonhos sem preço algum não importando a grandeza daquilo que precisamos ou acreditamos poder alcançar nele. 





A BENÇÃO DE DEUS


As diferenças sociais


A vida nos dá demonstrações claras sobre como os seres humanos são vítimas aleatórias da pobreza e da riqueza. Podemos observar isso por uma perspectiva onde entendemos a justiça de Deus triunfano sobre os homens, quando vemos um homem mal sendo pobre e um homem bom sendo rico, assim como podemos ver a injustiça da vida quando vemos um homem bom sendo pobre e um homem mal sendo rico. 

Podemos também enxergar mais profundamente o fato de que Deus permite a um homem bom ser pobre para que isso lhe seja a benção de uma vida a sem a culpa dos males que procedem da riqueza, assim como Deus permite a um homem mal a riqueza, como laço para sua alma devido a mediocridade e a perdição que a riqueza pode levar a um homem.

Podemos enxergar o lado positivo da riqueza e da pobreza, assim como o lado negativo da riqueza e da pobreza, então concluímos até aqui a pobreza e a riqueza dada aos homens com um propósito divino aparentemente contraditório, não por acaso, mas justificável.

Não podemos negar porém que, tendo em vista o benefício que é a riqueza em relação à pobreza (ainda que analisamos aspectos justificáveis para vermos a pobreza, sendo a ausência de muitas coisas, por um lado positivo e a riqueza pelo lado negativo), a riqueza sempre representa benefício e a pobreza sempre representa o malefício ou a ausência do benefício. 

O que precisamos entender é que, como vimos, no mundo há a riqueza e a pobreza, e elas estão dispostas à homens diferentes por diferentes motivos, que também poderíamos chamar de motivos aleatórios (ignorando agora, o que destacamos acima como propósito de Deus definido nestas coisas). Poderíamos entender então, o paralelo da riqueza e da pobreza como uma espécie de desordem mundial fora da vontade de Deus, ou seja, como se a vida estivesse entregue à sua própria vontade e os homens ricos foram privilegiados independente de suas próprias vontades, assim como os pobres desprivilegiados contra suas próprias vontades, como se Deus permitisse tanto ao ímpio como ao justo chegarem alto, assim como o pobre não chegou alto, ou porque não nasceu do lado vantajoso, ou porque não teve inteligência para isso, mas tudo como um ato do acaso da vida.

A escritura sagrada propõe que essas duas idéias de que "as coisas são fruto do acaso", e de que "tudo tem um propósito debaixo do céu", caminham juntas. A escritura diz  sobre as injustiças da vida dando ênfase ao acaso: “o mesmo sucede tanto ao justo quanto ao perverso”, e como disse Jesus:  “nem ele pecou nem seus pais para que nascesse cego”, mas por outro lado a escritura também diz sobre a justiça de Deus:  “eu esquadrinho o coração e provo os pensamentos, e isso para dar a cada um segundo as suas obras” e também diz: “Deus não se deixa escarnecer, pois aquilo que o homem semear, isso ceifará”. 

O que entendemos à princípio é que o ser humano pode ser alvo de uma justa recompensa em sua vida segundo suas obras, do mesmo jeito que pode ser vítima das circunstâncias em que nasceu ou que está inserido, isso contra a justiça, embora sabemos que uma circunstancia casual considerada  injusta vem sempre antes de qualquer juízo, e a retribuição das obras dos homens vem depois de uma causa, como diz: "não vindo imediatamente o juízo de Deus a toda obra, os homens não se afastam do mal". Esse texto revela a permissão de Deus em que os homens praticam o mal (chamado popularmente de livre arbitrio) estando de uma certa forma o mundo sujeito ao acaso do mal, e a retribuição de Deus a toda obra com justiça depois de uma obra humana.

Notamos que no aspecto das injustiças sociais, se a analisamos como fruto do acaso, ainda assim a presciência de Deus está sobre todo evento sobre a terra, manifestando um propósito acima de tudo que acontece na terra contra a justiça de Deus. 

Podemos analisar que mediante a injustiça Deus deseja manifestar outra justiça maior, uma justiça eterna, quando lemos o Apocalipse dizer de justos: “até quando ó Santo e Soberano, não julgas nem vingas nosso sangue dos que habitam na terra?” e a escritura prossegue revelando como propósito a exaltação eterna do justo, assim como a condenação do ímpio pelo mal livre arbítrio de suas obras.

Podemos também analisar que a permissão de Deus na existência do mal como fruto do acaso seria dar lugar justamente ao agir de Deus nos vazios da vida decaída deste mundo quando vemos Jesus dizer de Lázaro, que morreu: “essa doença não foi sua morte, mas para manifestar nele as obras de Deus”. 

Vemos então a justiça de Deus sendo revelada acima de todo acaso ou situação injusta, e vemos o acaso também manifestando-se sobre a terra contra justos e injustos, mas sem que nada saia do controle de Deus. 

Vemos também que, no caso de entendermos tudo na vida como fruto de um propósito, como acabamos de ver, nos faz imaginar que o fato da presciência de Deus não impedir os acasos da vida, nos dá a impressão de que as coisas fujam do controle de Deus, tendo em vista que tudo o que é mal não procede de Deus, e que Deus em certos momentos permita que o mal chegue a manifestar-se contra sua própria vontade como vemos inúmeras vezes na escritura, e isso realmente é um fato ruim acerca da vida!

Certamente uma coisa é certa: a existência do mal, a manifestação do mal, e o mal como recompensa não são coisas agradáveis ao ser humano que espera pelo bem, então da mesma maneira que podemos descansar sabendo que nada escapa à justiça de Deus seja qual for a situação seja boa ou má, também nos assustamos com a presença do mal inclusive no propósito de Deus.

Para afirmar que essas duas verdades caminham juntas e não se opõem, temos muitos testemunhos na escritura, podemos citar somente um onde vemos que uma fome mundial atingiu tanto a bons como a maus nos dias de José, assim como vemos que a prosperidade veio 7 anos antes sobre toda terra alcançou bons e maus também. Então, temos a idéia de que o acaso apanha todos os homens, mas não deixa de ter sobre tudo isso a pré-ciência de Deus. 

Vemos por exemplo que José era justo, mas por um propósito foi afligido, do mesmo jeito que seus irmãos foram beneficiados no tempo de sua aflição, e depois vemos José sendo recompensado, assim como seus irmãos rebaixados.  Então vemos que onde está a idéia do acaso está também o propósito de Deus acima de tudo, e onde está o propósito de Deus definido isso não deixa de tomar uma aparência do acaso tendo em vista que Deus conduz as coisas como quer, mas sempre com o controle no final. 

Essas duas téses estão corretas simultaneamente, pois como diz a escritura: “pode a obra questionar ao criador: porque me fazes assim?” e diz: “há tempo para todo propósito debaixo do céu”. Vamos entender que o governo de Deus ainda assim está sobre tudo isso, seja quando Deus manifesta a justiça, seja quando algo segue um tipo de suposto acaso.  


A triste expectativa da pobreza e do mal


A realidade do homem pobre, seja ele o justo que é preservado em Deus pela pobreza, ou seja o ímpio que é julgado por ela, é sempre uma coisa triste falando da pobreza quando ela aflige ao ser humano como uma marca permanente ou como espectativa imutável.

No que diz respeito à maldade humana e seu justo castigo nesta vida, embora esteja escrito: “Deus me ouvirá e dará castigo à eles, porque não há neles mudança e não temem ao Senhor” e “o ímpio quando recebe a misericórdia, mesmo em lugar de paz faz abominação”, também está escrito sobre todos os homens em geral diante da graça de Deus: “só há um que é bom que é Deus” e “a todos Deus encerrou debaixo de pecado para que possa usar de misericórdia com todos...para que ninguém se glorie (em si mesmo) diante de Deus”. O que nos fica entendido aqui, é que pesaria não sobre o ímpio (pessoa intencionada ao mal) o castigo, mas também sobre o justo (pessoa que busca praticar a justiça) e sobre o pecador (pessoa que comete erros), por causa de seus pecados que existem até na vida do justo.

Viver de aluguel sem nunca poder ajuntar dinheiro para sair dele, não possuir herança nem patrimônio deixado pelos pais, estar sujeito a labutar sempre em serviços que não se quer, não poder investir em sonhos, não ter muito tempo para a família ou para si mesmo, não ter tido a oportunidade ou percepção de fazer cursos ou estudar para crescer profissionalmente, não poder fazer ou possuir certas coisas...

Nesse aspecto analisamos a pobreza como uma sentença terrível sobre a vida de um ser humano. Podemos analisar também a pobreza pessoal: não possuir boa aparência, não ser habilidoso, não ter amigos, estar sujeito a alguma limitação física, estar sujeito a companhias ruins na família ou no meio social, habitarem locais perigoso, estar preso a uma desventura ou jugo por uma escolha ou erro do passado etc...   

A sentença do fracasso imposta pela vida as vezes é uma coisa terrível. 


A expectativa humana acerca da vida


O fato de algumas pessoas estarem bem, se saírem bem de certas situações, ou sobreviverem no mundo, mesmo em meio a todas essas sentenças, as faz pensar de uma maneira otimista ou pessimista. 

Os otimistas, as vezes agindo soberbamente, subestimam os fracassos e inabilidades dos outros dizendo: “todos tem as mesmas oportunidades e a vida é difícil mesmo, só não se dá bem quem não quer” (embora alguns desses são presumidos sem nunca terem feito esforço algum de fato, apenas fizeram a coisa que deu certo).

Os pessimistas, as vezes agindo mais humildemente, dizem: “a vida é uma lástima mesmo, mas vamos tocando o barco, salve-se quem puder”. 

O interessante é que o fato de alguém se presumir ao ser dar bem na vida, mesmo que tenha se esforçado para isso, e o fato de alguém em meio a toda a sua calamidade sobreviver, é resultado, acima de tudo, de uma verdade que os homens não conseguem notar: “Deus ainda sustenta esse universo!”. Isso mesmo!

Uns não conseguem notar isso por causa de sua prepotência ao verem as coisas dando certo, outros porque o ardor da vida os abate sem compaixão e não conseguem ver essa verdade. 

Vamos entender que o mundo está entregue à sua própria vontade pelo fato de que tudo tende ao declínio, ou seja, tudo o que existe no mundo seja o que for possui uma vida ou uma idéia de progresso, mas a tendência é sempre o fracasso e a degeneração por uma lei natural, que é o reflexo da queda do pecado de Adão,  como dizem os pessimistas acerca da vida. De fato tudo nesse mundo tende ao fracasso.

Os otimistas prepotentes também tem uma certa razão, pois a ação do homem em seu próprio favor, lutando pela sobrevivência, lhe garante a subsistência e a manifestação do progresso nas coisas da vida, e sem isso não há vida, nem subsistência de nada, mas o ponto em que Deus entra nisso tudo é que: essa graça, chamada até de sorte, fruto de uma acasos que deu certo, de alguém se suceder bem na vida, ainda que você não entenda, isso vem de Deus! 

Alguém já disse que se Deus não existisse o mundo seria um caos e já teria acabado, tendo em vista o egoísmo e a maldade humana. Assim notamos o dedo de Deus que governa o universo. 

Da mesma maneira que olhando para a natureza vemos que nada do que está na natureza se degrada ou cai de órbita, mas tudo segue um ciclo e uma renovação natural...se estas coisas, que não podem ser controladas pelo homem, não se degradam como tudo que está no controle dos homens se degrada se não tiver a ação do homem, assim vemos que Deus sustenta o universo natural! E se Deus sustenta o universo natural, aquilo que o homem não pode controlar, quanto mais precisamos  também entender que Deus, ainda que tenha dado ao ser humano a sua missão na terra, Deus também governa sobre tudo o que acontece no mundo e opera em todos os âmbitos para que nada saia do seu controle na vida social dos homens. 

Deus não é um ser que criou as coisas naturais e após o ser humano ter decaído na iniquidade ele virou as costas para criação e a deixou entregue a sua sorte ou acaso! Deus não perdeu o controle do mundo racional ou social, ficando só com a parte natural ou celestial! Não! Deus tem domínio sobre tudo, e a escritura sagrada está repleta de testemunhos desse agir invisível, porém constante e inabalável da justiça de Deus sobre a vida social humana.

Não conseguimos notar o agir de Deus no mundo, pois com um olhar divino podemos imaginar duas coisas negativas acerca do comando de Deus sobre tudo no universo: que Deus falha em sua misericórdia, tendo em vista tantos males e injustiças que vem sobre os homens, do mesmo jeito que podemos dizer que a justiça de Deus falha tendo em vista a maldade do homem sobre a terra, só que o interessante é que Deus também pensa assim! Só que esse impasse não procede de Deus, mas do fato de que Deus tem de operar justiça com misericórdia e misericórdia com justiça! 

Deus tem de agir sobre todos os aspectos do universo material e espiritual com muita cautela para não deixar de ser justo e misericordioso em nenhuma situação, Deus não pode, por ele mesmo, nunca ser maligno e nem permissivo ao mal com ninguém. Em outras palavras podemos dizer informalmente que, Deus age com certeza sobre a terra, mas por causa da queda do homem pelo pecado ele tem de agir de maneira limitada, porque sabemos que: “o mundo jaz no maligno”, e tendo em vista que entrando o pecado no mundo através de Adão, Satanás tornou-se o príncipe do mundo pela autoridade dada à ele pela carne humana que é sujeita ao pecado e ao mal,   Deus ainda sustenta o universo que foi entregue ao mal, mas tendo que agir com a extrema sabedoria que vimos acima para não corromper a nenhum de seus próprios valores. 

Notamos que Deus está limitado acerca de fazer o mal ao ser humano por ser misericordioso, como diz: “se houver 10 justos na cidade, não a destruirei” e “Deus não tarda sua promessa como muitos pensam, mas ele é misericordioso com todos para que ninguém se perca...para que todos cheguem a se arrepender”, da mesma maneira que Deus está limitado de fazer o bem ao ser humano por causa da maldade do homem como diz: “me arrependo de haver feito o homem, destruirei toda a obra que criei” e “...como não me vingaria de uma nação tal como esta?”.     


A expectativa que Deus propõe ao homem


A boa notícia é que Deus deseja reassumir o governo total  que o homem perdeu com o pecado sobre a terra! Mas isso não é possível senão através do próprio homem! Ou seja, Deus é o governador absoluto do universo, mas tendo em vista que o ser humano coopera com Satanás através de sua carne, pelo pecado, o homem torna-se inimigo de Deus sujeito ao juízo dele, sendo assim Deus não pode governar como rei da humanidade, em toda terra, e em todos os momentos para o bem de todos os homens, mas quase sempre para o mal da humanidade como juiz! Por isso Deus enviou a Cristo que se ofereceu como sacrifício de remissão de pecados, para que assim como Satanás governa o mundo através da autoridade e liberdade que lhe é dada pela carne humana, assim Deus quando governa uma vida humana, ele pode atuar na terra através de sua benção que estará sobre essa pessoa que pertence à ele, comprada à preço de sangue. 

Qual seria então o plano global de Deus para que ele não tenha limites de agir sobre a terra? Que todos os seres humanos (todos os habitantes da terra) tenham aliança com Cristo, tendo sobre si a benção de Deus, que é o poder de mudar o fracasso humano através do auxilio e proteção de Deus, para andarem em seus mandamentos ficando livres de maldições. 

A aliança com Cristo trás então o auxílio de Deus sobre a terra através da vida de cada pessoa que tem essa aliança, assim como a transgressão aos valores de Deus atrai sobre a vida humana a maldição e o fracasso, então essa é a grande estratégia de Deus para mudar o curso catastrófico do nosso planeta de maneira global, como está escrito: “feliz a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele chama para si”.

Qual seria agora então o limite para que Deus abençoe toda a terra? O coração humano! Deus não pode abençoar toda a terra se toda a terra não abrir o coração à aliança e ao ensinamento de Jesus, pois assim como a maldição entrou no coração humano pelo pecado, assim também, deve a virtude de Deus entrar no coração humano através da fé.

O plano de Deus designa que todo aquele que tem a Cristo tem a benção individual sobre si, cada pessoa torna-se responsável individualmente pela benção de Deus sobre a sua vida. Essa benção, como mostra a escritura, pode alcançar indiretamente quem está a sua volta, mas a benção de Cristo está limitada, e só está disposta para o indivíduo que tem aliança com ele e segue os seus ensinos.  


Entrando na benção de Deus


A escritura sagrada mostra a benção de Deus disposta ao ser humano por duas vias: pela prática da lei (no antigo testamento) por intermédio de ordenanças e rituais, ou a aliança com Cristo (no novo testamento), uma aliança que se recebe e se manifesta mediante a fé, ou seja, por decisão ou posicionamento interior. 

Analisando a aliança da lei em relação a aliança da graça: a aliança da lei não seria de fato a primeira aliança de Deus com o ser humano, poderíamos dizer que a aliança da lei seria uma das alianças de Deus com a humanidade numa trajetória de várias alianças, cada uma com suas limitações por questão de sabedoria divina, até chegar na aliança com Cristo que era o verdadeiro propósito de Deus, oculto, com a humanidade. 

A primeira aliança, após a queda humana com o pecado de Adão, seria a aliança que Deus fez com Noé preservando sua vida e sua descendência, uma aliança que tinha por objetivo somente preservar um remanescente da humanidade sobre a terra. Essa aliança partiu do fato de que Deus criou a humanidade e era seu desejo que ela prosseguisse, mas ao mesmo tempo por causa de sua justiça, vendo Deus a corrupção humana, ele age em juízo para destruí-la, onde vemos o juízo de Deus colidindo com a misericórdia e a misericórdia de Deus colidindo com o juízo. O amor de Deus pela vida humana é arrebatado pela necessidade da justiça, e o zelo de destruir a humanidade por causa do pecado, é constrangido e limitado por sua misericórdia ao preservar o justo Noé e dar curso ainda a sua descendência, que era o desejo original de Deus: dar curso a vida sobre a terra. 

Aqui vemos o impasse em que Deus nunca pode negar-se a si mesmo. Poderíamos dizer que o pecado humano tentou induzir Deus a negar-se a si mesmo, ou seja, Deus não pode negar seu desejo imutável de manter a vida sobre a terra, mas Deus tem de agir em juízo contra a vida humana por causa do pecado. 

Deus não pode negar seu desejo de fazer juízo sobre todo o mal destruindo-o, onde a vida que peca tornar-se inimiga de Deus, assim como Deus também não pode destruir o ser humano na medida de sua ira e negar seu desejo de manter a vida sobre a terra oferecendo  misericórdia associada com o tempo para  arrependimento segundo a medida do pecado humano. 

Deus está limitado pelos seus próprios propósitos, porque não pode negar-se a si mesmo sem dar curso a existência da vida, e Deus está limitado pelo ser humano por causa de suas transgressões que trazer a ira de Deus. Então após Noé, Deus chama: Abraão, um homem temente à Deus que o segue com um coração obediente e fiel, o qual dá testemunho de ser leal à preservação de uma aliança, passando por vários testes pessoais, crescendo nessas experiências e alcançando aos poucos mais promessas juntamente com a confiança de Deus, por sua lealdade que ele preserva por toda a sua vida, mas ao mesmo tempo por ter sido chamado sem muito conhecer à Deus no início, Deus demonstra que a graça de alcançar a alguém e fazer aliança, ainda que para o justo que será fiel, procede dele mesmo: todo beneficio de Deus ao homem procede da generosidade de Deus, como diz a escritura: “se Abraão, foi chamado por suas boas obras teria com que se vangloriar em si mesmo (e não na graça de Deus)...”. 

Com Abraão Deus faz com que a aliança da circuncisão, preserve um grupo separado na humanidade: os hebreus que descendem de Abraão. 

Depois vemos Deus resgatando esse povo hebreu, de Abraão, do Egito, onde foram escravos, dando-lhes uma lei e uma terra para viverem por muitos anos guardados numa Teocracia, sendo assim, a aliança da lei era uma aliança que parecia ser a ultima, por ser um regime completo e perpetuo de rudimentos espirituais, sociais dados a um povo escolhido por Deus, vindo de uma preparação pela aliança com Noé, e continuando em Abraão...Ou seja, Deus usando homens fieis para preservar a aliança, assim como Deus preservou esses homens chegando até lei.

A lei era uma aliança que dava testemunho,  por seus inúmeros rituais, que não era fácil ao ser humano achegar-se à Deus, não era natural como no princípio quando Deus criou a Adão sem lei alguma para aproximar-se de Deus. 

A lei mostrava de maneira penosa essa separação de Deus e o preço para aproximar-se dele. A aliança da lei deparou-se com a desobediência do homem muitas vezes, mostrando que a lei era perfeita, mas o limite para que ela fosse cumprida era o coração humano, então Deus, como já havia prometido de maneira intrigante e misteriosa pelos escritos sagrados dos profetas, ele, Deus, aparece aos  homens na pessoa de Jesus Cristo, o chamado: Messias, que quer dizer: Ungido (ou escolhido),  sem nenhum pecado e fiel, isto é, imune a toda lei e à toda maldição do pecado, e se oferece como sacrifício que encobre todos os pecados por não ter nenhum pecado, entregando ao ser humano, por causa de sua divindade, uma aliança superior com promessas eternas, além das promessas feitas a Abraão e a Davi, com a liberdade de uma vida sem leis na forma de ordenanças e sem rituais de sangue, por causa da santidade de Jesus e de sua justiça que nos isenta da pratica da lei, por ter ele se oferecido  como sacrifício por todos os que nele crêem como perfeito remidor de pecados, como está escrito: “sendo ele perfeito, cumpriu assim toda a lei...e se ofereceu como sacrifício por todos os que nele crêem”. 

Crer em Jesus, que ele é o Filho de Deus por causa de sua perfeição, e crer na sua pureza e justiça, faz com que pela fé, o Cristo esteja sendo oferecido como sacrifício no altar de Deus no presente momento, para redimir aquele que crê no sacrifício de Jesus feito no passado, como os animais inocentes que eram oferecidos simbolicamente todos os dias no altar de Deus para remissão de pecados. 

Quem crê que esse sacrifício de Jesus é  puro diante de Deus, pelo testemunho do evangelho (que ensina a verdade) e pelo testemunho de sua vida, este, pode receber os benefícios deste sacrifício, pois quando alguém crê e confessa diante de Deus essa verdade dá 

testemunho de que aceita que seus pecados foram pagos por aquele que morreu sem pecado por toda a humanidade, e Deus faz aliança com esta pessoa recebendo-a na aliança da benção de Cristo, o qual deve por sua vez praticar os mandamentos de Jesus, no qual creu como verdadeiro para seguir um caminho plano sem maldições ou castigos divinos.

O interessante é que no início dissemos que à princípio podíamos optar por andar com Deus pela lei ou pela graça, para entendermos que obviamente é muito melhor andar na graça do que na lei como vimos acima, não só pelo fato de ser mais simples, mas porque a graça é justamente o aperfeiçoamento da aliança de Deis com os homens e a aliança da lei foi somente uma preparação para o aparecimento da graça do novo testamento, como lemos na carta aos hebreus. 

Comparando a lei com a graça: a lei não pode existir nos dias de hoje por dois aspectos, o aspecto humano e o aspecto espiritual. No aspecto humano não é viável a lei, porque a lei só funciona para uma Teocracia fechada de uma pátria num povo com a mesma visão. Embora a lei com muita sabedoria prevê um regime de justiça com visão politica e penal que poderia funcionar nos dias de hoje numa nova Teocracia, no aspecto espiritual é preciso entender que muitos dos seres humanos que estavam envolvidos com o benefício de Deus pela lei possuíam um procedimento que necessitava de juízo e aplicação de sentenças para preservação de valores e da vida do próximo como em toda sociedade fechada como está escrito: “assim eliminarás o mal do meio de ti”, sendo assim a lei não prevê a restauração da alma humana pelo poder do Espirito, mas apenas a destruição do mal. 

No aspecto ritualístico, a lei também tinha limites impostos só para o povo hebreu de Abraão, ou seja, a lei deveria ser praticada na terra de Israel e foi disposta somente aos filhos de Abraão, assim vemos que a aliança da lei era só uma ponte para outra aliança maior que é a de Cristo, pois Deus planejava alcançar o mundo inteiro como vemos nos escritos do profeta Isaías. A lei seria apenas a reunião do povo de Israel com ordem, para preservação dos valores e da aliança de Abraão com um remanescente de homens até Cristo, sendo assim Deus delimitou esta aliança da lei somente para aquela geração, com o plano de alcançar o mundo inteiro, por uma outra estratégia que agora não vai funcionar num regime fechado de Teocracia, mas num regime aberto de dispersão em relação ao mundo inteiro. 

A lei parece ser a ultima aliança, assim como parece ser uma novidade pelo fato de que  Deus já tinha uma aliança com Abraão e seus filhos, assim também foi a aliança de Cristo que surgiu num momento oportuno apresentando inovações, e nesse caso, sim, uma inovação final, porque alcançou o mundo inteiro e o Cristo foi revelado (não ao povo Israelita como as escrituras ainda apresentam os planos futuros de Deus no mundo). 

A escritura revela que a graça é a verdadeira aliança que Deus queria manifestar e que a lei no aspecto de aliança era somente a preservação de um remanescente pelos tempos, foi da vontade de Deus mostrar a aliança da lei antes da aliança da graça, para mostrar como era penoso se aproximar de Deus sem Cristo num testemunho real. Então neste aspecto vemos a superioridade da graça sobre a lei pela sua liberdade!

Lemos no livro de hebreus: “porque nenhum sacrifício de animais, podia justificar alguém de pecados...mas todos esperavam na plenitude dos tempos, aquele que tem autoridade para perdoar pecados” e Pedro diz: “pois ele foi e descendo as profundezas do inferno e anunciou sua salvação aos que viveram antes, nos dias de Nóe”, ou seja, a aliança da lei ao ser praticada preservava a vida do homem e o conectava espiritualmente à Deus, mas por uma via penosa associada a muitos rituais, e mais as pessoas não tinham a revelação interior de Deus, como está escrito pelos antigos acerca da promessa da graça: “escreverei minhas lei nos seus corações, em tabuas de carne e não mais em tábuas de pedra”.

A sabedoria da lei, a justiça da lei  procedente como ensino, a revelação de mistérios espirituais por intermédio das figuras usadas pela lei, a demonstração da misericórdia social de Deus, os mandamentos contra inclinações humanas, a demonstração do peso de cada pecado aos olhos de Deus e a definição de um juízo, as descrições das responsabilidades humanas, a priorização e diligência com valores espirituais, etc...Toda essa riqueza contida na lei ainda prevalece sobre nós, como Jesus: “não pensem que eu vim revogar a lei, mas vim fazer que ela seja cumprida! Pois em verdade vos digo: é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um “i” ou um”til” da lei!”, da mesma maneira que Paulo disse: “...Jesus aboliu no seu corpo a lei na forma de ordenanças...”, ou seja, a lei permanece! Na verdade podemos dizer praticamos toda a lei através da graça, a sua justiça, os seus rituais, tudo, mas com a diferença que não fazemos parte da aliança da lei, mas da aliança da graça, que nos liberta de todo tipo de ritual, mas nos conduz a meditar e a praticar toda a justiça que Deus espera de nós contida na lei e ensinada pelo Espirito através dos ensinos do apóstolos e mediante andar em Espírito, uma vez que os escritos dos apóstolos são ensinos que procedem da nova revelação de Deus no Espirito Santo.  

O ponto mais chave da graça, além de ser a revelação e relação de Deus com o homem pelo Espirito Santo é salvação eterna, que só estava disposta àquele que tem autoridade para justificar, Jesus! Sendo assim quem praticava a lei preservava-se para receber a aliança do Cristo que viria, ainda que morresse antes de ele se manifestar à terra, pois ninguém pode ser salvo se não for justificado por Jesus.

Jesus veio para nós revelando essa aliança sem mais a necessidade de uma lei, porque a existência da lei foi um testemunho da vontade de Deus para mostrar ao ser humano quão difícil é para o homem achegar-se à Deus e um registro do desejo de Deus e de sua justiça para seu povo. Assim também até para os que estiveram na lei, e que viveram antes de Abraão, e foram fiéis é impossível ser salvo sem Cristo, porque ele é o mediador da lei. 


A benção de Deus: um milagre


É muito importante entender que desde o início das escrituras, Deus dá testemunhos de realizações impossíveis, e esse é o grande sinal de que coisas que estavam fadadas a nunca acontecerem, ou a fracassarem, mudaram a sua direção quando Deus entrou na questão, por exemplo: Abraão é casado com uma meia-irmã, ora, isso aconteceu sem o conhecimento da lei de Deus que só viria depois, com Moisés, pois a lei designa o casamento entre irmãos como proibição espiritual, mas Deus não impede de eleger a Abraão, e não rejeita a Sara ao fazer aliança com ele sabendo dessas coisas, ou seja, Deus depois elege o filho de Abraão: Isaque, como herdeiro das promessas feitas à ele, uma criança que jamais deveria surgir na terra segundo a própria lei de Deus. 

Vemos também que Sara era estéril e avançada em idade, mas ela por um milagre gera um filho, algo que nunca aconteceria sem a intervenção de Deus. 

Vemos Isaque que encontra uma esposa: Rebeca, por intermédio de um ato milagroso, a qual também era estéril e gera dois gêmeos por um milagre. Vemos depois que Jacó está correndo o perigo de perder sua vida nas mãos de seu irmão, mas ele clama à Deus ao ponto de encontrar-se com um visitante celestial mensageiro de Deus, o qual ele o agarra, insistindo pela confirmação de sua vida e de seu sucesso pessoal, mudando o perigo em segurança. 

Vemos José que recebe uma inspiração de que seria grande por meio de um sonho, é vendido por seus irmãos ao Egito e vem milagrosamente a ser colocado por Deus no trono de Faraó para preservar a vida de seus irmãos por um milagre. Vemos também que o povo de Israel não sairia do Egito se a mão de Deus não agisse contra o tirano implacável: Faraó, e que o povo, mesmo tendo fugido de suas mãos, morreria frente ao mar, se as águas não se abrissem...Ou seja, toda a trajetória do povo de Deus advém de milagres, de uma ponte entre o que é impossível sendo possível somente por Deus, e é isso que temos que entender: para chegarmos onde Deus quer, tudo é impossível mesmo! Mas com Deus o romper do impossível é uma coisa constante. Não iremos muito longe com Deus nessa vida para obtermos o mesmo sucesso que os patriarcas que lemos nas escrituras se não aceitarmos essa verdade: que as coisas de Deus sempre funcionam no âmbito do milagre, do impossível, do que difere da realidade. 

A chave para isso é a fé, a capacidade de mudarmos destinos, sentenças, más notícias, abrirmos portas, galgarmos posições na vida, etc...


A benção de Deus agindo à favor do ser humano 


Como vemos por toda a escritura, algumas coisas são dadas aos homens da fé naturalmente, ou seja, a benção de Deus inclui milagres que Deus opera sem nossa intervenção, e temos que entender que quando falamos de estar debaixo da benção de Deus, estamos falando de que a benção de Deus é um poder vivo de Deus sobre a nossa vida que faz com que as coisas dêem certo pra nós, ou seja, as coisas não dariam certo pra nós sem a benção, então aqui constatamos já a presença de um milagre, de um agir além do que se vê, além do que as expectativas podem nos dar: Deus está promovendo que as coisas dêem certo pra nós independente do que façamos à princípio quando permanecemos na aliança e na obediência à Deus.

A escritura mostra a fidelidade de Josafá para com Deus, depois mostra que dois povos ímpios, porém hebreus, Moabe e Amom, se unem para fazer mal a Israel, nesse ponto o rei Josafá desespera-se e procura socorro no Senhor, e o Senhor responde: “nessa batalha vocês não terão de pelejar, porque o Senhor é quem vai pelejar por vocês”. Também vemos a escritura mostrando a fidelidade de Ezequias, e logo depois vem contra ele o homem mais poderoso e tirano do mundo na época, o rei da Assíria: Senaqueribe, anunciando a tomada da terra e até a invasão armada, propondo um acordo de paz onde Israel seria praticamente roubado de sua possessão e deportados como colônia na Assíria, era um povo muitas vezes maior que Israel, mas Deus anuncia: “ele não vai entrar nesta terra, nem lançará flecha alguma contra ela, porque eu defenderei esta cidade por amor à Davi meu servo”. 

É interessante que Davi aqui significa alguém que há muito tempo antes de Ezequias, por sua justiça e fidelidade, alcançou o benefício de Deus para sua descendência, como está escrito: “eu alcanço com benção por mil gerações os que me amam”. Se olharmos mais profundamente para as citações proféticas acerca de Davi, Davi tipifica Jesus, que por sua justiça alcançou para nós a graça de Deus, e isso independente de nossas obras, porque também sabemos que Davi era humano e não podia se justificar por obras diante de Deus, mas Deus dando testemunho de sua graça diz à Davi: “eu te fiz sair de detrás da malhadas”, ou seja, todo o benefício de Deus à nós vem da generosidade de Deus em Jesus, como está escrito: "...pela graça vocês são salvos, isso não vem de vocês é dom de Deus...não vem de obras pra ninguém se vangloriar em si mesmo", mas ao mesmo tempo é preciso que haja a fidelidade para que ela seja ponte de fé para com Deus sem maldições, isto é, a fidelidade à Deus evita maldições que advém da transgressão, mas as obras de fidelidade também são um vinculo de demonstração de temor à Deus, como também está escrito: "...observe como Abraão com sua fé manifestou suas obras...pois estava disposto a oferecer a Isaque seu filho...vê como as obras caminharam juntamente com sua fé?...se alguém disser que tem fé, mas não manifestá-la através de obras poderá essa fé salvá-lo?..."

A fidelidade à Deus também é um elemento que Deus sempre vai procurar nas pessoas para confiar-lhes missões e promovê-las, pois como um propósito de Deus será preservado sem fidelidade? Por assim diz Deus: “os meus olhos estão sobre a terra procurando os fiéis”, como vemos que Deus escolheu Noé e a Abraão, e depois Davi, porque sabia que eles se deixavam usar pela obediência no temor de Deus para levarem à diante uma missão com Deus sem rompimentos, e sem maldições.  

Vimos até aqui que a tendência do ser humano ao fracasso é mudada para o sucesso, mas não por um ato humano, mas pelo milagre de possuir a benção de Deus como está escrito em Deuteronômio 28. As coisas começam a dar certo para uma pessoa quando ela está debaixo da benção de Deus.


A intervenção de Deus no destino do ser humano


O outro ponto do agir de Deus, e da ligação do ser humano com o agir de Deus, é o que poderíamos chamar de atitudes de fé ou atitudes pela fé, que é quando existe um ponto impossível na nossa vida, e ele precisa ser transpassado por meio de uma intervenção de Deus, seja diretamente com a nossa ação pela fé, ou com a nossa atitude de fé chamando à ação de Deus para a situação. 

Como vimos acima, não podemos explicar exatamente porque certas coisas ruins nos sucedem, as vezes Deus permite que o inimigo chegue a levantar-se contra nós antes de ser detido por Deus para que através de nossa vitória, uma vitória que talvez poderia não acontecer se o inimigo não se levantasse para que conquistemos algo nessa essa luta, e embora seja inesperado é um presente de Deus à nós contra um ataque ao seu povo amado, como vemos no caso em que Deus derrota os Amonitas e os Moabitas após uma ameaça e um rumor de invasão diante do rei Josafá, o qual alcança um grande despojo, que era tão grande que levaram 3 dias para despojarem tudo, ou seja, Deus já tinha avisa: "não se assustem por causa dessa grande multidão", dando a entender o que está escrito em Isaías: "eis que podem suscitar contendas, mas não procede de mim, todo que conspira contra ti cairá diante de ti" e "toda ferramenta forjada contra ti não prosperará, e toda língua que ousar contra ti, tu a condenarás, pois essa é a herança dos servos do Senhor". Note que o acaso parece acontecer, mas Deus mostra-se sempre em prontidão para defender. 

As vezes Deus permite que o inimigo se levante contra nós, porque é plano de Deus agir contra ele, incitando-o contra nós para que seja derrotado pela fé, como vemos o caso em que Senaqueribe o grande rei da Assíria é detido pra sempre de pelejar contra Israel. À principio ele parece estar sendo tomado pelo mesmo espirito de presunção dos Moabitas e Amonitas de pelejarem contra Israel por orgulho, e de fato foi, mas se pesquisarmos o registro histórico livro de Tobias, da bíblia de Jerusalém usada pelos Católicos romanos, Senaqueribe é citado como um grande opressor do povo Samaritano que foi levado cativo para Assíria nos dias de Salmaneser. Vemos também que quando Israel, nos dias de Josué, saiu a possuir as terras de Canaã, Deus muitos anos antes já havia pronunciado a Abraão que era necessário que esses povos enchessem a medida dos seus pecados para que pudessem ser eliminados da possessão. Também vemos que Deus permite que o povo de Israel seja afligido pelo tirano, egoísta, e cruel: Faraó, muito anos até que ele seja derrotado definitivamente por Deus (da mesma forma que o fato de à principio parecer injusto que o povo de Israel seja afligido por Faraó temos de entender que aquele povo de Israel no Egito após José é remanescente dos maldosos irmãos de José que venderam a seu irmão como escravo e dissiparam toda uma cidade à traição, deduzindo que nesse castigo, Deus agiu disciplinando aquele povo que poderia ser pior que o anterior).   

Percebemos basicamente que certas coisas ainda dependem de nossa atitude na oração, ou por meio de algum ato pessoal, humano de nossa parte, que envolva a fé para que Deus venha agir na situação, pois não podemos imaginar o que seria do povo de Deus diante da intenção do inimigo sem Deus, e também podemos imaginar que em alguns momentos o inimigo só se levantará contra nós é porque somos o povo eleito, o qual não se levantaria se não o fossemos, mas Deus assim permite para que sejamos instrumentos de justiça, e para que galguemos lugares que as pessoas sem Deus não podem chegar. 


O pecado e a maldição


Vemos na escritura o exemplo da vida de Jacó, que tinha a benção de Deus sobre sua vida. O que ele fazia prosperava e não havia retenção para a benção de Deus sobre ele e sobre tudo o que ele fazia, mas vemos que grandes desventuras o acompanharam em sua vida. 

Jacó demonstra temor à Deus quando adverte sua mãe que a atitude de enganar seu pai e seu irmão era algo ruim. Vemos que Jacó como um rapaz inábil, teme ficar sem direito à uma herança que ficaria com seu irmão que era hábil para a sobrevivência pessoal, então Jacó em dois dos momentos de sua vida age aproveitando-se da fraqueza de Esaú para alcançar o que precisava. 

Jacó age com usura ao vender um prato de comida a um faminto em troca de sua herança, e depois vemos Jacó agindo com fraude quando simula se passar por seu irmão (um tipo de plágio que não chega a ser emulação por causa do que vimos que Jacó temia a Deus e não queria fazer o que é mal), mentindo para enganar, aplicando um calote, agindo com fraude. 

Depois mais à frente vemos Jacó dando testemunho de ser  honesto e temente à Deus trabalhando para seu tio Labão com toda honestidade e empenho. 

Tendo essas coisas coisas boas e más na vida de Jacó, vemos então um homem temente à Deus, mas um homem que errou. 

Note que o erro de Jacó não decorria de um coração  ímpio, emulador, caloteiro, mentiroso, ganancioso, é importante entender isso, porque a benção de Deus na vida de Jacó só decorria em sua vida por causa disso, por acima do pecado que cometeu ser um homem temente à Deus, pois como diz a escritura, não tendo Esaú cometido pecado em relação a Jacó, Deus aborreceu-se de Esaú, o novo testamento qualifica Esaú como profano: pessoa que transgride valores espirituais ou  sociais sem temor à Deus, Esaú era autor de atos de desobediência e transgressão que expressavam mais do que o erro em si, pois Jacó e Esaú (que fala com insolência da primogenitura, que age com bajulação com seu pai e depois casa-se com mulheres ímpias pra ofender seus pais e competir com seu irmão), ambos demonstram pecados, mas os pecados de Esaú retiram dele a benção de Deus, ao passo que Jacó não a perde. Jacó prospera em Deus não tendo nada e torna-se possuidor de muitos bens seguindo o temor de Deus. Esaú porém, herda o que é de seus pais e de certa forma não perde coisa alguma, mas com ele não estava a segurança, a estabilidade e a felicidade advindas de quem tem a benção de Deus.  

O ponto interessante é que por causa de seus pecados Deus não põe Jacó por inocente, do mesmo jeito que não ignora o fato que Jacó temia à Deus possuindo sua benção, mas veremos Jacó ser afligido, por causa da maldição, com o oposto de tudo o que a benção de Deus proporcionava para sua vida.

Jacó recebe a desventura de ter que levar consigo uma mulher que não amava (maldição) junto com outra que ele amava (benção), teve de levar o débito de ser explorado no seu trabalho (maldição) sendo muito próspero nele também (benção), teve o grande prejuízo de ter por 13 anos seu filho amado longe dele pensando que havia morrido tragicamente (maldição), mas depois o revê como governador do Egito (benção)...Note como a benção caminha na vida de Jacó junto com a maldição. 

Não devemos analisar os fracassos de Jacó como uma expectativa trágica da vida com Deus, até porque a vida de Jacó é somente um modelo ampliado da ação disciplinadora de Deus em nossas vidas, o que quero dizer é que talvez, ao cometermos os mesmos erros de Jacó não sejamos penalizados com tanta intensidade, mas semelhante a isso sofreremos desventuras, que podem ser menores, ou até piores dependendo da intenção ou da gravidade do mal praticado, com consequências obvias explicitas no texto, ou com resultados implícitos no texto para âmbitos espirituais, pois a escritura é a revelação da sabedoria de Deus, como alguém já disse que o sábio aprende com os erros dos outros. 

Precisamos entender que o pecado trás maldição, e quando Deus disciplina ou castiga o justo por seus pecados é justamente para que ele se afaste do mal e não deva nada ao Acusador, como está escrito: "eu disciplino e castigo a quantos amo", "...mas se sois castigados por Deus, é para que não sejais condenados com o mundo", também diz: "quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica!", ou seja, Deus exerce contra nós o juízo de nossos pecados para que não sejamos acusados pelo mundo que se opõe à nossa liberdade à graça de Deus, para que não sejamos acusados por Satanás que se opõe à nossa salvação, e para que sejamos disciplinados a nos afastar do mal, pois Deus não agrada-se do mal e não pode negar sua justiça sobre todos os homens. 

A benção de Deus não nos habilita a vivermos na injustiça como vimos acima, pois o apóstolo Paulo diz: “Deus não se deixa escarnecer, pois o que o homem semear isso também colherá...e nisso não há acepção de pessoas”, ou seja, o fato de estarmos na benção de Deus, não nos dá legalidade, nem permissão para fazermos o que é mal aos olhos de Deus.


As aflições a que temos de lutar 


Há casos em que a adversidade surpreende sem explicação, como por exemplo: quando Davi volta da companhia de Aquis, rei dos filisteus, para Ziclague, a cidade dos filisteus onde estava morando por fugir de uma perseguição injusta do rei Saul, ele a encontra queimada à fogo, saqueada e tendo suas mulheres e seus filhos capturados, momento em que o desespero apodera-se de Davi e ele consultando ao Senhor pensa em fazer alguma coisa para readquirir tudo o que foi saqueado, e Deus confirma que ele deveria agir, então pela fé ele parte em peleja contra aqueles inimigos para restaurar tudo de volta com uma vitória garantida, pelo fato da benção de Deus estar sobre ele para que suas atitudes fossem vitoriosas.

Jesus disse: “no mundo tereis aflições, mas tenham bom ânimo, eu venci o mundo”, também diz Davi nos salmos: “muitas são as aflições do justo, mas delas todas o Senhor o livra”, ou seja, existe um tipo de aflição que está disposta pra quem é de Deus, que é a aflição advinda da prática da justiça, que é a intolerância e perseguição dos maus, a necessidade de renunciar o que é errado gerando ansiedade, etc, mas Jesus diz: “eu venci o mundo”, ou seja, ele deu a nós ensinamentos e nos entregou uma aliança com ele que nos dá capacidade de lidar e prevalecer contra essas aflições que vem sobre o justo, ele diz: “EU venci o mundo”, ele está dizendo que ele fez algo por nós, então ele nos apresenta que conquistou algo para nós em relação as aflições do mundo, ele tem toda autoridade para prevalecer sobre todas as estratagemas de destruição do mundo, todas! Ele disse: “toda autoridade me foi dada” e diz Paulo: “ele nos fez assentar em tronos nos lugares celestiais...e toda essa autoridade o concedeu a igreja”. Também diz a escritura: “o Pai confiou ao Filho poder sobre toda a carne”, isto é, tanto a nossa carne que pode nos levar ao mal, quanto a carne dos que geram contra nós perseguição, também diz a escritura: “porque as armas da nossa milícia não são humanas, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas e abater altiveses humanas, levando cativo todo pensamento contrário a submissão de Deus”. Então não existe situação que não possa ser vencida, Jesus está anunciando que no mundo haverá a necessidade de lidar com problemas tendo poder vindo de Deus para vencer.


Nossa autoridade espiritual contra o mal e para alcançar vitórias


Jesus disse: “eis que vos dou autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e para destruir toda autoridade do inimigo, e nada, absolutamente, lhes causará dano algum”, ou seja, quando você lida com um inimigo carnal, muitas vezes não tem força para lhe resistir, ou não tem a sabedoria de lidar com o problema, e um represália ou revide pode gerar uma inimizade que ponha em perigo tua vida, mas na batalha espiritual, isto é, lutando espiritualmente, agindo pela fé, isso não acontece, porque no momento que você provoca a Satanás ele não pode revidar nem agir contra você em represália, como o apóstolo Paulo diz: “Jesus despojou totalmente aos principados e potestades os expondo a vergonha”. 

Despojar Satanás significa tirar dele toda a autoridade de ação ou desarmá-lo completamente, ou seja, Satanás não pode lutar contra nós, pois ele foi destituído dessa prerrogativa por causa do nome Jesus que foi dado à igreja como decreto de paralisação das obras Satanás pelo que Jesus conquistou com sua morte e ressurreição. 

Jesus disse: “pode alguém prevalecer contra o valente sem amarrá-lo, mas amarrado se saqueia todos os seus bens”. Aqui neste texto vemos dois personagens: o valente, e aquele que amarra o valente para despojá-lo. Jesus pode estar qualificando a influencia de Satanás (aquele que amarra o valente) sobre o ser humano (o valente responsável por sua própria vida),  quando Satanás amarra o ser humano através do pecado e assim pode saquear seu sucesso, como Jesus pode estar simbolizando o momento em que o nome Jesus triunfa sobre Satanás (o valente) e aquele que usa o nome de Jesus pode amarrá-lo e saqueá-lo totalmente sem que este lhe causa dano algum. 

Satanás ainda é o príncipe deste mundo, então ele tem liberdade para agir destruindo o mundo com a prerrogativa do pecado para infiltrar a maldição na vida das pessoas, e usando como hospedeiro o próprio ser humano pecador para destruir, mas a boa notícia é que para o povo de Deus que tem a autoridade do nome de Jesus e o selo de Cristo, Satanás só pode agir durante todo o tempo em que não há a nossa intervenção com essa autoridade! No momento em que intervimos numa situação, nesse momento Satanás perde a ação, ele é paralisado, é dado o decreto como de um oficial de justiça contra ele, e Satanás é levado cativo sem poder reagir e a vitória é dada a nós, porque Jesus já venceu. 

No momento em que Satanás opera na vida de uma pessoa ou numa situação espiritual, quando ele é subjugado ou alcançado pelo poder de Deus, ele é imediatamente paralisado, porque no momento em que Deus está frente à frente com  Satanás não há resistência alguma.

Quando Deus dava ordem ao povo para ir à peleja, mas eles não iam disputar pra ver quem iria vencer, mas eles iam praticamente derrubando os inimigos que Deus já os entregava derrotados diante deles. 

Vemos também os momentos em que Satanás aparecia diante de Jesus manifestado em pessoas e ele era totalmente paralisado, e saia sem resistência, porque havia uma força por trás dominando-o totalmente, estando praticamente derrotado para ser expulso.   

Jesus nos concedeu uma autoridade para vencer na vida que atua pelo mundo espiritual, ou seja, eu lido com os problemas e contra os adversários, tudo, no mundo espiritual! Como diz Paulo: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas, contra todo sofisma que se levante contra o conhecimento de Cristo”. Compreende que Deus tem o poder de modificar corações humanos, e fazer cair uma fortaleza? E também diz: “a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades, contra as forças espirituais do mal nos lugares celestiais”, ou seja, existem forças espirituais sustentando os males na terra e você pode intervir em tudo isso é não pela via humana. Se você lutar contra a carne e contra o sangue, as vezes, o máximo que você vai conseguir é se meter em problemas, seja com palavras ou com atitudes, mas Deus está ensinando por meio das escrituras que você tem o poder de interagir em tudo o que acontece e vamos aprender como agir pela fé.


A perseverança para vencer certas situações


No mundo espiritual acontecem batalhas entre anjos e demônios, que não podemos elucidar visualmente como elas acontecem ou como é uma luta celestial, mas essa disputa do bem contra o mal no mundo invisível celestial acontece e é real. Os anjos reagem de acordo com nossa fé, e nossa perseverança diante de Deus, da mesma maneira que a transgressão dá autoridades ao maligno, nós nos voltamos para Deus e Deus move anjos em favor de situações das mais variadas, anjos que mudam corações, que aplicam juízos, que rompem domínios espirituais, que movimentam coisas materiais, etc...

Numa batalha espiritual uma barreira ou oposição contrária, seja de que tipo for, tem de ser rompida e muitas vezes isso requer a nossa perseverança na oração, ou com outro tipo de atitude empreitada juntamente com a fé, como vemos no livro de Daniel capitulo 9 e 10, um momento em que uma resposta de Deus ou uma vitória, para manifestar-se, depende de uma luta espiritual, tanto a nossa luta com a perseverança da fé, como a luta dos poderes dos céus. 

Temos por exemplos da escritura o relato de muitas guerras entre homens, não sendo à toa que essas lutas tipificam lutas entre anjos e demônios, tendo em vista que fazemos parte de uma aliança com Deus que diz: "a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os governos, domínios, e exércitos espirituais do mal que estão no mundo celestial". 


Agindo pela fé


O que é preciso você entender é a questão que: enquanto não há solução natural para um problema, ou a solução para um problema não acontecer pela via natural de eu estar sob a benção de Deus, você não deve esperar até as coisas piorarem,   e você não sabe se podem mesmo piorar se você não fizer nada à respeito, pois a nossa confiança em Deus não deve nos levar a atitudes de procrastinação e irresponsabilidade, muito pelo contrário, todas as vezes que uma situação trágica foi mudada em vitória na escritura, isso aconteceu porque alguém se moveu de alguma forma, ou seja, se até agora Deus não agiu na situação eu devo tomar uma atitude de fé de trazer à tona o milagre de alguma forma.

O que é importante em contrapartida a isso é que nossa fé em Deus não deve nos levar ao ativismo, nem a preocupação, pois Jesus disse: "pode alguém por mais preocupado que esteja, mudar alguma coisa no curso de sua vida" e "...os gentios presumem que por muito falar (em oração) serão ouvidos...pois o Pai sabe o que vocês precisam antes de vocês o pedirem", então sempre que algo foge do controle, eu devo fazer algo por via natural para tentar resolver se é simples pra mim e não envolve nenhum risco, se eu não posso fazer nada por via natural ou a solução envolve riscos, eu devo agir pela fé, e as vezes dependendo do caso consultar Deus antes de agir,  ou seja, de alguma forma eu vou interagir com a situação e com Deus no mundo espiritual para mudá-la, logo, se além disso, mais nada for possível se não somente o que eu posso fazer pela fé, então eu devo estar tranquilo confiando em Deus e crendo na realização do que eu preciso ou quero, tentando não me preocupar nem com o que eu não posso fazer, nem quando eu faço o que posso fazer.  

Um cego de nascença estava diante de Jesus, e os discípulos questionam o que o fez ser cego, mas o interessante é que Jesus não dá resposta clara que atenda o questionamento deles! Mas estimula-os a agir onde ainda falta ser feito algo, é isso que precisamos entender! Ele diz: “nem ele pecou, nem seus pais, mas aconteceu assim pra que agora se manifeste nele as obras de Deus, enquanto eu estou no mundo eu sou a luz, noite vem quando não se pode trabalhar”. Talvez de fato os pais do cego  não pecaram mesmo, assim como é obvio que se ele era cego de nascença como iria pecar? Mas talvez pecaram! Mas Jesus sem mentir quis dizer mais ou menos assim: “se formos analisar o motivo de todas as moléstias do mundo e das pessoas julgaremos as pessoas por seus pecados, e veremos que cada ser humano sofre por seus pecados, pois todos tem pecados, se eu disser que foi por causa dos pecados dele ou de seus pais que este homem nasceu cego, estarei ignorando o fato de que todos tem pecados e todos sofrem, porque o mundo jaz entre o pecado e mal! O importante é fazer a obra de Deus na vida das pessoas, e para isso estou aqui, pra trazer solução para o mundo e para as pessoas”. O que estou querendo dizer é que se essa moléstia na vida deste cego procedia de seus pais, ou dele, Jesus não quis aludir à eles como culpados, mas ao fruto da queda humana que distribui aos seres humanos, indiretamente, o mal, através do pecado e da maldição.

Note que em alguns casos, é preciso sim, olharmos para trás e sabermos de onde procedeu um mal, como diz o Apocalipse: “lembra-te, pois onde caíste, arrepende-te, e volta a pratica das primeiras obras”, e vemos Jesus dizer ao pai do jovem endemoninhado: “a quanto tempo sucede isto?”, fazendo-o refletir a razão maligna pelo qual aquele jovem sofria,  quando antes Jesus diz ao ver o jovem endemoninhado: “ó geração incrédula e perversa até quando suportarei ver isso!”, e logo após aquela pergunta vemos aquele homem perverso chorar reconhecendo ter abandonado sua fé em Deus reconhecer alguma falta.

Note também que, em outros casos, mais prático e mais funcional que detectar a razão de um problema, ou voltar no passado, quando isso não trás solução ao problema, é sabermos que onde Deus ainda não atuou ele deve atuar, e para isso entra a nossa fé, a nossa intervenção no problema para mudar o curso de uma sentença negativa para positiva. E é esse ensinamento que devemos ter no nosso coração: temos poder de intervir e mudar situações com a fé, e precisamos agir para que isso aconteça, caso contrário nada mudará, como Jesus prossegue no texto: “...a noite vem quando ninguém mais pode trabalhar”, ou seja, precisamos agir enquanto há solução.  

A vida da fé é uma vida de conquistas pela fé, sendo assim muitas coisas você só obterá se lutar contra sentenças e contra espectativas,  algumas dessas sentenças vem do próprio Deus,  podem ser lutas, podem ser maldições, podem ser ameaças de Satanás, e as vezes pode ser até um curso natural na vida, ou uma situação imposta pelas circunstancias, por pessoas, ou pela sociedade, mas que você pode mudar, desde que haja a fé e a manifestação dessa fé por algum tipo de atitude, ou ato de fé.

Quando queremos algo devemos lutar por isso e muitas vezes não podemos fazer nada humanamente, nem com ajuda de pessoas, mas é aí que entra a justiça de Deus à favor de todos os homens sem acepção, sejam grandes ou pequenos. 

O poder supremo sobre todas as coisas que existem: Deus, é aquele que concede aos homens aquilo que precisam ou querem pela riqueza de poder possuir as coisas através da fé com o mesmo crédito que alguém tendo dinheiro comprar o que bem quer, pela benção de sermos Filhos de Deus em Cristo, desde que não seja algo insincero ou movido por sentimentos mesquinhos como emulação, devassidão, maldade, incontinências, etc...como diz a escritura: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em deleites...matais, invejais e nada tendes...”. 

A fé também nos dá a prerrogativa de administrarmos todas as escolhas de nossas vidas que não venham a estar contra os valores da palavra de Deus. Jesus disse: “o que ligardes na terra será ligado no céu”. Olhe como Deus dá ao homem a liberdade de escolher suas coisas e mover sua vida à seu favor quando algo parecer-lhe contrário, penoso, desagradável, inconveniente, triste, etc...

É um erro deixar coisas ruins seguirem contra nós sem agir, como alguém já disse: “o máximo que Deus pode fazer se ele não quiser te dar algo, é dizer pra você que não vai te dar”. O apóstolo Paulo ouviu Deus dizer que não lhe tiraria aquele limite de sua vida, que era um sofrimento em sua vida, o qual Deus se agradou em não tirar, conhecendo que propósito Paulo  queria trilhar em sua vida, e qual deveria ser o elemento para que Paulo não se ensoberbecesse e se afastasse do Senhor, ou seja, Deus sabia o que realmente o apóstolo Paulo queria além de sua própria petição! Pois ele mesmo vai dizer: “...pois sinto prazer nos açoites e nas injurias...porque quando sou fraco é aí que sou forte...combati o bom combate...”. Paulo pediu três vezes por uma coisa! Ou seja, ele pediu, ele pleiteou o que ele queria! E Deus lhe deu resposta! 

Vemos que o rei Ezequias não aceitou morrer, mesmo sem pedir, ele não aceitou aquilo, no seu coração mesmo ele concebeu que dedicou toda sua vida à Deus, e questionou a Deus, e Deus comoveu-se com suas palavras e o atendeu. Jesus disse: "peça (o que você quer), porque todo o que pede recebe e o que que busca, encontra! Qual o filho que vai pedir algo e recebe outra coisa?”. 

Jesus não nos ensinou a sermos resignados com fracassos ou injustiças, isso é um ensinamento diabólico, o sofrimento em alguns caso nos aperfeiçoa, como vimos no caso de Paulo, mas o sofrimento mediate a superação, por exemplo: a vitória sobre o mal pela humildade e pela inocência, objetivo o qual Paulo estava disposto a trilhar não só para momento simples, mas mesmo em grande provas, e Deus sabendo o que ele em seu intimo queria, administrava este propósito preservando-o de afastar-se dele, mas a resignação ou convivência paralela à injustiça é abominação, porque Deus diz: “...faço misericórdia, justiça, e juízo na terra, porque disso me agrado”, e diz Paulo: “ orai pelas autoridades para que tenhamos vida tranquila”. Temos também a parábola da viúva que insiste: “julga minha causa contra o meu inimigo”, e Jesus afirma que Deus não pode negar-se à si mesmo fechando os ouvidos, Deus não faz isso! Do mesmo jeito que aquele juiz, mesmo sendo ímpio, ele se incomodava com as petições daquela pobre viúva, Jesus diz que Deus tem compaixão e pressa em atender a oração dos seus escolhidos e livrá-los do mal fazendo-lhes justiça.


O sofrimento cristão. A proteção e o cuidado de Deus


Quando Jesus nos ensina a sofrer a injustiça dizendo: “não pleiteies com o perverso, mas a qualquer que te ferir numa face dê a outra, se te roubarem uma capa, dê também a túnica”, ele alude ao fato de tirarmos de nosso coração vinganças e ódios, coisas que podem gerar mais problemas a nós e que também vão contaminar nosso coração, dando preeminência a avarezas e rixas por causa de coisas mesquinhas, pois afinal, o que podemos fazer, por justiça, contra os maus com nossas próprias atitudes na maioria dos casos? Nada!

Jesus nunca nos ensina a sermos tolos ou pensarmos que Deus não nos protege, porque Deus não é um ser irracional que não compreendesse o que sentimos, também não é uma força anti-social que não pode nos proteger totalmente dos maus. Deus é chamado de Todo-Poderoso. 

Jesus diz: “venha o teu reino, seja feita tua vontade assim  na terra como no céu” e “buscai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça”, o que seria a vontade de Deus, o reino de Deus, e a justiça de Deus se manifestar? Não seria que a misericórdia, a justiça e o juízo de Deus se manifestem sobre a terra? Como está escrito: "...se alguém tem de se vangloriar, glorie-se nisso: em saber que eu sou Deus (isto é, presente) e faço misericórdia, justiça e juizo na terra, porque destas coisas me agrado, diz o Senhor", entendemos que a vontade de Deus seria à princípio o bem, quando diz: "...Deus ungiu a Jesus de Nazaré com Espirito Santo e poder o qual foi por toda parte fazendo o bem e libertando a todos os oprimidos do diabo", embora sabemos que na permissão de Deus sobre o mal, sempre há de se manifestar justiça, juízo e misericórdia, cada coisa a quem é devido como Jesus diz: "...não temais os homens...pois não há nada oculto que não venha ser revelado", ou seja, em toda situação, Deus não se deixa ocultar pela mentira, é uma promessa.  

Note também que o texto diz: "venha o teu reino...", ou seja, algo que pedimos que deve "vir" através das nossas  orações não é algo que virá! Sendo assim o reino de Deus significa o governo de Deus sobre a terra! E a justiça de Deus, que o texto diz que devemos buscar, significa que ele não é um Deus permissivo, ele tem uma justiça que atua como vemos el falar na "parábola do juiz iníquo". 

  Existem sempre duas mãos na vida com Deus: eu sou filho e devo ser como ele, eu sou filho: ele age e cuida de mim. 

Muitas vezes uma injustiça ou maldade que sofremos é uma oportunidade de mostrarmos o nosso caráter, e alcançarmos uma exaltação ainda maior depois, como está escrito: “todo aquele que se humilha será exaltado”, pois muitas das injustiças que sofremos são pontes para crescermos no Senhor como os grandes personagens da escritura, que quando eram pequenos sofreram.

Um contraponto importante nesse assunto é que: induzir as pessoas a viver em fracasso, ainda mais para pessoas ímpias é um testemunho de vergonha para o nome de Deus. É importante entender que as vezes Deus permite que o ímpio abra a sua boca para nos humilhar e dizer como está escrito: “o teu Deus onde está?” ou pior que isso! Jogar um servo de Deus contra seu próprio Salvador como diz na escritura: “Você confiou em Deus, que ele te salve se em ti tem prazer!”, ou seja, essa humilhação permitida por Deus, tem por objetivo, uma vez que quem governa o principio e o fim da coisas é Deus, é sem dúvida, nos exaltar e nos dar a oportunidade de nos apegarmos mais ainda com Deus e nos livrar de uma vida em rixas humanas e brigas com pessoas malignas por interesses pessoais ou temporais. 

Vemos que quando a igreja primitiva sofreu nas mãos dos judeus, ali Deus estava dando testemunho do fracasso daqueles judeus mediante à lei, e mostrando-lhes como eles estavam assemelhando-se aos falsos profetas, e aos ímpios governantes que mataram os profetas, isso por causa do orgulho e maldade com que eles presumiam servir à Deus.

Nesse aspecto, os judeus na época do novo testamento estavam sendo envergonhados, Deus estava envergonhando aqueles judeus malvados que presumiam conhecer à Deus, ao  mesmo tempo que Deus estava dando aqueles Cristãos, que descendiam desses judeus, os quais eram apaixonados por Deus em espírito e verdade, a dádiva de morrerem pelo nome do Senhor. 

Deus permitiu que homens valentes perecessem nas mãos de ímpios, pois eram homens que estavam dispostos à isso, amavam ao Senhor Jesus incondicionalmente para esta missão, eles foram naquela geração, o Benjamim de José, os 144.000 daquela geração, pois vamos interpretar e ver que este sinal que o Apocalipse promete para os tempos futuros, se deu de maneira tipológica também naqueles dias, como vemos Pedro dizer da profecia do livro de Joel, que anuncia o fim dos tempos de Israel, numa profecia que ainda vai se cumprir, mas que Pedro referindo-se ao derramamento do Espírito diz: “Isso é o que está escrito em Joel: Em vossos dias derramarei o meu Espirito sobre toda carne...”, mas sabemos por fatos,  que embora essa profecia estivesse se cumprindo vivamente naquela geração, essa profecia ainda vai se cumprir de fato para eles, porque embora o Espirito Santo tenha tentado revelar-se à eles totalmente como naquela profecia, eles por sua cegueira espiritual não puderam receber essa promessa completa, que só receberão no futuro, quando ela totalmente se manifestar ao povo de Israel, isso porque o Messias apareceu para eles, mas eles não o reconheceram e o rejeitaram, como se desse a impressão que os planos de Deus tenham falhado por causa deles, mas eles só vão reconhecer no futuro, quando Jesus aparecerá ao povo de Israel como se fosse a primeira vez, e à humanidade outra vez, como já estava prescrito: “eles verão aquele a quem transpassaram e todos o lamentarão”, por isso que o cumprimento de parte dos sinais das profecias foi para eles o testemunho dos desígnios de Deus, essas promessas não se deram por completo porque estava já escrito: “...endureceu-lhe o coração para que não vissem com os olhos, nem ouvissem com os ouvidos...”, Deus não quis naqueles dias lhes conceder arrependimento, mas somente a um pequeno remanescente que o temia naquela geração, por causa de seus pecados, e ainda não aconteceu a restauração definitiva de Israel prometida, como vemos também no livro de Daniel que usa como figura quatro governos para designar o fim dos tempos: Babilônica, Pérsia, Grécia e Roma, que de fato são governos  que se levantaram naqueles dias, mas aludem a uma tipologia espiritual com uma interpretação superior que vamos ver no livro do Apocalipse.

O mistério dos 144.000 selado de Israel, é o mesmo mistério que procede da morte de Raquel, mulher de Jacó, quando ela com muitas dores de parto e morre, mas gera a Benjamim, que simboliza dois mistérios cronológicos: O primeiro é a dor do Senhor Jesus na cruz, no momento em que a nação de Israel se acaba totalmente diante de Deus até os dias de hoje, assim como a morte de Raquel, com o nascimento de um novo tempo da graça com um povo judeu eleito naqueles dias convertido segundo a aliança da graça, que simboliza Benjamim, onde Raquel simboliza a nação de Israel, e Benjamim o povo judeu daqueles dias  que creu no Senhor Jesus. 

Vemos também que estando Jesus na cruz diz à Maria: “mulher, eis o teu filho”. Ora, Jesus tipifica José, João tipifica o irmão amado de José: Benjamim, e Maria, que como mãe sofre a morte do Senhor Jesus, tipifica o povo de Israel de onde procede Jesus, isto é: Raquel. E Jesus dá ordem a João para que cuide de Maria que não é mais mãe de Jesus, ou seja, o remanescente de Israel daqueles dias separado para evangelizar aquele povo. 

Sabemos também que após a morte do Senhor Jesus, o povo cristão de Israel, tendo sofrido grande perseguição, teve as dores de parto de Raquel para gerar um remanescente judeu naqueles dias, tudo isso num único mistério envolvendo desde a morte do Senhor até a perseguição dos apóstolos, mas o segundo ponto é que este grande sinal sobre o fim dos tempos, ainda terá uma espécie de repetição, onde haverá ainda uma perseguição como nunca houve, que não será somente sobre o povo cristão de Israel, mas sobre os cristão de todo o mundo, e o remanescente de 144.000 judeus castos de fato, que se levantará, porque sabemos que as profecias se cumprem sempre em plenitudes de tempos sobre a terra até o final, como vemos inúmeras vezes na escritura, Deus levantar, vários Messias à imagem de Cristo, desde Abel até Estevão, por exemplo,  todos eles dando testemunho do Messias Jesus, através dos sinais intermediários do cumprimento de profecias, dando testemunho do grande fim, ou da profecia matriz cronológica.     

O apóstolo Paulo, se chamava: Saulo, que em hebraico significa: Saul. 

O rei Saul era um benjamita (assim como Paulo) eleito por Deus, o qual foi infiel a sua aliança com Deus tendo sido depois deposto, o qual tipifica o povo que procede da aliança da lei, que foi deposto por sua por sua desobediência, sendo abolido o seu reino transferido a outro eleito, tipificando a abolição  da aliança da lei pela aliança da graça tipificada pelo reino de Davi. 

Vemos que Saul, perseguia a Davi, assim como Saulo e o povo judeu perseguia os cristãos, então vemos que quando Saulo encontra graça e arrependimento sofrendo pelo evangelho, o que tinha por honra, assim Paulo e seus sofrimentos, tipificam toda uma geração que amava ao Senhor como os que ainda virão também nos últimos tempos, os quais negarão a união do casamento por amor ao evangelho, assim como Paulo vivia como solteiro. Então Paulo tipifica os 144.000 selados de Israel que virão, como está escrito no Apocalipse, os amados de Deus à semelhança de Benjamim que era amado de José.

Entendemos então que o sofrimento pelo evangelho é uma eleição e não uma sentença catastrófica sobre os filhos de Deus. E Deus sempre está a levantar seus mais amados a sofrerem por seu nome, mas segundo sua eleição! 

Esses homens que deram testemunho de intrepidez nos seus dias, além de expor à  vergonha os falsos israelitas, manifestou por meio do sofrimento dos discípulos, o sacrifício de Jesus, pois que os discípulos entregaram suas vidas por amor ao povo de Israel, demonstrando o amor de Deus para com eles, tudo num propósito. 

O que precisamos entender então é que Jesus nos propôs uma vida de renuncia para ele e que esse amor à ele tem de estar  condicionado à ele sem limites quando ele diz: “aquele que quer preservar sua vida vai perdê-la, mas quem a perder por amor de mim e do ensinamento do evangelho vai achá-la” e “se alguém me negar diante dos homens também o Filho do homem o negará diante dos santos anjos”, e negar Jesus as vezes é negar os seus ensinamentos que falam de justiça e de verdade, ou seja, isso quer dizer duas coisas: quando pensamos que estamos protegidos sem Deus é aí sim que estamos desprotegidos, e também que devemos estar dispostos ao sacrifício por amor à Jesus, mas com a prerrogativa de podermos interceder por nossas vidas diante de Deus, porque antes de tudo ele é nosso Pai, e nos salvou para ser glorificado antes como salvador. 

Se analisarmos, quando nós damos nossa vida por Jesus, somos exaltados em Deus, mas se ele nos livra do mal aí ele é mais ainda glorificado por agir em nosso favor sem merecermos. 

Vemos o caso em que Pedro estava para ser morto por Herodes, Jesus já tinha anunciado o que aconteceria com os apóstolos acerca de suas vidas e do cálice da morte que tomariam à semelhança dele mesmo. Numa primeira prova, Pedro que dizia ter dado toda sua vida à Jesus não soube lidar com o fato de morrer pelo Senhor, mas depois, a morte pelo evangelho, não só era uma coisa que ele estava disposto, como viria a acontecer. Naquele dia em que Herodes se dispôs a matar Pedro, o fato era tão firme que Tiago, um dos três que subiram o monte com Jesus junto com Pedro, foi morto por Herodes, e Pedro seria o próximo, mas a igreja em incessante oração impediu que isso acontecesse! Foi um intervenção tão fora dos planos de Deus e tão urgente que teve de aparecer um anjo dizendo à Pedro que se apressasse na fuga, acordando a Pedro enquanto ainda dormia, ou seja, não havia tempo para vir uma ordem oficial para soltá-lo, mas o milagre aconteceu, o anjo destruiu as portas da prisão, dando testemunho de que Deus não realiza as coisas segundo possibilidades, mas segundo o que é preciso ser feito. 

A história registra que no fim de sua vida, Pedro, toma o cálice que Jesus o havia designado, porque ele estava disposto à isso,   Deus conhecia seu coração e sabia a recompensa que lhe estava por isso reservada eternamente, mas não precisamos temer, porque o Senhor não tem nada fora de equilíbrio conosco, e podemos sempre apelar ao que precisamos ou queremos e ele fará por nós, assim como quando Pedro, no momento em que Jesus estava para ser levado para ser injustiçado, tomou uma espada tentando defender a Jesus, mas Jesus disse: “embainha a tua espada, pois quem vive por ela, morre por ela. Ou você pensa que eu não poderia pedir e meu Pai enviaria miríades de anjos para me livrar?”, ou seja, Jesus tanto poderia fugir daquele propósito, que no momento em que Pedro, antes, veio aconselhando-o a desistir do desígnio que era firme de Deus, Jesus percebe a presença do tentador seduzindo-o a desistir e repreende a Pedro, pois Jesus em nada sairia culpado desistindo, porque era inculpável e não veio ao mundo por dívida, mas como resgate, ou seja, Jesus além de advertir a Pedro que não deve tentar fazer justiça própria usando nenhum tipo de ataque ou violência humana, ele mostra o quão firme é o poder de Deus para livrá-lo, e a boa notícia em Cristo é essa: esse poder está disposto à nós, e vemos isso quando Paulo diz: “aquele que não poupou a seu próprio Filho por nós, estando nós ainda em nossos pecados, como não nos daria graciosamente com ele todas as coisas!”.    

Somos amados por Deus como Jesus por seu sangue, diz Deus: “eu é que sei que pensamentos tenho de vós, diz o Senhor, pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”.       

Está escrito: “jamais permite que o justo seja abalado”, é isso que precisamos entender. Moisés disse à Deus: “se tu os matas Senhor, os ímpios das nações se vangloriarão contra ti dizendo que tu não teve capacidade de conduzi-los”, e isso é o que Deus nunca deixa, que escarneçam de seu nome. No nome de Deus está a honra de cuidar e proteger muito bem a seu povo! 

É preciso nós entendermos que quando Jesus tem relacionamento com sua igreja, ele compara-se a um esposo com uma esposa, a prerrogativa masculina de Jesus como cabeça  não é dada para submissão feminina da igreja, pois jamais Cristo submete-se ou outorga sua supremacia individual, delegando sua preeminência ou vontade ao seu povo, isso vemos em toda a escritura, ele é Deus. 

Jesus é um esposo respeitável, disciplinador de sua esposa, que não se deixa levar pelos  sentimentos dela, mas conduz ela a ser sóbria, madura e perseverante num propósito de aventura, e num plano de conquista que envolve responsabilidade, dedicação e zelo, mas Jesus  também é chamado de: o Noivo, ou seja, no aspecto histórico até os últimos tempos, pela escritura, Jesus como esposo é ainda o Noivo, e vive uma espécie de romance platônico, sendo o Espírito Santo o intermediário desse sentimento, como uma espécie de namoro, sendo assim a relação de Jesus com sua igreja, isso no aspecto mais real do Espírito Santo, é de um cuidado e um carinho imenso, assim como um Noivo zela pela sua Noiva e jamais submete ela a coisa alguma que lhe seja mal para não perdê-la, para não magoá-la. 

A escritura diz que Jesus despojou a Satanás, concedeu dons aos homens, e foi da vontade de Deus concentrar em Jesus toda a plenitude de sua divindade, e diz a escritura  que Jesus deu toda essa autoridade à igreja para que ela possa se beneficiar dessa autoridade e fazer uso conforme a necessidade, ou seja, nesse ponto vemos o interesse de Deus em que a Noiva de Cristo dê seu parecer, faça aquilo que agrada ao Noivo, se beneficie do que é do Noivo e seja participante do que é do Noivo com ele, sem usurpar o seu lugar e sem contrariar sua vontade, mas expondo seus sentimentos, suas expectativas, pedindo socorro e livramento conforme necessita e deseja, podendo intervir no mundo espiritual para o seu próprio bem também.

Jesus disse a Pedro quando soldados armados o cercaram para o levar por desígnio de Deus: "por acaso você pensa que eu não posso invocar a Deus que mande miríades de anjos para me livrar?", ou seja, esse poder protetor ele deu a igreja, de intervir até na própria vontade de Deus quando ela nos parecer pesada, para dispormos de uma proteção que vai além de tudo que possa aparentar como perigo. 

Jesus é um Noivo sensível que ouve o pedido de sua Noiva, cuida de sua felicidade e se importa como ela se sente no aspecto espiritual e pessoal, ele disse: "até agora vocês não me pediram nada, me peçam pra que a alegria de vocês seja completa".          

Quando o apóstolo Tiago disse: "a ira do homem não opera a justiça de Deus", disse isso porque a ira do homem, quando ela se move contra o próximo, ainda que com a razão de ter sido afrontado, quase sempre essa ira pode ser injusta, estando associada com maldade ou com a presunção, por isso Deus diz: "a mim me pertence a vingança, eu retribuirei". Então do mesmo jeito que fazer justiça com atitude humana muitas vezes não trará solução, apenas extravaso de sentimento, as vezes até maligno,  a idéia é que devemos entregar essa justiça à Deus, através do recurso da oração pela fé,  como diz Jesus na parábola do juiz iníquo: "não fará Deus justiça aos seus escolhidos que a ele clamam de dia e de noite, ainda que pareça tardio em responder?". Note que Jesus conta que a viúva dizia ao juiz iníquo: "julga minha causa contra meu inimigo!". Ou seja, Deus julga questões pessoais! E julga questões, desde um insulto sofrido, considerado insignificante por quem está fora da situação, até um tripudio,  uma defraudação, ou ameaça! Deus jamais é permissivo! Deus é um juiz atuante (e ele existe!  Se podemos dizer assim!) justamente para fazer justiça por quem não tem recursos! Aqui aprendemos a lidar com a questão da justiça,  que não é fazendo-a por sua própria força, mas recorrendo que Deus a faça. 

O livro de Salmos foi escrito em boa parte pelo rei Davi, e outra parte pelo sacerdote Asafe e pelos filhos de Corá, que são Levitas que o rei Davi incumbiu da missão de cantar ao Senhor, e se Davi deixou este serviço nas mãos deles especificamente, é porque sabia que, assim como ele, estes homens eram profetas dos oráculos de Deus por meio da arte de transformar orações e cânticos em ensinos ou testemunhos proféticos. 

O livro de Salmos é com certeza um hinário  pra você orar nos momentos de aflição e perseguição sem omitir coisa alguma, pois quando o livro de Salmos profere uma palavra seja qual for, ela tem a própria assinatura do Deus todo poderoso, que é o justo juiz, e Deus misericordioso. O único ponto interessante é a intenção com que lemos: o coração que lê! Um ímpio pode ler o livro de Salmos, e até mesmo usar todas as escrituras ilegitimamente, pois até Satanás faz isso para enganar! E Deus sonda o coração do justo e o conhece.

É interessante que pessoas ímpias se realizam com a desgraça do próximo, seja este bom ou mal, ou que rivalizam com ele, mas porque agem assim? Porque são filhos do diabo! Mas o justo quando defraudado espera a justiça, sendo assim, o castigo do perverso, é motivo de alegria ao justo, mas sob a perspectiva de que isso gera alívio e testemunho de que Deus protege, defende a honra e exalta os seus (Salmo 37). 

Jó disse: "...também nunca deixei pecar minha língua, pedindo com súplicas a morte do que me aborrecia”, ou seja, Jó nunca deixou que seu ego e suas rixas pessoais o levassem a odiar, ou desejar a injustiça contra alguém que rivalizava contra ele ainda que injustamente, pois está escrito: “se você ver caído debaixo de uma carga o jumento de quem te faz o mal, você (não será mal como ele e) não deixará caído, mas vai levantá-lo”. Note que quando não corremos perigo de vida nas mãos de quem nos aborrece seria perverso pedirmos que este corra perigo! Da mesma forma que seria muito injusto que Deus deixe em paz a pessoa que põe ou intenta por tua vida em perigo, mas nesse caso então temos o provérbio que diz: “o que cava uma cova, sobre ela cairá, e a pedra rolará sobre quem a remover”, assim não é injusto quem suplica aquilo que precisa, basta lermos o livro de Ester, e saber o que foi preciso Deus fazer para livrar Daniel não só da cova dos leões, mas também daqueles que puseram ele ali quando Deus o tirou da cova.  

O livro de Salmos tenta levar você a compreender o que Deus está disposto a fazer para te proteger e te exaltar em face de uma injustiça ou perigo, levando em conta o preceito de que na mesma medida que o maligno intenta contra você assim é a medida da atitude de Deus contra o maligno, e o juízo de Deus reage na medida certa em face da máxima proferida pelo texto, seja para mais ou para menos dependendo do caso, porque Deus é justo. Acredito então que, a intenção do livro de Salmos é você, por um lado tranquilizar-se vendo quão grande juízo Deus tem a exercer contra uma intenção do maligno, seja injustiça sofrida, perseguição, ou perigo, onde você deixa a ira e o ódio e confia nas promessas. E por outro lado você na tua paciência, e num coração desprovido de ódio e de maldade, se apega com a segurança que Deus te dá, prometendo estar atento e pronto a fazer o que for preciso para te proteger, fazendo contra qualquer opositor, do mínimo até o máximo do juízo descrito, quando você nas tuas orações invoca essas promessas e profere elas com os teus lábios literalmente.

Alguns teólogos falam do livro de Salmos como se fosse mesmo um livro escrito por Davi ser humano e por homens na sua humanidade, e alguns até vêem defeitos nas orações deles! Uns atribuem que o livro de salmos é fora de princípios cristãos no que diz respeito às maldições e juízos pronunciados nele, outros dizem que ele fala de fracassos que não condizem com a vida cristã.

O livro de Salmos no aspecto espiritual revela com exatidão de máxima justiça, o efeito do pecado e da maldade aos olhos de Deus, isto é, como Deus enxerga cada pecado, como Deus atribui juízo a cada tipo de transgressão, como Deus faz justiça em cada situação, como Deus pune e qualifica cada tipo de impiedade, como Deus vê e age em relação a aflição humana, o efeito que a vida real tem para o justo, etc...Ou seja, o livro de Salmos não é o homem extravasando suas vinganças pessoais ou palavras de ódio medíocre, nem é o homem agindo "paliativamente" desabafando suas aflições ao vento para alcançar alívio...O livro de Salmos é o Espirito Santo expressando de forma literária, por meio de experiências e testemunhos reais, maravilhosamente selecionados, a comunicação do homem com Deus, suas espectativas e anseios, e Deus comunicando-se com o homem por meio do testemunho do que Deus fez narrado, pelo próprio salmista. 

O ponto maravilhoso no livro de Salmos é que o próprio orador, ou salmista do texto, torna-se um tipo de profeta, onde a sua petição ou sentimento não é somente o que ele espera no seu coração humano, mas é um anuncio profético para nós de que Deus o atenderá no que ele pede e que Deus o conhece à fundo, pois essa é pra nós uma das maiores chaves do livro de Salmos: saber  que tudo que o salmista pede pode ser alcançado de Deus! E que tudo que ele sente é totalmente compreendido por Deus! Sendo assim tudo que os salmistas declaram como sentenças, como maldições, como benção, como petição, como louvor, ou como desabafo, expressa a justiça de Deus, sendo o salmista e Deus movidos no mesmo Espírito. 

Outro ponto especial no livro de Salmos é: sabemos que todos esses salmos são orações do próprio Senhor Jesus, Jesus na figura de servo que clama à Deus, e Jesus na figura de Deus: o Senhor, que pronuncia o juízo e a justiça.  

O livro de Salmos propõe acerca do Senhor Jesus, a duplicidade do coração divino, na posição de servo, e de Senhor, na questão da justiça e da misericórdia. 

Os Salmos propõem abundantemente a misericórdia de Deus quando o salmista espera e ora por essa misericórdia, revelando a expectativa de Deus de reconciliar o homem, como sabemos pela revelação do novo testamento, como está escrito por Pedro: "o qual (Deus) não quer que o ímpio pereça, mas que chegue ao arrependimento" e como diz Jesus: "não vim chamar justos, mas sim pecadores ao arrependimento". Ora, isso não foi novidade nem nos dias da lei tendo em vista como sofreram os profetas anunciando juízos terríveis, isso por causa da lenta ira de Deus anunciada por Jeremias, Ezequiel e outros, ou seja, é fora de propósito pensar que Deus desejava a destruição do pecador no antigo testamento, justamente por essa perspectiva de que Deus tantas vezes anuncia o juízo, mas permanece ainda assim a justiça de Deus pronunciando a sentença e o castigo para os maus, uma vez que o juízo de Deus contra quem assume a impiedade é o mesmo seja na lei, antes da lei e depois dela, como está escrito: “eu o Senhor não mudo” e “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e o será para sempre”, ele  é a proteção para o seu povo por meio da oração, e o juízo para o ímpio descrito na lei  com a porta largamente aberta para que ele se arrependa e seja salvo pela graça. 

Está escrito sobre o povo de Israel: "quando tive fome deram-me fel...fique deserta sua morada...porque zombam de quem tu castigaste", do mesmo jeito que Jesus disse: "Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Fica aqui então, a dualidade da justiça de Deus que nunca muda, e sua misericórdia à quem a quiser receber, pois sabemos que todas essas coisas se cumpriram naqueles dias e se cumprem até hoje contra Israel, por questão de justiça e juízo para quem permanece fora da graça, mas estando aberta a graça de Deus por Jesus aos que se achegam à ele. Sendo assim o livro de Salmos pronuncia sempre o juízo ao perverso e a misericórdia a quem se achega à Deus por arrependimento.  

O rei Davi como os outros escritores dos salmos, sabiam bem o que é servir à Deus de verdade enfrentando conflitos pessoais, perseguições, grandes injustiças e traições, lidando com perplexidades, necessidades, afrontas e maldades contra suas vidas. 

Tendo em vista que o ser humano é mal, o fato de a sociedade estar sendo estável em momentos de paz para nós, não quer dizer o que o ser humano seja bom! Nem podemos ignorar que outras pessoas  podem enfrentar o peso de uma sociedade má, ou de uma perseguição exclusiva em tempos de paz para a maioria! Sendo assim o Espírito Santo torna-se o elucidador dessas experiências na forma de   clamores de justiça, pronunciação de sentenças, pronunciação de castigos...Por ordem de máxima justiça, por causa do zelo de Deus por nossas aflições e por punição à quem impõe o mal ao seu semelhante. 

Esses livros consolaram e protegeram, pelo poder de Deus e dessas promessas (que são descritas em forma de maldições e castigos, de palavras de desabafo e petições, de bençãos e louvores) milhares de pessoas! Sendo um instrumento de identificação, auto-estima, socorro, defesa e proteção dessas vidas que através dos tempos, que viveram e vivem ainda hoje realidades perigosas e tristes, e que viram e verão (Aleluia!) pela fé, a mão do Deus Todo-Poderoso agir poderosamente contra a impiedade no rigor devido e necessário, livrando ao justo e socorrendo os que se achegam à Deus, tendo em vista que Deus está disposto a tudo para proteger-nos, e é o juiz de toda a terra, principalmente nos tempo trabalhosos citados pelo apóstolo Paulo. 

Não existe nenhuma imperfeição nas escrituras, mas ela esquadrinha todas as coisas, uma vez que pela palavra de Deus (Verbo,  verdade absoluta) foi feito o ser humano, e a palavra de Deus se mostra pelos testemunhos proféticos das escrituras sagradas, que são a palavra de Deus escrita. Não havendo erro e nem exagero, nem permissividade e nem rigor excessivo quando a escritura fala de justiça, de juízo, e de misericórdia.   

É preciso entender que como seres humanos somos lutadores pela sobrevivência, assim como os guerreiros do passado que defendiam suas vidas, seus territórios e conquistavam suas coisas, ou seja, aos desvalidos Deus deu o poder da fé! Assim como o povo de Israel que jamais poderia sobreviver num período de tantas guerras sendo fraco, mas conquistaram e subsistiram sobre a terra, assim também, nossa fé é uma arma para não nos deixarmos vencer por situação alguma que não nos seja aceitável, vindo contra nossa felicidade ou liberdade que é nosso direito dado por Deus em suas promessas, por isso podemos lutar com a ajuda do Todo-Poderoso contra o fracasso. 

Deus sempre quer ser glorificado em nossa vida, Jesus disse acerca do terror humano: "não temam os homens que matam o corpo, mas depois não podem fazer nada! Não se vendem pardais por dinheiro, mas nenhum deles morre sem o consentimento do Pai...". Esse texto pode ser tranquilizador e assustador ao mesmo tempo, mas Jesus prossegue: "...quanto mais valem vocês, mais que muitos pardais, para Deus! Homens de pequena fé!". Note que a mesma fé que estimula alguém a não temer  perder sua vida sabendo que Deus está no controle de tudo, é a mesma fé em que Jesus deseja encontrar em nós acreditando que ele nos protege, por causa de nosso valor.    

O descrédito com a própria vida ensinada por Jesus, algo que foi presente na vida dos discípulos que deram suas vidas pelo evangelho é somente um elemento de uma vida voltada para uma vitória maior, pois pela fé dá-se a vida por Cristo, assim como pela fé alguém deseja que sua vida seja preservada, e isso está a nossa disposição e glorifica à Deus tanto um como outro caso.


Lutando pela reconciliação com Deus 


Quando o pecado assalta nossa porta, a expectativa do castigo e da maldição pode nos aterrorizar, e em alguns casos esse medo do juízo vindouro é um sinal positivo que pode gerar como fruto a contenção ou suavização do juízo de Deus quando ele encontra em nós um coração que, pela fé, reconhece em Deus uma figura que tem autoridade para requerer em juízo os nossos pecados.

Certamente nenhum arrependimento pode comprar o perdão ou a absolvição de Deus por si só, pois ninguém pode justificar-se de pecados com obra alguma, mas o arrependimento pelo princípio da demonstração ou declaração de nossa falibilidade, e pelo reconhecimento de Deus como nosso justificador (que no novo testamento é revelado pelo sangue de Jesus que foi espiritualmente derramado antes da fundação do mundo, isto é, justificando até os que vieram antes da nova aliança). O arrependimento é o elemento que Deus precisa encontrar no coração humano, para que através da fé, nós consigamos mostrar a Deus que o nosso pecado foi apenas um erro, por pior que seja, e que ainda que tenhamos tomado a faceta mais abominável e consciente de nossa iniquidade (porque todo pecado de certa forma é consciente, e não existe pecado que seja bom, mesmo havendo níveis para o pecado), devemos através da sinceridade e da humildade deixar claro à Deus nossa descumplicidade com nosso pecado, reconhecendo Deus como um juiz apto e ativo, e isso as vezes precisa ser manifestado através da humilhação.

O arrependimento seria o ato de declararmos, assumirmos, (confessarmos) ou nos posicionarmos com incumplicidade e reconhecimento às nossas faltas, e a humilhação seria o ato de buscarmos em nós o arrependimento caso ele não esteja em vigor em nossa sinceridade. 

Vemos no caso em que saquearam a arca de Deus nos dias do sacerdote Eli com seus filhos Hofni e Finéias, que a derrota do povo de Deus para os filisteus era um juízo de Deus contra seu próprio povo, mas Deus nunca deixou cair no opróbrio seu próprio nome quando fere com implacável maldição o povo filisteu que além de ter saqueado a arca de Deus planejavam tripudiar sobre ela, mostrando que eles só puderam prevalecer contra o povo de Deus, porque Deus os tinha em juízo. 

Por causa do pecado vemos que Deus, no livro de Lamentações, deixa seu povo totalmente à vontade dos inimigos por causa de sua infidelidade, ao ponto de Deus mesmo ter sua realização e justiça nisso, porque era a justiça de Deus para repreender o povo infiel, ao ponto dos inimigos zombarem do povo de Deus por verem que nem o Deus deles estava à seu favor, mas é importante entender que Deus tem um cuidado muito extremo por seu povo, por quem pertence à ele, Deus diz: “meu coração é comovido por Efraim, pois cada vez que me iro contra ele, não consigo me esquecer dele, pois o amo de paixão”, ou seja, Deus declara que sua severidade extremíssima contra seu povo no momento do pecado nunca é um pretexto para que o inimigo tenha domínio sobre ele, ainda que Deus o faça padecer diante dos inimigos como vemos no livro de Lamentações.

A escritura nunca apresenta o castigo de Deus, por mais severo que seja, como um esquecimento de Deus, nem como um abandono de seu povo nas mãos dos inimigos, mas a escritura, dando testemunho do amor de Deus por seu povo, mesmo na desobediência e debaixo da ira de Deus, e entregue ao seu castigo, tenta dar testemunho de que o coração de Deus está totalmente envolvido com a situação desse povo como se Deus não tivesse mais o que fazer em sua vida senão esperar que ele se arrependa usando profetas, que embora venham com palavras duríssimas de ameaça, estão se humilhando ao extremo, mostrando a humilhação que é para Deus, sendo absoluto sobre todas as coisas, independente de tudo por sua majestade e capacidade, requerer que os homens se tornem a ele! 

Todo o castigo imposto por Deus ao seu povo, entregando-os nas mãos de inimigos, fazendo-os sentir-se totalmente  abandonados, numa aflição real e extrema como vemos, sujeitando-os a cativeiros, humilhações, perigos, ameaças, tristezas, pobreza e desventuras, tem por propósito justamente o fato de que eles, em meio a toda a sua amargura,  venham se voltar ao Senhor como promete Moisés no inicio da possessão da terra prometida: "...quando vocês forem levados cativos pelos seus inimigos por desobedecerem ao Senhor, e sentirem pesar o jugo e se arrependerem e clamarem ao Senhor, ele ouvirá vocês e salvará vocês, não deixará vocês perecerem lá porque o Senhor ama vocês" e depois lemos: “se o meu povo, que tem o meu nome, se humilhar, se desviar dos seus pecados e orar à mim e me buscar, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados, e sararei sua terra”. 

A vontade de Deus para seu povo quando é castigado, é que o povo se arrependa e se torne à ele o mais rápido possível, para que não pereça por completo no aumento de seus pecados e de suas maldições, pois o mesmo castigo que é dado para disciplina se não for valorizado pode se tornar numa sentença de destruição mediante um comportamento irreconciliável, isto é, nunca há certeza de segurança pra quem se entrega ao pecado ou a desobediência.

Para o indivíduo que se arrepende é preciso compreender que Deus está interessado em resgatá-lo. Lemos no livro de Juizes uma passagem em que o povo torna-se odiável e Deus diz ao povo com magoa e ironia: “não vos salvarei mais, ide aos ídolos das nações que vocês serviram e peçam ajuda”, então o povo responde lamentando, depois de terem muito se humilhado, dizem: “Senhor, faz como queres conosco, mas livra-nos só mais esta vez”, então o texto diz que Deus não podia conter sua misericórdia dentro de si, pelo tanto que amava aquele povo. 

Vemos então, que pela fé, mudamos o coração de Deus através do arrependimento, a fé é nossa entrada diante de Deus para conquistarmos o seu favor, e se este favor é difícil, se tem de ser rompida uma barreira espiritual, podemos romper, lutando a luta que é preciso lutar, luta que muitas vezes vamos vencer com a derrota do nosso ego e com a superação da nossa altivez, através da humilhação.  

Deus se agrada de proteger o povo que é de sua responsabilidade quando seu nome está envolvido com a afronta do inimigo, o rei Acabe, um dos reis mais ímpios que a escritura registra, foi livrado de uma afronta do inimigo, em um dos testemunhos mais lindos de vitória que a escritura registra, onde Deus vendo a maldade do inimigo contra o povo de Israel e sua prepotência, decide se pôr à direita de Acabe, isto é, dar vitória ao ímpio rei Acabe, para dar proteção ao que é seu, seu povo, glorificando seu próprio nome, mostrando como Deus odeia a todo tipo de afronta que se levanta do ímpio contra os seus. Esse testemunho não é para fortalecer “nossa”  impiedade, mas para fortalecer nossa fé na clemência de Deus  por nós, até quando nos achamos indignos dele. 

Vemos também o rei Abias, filho de Roboão, um rei  hipócrita, que estava afastado do Senhor, mas porque pôs sua confiança no Senhor, tendo sido ameaçado pelo ímpio povo das  tribos Israel que desejava abusar deles, Deus defendeu seu nome e seu povo.    


Como lutar pela fé


A atitude da fé pode envolver a oração à Deus, a declaração verbal de uma palavra contra uma situação, uma atitude humana que contém a sua intenção de fé, uma atitude onde você vai a algum lugar ou faz alguma coisa na fé de que Deus é contigo naquilo, etc...

Jesus dizia: “seja feito conforme a tua fé”, ou seja, há momentos em que você não pode fazer nada a não ser orar. As vezes você tem de usar uma declaração verbal contra um mal, como quando Jesus mandou que uma tempestade acabasse. As vezes você tem que fazer alguma coisa humana com sua fé, como por exemplo, escrever um decreto e apresentar diante de Deus, pleitear e esperar como se espera a avaliação de um inquérito, como fez Mardoqueu e Ester com a autorização do rei Assuero, tendo por base que Jesus disse: "o que ligardes na terra será ligado no céu". 

Note que quando Jesus nos dá a prerrogativa de ligarmos no céu de acordo com o que ligarmos na terra, isso aponta para uma liberdade muito grande no ato de obter as coisas de Deus, dando a idéia de a iniciativa de querer e de possuir parte de nós! Que tudo o que precisamos está disponível e podemos entrar e pegar o que precisamos, tendo como limite somente o que está escrito: “se vocês estiverem em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito”, ou seja, Jesus não está impondo nenhum limite em nosso querer, e nem no nosso possuir, desde que estejamos em Jesus, que seria viver  direitinho como lhe agrada, e as palavras de Jesus estejam em nós, que seria sabermos pelo conhecimento, que tipos de coisas são ilícitas e não agradam a Deus dar ao ser humano.   

Algumas vezes você terá de ir até o lugar onde está o problema e agir de alguma forma na fé de que Deus vai te entregar a vitória como o povo de Israel fez em suas batalhas, comparecendo diante das situações com o Deus que derrotava os inimigos através deles...Tudo com prudência, sabendo que sempre que uma atitude põe em risco tua vida ou tua dignidade pela incerteza do sucesso ou pelo perigo, você só deve ir se Deus te confirmar vitória, caso contrário você deve sempre permanecer numa posição de espectativa, em oração, pedindo e consultando à Deus, isto é, se alguma postura diante da adversidade nos impõe risco, só deve ser tomada mediante o conselho de Deus.

Quando o povo de Israel ia se expor ao perigo ou a possibilidade de derrota não sabendo o desígnio de Deus, eles consultavam à Deus antes. 

Se alguma coisa é suscetível a trazer fracasso que comprometa tua segurança ou teu futuro, você deve saber o que Deus espera de você, ou então se preparar para aquilo que você pode por natureza fazer pela fé, para que você não seja envergonhado nem sua vida venha correr perigo. 

Vemos o diabo tentar arriscar a vida de Jesus dizendo: “se tu és o Filho de Deus lança-te daqui à baixo”, ou seja, essa proposta do diabo, é uma proposta que põe duvida: “se você é, então faça! Se Deus pode então vai!”. Note que Jesus poderia fracassar nessa atitude por estar saindo da vontade de Deus que no caso ele sabia que Deus não queria que fizesse aquilo! Então se você sabe que Deus não quer, não faça! Ou Jesus poderia estar indo para ver se era verdade mesmo, ou seja, movido por dúvida! E quando estamos duvidando fazendo as coisas estamos pecando, tentando à Deus, ou seja, subestimando sua capacidade de Deus, além do fato de estarmos agindo sem fé, iremos fracassar, então se você não tem fé pra algo, não faça! Podemos imaginar que Jesus poderia agir pela fé e mostrar a Satanás do que era capaz, mas Jesus estaria pecando agindo guiado por caprichos do diabo, e sendo imprudente desnecessariamente, o que também põe nossa vida em riscos, sendo assim não se arrisque nem se exponha por orgulho para não se meter em problemas a troco de vaidades enganosas. 

As vezes não importa como será feita a coisa, ou o método para que um milagre aconteça, desde que você tenha o bom senso de perceber três coisas: 

1 Se tua atitude tem haver com o que precisa ser feito, por exemplo: eu não posso me dirigir à uma pessoa ou situação e falar contra Satanás, se Satanás não está patente na situação, seria uma tolice, lembre-se que Jesus só se diria a Satanás quando ele manifestava-se visivelmente no corpo de alguém, ou quando ele notava-o agindo através de alguém. 

Eu não devo ir à um lugar fazer algo e querer ter a vitória se eu só posso interagir na situação com a oração, da mesma maneira não adianta eu deixar uma oportunidade passar e orar por ela se eu posso agarra-la.

2 Eu preciso crer de verdade no que eu faço, ou seja, crer que a ferramenta que estou usando para deter um problema ou abrir uma porta está agindo no mundo espiritual, por exemplo: Quando Davi tomou uma funda para derrubar o gigante, ele estava usando uma ferramenta, e ele cria que com ela venceria, por isso a usou. Não adianta eu agir de uma maneira se eu não creio que daquela forma vou conseguir vencer, eu tenho que ter uma estratégia de acordo com minhas forças. Se eu sou tímido devo me preparar para o que eu vou enfrentar para não fazer feio, ou só ir se eu sentir pela fé que posso, ou seja, antes de agir pela fé, eu preciso ter a fé para fazer o que estou me dispondo.   

3 Toda vez que uma situação me põe no perigo eu devo consultar ao Senhor e nunca me arriscar a não ser com a fé e com a orientação profética de Deus, ou seja, uma direção inspirada por Deus para aquela situação, pois algumas decepções na vida, alguns “nãos”, algumas frustrações podem ser suportadas, simbolizando algum tipo de “invitória”, mas um fracasso as vezes pode culminar num perigo, e não devemos nos arriscar senão com a certeza da vitória.  

Um milagre acontece segundo a tua fé, por exemplo: Jairo prostrou-se e disse: “Senhor vem comigo e ore, e minha filha será curada”, e Jesus foi com ele. Houve a morte da menina no caminho, e Jesus advertiu ele a continuar crendo para não perder o milagre, e assim como Jairo creu assim foi feito! Mas no caso do Centurião romano, havia uma barreira pois ele disse que não era digno de receber Jesus em sua casa, que poderia ser um ato de humildade, mas talvez essa barreira fosse real, Jesus talvez não iria mesmo em sua casa por ele ser um ímpio, assim como fez com a mulher siro-fenícia,  esse homem creu da seguinte forma, ele disse: “Senhor, dê uma ordem verbal, pois que assim como eu mando ordens através de homens, o Senhor me mande com uma ordem e chegando lá, quando eu a entregar essa ordem verbal da cura sobre meu servo, haverá autoridade tua na minha ordem, e ele será curado”, e Jesus espantou-se, porque esse homem não só estava compreendendo a mecânica da fé, que é o fato de você poder influenciar as coisas espirituais e materiais pela fé, do mesmo jeito que se move coisas materiais, como também ele entendia o preceito acerca das ordens verbais, e da autoridade quando dada por Deus para realizar as coisas. 

Jesus dizia: “tua fé te salvou”, ou seja: “se você não cresse nada ia acontecer, mas você mudou o seu futuro”, e mais, ele queria dizer com isso: “você agiu em Deus pelo mundo espiritual e alcançou uma resposta”. Temos que entender que as coisas espirituais se movimentam do mesmo jeito que as coisas materiais, mas com a fé.

Jesus disse que se você tiver fé pode mover um monte dizendo: “sai daqui para lá”. Ou seja,  Jesus está novamente enfatizando a questão da ordem verbal como um meio de mover coisas, e sabemos que tudo começa no mundo espiritual e se manifesta no mundo físico como diz Jesus: “o que ligardes na terra será ligado no céu”. 

Podemos mover coisas espirituais e materiais, do mesmo que podemos mover coisas materiais, e podemos mover coisas possíveis e impossíveis, porque a autoridade espiritual é mais profunda do que as coisas naturais e o princípio é: “tende fé em Deus”. 


A importância da fé


A escritura diz: "a fé é a certeza daquilo que se espera e a prova daquilo que não se vê". Existem duas maneiras de se manifestar fé: uma é através da iniciativa de Deus, e a outra é pela minha iniciativa em Deus. 

Note que o texto diz que a fé é a prova do que não se vê e a certeza do que se espera, mas qual o limite para que eu tenha certeza em algo que não se vê, e qual o critério para que eu deva esperar alguma coisa? O primeiro limite e critério é o que Deus diz! Por exemplo: "disse o Senhor a Abrão:...", Deus deu uma informação a Abrão e ele creu nela! Era algo impossível, mas ele tinha certeza de que ia acontecer e esperava aquilo acontecer porque foi Deus que lhe disse! O limite e critério aqui então seria o que Deus diz. 

O segundo limite e critério para a fé é o que eu espero e o que eu mesmo não posso ver, mas acredito! Que é quando a fé tem a minha iniciativa, Jesus disse: "tenham fé em Deus...se vocês disserem...nada vos será impossível", Compreende? A fé pode advir de uma promessa de Deus, mas pode advir da minha petição e do meu desejo sendo entregue à Deus, e nesse caso a fé pode operar qualquer coisas que eu espero, que não vejo, mas creio que pode existir! Eu faço então a coisa existir no mundo espiritual e ela se manifesta no mundo físico!

Foi assim que Deus criou o universo, ele idealizou algo segundo sua vontade, que não existia ainda e disse: Haja! E houve exatamente aquilo.      

Eu poderia dizer também que a fé tem duas facetas interessantes: uma é o lado racional da fé, e a outra o lado emocional da fé (se assim posso dizer). 

A fé é racional seria quando você entende, crê que Deus está sustentando essa verdade, seja pelo que Deus promete ou pelo que você decide fazer e não há nada que tire isso de você, e as coisas acontecem, por exemplo: Jônatas, filho de Saul, numa peleja contra os filisteus estava cercado, mas ele diz: "vamos contra eles, porque para o Senhor não se importa se com poucos ou muitos, venceremos!", ou seja, do mesmo jeito que a iniciativa veio dele, também ele se firmou em promessas para raciocinar daquele jeito, e ele venceu aquela batalha abrindo uma incursão que animou todo o povo. 

O outro ponto é quando a fé está associada a um ânimo ou inspiração que trás pensamento positivo de vitória e você se apega com aquilo e já canta vitória antes da ora, como se fosse um mover do Espírito Santo, um exemplo disso é quando Josafá estava angustiado estando diante dele três exércitos interessados em destruir Israel sem motivo, e sem saber o que fazer, em jejum, orando com todo o povo, vem o Espírito de Deus sobre um levita que nem é citado como profeta, o qual proferindo uma palavra enche o coração do rei de esperança e este se põe a cantar e louvar ao Senhor antes da vitória que já tinha sido anunciada como certa, ou seja, do mesmo jeito que Deus enviou uma palavra e aquilo animou o rei, também ele no seu próprio animo com a fé decidiu por si mesmo ir já louvando o Senhor, coisa que Deus não tinha pedido. 

Eu posso qualificar a fé como resultado do conhecimento por uma informação convincente à minha consciência (pelo poder da verdade), de fora pra dentro, ou resultado da inspiração (pela virtude do Espírito de Deus), de dentro pra fora. Posso qualificar que a fé vem do que Deus me informou  de alguma maneira, ou o que eu me propus, em Deus, crendo que ele pode fazer a coisa por eu compreender em meu intimo a sua grandeza. 

O que é sempre interessante é que a fé é um vínculo homem-Deus, Deus-homem, compreendemos de alguma forma à Deus antes do conhecimento, e o conhecimento de Deus testifica conosco, porque somos feitura dele, sua imagem e semelhança, ligados com ele por nosso espírito. A prova disso é que quase todos os patriarcas da fé que realizaram prodígios, fizeram coisas grandiosas sem o testemunho de que outro antes deles mesmos tenha feito coisa igual! 

Da mesma forma que a fé dos antigos estava apoiada nos testemunhos de outros que vieram antes deles, também obtiveram fé do que criam que Deus era capaz sem o testemunho de outro, mas de sua própria consciência!

Todo o poder da fé gira em torno de Deus estar ligado com o ser humano por seu espírito.

Enquanto você não tem fé não deve lutar quando uma luta depende de um ato decisivo, mas permaneça orando e se preparando ou pedindo para que Deus mova as coisas à teu favor, pois você não terá a vitória sem a fé num ato onde só a fé pode fazer o teu ato ser vitorioso. Por exemplo: Davi tinha  certeza que derrotaria o gigante com um pedra numa funda, a sua fé era tão grande, que ele tomou 5 pedras, mas logo na primeira pedra ele o venceu, uma pedra que acertou em cheio o único ponto fraco do gigante e foi certeira, uma coisa milagrosa. Era preciso agir pela fé e não só humanamente, pois humanamente podemos cometer erros.

As vezes o medo de entrar numa situação, sendo assim, toda insegurança, seja medo, dúvidas, ou não ter fé para se dispor a algo, ao invés de ser um elemento para atitudes estúpidas e insensatas, tentando à Deus e agindo com imprudência, deve ser um momento para reflexão e preparação. 

Se você não tem fé, a fé pode ser buscada, e como? A Escritura diz: “a fé vem por ouvir e ouvir a palavra de Deus”. Ouvir seria: receber informações, então a fé vem por receber informações de Deus. Por exemplo: Gideão. O estigma de derrota sobre a vida de Gideão era terrível, 6 anos sendo saqueado pelos midianitas, amalequitas e povos do oriente, Deus começou a falar com ele, mas ele relutava em conseguir crer que Deus seria com ele, pelo tanto que ele crendo no Senhor, o Senhor não lhe era favorável por causa da transgressão do povo, então Gideão insistia para que Deus confirmasse que era com ele e que lhe daria a vitória. Gideão  passou a madrugada inteira antes da luta contra os midianitas pedindo sinais à Deus, Deus lhe deu os sinais, mas o próprio Deus notando em seu coração que aquilo foi pouco para que ele cresse, o coloca num lugar e faz Gideão ouvir seus inimigos comentando um sonho que tiveram em que viram ele vencendo a batalha. Gideão era apenas o menor de toda a tribo de Manassés em relação a tantos inimigos, mas Deus fez com que ele tivesse fama entre os inimigos, e fosse temido por eles. 

As vezes não sabemos se é Deus mesmo que fala conosco, ou se é uma vã inspiração, as vezes não sabemos se Deus quer mesmo aquilo pra nós ou se tem coisa melhor ou outro plano, por exemplo: Quando Obadías, copeiro do rei Acabe encontrou o profeta Elias estando este sumido por alguns anos, disse à  Elias: "você me diz pra chamar o rei Acabe diante de você, mas e se o Senhor te fizer sumir e tu ser arrebatado, e o rei pensar que eu o enganei", ou seja, esse o medo que as pessoas tem de que Deus realize coisas que vão trazer-lhes tristeza, ou ir contra suas espectativas! Porque também está escrito quando Deus diz à Jeremias: "onde quer que eu te mandar irás" e "você vem e eu te faço vir", e Jeremias diz: "a tua palavra tem sido pra mim como uma enganação, confio em ti e sou movido a passar vergonhas, e tu sabes que não sou mal intencionado, porque eu quero falar coisas boas, mas tu abres os meus lábios pra falar coisas ruins a esse povo", ou seja, Deus mostra que ele tem o controle das coisas, e por isso é natural esse temor, mas Deus nos dá o direito de pleitearmos por nossas vidas, como vimos Jeremias e Obadias queixando-se. 

O que Deus não gosta é de ser subestimado quando vemos os 10 espias voltando de uma terra que foi prometida à eles por Deus, dizendo que Deus não conseguiria derrubar os gigantes! E quando o profeta Eliseu diz que Deus faria os preços baixarem tanto que a fome em Samaria acabaria, e o comandante do rei pergunta com ironia: "ainda que Deus fizesse janelas se ele poderia fazer isso?", ou seja, aqui é uma incredulidade descarada, onde eu sei que é Deus agindo, sei que a palavra é de Deus, mas eu subestimo a capacidade de Deus! Deus não gosta de ser interpretado como mentiroso, nem como incapaz, Deus não gosta de ser subestimado, nem que as pessoa não confiem nele como se ele não fosse digno de confiança, como tá escrito: "não tentarás o Senhor teu Deus", que é quando  alguém sabe que Deus tem uma convicção firme, mas essa pessoa duvida de que ele é verdadeiro (fiel) e poderoso para cumprir o que diz. 

Então o importante para não nos enganarmos e saber que a coisa vai dar certo (uma vez que Deus é verdadeiro infalível) é buscar a informação de Deus para que possamos dizer como a viúva de Sarepta ao profeta Elias: "agora sim eu sei que a palavra de Deus está contigo!", ou seja, ela podia duvidar da palavra por não imaginar que fosse mesmo a palavra de Deus, mas com os sinais que Deus operou por ela, ela viu mesmo o agir de Deus. 

Toda nossa busca por respostas deve nos levara dizer: "eu tenho certeza que Deus tem falado assim e assim comigo, ou  que ele pode fazer assim, ou que ele é comigo". 

Deus te manterá informado sobre seus planos por sinais que testificarão com você de maneira exclusiva, de um jeito que você entenderá. É necessário você buscar, caso não os tenha, ou não esteja preparado para compreendê-los como foi o caso de Gideão, e isso vale tanto para o que Deus te informa ou inspira a fazer como para o que você mesmo quer dele. O importante é você ter certeza que Deus é com você na sua empreitada, pois se ele é com você tudo dará certo!

Se você tem fé para algo que Deus não quer te dar, ele te avisará. Não deixe de pedir, consulte e obedeça à voz de Deus.  

Jesus também fala sobre fé dizendo que se você tiver fé como um grão de mostarda, a menor das sementes, consegue fazer algo impossível. O que Jesus quer dizer, é que embora entendamos que a fé é uma questão de quantidade, e de uma certa forma é, no aspecto de que as vezes cremos para realizar umas coisas e não cremos para realizar outras coisas, a fé é uma questão de ter ou não ter fé! Ou seja, não é ter muito ou pouco, mas ou você tem ou não tem a fé para aquilo!

Há uma passagem em que discípulos perguntam: “porque não pudemos expulsar aquele demônio?”, e Jesus diz: “por causa da pouca fé de vocês”. Jesus também diz várias vezes: “homens de pequena fé”, ou seja, então até um certo ponto há pessoas que crêem que podem fazer certas coisas e crêem que  não podem outras coisas, ou seja, assim a fé então pode ser medida em quantidade! Mas no mesmo texto Jesus diz: “se você tiver fé como um grão de mostarda, nada será impossível pra vocês!”. A contradição está em que Jesus diz que a fé deles era pequena, mas depois diz que bastava uma fé do tamanho de um grão de mostarda! Seria porque a fé deles era menor que um grão de mostarda? Não! A resposta é que a fé é uma questão de ter ou não ter fé! Ou você crê que a coisa pode acontecer em Deus ou não! 

Preste atenção: o apóstolo Paulo diz: “ainda que eu tenha uma fé tão grande para mover montes...”. Aqui imaginamos que haja níveis de fé, mas não é assim, a questão interessante é que não existe uma lista de coisas que pra Deus são difíceis e precisam de mais fé que outras coisas. Não! Todos os milagres são fáceis pra Deus! Ele diz: “há alguma coisa difícil demais para o Senhor”, mas a questão é que nós é que não cremos na coisa! Claro que, se não cremos não devemos nos atrever a tentar à Deus! Por isso que Paulo disse: "ainda que eu tenha fé tão  grande...", ou seja, ele não quis dizer que não tinha, mas não disse que tinha! Ou seja, eu posso não ter fé para alguma coisa, ou eu até posso crer que Deus pode fazer, mas não ter a fé pra sustentar um ato de fé, ou não querer me envolver, por não ter fé para manifestar o que creio! 

Por exemplo: Saul cria que Davi podia vencer o gigante Golias, ouvindo Davi falar, seu coração estava como que persuadido querendo ver no que ia dar, mas Saul mesmo não tinha fé pra isso. 

Vemos que fé é uma questão, não de quantidade, mas de unidade: Ou você tem fé pra alguma coisa e faz algo com ela, ou você não tem e não faz nada.

A mulher enferma não proferiu palavra, mas ela pensava consigo: “se eu tocar na orla de sua veste serei curada”. Muitos criam que tocando em Jesus seriam curados, mas só quem tinha essa fé era curado. Lembre-se que Jesus curava as pessoas pela sua própria fé, todos os que iam a Jesus eram curados, porque ele as curava por sua própria fé, a escritura mostra que ninguém ficava sem cura, porque Jesus tinha a fé. Hoje em dia porém, quando vemos na igreja uma pessoa que não foi curada, isso acontece porque ninguém manifestou a fé em favor dessa pessoa, ou seja, o que operava na maioria das curas da escritura não era a fé das pessoas que podiam falhar em crer nos seus milagres, mas Jesus agia como instrumento de fé, quando porém Jesus dizia: “a tua fé te salvou”, aí sim, Jesus estava testemunhando que a fé da própria pessoa realizou e liberou aquele milagre que mudou o quadro de sua vida.      


A armadura de Deus é a obediência

      

Uma armadura de Deus seria a proteção para que não haja brechas na benção de Deus em nossa vida, ou seja, nenhuma entrada para maldições, nenhum pretexto para que você seja ferido, nenhum risco de perder uma batalha, nenhum motivo para ser envergonhado, nenhuma razão para cair na mão do inimigo. 

Uma armadura é um instrumento de guerra passivo ou de defesa, então não se adquire uma armadura ou revestimento de Deus por meio de orações, ou pelo que você faz no contexto ofensivo, mas a sua defesa ou proteção em Deus, para estar seguro debaixo da benção de Deus, se adquire com uma vida de obediência, com permanência numa vida devocional à Deus  e com a pratica dos ensinamentos da palavra de Deus, ou seja, relacionar-se com Deus e praticar os mandamentos de Deus. 

Vemos na escritura um testemunho em que o povo de Israel nos dias de Josué tentava uma empreitada: a conquista da cidade de Ai. Antes o povo havia derrotado a cidade de Jericó, mas Deus havia declarado malditos todos os bens daquela cidade, assim como Josué declarou uma maldição sobre a cidade de Jericó para que nunca fosse reedificada. Tão grande foi essa maldição sobre esta cidade que muitos anos depois até da morte de Josué, um homem tentando reedificar a Jericó, pereceu com todos os seus filhos, ou seja, a escritura as vezes apresenta casos específicos e exceções que precisamos tentar entender implicitamente, ou seja, por que Deus dá como proibição específica e por exceção que a cidade de Jericó não fosse despojada e porque Josué a amaldiçoou? Podemos entender que aquela cidade devia desagradar em extremo à Deus como vemos Deus lidar assim com outras determinadas nações de maneira exclusiva, como por exemplo: a Síria, os amalequitas, e os sodomitas. Naquele caso então, Deus disse que ninguém do povo a despojasse nada dos bens de Jericó, mas um homem de Israel vendo à uma capa Babilônica e tomando-a para si fez com que a maldição entrasse no meio do povo de modo que numa empreitada foram derrotados diante de uma oposição bem menor que a deles, e enquanto não tirou-se o utensílio  amaldiçoado, o povo não poderia vencer no Senhor. 

O que precisamos entender é que todo tipo de pecado, por menor que seja é uma brecha, e a transgressão por menor que seja gera um prejuízo, um desfalque, é claro que no caso de Jericó, o prejuízo foi tão grande em tomar apenas uma capa Babilônica, porque já analisamos que aquela cidade em extremo devia desagradar à Deus, mas todo pecado gera um prejuízo e é assim que devemos sempre contabilizar o pecado, porque não sabemos as consequências que o pecado pode nos trazer, assim como ele é enganoso e fez Acã presumir, mesmo vendo que aquela cidade era tão impia,  que ele sairia impune de qualquer culpa, pois afinal era só uma capa! O mesmo acontece quando imaginamos sair impunes de um grande castigo praticando um grande pecado ocultamente. 

O pecado, transgressão ou erro, sempre trás consigo a maldição ou um castigo, ainda que seja pequeno, que pode ser uma humilhação, um mal humor, um prejuízo, um atraso, não falo isso para que nos culpemos temendo o amanhã por coisas que não pudemos ou não conseguimos controlar ainda quando pecamos,  mas para evitarmos as coisas pequenas com cautela, pois as vezes um pequeno pecado, que nos afasta só um pouco de Deus pode abrir em nosso coração uma irritação ou um desvio de atitudes, que passe até à tarde, mas essa brecha, por exemplo, pode nos levar a um ato de irritação, que pode nos levar a um erro irreparável, ou a nos afastarmos de Deus aos poucos, fazendo coisas que não teríamos feito se não tivéssemos dado essa brecha, por isso é sempre bom voltar à Deus, evitar também erros prejudiciais e perigosos que causam grande estrago na vida, pecados que mexem com coisas simples como as vezes a nossa fala e nossos desejos, mas que se dermos brecha nos meterão em grandes perigos.

Temos que entender que muitas das coisas que alcançamos, só alcançamos porque havia poder divino operando ali, e se não houvesse nem teríamos chegado ali, por exemplo: o povo de Israel não era famoso por possuir homens guerreiros, muito pelo contrário, eles derrotaram grandes tiranos, homens grandiosos e valentes, os quais eles teriam corrido com ratos de diante deles se não estivessem na benção de Deus, por isso que quando a benção de Deus é quebrada da vida de uma pessoa de Deus, o desfalque é muito grande, basta lembrar o que aconteceu com Sansão quando o Espirito de Deus não estava sobre ele! É como estar andando sobre as águas e afundar, porque não se pode andar sobre as águas sem a ação de Deus! Assim é a vitória do cristão! Ele anda sobre as águas, mas sem Deus não se pode andar sobre águas!   

Estar debaixo da benção de Deus nos dá a prerrogativa de crer que estamos debaixo do poder de Deus que nos protege e faz as coisas darem certo pra nós através de nossa obediência, assim como se há alguma falha, podemos apelar à graça de Deus pela fé, ou se há alguma coisa que precisa ser rompida por nós para sermos fiéis, podemos crer que Deus atua juntamente conosco, pela benção decorrente da obediência, e pela graça que libera e manifesta milagres.

Note também como a fé muda coisas que não seriam mudadas sem um intermédiario, portador e manifestador da fé. 


A oração e a atitude da fé


Jesus disse: “Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e a porta se abrirá” e diz: “porque todo o que pede recebe, o que busca encontra, o que bate a porta se abre”. Uma coisa é interessante: há uma benção pra quem insiste num propósito com critério e determinação: você vai ter o que quer! 

Jesus não disse isso só das pessoas que são dele, mas “todos”, isto é, qualquer pessoa!  Alguém já disse que quando temos um sonho ou meta e nos dedicamos à ela, todo o universo “conspira” à favor dessa meta. Preste a atenção que está escrito: “pedis e não recebeis, porque pedis mal para esbanjardes em vossos deleites”, esse tipo de metas orgulhosas, avarentas, más, Deus não atende, só atende uma pessoa má se for para pôr uma pessoa má no seu devido lugar pela sua própria vontade má, ou para fazer o que é justo ainda que a intenção de quem pede é má, porque acima de tudo está a vontade de Deus, mas quando alguma coisa é necessária, é o seu sonho, é bom pra você, é a sua vocação, etc, existe um movimento espiritual que faz com que cada passo que você dê com fé, e com o propósito firme no que você quer, abra caminho para que ainda que venha de onde você menos espera, ou de outro lugar onde você ainda não investiu, virá! 

Acredite que cada passo que você dá em direção a sua meta, nunca é um passo perdido. O mundo mesmo está cheio de relatos de homens que para chegar a algum lugar receberam muitas recusas e rejeições, mas chegaram lá por causa do poder da fé com a determinação, mesmo sem saberem que esse poder funcionava dessa maneira em suas vidas.

Quando alguma coisa é feita por inspiração, por sinceridade, por sonho e você abraça aquilo, isso vira uma meta, e com Deus você pode chegar lá! 

Você talvez pode se desanimar pensando que não tem capacidade...Mas você tem! Sabe como? Pela fé! A fé é um prerrogativa de capacidade e possibilidade que está disposta a todos, é como se fosse um juri popular aberto a todos para julgar e conceder recursos à qualquer demanda, ou necessidade, ou sonho, ou um departamento de defesa, 24 horas! 

Pra Deus não importa se a causa é pequena ou grande, e não importa que verbas ele tem de liberar, o juízo está aberto 24 horas e o atendimento é sem limites, o que é necessário é que você creia na mesma proporção da tua necessidade, ou seja, o crédito para ter coisas grandes é crer em coisas grandes e pleitear, pois as vezes achamos que uma causa é tão pequena que Deus não quer resolver, ou que algo é tão grande que Deus não quer conceder, mas o crédito não é dinheiro é a fé.  

Você pode também pensar que na tua situação você não pode alcançar o que quer,   porque não tem habilidades naturais necessárias para lutar e conquistar o que quer, mas Jesus disse que você pode pedir, pode buscar, ou pode bater, ou seja, quando você semeia pela fé, sempre pode obter o que busca, se tu não pode ir na situação e resolver, pode orar, se não pode somente orar, pode pensar ou pedir à Deus uma estratégia! 

Lute pela sua benção, Jesus quis dizer: "Peça quando puder pedir, se não puder busque, se não conseguir: bata a porta", ou seja, sempre há uma estratégia pra você conseguir, mas é preciso crer e fazer alguma coisa à respeito! Jesus também quis dizer: "peça a alguém, se não te derem, negocie como conseguir, e se não conseguir, peça à Deus", ou seja, busque uma maneira de lutar pelo que você quer. 

Se você é tímido, por exemplo: ore pela oportunidade, se mesmo assim você não pode fazer algo, busque orientação e ore, se pode agir haja, se Deus te disse somente ore, mesmo você podendo agir, então obedeça, porque uma vitória também precisa de estratégias de fé, e muitas vezes agir pela fé vai requerer de você paciência e fé no que Deus está te falando pra fazer para ter a vitória. 

Na estória de Davi há varias situações em que ele consulta o Senhor, por exemplo: Vemos quando Davi foi defender a cidade de Queila e Deus disse para que ele rodeasse por detrás dela. Vemos o momento em que Davi perguntou se deveria fugir do deserto de Zife e Deus lhe avisou. Vemos o momento em que Davi ia fazer uma incursão contra os amalequitas. Vemos o momento em que Davi perguntou se deveria reinar em Judá após a morte do rei Saul. Vemos  o momento em que suplicou por seu filho recém nascido que ia morrer...Ou seja, toda vez que não sabemos o que fazer, ou alguma coisa oferece risco devemos orar pedir à Deus e consultá-lo, e se Deus não falar, vai usar sinais seguros, senão ele vai inspirar você, senão usará um profeta, senão de algum jeito vai te levar à vitória...devemos crer nisso e esperar por isso!

A oração deve ser sempre um elemento constante na sua vida, sempre antes de pedir coisas as pessoas ou correr atrás de oportunidades, que você já tenha pedido e comentado a situação à Deus, porque vem de Deus o abrir oportunidades, o dar e o poder termos as coisas.

As vezes se você orar e não pedir a alguém o que quer não obterá nada. As vezes o que você queria era só pedir a alguém, mas muitas vezes a oportunidade só virá mesmo por um milagre, porque vivendo, você aprenderá quão duro é o coração humano.

As vezes é fácil imaginarmos o acontecer de  um milagre, e isso é ponto em que tudo torna-se possível, mas vamos descobrir que as vezes há pessoas e situações que precisam ser transpassadas. Ai você pode dizer: “mas pra Deus, isso é moleza, ele pode fazer isso mudar num estalo!”, e pode! E é assim que devemos crer, mas o que estou querendo dizer é que, as vezes por trás de uma dureza de coração, ou de uma situação impossível, não está só o estalar de dedos, para que o benefício ou a graça seja liberada, mas as vezes por trás de uma situação aparentemente difícil, que você deduz como espiritualmente fácil pra Deus, existe também uma barreira espiritual, ou seja, um aumento de custos, uma queda econômica, as vezes uma avareza de alguém, uma porta que não se abre, uma perseguição, etc, as vezes é fruto de exércitos de demônios, e as vezes de uma potestade conspirando para que algo esteja se desenvolvendo ou impedindo nossa vitória, e devemos estar pronto tanto para ter a fé de uma criança que nada é impossível e Deus pode mudar num estalo, como estar disposto a lutar em oração se preciso for.   

Um milagre só é gerado com um mover espiritual, e a oração é o que abre as portas e mantem firme os propósitos diante de Deus através da constância de nossa fé, pois orar é apresentar projetos à Deus e manter essa coisas firmes até acontecerem para que Deus conduza uma espécie de plano de realização conforme o que você está idealizando pela fé, pois você está construindo em Deus aquilo que espera e crê.

Diz a escritura: "ao fazeres um voto, cumpre-o, porque Deus não se agrada de tolos", ou seja, não estou falando de fazer votos, pois no novo testamento Jesus proíbe categoricamente isso, mas o texto mostra que Deus ouve e guarda o que falamos e ele mantém firme a nossa confissão conforme nossa fé, nos dando segurança de que se começamos e empreender um sonho em Deus, Deus já está empreendendo conosco, por exemplo: Eu quero uma casa! Se isso fica firme em mim pela fé e eu não consigo desistir até conseguir, Deus é meu ajudador!

É importante entendermos que quando queremos investir em alguma coisa que requer ajuntamento de recursos, ou renuncia de certas coisas, ou um preparo, eu não posso querer que as coisas caiam do céu, ou seja, Deus pode fazer as coisas acontecer de uma hora pra outra com certeza, mas as vezes Deus quer que você se prepare e haja de conformidade com o que quer! Ou seja, a fé libera a graça que é a capacidade de obter as coisas gratuitamente não importa o custo, entende isso? Mas ao mesmo tempo é preciso um investimento, por exemplo: Vimos que Deus não atende os maus pedidos, nem banca a carnalidade humana. Assim como Deus não pode abençoar uma pessoa indolente para um propósito de responsabilidade, nem uma pessoa desonesta para metas de confiança, nem uma pessoa injusta para posições de liderança, etc... 

José de um dia para o outro foi governador do Egito, mas a vida dele foi um investimento na fidelidade e na honestidade! Preste a atenção que não foi o fato de José sofrer aquelas coisas que lhe deu aquelas riquezas, porque embora aquilo também foi uma recompensa ou restituição pelo sofrimento que ele passou, Salomão herdou um reino sem sofrimentos! Então vemos que tudo é dado por Deus pela graça e não por preço humano, mas José dedicou sua vida em frutos espirituais que lhe trouxeram um benefício, ou seja, ele não perdeu o seu tempo! 

Você não construir nada em sua vida, e tudo dar errado, mas quando seus investimentos apontam para a responsabilidade do que você quer em Deus, Deus te fará chegar lá!

Você pode pedir que Deus te dê as coisas de um dia pro outro e com algumas pessoas Deus faz mesmo, mas é preciso que você tenha um coração ao nível do que você investe, e talvez você já tenha em si tudo que precisa.

Quando você investe no que deseja por vocação, se por acaso aquilo não é plano de Deus em tua vida, você está investindo no que você quer e chegará a algum lugar! Por isso nunca seja indolente! Descubra sua vocação, seu sonho e invista nele, pois mesmo que depois de anos todos digam que você não deu em nada, Deus te conhece, te viu e te levará ao lugar que ele te preparou.

As vezes a maior vocação que você pode ter é sofrer, sendo humilde, sendo confiável, vendo as portas se fecharem, o tempo passar, sendo honesto, sendo sincero, ou seja, você está numa faculdade para ser um governador como foi com José, isso porque está escrito: “Deus faz coisas loucas para confundir os sábios”, não foi assim com José, com Davi, com Elias...Rute, por exemplo, não era uma mulher virtuosa porque era trabalhadora, há mulheres trabalhadeira que não são virtuosas! Rute era dedicada e esforçada porque era virtuosa! Antes de tudo ela viu sua sogra Noemi, sozinha, velha, sem nenhum descendente, nem ancestral, e Rute sendo viúva, porém jovem, optou por não abandonar Noemi no momento em que ela podia voltar a Moabe e recomeçar tudo facilmente com um novo casamento, e Deus a amou tanto, que sem querer, ela assumiu o Deus de Noemi, vindo a cair como que por acaso, mas tendo em vista o olhar maravilhoso de Deus, nas mãos do Deus Todo-Poderoso que tinha poder para recompensá-la por sua escolha tão admirável, ou seja, é assim que Deus faz com quem escolhe a melhor parte!     

Por exemplo: Rebeca devia querer um bom casamento, porque ela foi virgem e nunca teve namorado até uma idade 30 anos mais ou menos. Ela era uma menina 'esforçadinha', porque ela deu de beber a doze camelos, fez isso com pressa, e já devia ter o costume de fazer outras vezes coisas assim, ou seja, ela talvez não associasse o fato de ser caridosa com um investimento na sua vida sentimental, mas ela devia sonhar com esse casamento e quando isso bateu sua porta, veio de um jeito que ela nem esperava! É como se Deus apanhasse o investimento dela, guardasse num depósito e liberasse no que ela mais queria. Não foi assim que Deus fez também com a mulher Sunamita que de bom grado fez o bem a Eliseu sem saber que poderia ter um filho sendo estéril! 

Nossa vida com Deus também é assim, se queremos coisas grandes com Deus temos de investir também, não falo de fazer trocas com Deus, porque ele é Deus de toda a graça, e oferecermos coisas em troca da graça chega a ser uma ofensa à Deus, mas quando investimos em tentar ser fiel. As vezes o retorno de Deus demora muito, é justamente porque Deus quer conhecer quem é fiel a ele pra sempre, e quem só o é por um interesse pessoal. Na verdade as vezes a recompensa de quem é menos fiel vem mais rápido, enquanto que a do fiel pode demorar muito, enquanto que as vezes a recompensa do infiel pode vir sem ele perceber por causa de suas muitas dividas com Deus e com o próximo.   

Devemos usar nossos recursos com sabedoria, podemos guardar dinheiro, ou doarmos tudo esperando um retorno de Deus, o importante é não nos deixarmos tomar de um coração desperdiçador inconsequente, nem de um coração infiel com Deus, pois há certas promoções na vida que precisam de um investimento, e as vezes esse investimento pode ser natural, pois se eu quero comprar um bem não posso ficar esbanjando e querer um milagre! 

As vezes, ainda que eu junte dinheiro talvez não possa comprar uma casa! As vezes ser caridoso com o pouco que eu tenho, que não vai dar pra comprar a tal casa é o que eu precise fazer vivendo pela fé sabendo que Deus guarda meus depósitos! 

Como já dissemos, se querermos comprar o favor de Deus com nossas justiças as vezes não receberemos quase nada, porque geralmente quem vive fazendo o bem com essas intenções libera tão pouco, que mesmo Deus devolvendo abundantemente ainda será pouco para algo tão grande! Nesse caso é melhor ser uma boa pessoa caridosa de verdade e confiar na graça tão infinita de Deus para coisas enormes! 

As vezes o que precisamos é um porta naquele emprego sonhado, ou aquela pessoa toda especial, coisas que pra Deus só precisa de um “estalo de dedos” e tudo acontece, mas é o que falamos, é preciso um coração confiável para receber o que você quer por uma questão de preservação. Não foi o sofrimento que fez José conseguir crédito para governar o Egito, mas que aquele coração se doou a ser honesto e bom, ao ponto de Deus provar, assim como no caso de Salomão Deus não provou com sofrimento pra ele ser rei, mas era preciso uma medida de confiabilidade para cuidar bem do que estava sendo recebido.              

Uma coisa é interessante, as vezes ainda não recebemos o nosso milagre, porque não aprendemos a orar e contar com o resultado esperando ele aparecer! Já parou pra observar isso: oramos pedindo as coisas, mas não esperamos em ver a coisa acontecer! Não pensamos: “eu quero ver isso acontecer, vou orar até conseguir, vou pedir ao Senhor até que as barreiras que me impedem de receber serem quebradas”. 

É preciso acreditar que o mundo espiritual se move com a nossa oração e que Deus não finge que não ouve, nem fecha os ouvidos. Lembre-se da oração de Daniel que foi ouvida desde o princípio, mas precisou da insistência dele no propósito de permanecer esperando, e logo veio a informação de Deus (por um mensageiro) de como estava o andamento das coisas no mundo espiritual. 

As vezes oramos só para buscar à Deus, mas não temos fé pra pedir as coisas, oramos como somente o devocional interior de receber do Espírito, mas ignoramos Deus como provedor, protetor: um Deus que age! 

Não considerar Deus como aquele a quem devemos pedir e obter tudo até ofende de uma certa forma ao Senhor, porque se você parar pra pensar não há nada que você precise ou tenha, mesmo aquilo que você nunca pediu que não seja um milagre ou uma graça de Deus em tua vida! E se você não pedir à Deus suas coisas quem é que vai te dar? Ele não é o Pai? 

Deus é também um Deus com demonstrações de fé, que age em situações para que vejamos ele agindo em nossa vida, e nos deleitemos nisso, como diz: “se alguém tem de se gloriar, se glorie nisso: em saber que faço misericórdia (benefício aos homens), Justiça (eu atuo na terra movendo as coisas para o que é certo) e juízo (eu castigo os maus) na terra, porque dessas coisa me agrado, diz o Senhor”.  

As vezes não damos tanto crédito à pedirmos as coisas à Deus, porque presumimos  que não merecemos receber as coisas, e nos acostumamos com o fracasso, mas o legal é que  quando você reconhece que não merece, é ai mesmo que você se deleita no fato de poder pedir ao seu Paizão justamente porque você não pode adquirir senão pela graça de Deus! 

As vezes pedimos as coisas à outras pessoas, evitando importunar Deus, ou até pensando que Deus não vai te dar porque você não merece, então é melhor pedir a alguém...Mas seja quem for que te der, tudo isso é a graça de Deus! Nada vem de ninguém, tudo que existe vem de Deus e só vem porque antes ele manifestou por ti a graça! 

Vemos milagres acontecerem na vida de  pessoas e até oramos pra essas coisas acontecerem para os outros, mas não ousamos pedir pra nós, porque nos achamos indignos de receber, nos achamos oportunistas e interesseiros em pedir à Deus! 

Aprenda! Na sua vida como cristão, você que teme ao Senhor, você vai descobrir que gente muito mais indigna que você recebe as coisas de Deus pela fé, porque ousa pedir e crer! Pare pra pensar, é mais nobre eu crer que não mereço a benção e saber que Deus é um Paizão que me dá as coisas, do que eu querer ser santo para ele, uma vez que ele é  Santíssimo e ninguém por mais falso-humilde que seja, ou hipócrita pode, com um discurso anti-materialista, dizer que obteve qualquer coisa em sua vida que não tenha vindo de Deus, mesmo que nunca tenha pedido. Ora é mais fácil eu dizer que não devemos pedir as coisas à Deus quando já tenho não é? Então nunca siga conselhos de alguém que diz acerca da tua vida o que não precisa praticar também.

O inigualável Deus deu seu Filho Jesus, sem nenhum pecado, por um bando de gente  pecadora como nós! Compreende? As vezes não estamos recebendo porque não acreditamos na graça de Deus, ou no poder que a oração tem de ser ouvida por ele!

As vezes não recebemos algo também, porque estamos dando cabeçada em uma coisa que Deus já falou que não vai nos dar. Precisamos ouvir o que Deus está dizendo, e precisamos lutar pelo que precisamos. Geralmente Deus nos proíbe de ter algo por ter outra coisa melhor pra nós, ou pelo fato de que aquilo que queremos já esta reservado à outro, ou não vai cair bem pra nós, ou aquilo não vai se dar bem conosco, mas quando é lícito e você quer, lute por isso e não desista, primeiro peça,  depois Deus vai te instruir. 

O que você quer? Não interessa se é impossível, por exemplo: você quer sair de um lugar, você quer uma casa, diga à Deus: “eu quero sair daqui”, ou “eu quero uma casa”, e faça disso uma meta, apresente à ele com o coração e Deus vai mover o impossível pra que isso aconteça, se não ele vai te avisar acerca de seus planos. 

Não importa se há condições ou não para aquilo que você quer ou precisa, e se você precisa urgentemente ou insubstituivelmente de algo o que pode fazer? Deus pode tocar corações, abrir portas, diga: “eu quero isso logo, hoje Senhor”. Você tem de colocar diante de Deus o que você precisa, aquilo que você quer e como você, mas precisa ser sincera a sua fé, a medida da tua necessidade, da tua urgência, e do teu querer. 

Pedro vem com a notícia de que precisava pagar o imposto e Jesus disse à Pedro: “lança o anzol pra pescar e haverá um peixe com uma moeda dentro da barriga”. Havia um peixe com uma moeda na barriga, e foi justamente o peixe que foi apanhado pelo anzol de Pedro, um milagre dos mais loucos e uma coincidência incrível, assim é a fé: precisamos, então Deus faz o que precisamos.

Um dos pontos mais maravilhosos da fé é como Deus faz as coisas acontecerem. Por exemplo: Davi era um jovem pastor de ovelhas, filho mais novo numa família de 8 irmãos. Davi é  é ungido rei por um dos homens mais temidos e importantes de Israel: Samuel. Davi é à principio exaltado entre seus irmãos, mas depois disso descobrimos que ele era subestimado e julgado por seus irmãos quando o mais velho Eliabe age com ele com ira e desprezo. Deus havia afastado-se do rei Saul, antes de ungir Davi como rei, e Samuel declara a Saul, desde a época em que Davi era um simples pastor, que já o havia designado com uma promessa de fazê-lo ser príncipe no reino, no momento em que Saul é rejeitado pela primeira vez. Naquele dia, antes de Davi ser ungido rei, e mais de 20 anos antes de ele subir ao trono, Deus corta a  monarquia da família de Saul passando a sucessão do reino para Davi. Tudo isso Deus está planejando enquanto Davi ainda nem tinha sido ungido rei, ou seja, Jônatas, filho de Saul, disse mais à frente à Davi que não havia coisa alguma que o rei Saul fazia que não lhe contasse, então Deus havia planejado que Saul reinasse e continuasse o reino perpetuamente em sua família, sendo Jônatas um suposto rei sucessor, e Davi não seria rei, mas apenas um príncipe guerreiro no reino de Saul.  

Mesmo com a rejeição total de Saul com uma segunda desobediência, depois Davi lutou com o gigante, foi promovido, caiu na graça do rei Saul sem que até aí não houvesse nenhum alteração do propósito de Deus na vida de Davi, até aqui tudo já ia decorrer como planejado por Deus inicialmente, Saul seria rei vindo depois Jônatas e Davi seria um valoroso guerreiro de Saul como veio a ser antes de Saul o perseguir, então somente depois que Davi torna-se um príncipe mesmo, é que Saul vem a inimizar-se com Davi por temer perder o reino a uma pessoa que estava se destacando mais que ele no reino sem perceber: Davi. Como Saul já  andava afastado de Deus, e porque tinha seu ego em si mesmo, dava-lhe agora a impressão de que Davi já não era mais um subordinado do seu reino, mas um eleito para reinar em seu lugar, ou seja, até esse momento, se Davi nunca viesse a tocar harpa para acalmar ao rei por ter se afastado de Deus, ainda assim ele enfrentaria o gigante e seria promovido como um príncipe do reino, mas quando Deus muda o destino de Saul e de Davi, e promove Davi para ser rei, Deus faz com que Davi venha tocar harpa na casa do rei, algo que acontece depois da unção dada por Samuel, mas antes ainda de Davi vencer o gigante e se tornar príncipe, justamente para pôr Saul em inimizade com Davi com o objetivo de repreender a Saul, o qual vivia acomodado na sua infidelidade, com a inocência de Davi, e permitir que Davi fosse provado por muitas experiências onde teve de confiar em Deus em momentos de rejeição, pobreza, difamação, ingratidão, afronta, medo, perseguição, necessidade, etc...tudo foi se encaixando miraculosamente.

  Um dos termômetros da fé é a insistência, não que a fé precise de tempo ou de insistência, mas quem quer muito, insiste. 

Não é só o querer que faz Deus nos atender, porque já vimos que a teimosia sem Deus não tratá nada à nós, e se não cremos desistimos de buscar, porque parece loucura imaginar que Deus sendo invisível possa agir ou dar-nos alguma coisa, mas se precisamos, buscamos crer que é possível obtermos de Deus o que precisamos ou queremos, e mesmo não sabendo se temos fé ou não, e ainda que Satanás venha nos fazer acreditar, nos nosso momentos de maior desespero, que Deus não existe, nós ousamos crer, e insistir. 

Seja por ter "pouca fé", ou seja porque há  barreiras que tem de ser rompidas, ou seja  porque é preciso um tempo para as coisas acontecerem, pelo exercício da fé pela oração  vamos aprendemos a confiar no Deus que é invisível, mas real, e diminuir a distancia entre nós e Deus, e se cremos, mantemos firme a nossa confissão, e então o milagre virá de Deus.       





A intolerância de Deus com a soberba


Toda pessoa que presume manipular Deus com orações ou com atitudes sem a virtude de Deus vai se decepcionar muito, vai afastar-se de Deus, encher-se de orgulho, de ódio (porque  Deus se afasta de gente presumida e sua altivez só se manifesta na hora da crise real), vai se encher de agitação, de perfídia (porque a emulação procede da inveja, e a inveja da soberba), e não vai agradar à Deus. Sendo assim, fora da presença de Deus, vai estar justamente sem a armadura espiritual e vai lutar com armas fracas para vencer, isto é, armas carnais, armas que não tem poder de transpassar coisas espirituais.

Existe uma certa tolerância para indignidade do homem diante de Deus, pois a escritura diz: “todos pecaram”, mas também diz: “...o que o homem semear, isso ceifará, e isso sem acepção de pessoas”, ou seja, de uma certa forma a graça de Deus pode ser limitada por nós como está escrito: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Pessoas soberbas são pessoas que presumem manipular situações para o bem ou para o mal segundo sua própria iniciativa, por causa de dinheiro ou por causa de privilégios pessoais, agindo com altivez ou orgulho pessoal, vaidade ou valorização de coisas egoístas, arrogância ou insolência, por causa de poder ou influência humana...

A Escritura sempre mostra que Deus está longe de pessoas que agem com soberba em vários testemunhos, e no que diz respeito a um de seus ensinos, a escritura promete um castigo que seria o oposto do que as coisas aparentam, quando diz: “maldito o homem que tem sua esperança apoiada no ser humano, que faz das coisas carnais a força de sua vida, pois será como arbusto solitário num deserto” (Jeremias capítulos 16 e 17). Note a contradição nesse texto: que é fato de que o profeta Jeremias, vitima de um amotinamento de todo o povo, sendo citado pela escritura como um dos poucos profetas a falarem a verdade em sua geração, e mais precisamente o único profeta a quem Deus dá testemunho de ser legítimo (Jeremias 9), este profeta vivenciava em tempo presente a rejeição, a  solidão, e o isolamento! O mesmo acontece nos dias de hoje: pessoas soberbas sempre se presumem santas se esquecendo que não são o que pensam que são pela vida privilegiada que tem, como está escrito: "a riqueza para o rico aos seus olhos é como uma torre forte", e julgam por despeito que alguém que esteja abaixo delas materialmente, mas se destaca por sua justiça e humildade, que este é soberbo, é só nos lembrarmos do que a escritura relata que fizeram com o Senhor Jesus, e com Estevão, o qual cheio do Espirito Santo foi autor de um dos discursos mais profundos contra injustiça humana (Atos 7).

Quando Maria, mãe de Jesus, o recebeu em seu ventre, o profeta Zacarias lhe disse profeticamente: "esse menino foi levantado em Israel para exaltação e abatimento de muitos, e para manifestar o que realmente está nos corações humanos", e Maria mesmo profetizou acerca do marco da história que era o nascimento de Jesus: "Deus agiu valorosamente com seu braço e exaltou os humildes e abateu e separou os que no coração alimentavam pensamentos prepotentes". 

A desobediência ou o afastamento de Deus é sempre um risco, ainda que se alcance a graça num momento, ou ainda que consigamos com lágrimas o favor de Deus após o pecado, sempre é um risco, porque é uma brecha. Não devemos analisar assim para nos desesperar  pensando que Deus nos odeia quando erramos,  como está escrito no Salmo 25 e 130, mas para que não sejamos relapsos ao ponto de perdermos a vigilância e nos afastarmos de Deus pela iniquidade que fortalece a carne e afasta o Espirito. 

Onde há a impenitência, que é o procedimento natural ou deliberado do pecado ou iniquidade, sempre há risco maior ainda de fracasso. Vemos por exemplo o rei Acabe que vivia na impiedade sem tornar atrás. Em dados momentos de sua vida, por fazer a coisa certa ele chegou a alcançar graça, mesmo sendo ímpio, e Deus sendo favorável por não negar-se a si mesmo fez o que era devido à situação, mas o dia de seu castigo chegou e não foi evitado,  por causa de sua impiedade, por isso missão é evitar o pecado e a transgressão para que nossa armadura esteja sempre bem fechada, não confiando numa justiça própria para nos ensoberbecermos como vimos antes, pois pra Deus, mais justificado é o pecador que se humilha e sofre vergonha e se aflige por seus pecados, do que o integro que confia na sua própria carne e se exalta, o qual não alcança favor ou justificação do Senhor, porque por seu orgulho julga que se justifica a si mesmo diante de Deus, que nunca recebe nenhuma oferta  humana para dar graça, senão Deus é quem dá aos homens a graça por sua bondade, sendo assim pelo orgulho permanecem os seus pecados, por menores que sejam diante de Deus, se acumulando, por causa de seu orgulho de se julgar merecedor da graça de Deus enganado por seu ego e por sua obras que por maiores que fossem são muito menores que Deus.

É preciso avaliarmos nossa obediência, mas sem esquecer que a graça de Deus é que provê tudo para que sejamos humildes, do mesmo jeito que devemos avaliar o amor de Deus por nós, mesmo em nossas falhas, mas sem ignorar a humildade para nos arrependermos, como vemos esses dois pontos na “parábola do fariseu e do publicano”.

A obediência nos põe debaixo da mão de Deus com segurança, como disse o apóstolo Pedro: “...havendo estas virtudes em vocês, serão abertas largamente as portas da salvação”, ou seja, não haverá risco de pensarmos que estamos correndo perigos, pois por mais que estejamos em Deus, sempre a escritura mostra a salvação como algo mui difícil como disse Jesus: “se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus não entrareis no reino dos céus”, e “como e difícil entrar no reino dos céus os que confiam em riquezas” e “se o justo com dificuldade se salva, o que será do ímpio, sim, do pecador?”, ou seja, neste ponto a escritura mostra que mesmo nós, tendo certeza da salvação por causa do Espírito Santo, ainda assim não sabemos nada à respeito se não houver em nós um coração humilde que se põe para Deus em sinceridade, porque Jesus disse: “ele faz vir chuva (aludindo também ao  Espírito ou benção) sobre bons e maus, e nascer o sol (vida, ou graça de Deus) sobre justos e injustos” e “muitos dirão: mestre não fizemos maravilhas em teu nome...mas eu direi claramente: afastai-vos de mim malditos, pois nunca os conheci”. 

Esses textos não estão para nos amedrontar, mas para nos incentivar que viver para Deus e dedicar-se com um coração voltado para Deus com sinceridade e esforço para o bem, pois não é da vontade de Deus agregar a si pessoas ímpias, mas pecadores que vendo a oportunidade da salvação se arrependem, e  justos que não fazem da justiça um pretexto para o orgulho ou hipocrisia medíocre. 


A dignidade do pobre


Jesus quando veio a este planeta veio sem nenhuma riqueza, porque ele não veio ensinar as pessoas sobre a benção de Deus, pois nisso o antigo testamento já estava cheio desses testemunhos, mas Jesus disse: "se alguém deixar casa, propriedades, irmão, mulher, filhos por amor de mim e do evangelho, há de receber cem vezes mais nesta vida e no porvir a vida eterna". 

Os fariseus que defendiam um partido ministerial que seguia a lei de Deus, dos mais respeitados em Israel, viviam um momento de riqueza, mas não a riqueza em Deus. Nos dias de Jeremias, por exemplo, o povo prosperava enquanto o profeta anunciava a ruína sobre a nação, e o profeta Jeremias agiu profeticamente como um dos "tipos de Cristo" da escritura. Uma das coisas que o profeta Jeremias disse, quando contraditado por um falso profeta, foi o seguinte: “desde os dias antigos, quando Deus envia profetas aos homens, sempre ele faz isso para anunciar juízo, punição de Deus, e castigo”. Jeremias disse isso, porque depois do povo de Israel ter prosperado muito às custas de egoísmo, avareza, injustiças, censura ao direito dos outros, e afastamento de Deus, as palavras de Jeremias contra o povo estavam começando a se cumprir, então esse falso profeta, profetiza contra tudo o que Jeremias havia dito, falando que Deus castigaria o povo por somente 2 anos quando na verdade Deus estava muito chateado com aquele povo e com aquelas pessoas que viveram no egoísmo (Jeremias 22), na traição (Jeremias 9), na maldade (Jeremias 7) e afastados de Deus, depois de serem muito advertidos e fazendo pouco caso de Deus por cerca de 9 anos, querendo não receber o castigo. Ou seja, o que tiramos de lição neste estudo sobre o que Jeremias diz é o seguinte: Deus não precisa de profetas para anunciar coisas boas, porque ele é Deus de agir e não de iludir com palavras. A gente só vê Deus fazendo promessas de prosperidade e benção ao povo quando ele está debaixo de lutas e precisa perseverar até o momento do cumprimento dessas bençãos, ou para consolá-lo ainda na luta acerca da vitória iminente, como fez com Abraão, com Isaque, com Jacó em seus momentos difíceis, ou quando vem dias difíceis pela frente em que nos farão desanimar, como fez com José com um sonho, com Davi com a promessa de reinar, sendo que depois disso enfrentaram grandes lutas, etc...Por isso Jesus não veio ensinando as pessoas a acreditar nas bençãos, porque ele entendia que com poucas palavras (ou até muitas para nós) podia falar de algo que para ele era fácil: nos ensinar a receber coisas de Deus pela fé. 

Jesus realizou grandes milagres, mas você  pode observar que ele sempre agiu manifestando milagres que estão mais associados com necessidades do que com interesses pessoais, isso porque ele veio nos ensinar a nos dedicarmos as coisas de Deus e reservarmos nossos alvos pessoais mais para as obras do reino de Deus do que para metas pessoais individuais, chegando ao ponto de reputar por mais felizes os que abrem mão do seu sucesso pessoal pelo reino do que os antigos grandes homens do passado, quando diz: “muitos profetas e reis quiseram ouvir o que vocês ouvem e não puderam” e “um homem não consiste na quantidade de bens que possui”, embora Jesus nos ensina a pedirmos o que quisermos, e promete nos dar 100 vezes mais o que perdermos por ele! Isso porque Jesus quis priorizar para nós que viver para o reino dos céus é mais útil, porque trata-se de um investimento eterno, e você só consegue investir no reino dos céus deixando de investir na terra, é uma lei, é uma questão de opção como ele diz: “onde está teu tesouro aí está o teu coração” e “não pode um homem servir dois senhores, vai agradar mais a e aborrecer a outro”. Inclusive até o antigo testamento propõe que toda pessoa que trabalha tendo como meta o dinheiro não será feliz, quando diz: “não te fatigues para ser rico, você vai se cansar pelo que não te será em nada? E no fim a riqueza  baterá asas e irá de você”. 

Jesus não veio tirar de nós a felicidade, ele considera a necessidade humana uma coisa muito importante, por isso curava as pessoas e multiplicava pães, ele queria mostrar que se você anda com Deus não importa o que você precisa e qual a circunstancia, se você precisa Deus vai suprir, mas Jesus veio numa missão de nos ensinar uma felicidade maior a felicidade espiritual, e a vida carnal dosada para uma vida espiritual. 

Jesus aponta várias vezes que a pessoa pobre está mais aberta à Deus do que o rico, e que o desvalido está mais para Deus do que o habilidoso, quando diz: “bem aventurados os pobres de espírito”, isto é, a pessoa sem personalidade ou habilidades. 

Jesus não é contra a riqueza, mas ele aponta as prepotências, injustiças, futilidades e egoísmos que os ricos estão sujeitos, então Jesus não valoriza a pobreza em si, porque a pobreza no aspecto da escacez é maldição, mas Jesus pregou a vida com Deus independente dessas coisas, não a pobreza maldição, nem o levantar da bandeira da pobreza, mas a ausência de uma vida com Deus apoiada em propósitos materiais gananciosos e egoístas, do mesmo jeito que Jesus fala: “veja os lírios do campo...nem Salomão em toda sua majestade se vestiu como eles...quanto mais Deus vestirá à vocês”, ou seja, Jesus quer dizer que por mais que o ser humano não deve ambicionar um luxo anormal, Jesus faz entender que Deus tem sim, belas roupas pra nós, do mesmo jeito que diz: “...porque vocês andam inquietos com isso? A vida não é mais importante que a roupa” e diz: “vê os pássaros...Deus os alimenta, e vocês valem muito mais que muitos deles!”. Jesus está fazendo as pessoas olharem para propósitos na vida, priorizando uma vida espiritual para saberem que Deus tem o melhor pra dar sim, e que podemos pedir, mas podemos ficar tranquilos que Deus sabe disso, pois diz: “o Pai sabe o que você precisam antes mesmo de vocês falarem pra ele”. É preciso pedir, é uma questão de relacionamento, mas sabendo que Deus sabe antes de a gente falar, ou seja, ele entende bem o que queremos. 

O escritor Tiago fala coisas muito fortes sobre a má riqueza, que é a riqueza que gera o  orgulho de pessoas que se acostumam a viver uma vida de prepotência, medindo pessoas por dinheiro, por diplomas, por influências, já não olhando mais para a virtude e para a sinceridade.

O fato de alguém dedicar sua vida mais à Deus do que a ganhar dinheiro, e isso gerar-lhe poucos recursos não a faz menor, a riqueza beneficia o eu, e isso cada um escolhe como administrar, mas o eu espiritual beneficia minha vida com Deus e ao próximo se eu sou um servo de fato. 

A pessoa rica deve entender que sua riqueza não lhe gera prestígio algum na igreja nem diante de Deus. Nada mesmo! Pois por que eu serei elogiado (ou louvado) por algo que só beneficia a mim mesmo? É isso que toda pessoa dotada de riqueza e bens, ou de benefícios na vida deve entender, que diante de Deus é vergonhoso (abominação) eu me proceder valorizando pessoas por riquezas, ou poderes sobre outras pessoas. 

Certas pessoas ricas ao invés de serem mais humildes dando graças por terem o que tem, fazem da riqueza um trampolim para o orgulho pessoal, como se ter mais as fizesse pessoas nobres, porque estar mais confortável na vida sempre é estar mais longe do esforço para herdar o reino de Cristo, por isso que Tiago diz:  “vocês ricos gloriem-se em Deus pela vossa insignificância”, ao passo que do pobre ele diz: “gloriem-se na vossa dignidade diante de Deus”, isso pra quem anda em dignidade diante de Deus sendo pobre, porque estou mais perto do crescimento pessoal e do serviço, ou seja, não é a riqueza que faz um ser humano ser desvaloroso diante de Deus assim como a pobreza não me faz melhor em nada, mas o que Tiago tenta expressar é que eu tenha a dignidade de ser rico sendo humilde, e ser pobre não sendo um ímpio, pois seja o rico, ou o pobre que tem a inveja, a competição dos interesses, a emulação, o olhar para aparências, o promover-se sobre a vida de outro acima de valores, tudo isso é nojento diante de Deus.     

Jesus dizia: “bem aventurados os que choram” e “graças te dou que revelaste isso ao pequeninos”, também diz Paulo: “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir as sábias, escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes, e escolheu as coisas que não são nada para reduzir à nada as que são”. 

A dignidade do pobre é então o privilégio de  estar vazio para a vida pessoal, vazio para o mundo, mas disposto para Deus, ou seja, a dignidade do pobre não está nele, pois se é assim ele pode ensoberbecer-se assim como o rico, e existem em certos círculos evangélicos pessoas pobres com um coração perverso, enquanto que muitos justos são ricos, mas o que Jesus propõe é que, bem aventurada é a pessoa vazia de muitas coisas humanas, ou seja: “você deu sorte de ser vazio para as coisas humanas, sabe porque? Para que seja cheio da virtude de Deus”. Por isso que Jesus diz que dificilmente ricos entrarão no reino dos céus, porque muitas vezes alguém pra ser rico se enche de cuidados humanos e até ilícitos para chegar na riqueza como vemos no caso de Zaqueu.  


O levantamento de um escolhido 


Aqui está o momento mais intrigante na vida de alguém, e isso está presente em todas as escrituras. 

Quando Deus quer levantar alguém, quase sempre isso envolve tempos, estações, e outras pessoas. Quando Deus levantou José, por exemplo, como governador do Egito, antes, isso envolveu a influência de outras pessoas na vida de José, e depois a intervenção de José na vida de outras pessoas. 

Para que um escolhido seja levantado por Deus, Deus se utiliza de aspectos como: a maldade humana, a ânsia divina por fazer uma justiça vindoura, a preparação de um tempo devido, a influência de situações para manifestar corações maus, provações para aperfeiçoar ou preparar seu escolhido, entre outras coisas...Toda uma situação para fazer justiça, agir num tempo devido, manifestar necessidades, situações contrárias, aflições, oposições de pessoas, tudo para provar o caráter e fortalecer aquele que ele escolhe e intervir na sociedade.

Existe sempre uma coisa paradoxal na fé, que é o fato de que a fé realiza coisas visíveis e trás vitórias, mas a fé procede antes do que é invisível e do que é interior: o que está sendo gerado dentro de alguém é o que vai gerar coisas fora desse alguém! Então nem sempre aquilo que vemos em alguém seja bom ou ruim aos nossos olhos, ou o que alguém pode realizar ou não realiza, é sinal de sua fé! 

É interessante que muitas pessoas que ensinam sobre fé não vivem da fé, mas do lucro que dá ensinar fé a quem precisa realmente lutar pela fé! Porque a fé de fato opera coisas visíveis, seja pra quem precisa de muito ou de pouco, pra quem tem muito ou pouco, mas a fé opera muitas coisas...vamos entender: nem tudo que não acontece na vida de alguém é sinal de que este não tenha fé, porque não sabemos a que objetivo a  fé o levou! Da mesma forma que ter fé, tendo já muito, para alcançar um pouco mais, é mais fácil! Assim como é mais fácil você persistir num propósito com fé, porque vê humanamente  que as coisas darão certo! Ou seja, se o mar está pra peixe temos fé para uma boa pescaria. Podemos analisar o exemplo de uma pessoa tímida: se alguém a ajudar a se sentir confiante, vendo as coisas darem certo em meio a todo o seu temor, uma vez que um bloqueio intimidação as vezes é fruto de constates tentativas que não deram certo, uma espécie de azar traumático, mas quando a pessoa tímida vai vendo as coisas darem certo e encontra pessoas a apoiando, ela vai perdendo a timidez e se torna uma pessoa confiante, mas e quando a fé envolve a necessidade de esperar ao invés de possuir? Tentar as coisas sem saber como fazer? E quando confiar nas pessoas é arriscado? E quando envolve a solidão? Quando não há nenhuma perspectiva de ação e Nenhum apoio? 

Vemos no caso de Gideão, que ele foi intimidando-se a confiar no Senhor, por muitas vezes que viu os midianitas prevalecendo contra Israel, e teve de confiar em Deus contra todas as coisas negativas que viu por 6 anos, acreditando que Deus poderia estar mais uma vez com que à favor de seus inimigos, como vemos também a agonia de Jeremias quando diz: "Senhor, tu me convenceste e eu me deixei convencer por ti para profetizar a esse povo, mas a missão de enviar tuas mensagens se tornou para mim um engano, pois tu me envias para falar coisas ruins e por isso sou objeto de vergonha por causa da tua vontade".

Aqui é que os grandes homens da fé são provados! Um grande exemplo disso é Abraão, Abraão viveu promessas por 25 anos sem ver nem uma fagulhinha dessas promessas  acontecerem, até vir o nascimento de Isaque que era um milagre que testificava a vivacidade dessas promessas, antes disso ele era alimentado somente por inspirações em que Deus falava com ele sobre algo que somente veio a ser visto mesmo nos dias de Jacó, mas Abraão teve que viver a experiência de “viver das promessas”, porque não estava na prerrogativa dele próprio o realizar aquelas promessas! Ele teve que esperar, confiar no que Deus já tinha falado, questionando à Deus para receber informações, e passando por um processo de vida onde Deus nos momentos certos mostrou-lhe livramentos de proteção,  deu-lhe vitórias, falava com ele, aparecia à ele por anjos ou figuras humanas (como por exemplo: Melquisedeque)...Tudo para provar e exercitar sua fé, sua obediência e seu amor as palavras que Deus estava dando, embora sabemos que a escritura diga: “Deus a ninguém prova (ou tenta), antes cada um é provado por sua cobiça...”, ou seja, quando Deus nos faz passar por momentos difíceis dizemos que ele está nos provando ou que está nos pondo pra ser tentado pelo diabo, porque ele sendo Deus, sabe que quais momentos são difíceis para nós, mas ele espera que sejamos fiéis em todos eles, porque quer confiar em nós, e porque sabe que na maioria dos casos o que nos faz pecar mesmo ou nos sentirmos tentados é nossa iniquidade, pois como diz a escritura: “...vocês ainda não sentiram o que é sofrer até o sangue, não vistes ainda o monte tremer...”, embora Deus muitas vezes nos livra de estarmos frente a frente com situações que somente pela experiência podemos assumir: “Deus me livrou desta situação por amor, pois se eu não a suportaria, eu talvez pecaria, ou seria envergonhado”.

Não é assim que dizem quando agimos pela fé como Abraão: "nada acontece em tua vida, porque você não tem fé!" ou "você está crendo numa fantasia", mas aí é que está a maior demonstração da fé: Crer quando é impossível mesmo! Esperar por aquilo que a gente pode chegar ali e fazer, mas não faz porque sabe que não vai ser a mesma coisa. 

Quando a gente pensa que pode fazer alguma coisa, se Deus não deu a oportunidade, não dá certo! E eis aí então mais um dos elementos intrigantes de se viver pela fé, saber que nada acontece, nada! Se Deus não abrir a oportunidade! 

Jesus diz a igreja de Filadélfia: "eu sou aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, e que fecha e ninguém abre...", Deus estava querendo mostrar aqui, que o fato dos judeus estarem excluindo os cristãos do convívio social no templo físico de Jerusalém com as outras pessoas, não provinha da vontade dos judeus, mas da vontade de Deus! Pois Deus diz ter o poder de abrir! Ou seja, Deus não estava falhando diante daquela injustiça! E mais: Jesus diz ter o poder de fechar, ou seja, era ele que estava fechando, então, muitas vezes quando vemos muitas portas abertas, nos esquecemos que elas não estão abertas por acaso, nos esquecemos que é Deus que abre as portas de fato e elas não estão abertas por acaso, e também esquecemos que Deus pode fechar se quiser! 

Quando vemos as portas só se fecharem, podemos imaginar que Deus não tem poder de abrí-las se somos incrédulos, e nesse caso, além de Deus não se interessar em mostrar seus sinais à incrédulos, o paradoxo é que Deus para mostrar seu poder precisa abrir a porta para o incrédulo ver que ele abre portas, mas quando você crê num Deus Todo-Poderoso, o paradoxo é esse: Você não aceita que portas estão fechadas, e acha tão estranho que elas não se abram que começa a entender que há uma força maior fechando as portas, que não pode ser o diabo! Porque você crê que ainda que seja o diabo, Deus está acima dele! E se Deus tão estranhamente pode fechar e impedir você, ele também pode abrir com muita facilidade abrir, é só ele querer! Então você luta por isso como Jacó que mesmo vendo o anjo ignorá-lo insistiu como está escrito de Jacó em Oséias: “...em Betel achou Deus, chorou e lhe suplicou...”. 

Quem tem fé parece nunca desistir, mesmo quando tem de tirar água da rocha. Imagine, por exemplo: Esperar mesmo vendo quando já passou muito tempo mesmo, esperar mesmo quando as pessoas estão julgando você pela porta que você não pode abrir! 

Crer no que foi prometido, insistir mesmo vendo que deu errado tantas vezes por saber que aquilo é pra você! Ou seja, quando tudo vai dando certo vamos alimentando nossa fé, mas e quando vai dando tudo errado e você tem de ir contra a timidez e contra a espectativa e tentar mais uma vez, depois de ter dado errado tantas vezes! É mais difícil! Foi isso que Isaque fez cavando três poços dos quais dois foram antes confiscados, semeando no lugar da fome... 

Não falo de sermos teimosos, porque o mesmo Espírito que move a fé como uma vocação, move o impedimento como uma limitação, ou seja, de alguma maneira entendemos ou vamos entender se aquilo pelo que lutamos pode ser alcançado pela fé ou se  deve ser abandonado, pois como Samuel disse: “a desobediência é como pecado de feitiçaria, e a teimosia no erro é como idolatria”.

A fé não é uma varinha mágica que nos leva a alcançar seja o bem seja o mal e dominar o mundo, mas um elemento que nos permite viver em Deus seja para esperar, seja para realizar, seja para doar nossa vida, seja para sobreviver, por isso que a escritura diz que o que vence o mundo é a nossa fé, ou seja, a fé é a capacidade de ver as coisas pela mesma perspectiva de Deus, e também diz: "...com o escudo da fé, com o qual podemos apagar os dardos inflamados do maligno", ou seja, a fé pode ser algo ativo para agirmos e realizarmos coisas, mas também um entendimento que nos ajuda a mantermos a postura correta nos propósitos de Deus. 

A vida de Abraão mostra muito esse momento em que ele tem de esperar que Deus realize um propósito no tempo certo, assim como ele toma atitudes, por exemplo: Deus disse à ele: "sai da tua terra, da tua parentela, e vai pra onde eu te mostrarei", ele não sabia pra onde iria, mas ele agiu conduzindo-se pra algum lugar. Vemos depois que saquearam o seu sobrinho, e ele agindo tomou 318 homens e partiu em batalha para resgatá-lo. Depois vemos que veio a fome e ele agindo foi ao Egito, ou seja, Abraão era ativo conforme as oportunidade e esperava em Deus conforme o propósito que ele só podia seguir conforme Deus ia lhe dando aos poucos a seguir, ou seja, a fé lhe dava confiança para tomar atitudes conforme era necessário e esperar quando era preciso.  

Duas coisas são sempre comuns num escolhido de Deus dizer quando está sendo forjado por Deus: “Deus me abandonou! Por que está acontecendo isso?” (Salmo 22) e “que coisa incrível! Situações ruins me sobrevém juntamente com a ação de várias pessoas como um plano forjado no inferno para me destruir!” (Salmo 69). 

Aqui está o momento mais intrigante, e tudo isso é como que um "milagre ao contrário", é quando Deus permite que os poderes da vida conspirem contra você para te provar, como foi com Jó, e você vai perceber duas coisas interessantes que as situações que você passa, todas elas mexem com seus pontos fracos e te levam ao desespero e a aflição, e dão a impressão que Deus te abandonou, as vezes somente por fora, mas em alguns momentos até por dentro. Essas situações as vezes vão te provar demais, até o ponto em que você pode cometer erros que não cometeria se tudo estivesse normal, pois se você não permanecer de maneira centrada em Deus em todo esse momento horrível de desesperança, perseguições, e conflitos internos pode pecar, e tudo isso se torna um ensinamento de que só em Deus você terá vitórias. 

Nesse momento pessoas te julgarão, não sabendo que você foi além dos teus próprios limites e suportou o que outro em teu lugar em muito menos tempo, ou teria negado o Senhor, ou ficaria louco, inclusive quem se atreve a te julgar ou fazer pouco caso da tua luta  defendendo até quem está te prejudicando aumentando mais ainda a tua aflição, sendo isso mais um elemento da provação! 

Você passará por situações de extrema aflição que serão totalmente invisíveis a todos ao teu redor, coisas que só você entenderá, situações que estão associadas com coisas exteriores e pessoais (Salmo 102). 

O contraponto interessante é que em alguns momentos, se você tiver sutileza e perceber o caminho por onde Deus tem te levado, verá algo intrigante: Ao mesmo tempo que você tem sofrido coisa terríveis, as piores coisas que você no seu intimo qualifica que ainda não tem condição alguma de lidar, não te sobrevieram!  Porque Deus não deixou! Como que sendo Deus te preservando, mesmo você tendo passado momentos difíceis. 

Dentre as coisas que Deus usa para nos aperfeiçoar, estão o ter de lidar com pessoas que pensam te manipular, pessoas que te  subestimam, pessoas que te humilham, ter de lidar com a escacez “milagrosa” das coisas, com a falta de dinheiro ou de comida, quando te falta oportunidade de ter o que fazer para alcançar alegria para a tua vida pessoal, ou você está desempregado, quando vive de favor, ou quem te acolhe é avarento ou está querendo te ver por baixo, quando você depende de pessoas  traiçoeiras, quando você não consegue arrumar emprego e aparecem pessoas pra dizer que você não quer trabalhar, quando a porta que abre logo se fecha depois, quando a pessoa que gosta de você logo te odeia porque alguém levantou uma calunia, quando a única pessoa que parece te amar é a mesma pessoa que também te faz perder oportunidades que você sempre sonhou, quando é o seu chefe  mesmo que está conspirando contra você perder o emprego e o patrão não vai acreditar, quando você fica mais gordo por comer o que não presta passando fome por não ter o que comer, mas te foge o apetite para comer, porque alguma coisa tem tirado o seu sono e isso está  começando a te causar úlcera no estômago...Todas essas situações são muito aflitivas. 

As vezes Deus apenas te deixa em uma situação onde conflitos internos se manifestam com força, por muito tempo e você não entende a explicação, nem o porquê disso (Salmo 88).

A escacez, a vergonha, a aflição, a calunia, a subestimação, a instabilidade na vida acerca do amanhã, o perigo, a ameaça, etc...O lidar com essas coisas são elementos da provação e aperfeiçoam o “eu”, assim como ensinam-nos respostas. 

Outra coisa interessante é que além de você ter de enfrentar perseguições mútuas de pessoas que parecem que combinaram te afligir (e as vezes até combinaram em alguns casos), você tem de lidar com a descrença das pessoas quando você explica essa série de aflições em conjunto, quando as pessoas fazem pouco caso da situação, porque veio sobre você uma “onda de azar” que ninguém nunca passou, a qual te faz parecer culpado pelas coisas que vieram contra você, ou seja, você torna-se culpado pelo seu fracasso, ou um inventor de inimigos (Salmo 35), porque de fato todos tornam-se teus inimigos, sejam os maus que o são e vão negar pra tentar pôr você em desespero (Salmo 55), como os justos que não crerão em você (Salmo 129), da mesma maneira também pessoas  mesquinhas quando são reputadas por justas na sociedade, por serem simpatizante da falsidade e da inveja humana, por verem a tua integridade, de bom grado hostilizarão também.

José era presidiário, me diga qual presidiário alimenta-se bem? 

Davi estava sendo perseguido pelo rei, me diga quantas pessoas numa igreja são contra um pastor ainda que ele seja injusto? 

Imagine a agonia desses homens! A fome, a escacez, a perseguição, a injustiça, a solidão, e tudo acontece de maneira “milagrosa”. Assim você percebe o dedo de Deus num propósito. 

Lembra de José com a mulher de Potifar? Já aconteceu de você ser vitima de uma injustiça e outra pessoa apoiar quem te fez o mal e você ter de fugir e ainda ouvir as pessoas dizerem que você é louco por fugir do perigo? Agora junte isso ao fato de que um certo dia essa pessoa que te prejudicou agora se volta contra o seu cúmplice, então o cúmplice diz: "o inocente tinha razão você é um culpado!", mas depois de algum tempo, por causa de interesses pessoais, o cúmplice diz: "é, eu me enganei, o culpado não é culpado, eu é que fiquei louco de repente  e fugi das mãos do culpado", ou seja, dizendo isso o cúmplice, a culpa da maldade do recai sobre o inocente, porque o cúmplice diz ser louco igual a você! E depõe à favor do culpado dando o mesmo testemunho que o culpado, causando estranheza em quem te ouvir dizer que duas pessoas depõe contra você a mesma coisa e mais, quem foi vitima agora defende o culpado contra você que é inocente! Quem consegue suportar isso? Alguém já chegou a supor que Potifar já imaginava que sua mulher era uma adultera, mas mesmo assim a defendeu para defender sua reputação, custando com isso a vida, a liberdade e a felicidade de um jovem inocente de cerca de 28 anos. 

Num momento de sua vida, Davi chega a interrogar o próprio Deus, num clamor ao rei Saul, pois Saul era o rei ungido de Deus, e Deus podia impedí-lo de fazer mal a Davi, mas não impedia, então Davi diz: “Se é o Senhor que te incita contra mim que ele aceite uma oferta pelo meu pecado”, e não havia pecado algum de Davi! Davi diz: "meu pai Saul, porque me fazes mal?", ou seja, Saul era pai de Davi? Não! Era um costume chamá-lo de pai, mas por que? Porque Saul antes prestava consideração à Davi como um filho. Saul diz: “és tu meu filho Davi?”,    Davi prestava obediência à Saul como um pai. Por que a escritura faz questão de apresentar Davi como filho de Saul, e Saul como pai de Davi? Porque Saul simboliza uma autoridade superior seja qual for que odeia a autoridade submissa e a persegue injustamente! Também tipifica a rivalidade que tinha os pais judeus contra os filhos cristãos nos dias dos apóstolos.

O que Saul estava tramando mandando Davi à lugares perigosos lhe oferecendo recompensas? Que ele vivesse? Já viu um pai intentar isso contra o filho? Mas Jesus falou que nos últimos dias isso aconteceria, chegou a dizer inclusive do evangelho que ele causa a separação entre o bem e o mal dentro de uma casa quando diz: “vim causar divisão...os inimigos do homem então serão os de sua própria casa...”, muitas pessoas não tem entendido que o verdadeiro evangelho causa reações diferentes das reações costumeiras onde há uma paz que Jesus disse que não veio trazer! Como o apóstolo Paulo disse: “na  verdade todo o que deseja viver justa e piedosamente será perseguido”. 

O que Saul intentava oferecendo-lhe Mical por esposa? Que ele fosse feliz? O que intentava Saul fazendo questão que ele não faltasse nos banquetes? É muito comum pais que perseguem filhos, não está escrito isso na escritura à toa, e há pessoas que de fato intentam mais do que destruir a vida de um subordinado, filho, ou conjugue por inveja, humilhando, sobrepondo-se e até tramando contra a segurança dessa pessoa. 

Não vieram os Zifeus denunciar que Davi estava escondido de Saul com eles? Esses Zifeus entregaram um fugitivo nas mãos do caçador? Você nunca viu pessoas próximas fazerem isso? Pastores de igrejas que ao invés de guardarem à vitima a entregam na mão do culpado. As vezes até por causa de uma cumplicidade de levinho com o mal, como Rúben, que protegia a José superficialmente, mas sabia que os irmãos dele estavam lhe pisando, porque no fundo tinha algo contra José também, pois era o chefe da casa depois do pai, era o primogênito, o mais forte e autoridade reconhecida, podia dizer: “basta” e ninguém tocaria em José, mas ele deixava!

O que Saul respondeu ao Zifeus quando denunciaram Davi que estava agora em segurança? "Benditos sejam vós do Senhor! Ide e informai-vos onde ele está porque este homem é mui astuto!". (Salmo 52, 1Samuel 21, 22, Salmo 53, 54, 1Samuel 23, Salmo 56, 1Samuel 19, Salmo 57, 1Samuel 22, Salmo 58, Salmo 59, 1Samuel 19, Salmo 120, 123, 124, 129)  

A falta e a escacez são sinais de jejum. Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo, ou seja, Jesus foi levado à  um lugar quente de dia, e muito frio à noite, para sentir privações e o diabo era o seu companheiro! 

Quando Davi estava protegido e as coisas pareciam estar indo bem, vinha Saul perseguindo-o e ele tinha de abortar mais uma oportunidade! E quando não há para onde ir nem por onde começar como foi com José, e com Elias que não tinha nem onde arrumar um emprego? A adversidade tornou-se a missão deles! José estava numa faculdade de reflexão para se tornar o homem mais sábio do mundo! E Elias na missão de fazer o céu parar de dar a graça que aquele povo não merecia e testemunhar que Deus existia!  

Quem já morou de favor sabe o que é isso! E não tem pra onde ir! Estar sujeito a avareza de seus irmãos, assim foi com Jefté desde sua infância, e certamente seu pai não o defendeu, porque era a autoridade da casa! 

O seu computador era o seu ganha pão, mas pifou! O que fazer agora? “O que é isso? Foi só eu me sentir melhor que eu perco minha estabilidade!”, “Nada dá certo!”,  “quando tem uma coisa a outra vai embora!”. Davi dava o dízimo de tudo que possuía! Mas também houve momentos que não podia dar também, porque vivia foragido, e porque ele mesmo disse: “cumprirei meus votos na presença de todos”? Devia ser porque na terra dos filisteus não se podia cultuar à Deus no tempo! 

Deus equilibra tudo pra que você não perca a experiência que vai trazer agonia à tua carne e te ensinar a ter domínio.

A vergonha e a humilhação são elementos que aperfeiçoam a humildade e desenvolvem a anti-vaidade pessoal! Por exemplo: Jó ficou com mal hálito diante da mulher, ele ia fazer o que? Também não tinha o que comer porque perdeu tudo, e ele dizia: “...e se eu pecar ai de mim”, pior ainda! “Meus amigos vendo meu fracasso se afastam de mim, e zombam de mim até as crianças” (Jó 19).

O rei Davi estava fugindo de Saul que queria tirar-lhe a vida! Como um ser humano consegue encontrar descanso sabendo que toda uma nação o está caçando para tirar-lhe a vida tendo de fugir de caverna em caverna? E pior, isso estava acontecendo, e no princípio nem Jônatas melhor amigo de Davi acreditou que era verdade! 

Imagine como José se sentiu quando foi caluniado! Como fica o coração de um jovem ao ser acusado de tentar estuprar a esposa de seu maioral ou assediar uma mulher, e ainda ser castigado ficando com uma má fama?  

O salmo 69 e o Salmo 22 contam uma sucessão de vergonhas, humilhações, solidão, fome, tristezas, calunias, perseguições de pessoas...Tudo isso sobrevinha sobre o salmista gerando uma grande depressão descrita como “muitas águas”...A oração constante, a humilhação diante de Deus, e o desrespeito das pessoas até quando ele se aproxima de Deus, como se a aproximação de Deus torna-se mais um motivo para ele ser mal considerado sendo chamado de hipócrita. O salmista chega a ser jogado contra o próprio Deus, e Deus sendo poderoso e fiel não agindo...

Consegue compreender que no Salmo 22 descreve-se uma aflição com um virada na metade do salmo? Isto é, uma morte e uma ressurreição! É quando Deus depois de provar seu servo, o levanta e o exalta, e Deus toma a rédia num tempo oportuno, e dá testemunho de sua fidelidade que foi desde o início!

Jó queixa-se da maneira tão miraculosa com que todas aquelas coisas horríveis vieram sobre ele. 

Muitas pessoas ensinam que Jó ficou doente e perdeu a riqueza, e os teólogos modernos entram nas suas teologias para explicar que no fundo Jó tinha algum pecado ou erro...Ora se isso é verdade, não precisaria aqueles três amigos de Jó acusá-lo, já temos os teólogos de hoje em dia! E se havia algum pecado ou erro em Jó que justificasse o que ele passou, então os amigos de Jó tinham razão no que falavam e Deus não tem razão alguma em ter dito que Jó era inocente tendo dado testemunho de que não havia ninguém como Jó! Em outras palavras, o livro de Jó não teria nada a nos acrescentar e não deveria nem existir, pois se Deus mesmo não tem razão ao dizer que Jó estava certo e os amigos de Jó estavam errados, então os amigos de Jó estavam com a razão! Não! Jó era justo! O que Deus mostra no final do livro é o seguinte: “Eu faço as coisas de acordo como eu quero, segundo meus propósitos!”. 

Deus queria que Jó passasse pelo que  passou para que ele fosse aperfeiçoado em Deus, Jó não se tornou mais justo, porque Deus já no inicio dava testemunho disso! Assim como você que sente que está enfrentando lutas com um propósito divino. O que Jó aperfeiçoou foi sua visão de Deus e acerca da vida e do próprio Deus. Jó tipificava o próprio Senhor Jesus, que foi desafiado por Satanás se seria fiel vivendo as aflições de um ser humano, o qual desceu de sua glória, se fez como os homens, sofreu até as ultimas consequências todas as aflições e dores dos homens e deu testemunho de amar à Deus sob todas as coisas ruins que um ser humano pode sofrer, sendo fiel até a morte e morte de cruz, pois cruz significa: dor, vergonha e aflição. E também o Senhor Jesus deu testemunho de resgate dos homens, porque deu sua vida para resgatar os homens que criou, os quais foram aprisionados por Satanás pelo pecado como afronta de Satanás ao amor de Deus, o qual assim como os amigos de Jó, os quais ficaram debaixo da ira de Deus, tendo Deus encontrado sinceridade em Jó, mas encontrado injustiça nas palavras dos amigos de Jó, embora as palavras de Jó fossem queixas, reclamações, e  lamentações por atribuírem que Deus não era clemente e misericordioso, e por não terem reconhecido a gloria de Deus em Jó, o qual era bem testemunhado pelo próprio Deus. Jó então  ora por seus amigos, demonstrando por eles compaixão que eles não mereciam por ter tanto o afrontado em sua dor. 

Um ponto interessante é que a tua justiça pessoal pode ser bem menor que a de Jó e dos patriarcas da escritura, sendo motivo para que  te digam que você não é um escolhido, mas assim como a justiça de todos os patriarcas é muito inferior a justiça do Senhor Jesus, a tua pode ser inferior à dos patriarcas, mas se você tem o coração de um escolhido, quando abraça a intenção de ser segundo o coração de Deus.

Ter um coração segundo o de Deus está mais associado às tuas intenções do que tuas obras si, lembre-se de Pedro que negou Jesus três vezes, coisa que Jesus já havia previsto e não ia revelar à Pedro se ele não retrucasse Jesus quando Jesus fez menção que ele era o mais fraco dos discípulos quando disse: “Satanás reclamou vocês para vos peneirar, mas eu roguei à Deus especificamente por você Pedro, para que tua fé não se enfraqueça” e depois vemos Jesus lhe dizer: “você morrerá por mim?”. Mas foi este Pedro, que cria, mas duvidava depois, que falava a verdade por saber ver os valores de Deus, mas depois se deixava iludir por Satanás, que queria ser mais humilde que Jesus, mas se humilhava sem se envergonhar, foi este Pedro que Jesus escolheu para ser um dos líderes da igreja em Jerusalém, e o levou para a visão da transfiguração deixando os outros 9 discípulos sem ver esta maravilha.    

Quando Deus escolhe alguém para passar por essa experiência, Deus já vê na pessoa um potencial, sempre que Deus escolhe alguém, ele  nunca escolhe por méritos e obras, pois isso seria vergonhoso para Deus, eleger um ser humano por ser bom em alguma coisa humana, pois se fosse assim os professores de psicologia, os matemáticos, os alquimistas, os gênios, os músicos todos estariam salvos, e são esses os que mais negam à Deus com suas palavras, mas não importa isso como crédito à Deus, a não ser o fato de que Deus olha do céu e procura pessoas que se guardam do mal e buscam o bem por temor à ele mesmo sem conhecê-lo.

Note que Deus não escolhe pessoas por méritos como Paulo diz: “Se Deus escolheu Abraão por obras ele teria o que se gloriar em si mesmo”, mas Deus olha o que os homens fazem. Deus olhou que Jó era reto e obedecia à ele de coração sem que ninguém lhe ensinasse a ter tanta reverência à Deus. Deus viu que Moisés estava no Egito, mas tinha um coração clemente pelos seus irmãos. Viu que José era honesto entre seus irmãos podendo ser malvado como eles, e viu o seu coração sensível 13 anos  antes do dia de seu reencontro com eles. Viu que Davi temia o Senhor quando era alguém sem nenhum valor em sua casa e subestimado.  Deus viu que Cornélio, um centurião Romano, se sentia cativado pelo temor judeu segundo a lei de Deus e dava esmolas...Todos eles não alcançaram graça como se suas obras lhe conferissem preeminência para com Deus, mas suas obras demonstravam seus valores como pessoas tementes que davam preeminência à Deus. 

Vemos que Jesus chamava pecadores. Mateus estava colhendo impostos ainda na coletoria romana, e Zaqueu ainda roubava, mas Jesus viu que aqueles homens se achegavam ao temor mesmo debaixo ainda do pecado, aqui percebemos um elemento de fé e de obras, quer dizer que a graça de Deus observa a quem vai escolher, e a graça que se libera pela iniciativa de Deus e nunca do homem, também essa graça, ela só se deixa liberar quando nota um movimento humano ainda que inconsciente do homem tentar chegar à Deus, mesmo sem conhecê-lo, até porque todos os dias quem chama os homens para si é Deus, em todo tempo, dando alimento, mostrando belezas naturais, do mesmo jeito que transtorna o caminho de pessoas egoístas e perversas que antes de se queixarem de Deus deveriam observar como se procedem num espelho. 

Deus tem uma visão que está entre as obras e a fé, mas nem mesmo a fé pode comprar o coração de Deus, porque Deus resiste aos soberbos.

Quando você passa pela prova você vai ouvir as pessoas julgarem sua vida, e isso tirará muitas lágrimas de teus olhos, dirão que você é orgulhoso diante de Deus, que você se acha melhor que os outros, que você não ora muito, mas essas pessoas é que são todas essas coisas ruins que falarão de você, como falaram com Jó! E você as vezes vai abaixar a cabeça e chorar, e confessar faltas as quais mostram que você é mais limpo que essas pessoas, mas mesmo assim não foi por isso que Deus te escolheu, Deus não te escolheu porque você é melhor que elas, mas Deus te fez melhor que elas porque Deus a cada dia demonstrou que é Deus e você com sutileza foi se dando lugar, ainda que inconsciente, nas provas invisíveis das vida, nos castigos que você recebeu, mesmo antes de você conhecer a Cristo, até você descobrir que por inveja essas pessoas falavam isso de você para te abater por terra. Você confessará erros  por um centímetro que as pessoas atribuirão à você por um quilômetro, você vai descobrir que andava por gente orgulhosa e má, e que você era a criatura mais pura e e ingênua daquele meio, mas por causa dessas coisas que vieram a ti você será tido como uma criatura pecadora, porque Deus quer te fazer como ele, como está escrito de Jesus: “...foi contado com os transgressores...”.

É preciso uma sabedoria para lidar com esse momento, mas isso é assunto para um próximo livro, o importante é você entender que um escolhido é forjado por adversidades e nenhuma delas serão agradáveis, e aquele que julga a alguém pelo que a pessoa enfrenta, ofende a todos do patriarcas justos e honestos, desde Paulo e João até o Justo Abel. Ofende ao próprio Senhor Jesus que deu bom testemunho deles, se fez pobre humanamente como eles e sua justiça vai além de qualquer um deles. 


A exaltação de Deus


No mundo todos querem chegar o mais alto que puder, e aqueles que chegam nas alturas geralmente são aqueles que lutaram muito para isso. Certa vez eu vi um grande empresário palestrar sobre estratégias de venda e negócios, e pude ver aquele homem culto e simpático, que chegou alto em sua posição, convidar alguns dos grande empresários de nosso país a se assentar numa mesa para dar conselhos sobre vendas, negócios, e para opinar sobre aqueles que se punham à julgamento para desenvolverem bem a função, e pude notar que aparência daqueles homens era com a aparência de animais selvagens dispostos a atacar a presa. Eram homens com um espírito de guerreiros nas suas áreas, eram homens que estavam ali porque lutaram contra homens, derrubaram muitas outras barreiras, e não perderam tempo com quem estava do seu lado atrasado, nem dispuseram investimento falível em coisas passageiras por nenhuma exceção.

À principio esse é o segredo do sucesso, a palavra de Deus diz: "escolhi ao filho de Jessé, e ungi a um que é esforçado", referindo-se à Davi. Jesus também diz: "Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e a porta se abrirá", Deus nos ensina que a vida é feita de movimento para se alcançar as coisas quando estão ao nosso alcance, quando também diz: "os que esperam no Senhor...Correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão", ou seja, esperar no Senhor aponta para paciência no que só Deus pode fazer prosperar e dar certo, aponta para confiar no agir de Deus por nós, mas correr aponta para nos esforçarmos nas nossas metas, e nos movermos, mas o ponto interessante é que o texto diz: "os jovens se cansam e se fatigam", mas porque o texto se refere ao jovem? Embora muitos "velhos" gostem de usar esse texto para defender seus "ransos", o que o texto quer contextualizar é justamente o contrário, que: "jovem" significa a humanidade na sua mentalidade imatura, porém forte, a força humana no seu vigor máximo, mas associado com a ignorância às coisas espirituais, a força associada com a mediocridade, a ousadia com as metas pessoais e individuais humanas, a atitude associada com a inexperiência, ou seja, o ser humano maduro em Deus é que seria aqui o velho, diferente do ser humano comum, porque sabemos que muitos jovens fizeram a diferença e deram lição à muitos anciãos nas escrituras, porque nesse contexto, o jovem aqui pode simbolizar o ancião! O ancião que se acha o 'tal' porque é velho do mesmo que o jovem se acha o 'tal', porque é jovem! O jovem que se posta como ancião sendo um ignorante, ou o ancião que se posta como sábio sendo abominação diante de Deus, como diz Jesus: "pois aquilo que é elevado entre homens é abominação para Deus".

O ponto intrigante então é que: José, Moisés, Gideão, Jefté, Rute, Davi, Salomão, Eliseu, Daniel, Neemias, Mardoqueu, Ester... Eles nunca moveram nem uma palha pra chegar onde chegaram, nem para ter o que tiveram, por mais que meçamos suas vidas por suas obras, dignas de pessoas justas. Eles chegaram a posições altíssimas, mas podemos dizer que Deus os viu, os chamou, e os levou para que chegassem lá, ou seja, eles se esforçaram, mas um esforço, não para chegar nessas posições, mas um esforço por agradarem à Deus! Aí sim receberam promessas de serem grandes, eram apenas pessoas que temiam muito à Deus, mesmo em troca de nada, e muitos deles, por mais que talvez fossem visionários em seus sonhos, e direcionados em suas metas não imaginavam chegar tão alto, ou não ambicionavam tanto, por isso Deus os provou e os treinou. 

A humildade que esses homens tinham que os fez chegar tão alto. Não era o ato de abrir mão de grandes aspirações, nem de não deixar a fé os levar ao impossível e ao grandioso, porque depois das promessas (e alguns antes das promessas, por causa da fé) todos eles criam que poderiam de fato chegar onde seus olhos não viram como vemos Abraão, Jacó, Jabes, Eliseu, Ezequías, Josias, Neemias, apostolo Paulo... Que eram visionários da fé. 

Alguns desses homens que vieram com grandes promessas tiveram de andar por lugares baixos e experimentar as maiores desventuras por andarem com Deus, contemplando a contradição de servirem um Deus tão grande, crerem nele, mas sentirem a fraqueza e o desprezo, para que Deus pudesse ver que apesar da fé que tinham de que poderiam em Deus chegarem tão alto, e de suas aspirações, no fundo, o que mais queriam era estar em paz com Deus, estarem livres e protegidos. 

O grande rei Davi reconhecido pela história mundial, por exemplo, que na escritura é citado como apenas Davi, o filho de Jessé, varias vezes deve ter tido que lidar com seus irmãos de braços cruzados olhando com desprezo pra ele, ou falando-lhe palavras de desprezo e subestimação. Vemos Jefté, que deve ter visto seus irmãos cada um disputando por seus interesses, enquanto que ele chega a ter que sair de casa por ser vitima de uma discriminação. Vemos José, que recebendo uma promessa de ser rei, nunca teve a escolha de ir para queria, mas sem poder decidir sobre sua própria vida, foi levado como escravo ao Egito, José que toda vez que fazia o que era certo, isso mesmo o jogava mais fundo em sua solidão e desventura na vida. Vemos Jeremias que estava sempre do lado certo não importava o que acontecia, o qual foi perseguido e humilhado por apregoar a justiça ao seu povo, sendo vitima de prisões, açoites e o ser tratado como louco e ser vitima de conspirações como se fosse inimigo da nação unicamente por advertir as pessoas do juízo vindouro. Vemos Moisés que nunca brigou para ser grande no Egito, mas preferiu se compadecer de seus irmãos hebreus. Vemos Rute que não abandonou sua sogra por ter um coração bom e compassivo. Vemos Rebeca que era caridosa e não sabia que iria encontrar a benção de sua vida. Todas essas pessoas encontram a benção batendo em sua porta, porque tinham no temor à Deus um investimento independente do que esse temor podia lhes gerar, e mesmo crendo na providência divina, viram suas vidas se atrasarem por muito tempo confiando que temer à Deus era lucrativo, independente do lucro naquele momento.

Agora te pergunto: qual a distancia entre Davi como rei de todo Israel e seus irmãos como soldados do deposto rei Saul? Qual a distancia entre José como governador do Egito e seus irmãos que eram pastores de ovelha 'nos porões' da terra de Gósen? Será que Orfa conseguiu casar com um rapaz que era dono de uma fazendo enorme como Rute? E alguém mais teve lugar de conforto em Babilônia nos dias de Nabucodonosor além de Jeremias? Vemos que a recompensa de quem serve a Deus de verdade sempre é mais sublime do que quem luta por posições.

    Podemos ver até na igreja, a disputa pelas posições, ou em outro lugar por outra coisa na vida, e nessa disputa, muitos pisam em alguém, esbarram em um que cai no barranco, puxa-se o tapete de outro, dá-se uma cotovelada pondo pra fora com jeitinho a mais um. Atitudes anti-cristãs que se disseminam com o imediatismo humano, agora dentro da igreja! Com a vaidade aparentando vida espiritual, com hipocrisia aparentando seriedade, e com a busca dos interesses pessoais sendo  apregoado como virtudes do Cristão, ou seja, deixando o Senhor Jesus fora da igreja, expulsando-o, porque amar a Cristo é servir o próximo, uma vez que ele disse isso na "parábola do grande julgamento", uma vez que adoração não é  demonstração de amor para Deus, mas o retorno do benefício que trás a vida ou a provisão, que recebemos primeiro dele, na forma de gratidão ou louvor. As pessoas estão louvando e adorando à Deus com suas próprias disposições, não são movidas pelo Espirito de Deus, porque não estão demonstrando retorno de nada que receberam antes de Deus, mas antes estão 'marcando ponto' como religiosos para si mesmos, são pessoas amarguradas ou infelizes, que estão se sentindo espirituais, e governando a igreja no lugar de Jesus, ao ponto de que a pessoa mais humilde da igreja não é aquela que pratica a palavra de Deus, mas aquela que primeiro obedece as ordenanças do pastor, e se submete ao autoritarismo dos subordinados do líder, aí sim, depois obedece à Deus.

Vemos um exemplo na escritura interessante: Vasti. A rainha, a qual faz um banquete dentro da casa do rei, e este a chama para o seu banquete, isto é, o banquete do rei! Mas ela recusa-se a ir. Por que estava muito ocupada? Estava doente? Estava incomodada com a insistência do rei? Não! Ela estava muito embriagada com o seu banquete! Jesus disse que se você quer recebê-lo deve receber o necessitado, isso porque a palavra de Deus é Jesus, e amar Jesus é amar a Palavra, e o único meio de você servir à Jesus, que é invisível, é você servir o próximo! E outra coisa todas as virtudes boas que a palavra de Deus espera de nós só são expressadas mesmo nessas horas, uma vez que amar a Jesus, é amar praticar a palavra de Deus. Então também que do mesmo jeito que Jesus veio ao mundo sem nada de belo ou desejável humanamente, assim também, quando o necessitado aparece na imagem desprezível humana de alguém que precisa de você e não tem nada a te oferecer, do mesmo jeito que você deseja então servir a Jesus e isso vai te custar o prejuízo em troca da honra de servi-lo e ser por ele recompensado no porvir, este individuo necessitado é a imagem corpórea do próprio Senhor Jesus humano que se manifestou há 2000 anos atrás sem nada de humano aprazível a oferecer a ninguém sendo porém 100% preeminente! Sabia que é assim que Deus quer que você trate a seus irmãos da igreja e aos necessitados! Parece um jugo pesado, mas é só para que entendamos que se estamos fazendo outra coisa diferente disso, que pelo menos calemos a boca antes de nos exaltarmos por coisas que Jesus não aplaude quando fazemos!

Amar a palavra de Deus não é ler a palavra, nem ouvir, nem adorar a Jesus, ora, isso tem o seu valor na nossa vida espiritual, mas se Jesus é o Noivo, a noiva faz muito quando se oferece ao noivo e realiza o sonho de ser amada! Ou seja, a grande verdade sobre quem se vangloria tanto nessas coisas devocionais é: ou estamos fazemos o grande favor de buscar à Deus como se ele fosse muito dependente de nós, ou buscar à Deus é uma coisa tão chata, que quem faz essas coisas devocionais é considerado uma pessoa muito espiritual! Qual das duas coisas está certa? Ou seja, se buscar à Deus é algo que faz você se sentir tão grande perante os outros, é porque então é penoso! E se é penoso, por que você se vangloria como se fosse prazeroso? Isso é uma hipocrisia. E se é prazeroso que glória você tem perante os outros como se estivesse fazendo algo tão difícil? 

É interessante como é justamente aquelas pessoas que são reputadas por mais espirituais que quase sempre mostram Deus dessa forma! Jesus disse que prestar serviço à ele é dar a vez, é promover a oportunidade aos outros, é sentir o sofrimento dos outros, é ser amigo ao invés de ser pastor... Acredito que o Espirito Santo não precisa inspirar alguém a escrever isso num versículo para alguém entender não é? Ou precisa de um livro chamado: 'Tua obrigação não escrita Capitulo tal Versículo tal'? 

Você mostra que ama à Deus quando faz o bem a uma pessoa muito ilustre! Quem? Jesus? Não! Ele não precisa de nada! E se você faz o bem por alguém tapando o nariz e só consegue ser generoso com alguém imaginando que pra Jesus, ai então sim você ajuda, já um sinal que você está longe de Jesus, porque quem tem aversão aos irmãos e precisa imaginar que faz pra Jesus já demonstra que não tem o amor de Jesus, do mesmo jeito que quem serve ao irmão com ódio, porque quer lhe ver cair mais à frente, para mostrar-se bom a si mesmo, ou para mostrar que a pessoa é incapaz, mas você pode manipulá-la! Não tem amor de Jesus nisso, mas um espirito de traição e de soberba.

Jesus nunca ensinou ninguém a fazer o bem com falsidade ou com prepotência, ele quis dizer que façamos o bem a quem nos odeia tentando ser bom ou generoso com sinceridade mesmo com a pessoa malvada e falsa, mesmo sabendo que essa pessoa é má e não merece, agora se somos falsos ou maus igual a pessoa, isso não valor nenhum pra Deus! Da mesma maneira que é muito melhor não fazermos aquilo que Jesus falou à serviço do diabo! 

Quanto alguém é comprado com o sangue de Jesus e serve direitinho o Senhor Jesus, esse alguém é tido pela escritura como uma pessoa ilustríssima, pois foi comprado com o sangue precioso e sem preço do rei dos reis! O qual essa pessoa não negou e tem sido reverente em servi-lo. Então servir a um irmão em Cristo deve ser uma honra e o mais bonito pra fechar com chave de ouro: Você não fez mais que a sua obrigação! 

É até ridículo você se comportar altivamente porque deu um pedaço de pão a alguém! Ou porque orou por alguém, é claro que por custar algo pra ti você pode sentir-se feliz em ser cooperador, e você terá uma recompensa se isso custou o teu labor com certeza, mas chega até a ser cômico pra Deus se você age de maneira avarenta achando que fez muito, pois se você sendo cristão acha que está sendo pesado ajudar alguém, faça o seguinte: uma vez que você é um cristão, se a coisa foi pesada pra você, indique outra pessoa que possa ajudar essa pessoa ao invés de despedi-la de mãos vazias reclamando, porque aí você vai ver que talvez a humilhação que essa pessoa passa está agora sendo transposta para você, e se você não quer ajudar não humilhe e também não seja perverso impedindo outro de ajudar, mas seja humilde passando a bola pra quem quer ajudar, é o mínimo que você pode fazer! Se todo mundo fizesse isso seria bem legal!  

Chega a ser nojento diante de Deus reclamar por dar de comer a alguém quando nos sobra mais do que para comer, porque já parou pra pensar: você come e bebe igual a todo mundo! Do mesmo jeito que a ingratidão é nojenta pra quem desvaloriza um irmão que serviu de coração puro, que amou as pessoas para dar honra a um líder indolente com as pessoas, ativista, do mesmo jeito que é nojento o serviço do ímpio que destrói a alguém por anos e depois faz o bem justamente para dizer que nunca fez o mal, ou que sempre fez o bem! Ou seja, ninguém precisa ser grato a mim além da consideração e respeito por eu ter agido corretamente, porque todos precisam de ajuda! Se você pensa que não precisa de ajuda alguma, já é um sinal de que você precisa, porque se nunca te faltou nada, poderia faltar e Deus tem dado! Logo alguém tem te ajudado! 

Os patriarcas foram notados por Deus porque foram o perfil de servo que teve por honra o temor à Deus acima do que ele poderia dar em troca, foram excluídos pelos seus irmãos, subestimados por seus companheiros, desprezados, perseguidos, chegaram a viver abaixo da sociedade por causa da honestidade, como por exemplo: Elias e João Batista, que vestiam peles de camelos, tomavam banho quando podiam e não tinham onde reclinar a cabeça, porque uma sociedade decaída não podia conviver com eles por causa da justiça. 

Vemos Davi que chegou a andar como desempregado, sem pão pra comer, tendo que pedir, sendo deixado pela sua mulher Mical no momento de pobreza. 

Vemos Jeremias que por não corromper seu discurso e por confiar em Deus, fazia o que era certo, mesmo vendo a verdade lhe trazer prejuízo e humilhação, o qual foi lançado numa cisterna cheia de lama. Um homem justo!

É preciso saber que os valores de Deus não se misturam com os valores dos homens e às vezes para alcançar uma alta posição precisaremos derrubar muitos a nosso lado e saber concordar com quem não convém até o ponto de adotarmos um discurso sensacionalista ou permissivo, e sem percebermos, fazer com que a linguagem do imediatismo, ou do sofisticalismo seja a lei. Um olhar altivo, uma sabedoria praticista aos problemas dos outros, um procedimento emulativamente correto, como pregar contra o justo de hoje, a mesma palavra que o justo de ontem pregava contra quem prega contra o justo de hoje. Entendeu? Uma conduta teologicamente semi-ateísta que prega a frieza humana em palavras da bíblia, uma psicologia-pastoral para subestimar pessoas que tem em suas almas os mesmos cânticos dos profetas e as mesmas lágrimas dos salmistas que tinham seus túmulos adornados pelos mesmos pastores que os fizeram habitar naqueles túmulos, fazendo com que a verdade de Deus sobre a humildade, sobre a singeleza e sobre o amor seja substituída por tapinhas nas costas de quem não merece, com um aperto de mão e um: "volte sempre sem incomodar" a quem precisa.

Jesus não está nisso! Isso é a conduta dos homens, você anda se sujando tanto que quando alguém de Deus chega diante de você parece ser de outro planeta, e quando alguém desse mundo está diante de você aí você diz: "essa pessoa é do mesmo planeta de onde eu vim". 


O conselho final


É muito importante não nos desesperarmos com as expectativas da vida, nem com nossas possibilidades humanas, como vimos acima, pois para a visão de Deus a inquietação não nos trás vantagem, pois quando aprendemos a descansar em Deus, embora sejam muito difíceis os tempos ruins, eles parecerão se diluir mais rápido, deixando em Deus nossa preces. 

As provações e tentativas dos opositores não podem nunca trazer desvantagem para designar nosso futuro ou sucesso na vida, embora tudo isso é como um barco sendo agitado por ondas que nos tira do sério enquanto vemos Jesus dormindo parecendo desinteressado por nós.

Temos que entender que precisamos construir nosso presente que também aponta para nosso futuro, isto é, trabalhar, servir, viver e fazer o que é preciso de acordo com a oportunidade e a necessidade, e não devemos nos colocar indolentes a isso, mas o fato do que temos no momento ser pouco ou nada, para nos levar onde precisamos no futuro, não é o que designa nosso sucesso futuro, pois às vezes não podemos fazer certas coisas, ou não tivemos no passado a visão, ou faltou oportunidade, ou tivemos medo demais na época, justamente porque isso não estava no tempo de Deus pra nós, por isso não devemos nos lamentar o que nunca iriamos conseguir. 

Por exemplo: Abraão era prospero na sua vida financeira, mas isso não o conduziu nem um pouco à frente nas promessas de Deus, e a realização do propósito de Deus em sua vida não dependia do que ele fazia para que as coisas acontecessem, mas dependia de sua permanência em Deus por meio de uma amizade com Deus, sua fidelidade e num tempo correto veio Isaque. 

Vemos que José só veio ter sua independência financeira, sua primeira namorada e uma casa aos 30 anos, antes disso ele de fato não possuía nada para si e não ia possuir! O que ele investiu foi sua vida no temor à Deus e Deus guardou o seu deposito, por isso não devemos nos preocupar com o caminho que Deus nos conduz, mas durante ele, buscarmos a fidelidade, a oração, sempre estarmos pedindo a Deus o que precisamos, e não desistirmos de crer que ele age por nós, pois Jesus ensina a pedirmos: “...Dá-nos o pão...Livra-nos do mal”.

É muito difícil andar com Deus pela fé sem se deixar abalar com a opinião das pessoas, porque as pessoas que estão fora de nossa vida não podem compreender a nossa fé, só quem vive pela fé compreende o investimento que faz em Deus, pois todos esses patriarcas viveram vidas absurdas: Abraão que viveu sem filhos 25 anos acreditando na promessa de ser pai de uma multidão, ou seja, não foi só o nascimento de Isaque que movimentou Abraão, mas todas as experiências que ele teve e as vitórias que alcançou, tudo estava em torno desta louca promessa de que ele seria pai de uma multidão!

Vemos José com uma promessa de ser rei vivendo como escravo. Vemos Jacó que se torna um empresário mui próspero, alguém que vivia em casa praticamente sem fazer nada. Vemos Davi um homem com vocação para ser rei desempregado fazendo biscates de cidade em cidade. 

Muitas vezes não podemos evitar as ofensas, a intromissão, as opiniões, e até o agir das pessoas de fora, intervindo com palavras que abatem nossa fé, e com atitudes manipuladoras aumentando nossa agonia, coisas que não podem resolver nossos problemas, que muitas vezes Deus impôs a nós. Às vezes o desemprego, às vezes a humilhação de depender de alguém, às vezes a perseguição no trabalho, de fato essas coisas nos desesperam, mas o desespero só pode nos levar a tentar entender que Deus está querendo de nós algo, por isso aproveite sempre as tuas perdas para investir em conquistas, quer ver um exemplo? Davi estava banido injustamente da presença rei e desempregado, mas foi aí que ele montou um grupo de soldados para fazer o que ele sabia fazer de melhor, que era defender cidades! José ele era escravo, sem vontade própria, sem amigos e depois foi parar na prisão por causa de uma pessoa perversa e cheia de vontades, sendo inocente e justo, mas ali Deus estava ensinando-o a administrar. 

Davi era desprezado por seus irmãos, e apascentava um rebanho que foi dado à ele por motivo até de desprezo, para o manter isolado dos outros irmãos por seu irmão Eliabe, mas foi ali que ele aprendeu a proteger pessoas! 

Davi aprendeu a tocar arpa. Alguém já disse que a arpa é um dos instrumentos mais difíceis de se tocar como o piano, talento que alguém percebeu nele e que seus irmãos não contavam à ninguém. Davi era profeta já moço, aperfeiçoou-se no dom da escrita e da música.

Sempre quando Deus conduz a gente a uma situação contrária a comum, ele quer nos ensinar algo diferente ainda que não pareça nada, pois a escritura está cheia de testemunhos de pessoas que todos olhavam e diziam que não seriam nada, mas que possuíam e construíram grandes talentos. Todos eles no momento certo se assentaram nos seus tronos possuíram suas coisas, de um dia para o outro, como se caíssem de paraquedas, mas porque Deus guardava os seus depósitos, suas orações, suas esperanças e suas fidelidades para recompensar e exaltar no tempo certo.    


De maio à julho, e agosto de 2009 

Revisado a ampliado em outubro de 2009 


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TECLADO 2009 - Por Jorge Rodrigues (Jor Roads)

 TECLADO 2009 - Por Jorge Rodrigues (Jor Roads)  (30 Julho à 17 de Agosto de 2009) Este livro foi 100% criado por mim, escrito, e finalizado...